Capitão olhou para aquela discoteca dentro do submarino, abriu a porta e mandou todos saírem. A cafeteira gritou:

- Como vocês chegaram aqui? Quer dizer, eu vi vocês sendo engolidos pelo monstro!

- Lucy! E por que você estava dando uma festa? – perguntou o Capitão. Sim, o nome da cafeteira era Lucy.

- Não foi isso que aconteceu! Foi assim... – então Capitão pegou ela no colo e abriu a porta do submarino.

- Não, assim não dá mais querida. Acho que vamos ter de terminar por aqui! Nós dois nunca demos certo. Vai ser o melhor para todos a nossa separação! Adeus!

Deu um beijo nela, jogou-a para fora e fechou a porta. Os Beatles ficaram olhando Capitão por um bom tempo, e o Capitão pensou melhor. E notou o que havia feito.

- Capitão pare! – disse Ringo, segurando Capitão, que abriu a porta do submarino e quase pulou para fora, se não fosse o baterista segurando seu pé.

- Me solte! – ele gritou – acabei de jogar a mulher mais perfeita do mundo para fora! – então ele pegou Ringo e o jogou para fora também, em seguida pulou.

Os outros três correram para olhar pelas janelinhas. Onde estavam não era um mar, e sim um tipo de... céu. O Capitão e Ringo nadavam para qualquer lugar sem saber pra onde ir. No mar, ou céu, havia vários e vários diamantes flutuando. John olhou, e viu a cafeteira flutuando um pouco longe do Capitão. John bateu no vidro e gritou para Capitão:

- Lá! Lucy no Céu de Diamantes!

Capitão olhou e viu a cafeteira. Nadou muito rápido mas não estava conseguindo chegar até ela por que a correnteza não estava ajudando muito. Ele nadava e nadava pensando ter perdido Lucy para sempre, gritando pelo seu nome, mas ela não estava respondendo. Aquela mistura de tristeza, decepção e ansiedade ia subindo pelo corpo do Capitão.

E o amor foi mais forte do que a correnteza. Capitão nadou extremamente rápido, mesmo sem saber nadar, e conseguiu alcançar a cafeteira. Quando a segurou em seus braços, imediatamente saiu dela um jato de café quentíssimo, que queimou o rosto e as mãos do Capitão. Mesmo assim, ele não a soltou.

- Meu bem! – gritou ele para Lucy – me desculpe! Por favor! Eu estava louco quando te joguei para fora!

- Louco? É estava mesmo, seu cafajeste! Sem vergonha!

- Amor, me desculpe! Me desculpe! Você é o amor da minha vida! Eu te amo mais do que tudo!

- Me ama?! – disse ela – sei, por isso você me jogou pra fora!

Eles continuaram brigando e discutindo, e Ringo conseguiu nadar de volta para dentro do submarino. Ele fechou a porta e disse para os outros:

- Vamos de uma vez! Não precisamos desse maluco e dessa cafeteira!

- Ela nunca vai perdoar ele – disse Paul, ignorando Ringo, junto com os outros observando pela janelinha.

- Se ele tivesse os argumentos certos – disse George – ele até que conseguiria... mas é difícil. É, acho que ele não tem chance.

- Vamos para Pepperland! – gritou Ringo, sendo ignorado – temos de combater aqueles... Malvados Azuis!

Os três continuaram olhando pelas janelinhas pensativos e quietos. John disse:

- O que acha... acha... – ele não lembrava mais o nome do homem-de-lugar-nenhum, que estava sentado em um canto com sua máquina de escrever, escrevendo pensativo – Watson? Bellamy? O que você acha?

- Meu nome agora é Edison. Malvados Azuis? – disse ele – o bem e o mal só existem na cabeça do ser humano... para uma criança, o “Mal” é a mãe que a obriga comer verduras. Mas a mãe acha que está fazendo o bem... – e ele foi interrompido por George.

- Não acredito! – disse ele, olhando pela janela – ele está trazendo a cafeteira de volta! Como ele conseguiu convencer ela?!

E o Capitão entrou no submarino com Lucy – a cafeteira, em seus braços. Ela estava gritando e reclamando. “Agora que me jogou, deixe-me lá fora! Vamos!” disse gritando e jogando café pra todos os lados. Ele colocou-a no seu devido lugar. Café foi nos olhos de George e Paul, eles estavam gritando de dor. Ringo estava irritado e tudo o que queria era ir para casa. O Homem de Lugar Nenhum lia em voz alta os poemas, e a cafeteira gritava. Caos. Então Capitão correu e apertou um botão em que estava escrito “Amizade Amigávelmente Amigável”.

O botão “Amizade Amigávelmente Amigável” fazia com que todos dentro do Submarino Amarelo (menos quem apertou o botão) ficassem amigáveis e sociáveis. Aquele botão já havia cancelado guerras, juntado casais e foi por conta dele que a religião sumiu de Pepperland. Assim que Capitão apertou o botão, todos pararam de falar. O Homem de Lugar Nenhum não foi afetado pelo botão, curiosamente. Ele só parou de falar para continuar escrevendo o que estava escrevendo.

- Sabe – disse Ringo quebrando o longo silêncio – o que estamos esperando amigos? Vamos navegar até Pepperland!

- Sim! Vamos! – todos os Beatles disseram juntos, o que faria qualquer um perto deles morrer de vergonha alheia.

- Em frente Capitão! – disse Paul, colocando o ombro sobre o Capitão – pra onde temos de ir agora? Onde estamos?

- Não importa! – gritou John – o que importa é que estamos juntos!

- Juntos! – disse Paul, indo até John – todos juntos agora!

E os quatro começaram a cantar uma música sobre contar números e estarem todos juntos. Capitão não sabia onde estavam, então foi ver como estava o humor da cafeteira Lucy, e se podia pedir conselhos para ela.

- Querido – disse ela dando uma risada eletrônica – muito obrigado por me salvar de lá...

- Sim, é... de nada meu doce.

- Docinho.

- Docinhozinho.

- Como você é fofo amor! – disse ela.

- Sim, sim meu bem... você sabe dizer onde estamos?

- Onde estamos?! – e deu mais uma risada eletrônica, que deixava o Capitão excitado – nós estamos no Céu de Diamantes!

- Céu de... ah sim, me lembro! – mentiu ele, dando um sorriso.

- Lembra? Ah, que fofo! Você sempre me disse que iria me trazer para cá, visitar aquele restaurante aqui perto...

- E meu amor – disse ele, já esperando ela gritar com ele – não viemos aqui para visitar o restaurante...

- Não? – disse ela tentando fazer um beiçinho.

- Não, temos de achar o caminho para o Mar Esverdeado, ou para o Mar dos Portais. Você sabe o caminho?

- Mas da próxima vez que viermos para cá... vamos vir no restaurante não é? – ela tentou fazer mais um beiçinho.

- Sim, é claro que vamos!

- Como você é lindo! Depois vou fazer aquele café que você gosta... – e fez aquela voz maliciosa que mulheres fazem, que faz qualquer homem subir pelas paredes.

Os Beatles continuavam cantando. Chop the tree… Skip the rope… Look at me…”

- O caminho – disse ela – para o Mar dos Portais, é só navegar para a direção Sul, e achar o Portal, que leva ao Mar dos Portais.

- Certo meu bem, muito obrigado, continuaremos navegando então! – e foi em direção dos controles principais.

- Amorzinho – disse ela, e Capitão virou-se – desculpe estar fazendo isso com você...

- Isso o que?

- Ah, nada não, vamos continuar navegando!

- Tão bom morrer de amor e continuar vivendo...” – disse o Homem de Lugar Nenhum, lendo o que estava escrevendo.

E o submarino navegou para direção Sul, em busca de um portal que o levaria a um dos últimos mares que era necessário navegar. E os quatro músicos dentro do submarino continuavam a cantar como perfeitos companheiros. “I get by, with a little help from my friends...”