Wanted

Capítulo 1 - Prólogo


Wanted

Prólogo

Fúria. Nada mais especificava aquilo. Parecia que o mar jogava sua raiva sobre aqueles que tentavam desbrava-lo.

A tempestade era impetuosa, fria e ao mesmo tempo repleta de sentimentos obscuros. Raios demonstravam suas cores, em meio aquele céu repletamente negro. Tudo mais se perde, inclusive a sanidade do homem, quando o motivo em questão fora ter se casado com uma mulher que não pertencia a superfície e sim as profundezas do mar.

Este nobre pirata desafiou o grande deus dos mares, desafiou os céus e o inferno para ficar com sua esposa...entretanto quando regras são quebradas, o castigo divino seria cumprido. Mais para aquele pirata, não esperava que fosse quando viesse ao mundo o fruto proibido desta relação e motivo de tamanha felicidade para ele.

-Vamos seus cães sarnentos, mantenham o curso!- gritava o capitão ao leme tentando manter-se ao norte

-Capitão! O mastro sofreu avarias!- disse um de seus marujos

-Conserte seu idiota! Temos que manter o curso não importa o que!

Ele queria acreditar em suas próprias palavras, mas se encontrava difícil, agarrou-se então na esperança. Um fio de esperança de ver sua esposa e sua criança a salvo.

Mais esse fio se rompera quando se progetara-se em sua fronte, uma enorme onda, da qual nem os raios que ricocheteavam eram capazes de destruir os céus, mais não eram capazes de dispersar aquela monstruosidade.

A onda distorcia-se e acabara por ser transformar em um rosto, e falava uma língua que para reles mortais era desconhecida. Imponente e autoritária, que fazia os cabelos da nuca se arrepiarem. A pouca visão conferida pela chuva, entretanto não o impediu de ver os cabelos cor de fogo da mulher na proa.

Com sua doce voz, cantou para a imensidão que era aquele rosto. O rosto urrou em fúria e novamente com o mesmo tom irado, disse naquela língua estranha que só sua esposa parecia entender. O canto então ficou triste, e ele viu sua esposa sorrir para ele, e como se fossem os únicos naquele lugar, viu mecher os lábios e pode ouvir em sua cabeça a voz de sua doce esposa

“ Meu amor, sabíamos que isso aconteceria, mais eu fui realmente feliz contigo. Nós nos reencontraremos em breve...cuide de nossa criança...ela é especial ”

Então, ela partira com um sorriso nos lábios. Ela voltara para as profundezas para qual pertencia. Mais isso não calou a fúria daquela muralha de água. Que impiedosamente se preparava par o golpe final. Não havia escolha a não ser morrer ali. Não, ele pensou, ainda me resta minha criança. Saiu de seu posto, e foi ao encontro da criança que chorava em seu leito.

-Você ainda nem ao mesmo chegou a viver minha criança, eu queria ter lhe ensinado sobre a vida, mais o nosso tempo chegou ao limite. – disse derramando lágrimas sobre a filha.

Foi então que tudo parou. Seu bebê de apenas um ano, emitia uma estranha luz rosada, que ressonava por entre as paredes, ele encarava sua filha que sorria demonstrando as covinhas no rosto. Mas uma rajada de vento como punho arrebatou a cabine, o frio cortante espalhava-se na mesma imensidão que sumira. O céu agora mostrava-se estrelado e a lua cheia ao alto, que demonstrava seu brilho intenso. Seus companheiros não pareciam entender o que ocorria. Somente o capitão, sabia que se estavam salvos era por causa de sua criança, mais isto guardou pra si.

Carregando o bebê, que agora dormia tranquilamente em seus braços, observava a todos olhando como também as avarias sofridas em seu navio.

-Qual é a situação hiroshi?- perguntou o capitão

-Capitão, tivemos muitas avarias e também muitas perdas. Perdemos dez homens meu senhor e precisamos parar urgentemente no porto mais próximo...só que..

-O que foi?- perguntou o capitão

-Estamos próximos a Port Royal, senhor e a cidade está cheia de cães da marinha

-Não temos outra escolha, iremos para lá e lá arrumaremos outro navio, além do mais certa pessoa me deve uns favores e precisarei de sua ajuda mais do que nunca, meu bom amigo.

-O senhor poderá sempre contar comigo, Capitão.

-Obrigada, hiroshi.

A noite agora era a fiel ajuda que precisaria para cumprir sua ultima promessa, manter seu bebê a salvo. Longe do mar, longe de sua verdadeira origem. Sabia que a pessoa a quem iria entrega-la a trataria como uma filha, e essa mesma pessoa a protegeria.

Entrou pela passagem secreta, usada como meio de fuga dos ciganos que somente um dos seus ou aliados conheciam, para conseguir adentrar no palácio da corte. Sabia muito bem que esta manobra era arriscada, e podia perder a vida, entretanto tinha um bem maior a zelar, a vida de seu bebê.

Desde então, passaram-se dez anos e aquele bebê se transformou em uma bela garotinha.