Ela com certeza não queria se intrometer no assunto dos dois. Eles eram amigos a muito mais tempo que a idade que tinha porém, com a HIDRA vindo atrás de Bucky novamente e as palavras que Steve dissera na loja a deixaram pensativa e continuar o “trabalho ” que ela tinha aceitado, e se tornou responsável.

— Vamos logo, Barnes - A mulher disse notando que o homem estava muito atrás dela olhando para a loja preocupado com o velho amigo que havia ficado. Ela queria sair dali o mais rápido possível.

— A gente devia voltar – Ele respondeu enquanto a espiã destrancava o carro chegando mais perto mantendo seus olhos em volta pra ter certeza que ninguém mais estava atrás deles – E ver se está tudo bem com ele…

— Estou certa de que ele está bem. Rogers tem 101 anos , e não 101 dias fica calmo. – Ele abriu a porta para ela, entrou no carro apertou o cinto enquanto o homem fez o mesmo sentando- se no banco do passageiro pondo as pizzas em seu colo. Ele era cavalheiro até na fuga, o que a certo ponto era algo vergonhoso e fora de moda – Ah essa era o jantar. Eu não sabia o que vocês gostavam então acredito que pizza que seja algo que todos gostem.

— Tony’s… - Ele enrugou o cenho lendo a tampa enquanto a mulher tirava o automóvel da vaga porém parou na rampa de saída notando duas silhuetas depois que pôs as pizzas no banco de trás, para dar mais espaço – É de Hell’s Kitchen não é? Lembro quando o Tony inaugurou esse lugar… Foi lá que levei a Dottie pela primeira vez num jantar e também foi no beco do lado que o Steve tomou uma das piores surras e eu o salvei ….

— Bela história – ela falou notando que havia três pessoas no meio do caminho do carro engatilhando armas na direção deles– Mas acho que deveríamos focar em como sairemos daqui . Tem um par de pistolas glock 17 no porta – luvas …

— Se você diz… - ele disse pegando as pistolas que ela havia indicado e checando pra ver se elas estavam carregadas.

— ótimo – ela resmungou acelerando o carro assim que trocou de marcha depois de notar que ele já havia engatilhado uma estendendo o braço pra fora da janela – Espero que sua mira ainda esteja boa

A mulher acelerou o máximo que pode, o homem mirou atirando em direção das silhuetas e que caíram quando foram atropeladas, deixando um rastro vermelho assim que as cabeças ensanguentadas dos mortos bateram contra o vidro.

— Nada mal – Ela deu uma olhadela pro soldado que se gabou dando um meio sorriso soprando o cano da arma .

— Não estou tão enferrujado tão quanto você pensa, senhorita Romanoff – ele respondeu pondo os oculos de sol tentando parecer um civil, apesar de ser tarde e haver apenas a luz dos postes iluminando a cidade- Então… O que vamos fazer? Não podemos ir para Deus sabe onde você e Steve haviam combinado de me levar, temos que sumir com esse carro, mudar de aparência já que nossos amigos da HIDRA nos filmaram na loja com a cara que estamos...

— Conheço as regras dos espiões, Sr. Barnes – já ele estava a tratando de um jeito formal, ela decidiu que faria o mesmo- Largamos esse carro daqui algumas quadras no Madison Square Park e vamos dormir no meu apartamento.

— Quantas casas você tem?- A moça rodou os olhos suspirando alto o fazendo erguer as mãos se rendendo seguindo – Tá bom essa foi uma pergunta estupida. Me desculpa. Eu quis dizer… Já que não vamos pro seu apartamento onde você estava morando, vamos para outro e...

— Olha eu gosto de investir o dinheiro que recebo. Não é tanto quanto o Stark mas pelo menos consigo uma coisinha . Tenho alguma coisa que ganho da SHIELD , meus trabalhos particulares e um reembolso vindo diretamente da Russia que não é muito mas...- Ela levantou os ombros. - Eu invisto.

— Se eu processar a HIDRA ou a Russia será que eu consigo alguma coisa? Eles arrancaram meu braço , me fizeram várias lavagens cerebrais desde 1940 e me usaram como arma por 70 anos… - Ele riu colocando as armas no porta-luvas e a moça sorriu . ‘O senso de humor dele continua o mesmo ‘ , pensou Natasha apertando as mãos no volante.

— Não custa tentar… Tenho um advogado muito bom nisso. Se quiser… O nome dele é Matthew Murdock aposto que ele vai gostar do seu caso tem um cartão dele ai no cinzeiro– ele olhou para Bucky parando no semáforo – Fala que é uma indicação minha .

— Recebe Royalts por indicar pessoas para ele ? - A ex ruiva notou que o tom de voz dele indicava que desconfiava de algo enquanto ele olhava o cartão do advogado – Ou já foi cliente dele?

— Já fui cliente. Há muito tempo, quando eu vim da Rússia pra cá. Ele me ajudou com meus documentos e me ajudou a achar um lugar pra ficar – Ela disse a verdade. Bem, a metade dela . Bucky acenou com a cabeça indicando que tinha ouvido. - Devo muito pro Murdock

— Interessante …- Ele pôs o cartão no bolso olhando os prédios para fora curioso com a nova paisagem do lado de fora.

Então um mórbido silencio se apropriou do veículo e Bucky pareceu não ter mais assunto por trás dos oculos escuros. Por um momento, passou em sua cabeça se ele lembrava de algo sobre seu passado porém, a certeza de que Shuri deveria ter alterado algo para que ele não sofresse: talvez ela houvesse apagado todos os momentos, apenas deixando o suficiente pra ele saber que ele sofrera . Ou talvez fosse apenas a preocupação com Rogers havia voltado. Ela preferia a segunda opção.

Alguns minutos se passaram até que eles chegaram ao parque e pararam numa vaga . Haviam poucas pessoas naquele local,porém se esperassem um pouco eles poderiam simular um acidente e explodir o veículo, o que deixaria a desova do carro bem mais fácil ( e porquê não dizer mais divertida) do que jogar no fundo do rio.

— Uma moeda por seus presamentos -a moça disse observando as pessoas aparentemente felizes brincando e conversando .

— Só pensando em como as coisas estão diferentes… mais limpas, bonitas e ... – ele quase murmurou com uma mistura tédio e admiração- e no Steve.

— Assim que chegarmos em casa... No meu apartamento fazemos uma videoconferência. Eu tenho o celular do Sam tá bem ? E você poderá conversar o quanto quiser - Ela virou-se para ele. Por um segundo passou pela sua cabeça em tocar-lhe a mão em um gesto de condescendência a seus sentimentos, porém aquele era seu pesadelo particular e ela ignoraria o máximo possível – Olha sei que parece que eu tô bancando a insensível mas é o jeito que aprendi a lidar com as coisas desde criança . Eu me importo com o Steve e com todos os outros e até com você, Barnes mas …

— Precisa ser fria . Qualquer demonstração de afeto ou expressão pode dedurar suas intenções ao seu alvo pode simplesmente acabar com seu objetivo na missão. - Era uma das principais regras da Academia. Ela então ficou tensa em seu banco .Notando ele, que ela estava perdida em alguma memória longínqua após alguns minutos decidiu trazê-la de volta – Senhorita Romanoff?

Ela lentamente voltou -se para ele um tanto pálida. Minutos antes ela havia voltado ao seu passado : 12 meninas que lutariam até a morte até que apenas uma se tornasse a Viúva Negra escolhida . Ela lembrou -se de cada um de seus alvos (inocentes ou não) , suas missões, um beijo e do dia que o Departamento X e Karpov os separaram.

— Está bem? - Ele murmurou suavemente com sua voz grave desengatando a trava de seu cinto preocupado inclinando-se, tentando tocar rosto sem entender o porque dela estar tão quieta - Você parece...

— Vamos explodir esse carro… - Ela soltou o cinto antes que ele pudesse a alcançar dando -lhe as costas séria.