AMANHECEU...

Victória acordou procurando por Heriberto na cama, mas ele não estava. Ela se moveu na cama, sentiu um pouco de enjoo, mas estava bem. Ouviu o barulho do chuveiro e sentiu o perfume dele inundar o quarto. Estava se arrumando para o plantão que começaria dali a minutos.

Heriberto veio sorrindo com a toalha enrolada na cintura e a viu acordada.

HERIBERTO— Bom dia, amor, dorme mais, ainda é cedo! – ele se aproximou da cama e a beijou com amor, ela se espreguiçou abraçando ele.

VICTÓRIA— Tenho que ir a empresa hoje e já fiquei longe por dias de mais.

HERIBERTO — Meu amor.– ele tocou o rosto dela e sorriu.– Você sabe que precisa se cuidar e comer direito! Eu quero que você faça tudo com calma, que não deixe de se alimentar e se vomitar, me ligue, não pode ficar assim.

VICTÓRIA— Eu não estou enjoada! – mentiu.

HERIBERTO— Mas quero que se cuide. – tocou o rosto dela com amor.

VICTÓRIA— E tenho a minha marmita feita que a Dolores faz todos os dias!

HERIBERTO — Sim! – ele beijou o rosto dela. – Você me deu um fim de semana maravilhoso!

Ela riu.

VICTÓRIA— Você esta tão cheiroso.

HERIBERTO — Eu estou assim, para a minha esposa, eu vou passar um longo plantão de quarenta e oito horas pensando nela! – ele deu beijinhos e mais beijinhos. – Te amo, te amo muito, Victória! Eu vou esperar que me chame...

VICTÓRIA— Para ou você vai se atrasar!

Ele sorriu.

HERIBERTO — Eu adoraria me atrasar, mas não posso!

VICTÓRIA— Nem eu posso me atrasar!

HERIBERTO — Eu quero que você jante comigo e com Laura e Otávio! Vamos? Um programa de amigos, numa festa que teremos!

VICTÓRIA — Quando?

Ela pediu ajuda para levantar. Ele a ajudou e sorriu.

HERIBERTO — Daqui a dois dias! É uma festa de um amigo antigo, um médico da época da faculdade. – ele sorriu olhando o corpo dela.

VICTÓRIA— Não me olhe assim quatro meses e eu já estou parecendo a dona redonda!

HERIBERTO— Amor você está linda! Linda e perfeita! Não diz uma coisa dessas, que não existe possibilidade de você ficar feia.

VICTÓRIA — Existe sim, Heriberto e eu quero que você compre pra mim uma melancia e Nutella!– Depois quero canjica com muito leite moça. – Falou salivando.

HERIBERTO — Agora? – ele riu olhando para ela. – Melancia com nutella?

VICTÓRIA — Sim, Heriberto, meu deus, mande pra empresa! Eu vou morrer de comer hoje!

HERIBERTO — Amor, como assim, não pode passar mal ,Vick! Eu compro e mando para você, não se preocupe!– ele tirou a toalha e ficou nu e começou a se arrumar.

O terno que escolheu para vestir naquela manhã ele ficou mais que bonito, estava lindo.

VICTÓRIA— A que pecado! – Ela falou olhando a bunda dele. Ele sorriu.– Não esquece, amor das minhas coisas, eu já tô passando mal só de não comer! – Falou indo ao banheiro.

Ele sorriu e terminou de se vestir. Quando estava pronto foi ao banheiro e se despediu.

HERIBERTO— Já vou amor, qualquer coisa, me liga... vou dormir no meu apartamento hoje!

VICTÓRIA – Sim, eu ligo.– veio até ele e deu um selinho.

HERIBERTO— Estarei a sua espera, se quiser dormir lá!– Ele riu.

VICTÓRIA— Vou pensar!– Sorriu e voltou a seu banho. – Alguém tem que salvar ou eu te como!

Victória terminou de se arrumar e lindamente se vestiu para um dia de trabalho.Estava empolgada queria trabalhar sentir à vontade de fazer os seus croquis pois estava tanto tempo longe. Tocou a barriga e pensou como seria a vida com dois bebês ali dentro. Dentro do carro com motorista dirigindo para ela só conseguia pensar em como a vida estava mais leve depois que tinha descoberto que dois bebês estavam em seu ventre.

Sentiu o coração pulsar de alegria. Telefone tocou e ela atendeu sorrindo.

TEREZA – Bom dia, minha filha como você está?

VICTÓRIA— Bom dia, mamãe! Estou bem e você?

TEREZA— Estou bem, minha filha e queria saber como você está em meus netos. Sua irmã acordou falando de você! Já está com saudade depois do fim de semana é lindo que você deu para ela. Hoje tem umas coisas para resolver não consigo ir na sua casa mas amanhã, sim. Amanhã nós duas vamos aí!

VICTÓRIA— Tudo bem, traga a Ana pra mim ficar com ela um pouco. Como está Fernando? Vocês brigaram?

Teresa suspirou.

TEREZA— Agora estamos bem, mas brigamos, sim, não tinha como não brigar! Eu me comportei de modo idiota, por favor, minha filha, diz que me perdoa! Eu estraguei a sua comemoração eu me sinto culpada por isso! Eu te amo nunca quis fazer nada que te magoasse!

VICTÓRIA— Tudo bem! A festa não tinha sido boa desde o começo mesmo.

TEREZA — Minha filha, queremos que você venha aqui em casa essa semana, eu e Nando compramos um presente para nossos netos.

VICTÓRIA— Tudo bem, eu vou ou você trás amanhã!

TEREZA— Amanhã, eu e Ana vamos ver você, mas Nando quer que você venha aqui um outro dia, não vamos levar o presente ele quer te entregar aqui em casa!

VICTÓRIA— Vou ver que eu tenho que sair com Heriberto essa semana!

Tereza riu na mesma hora.

TEREZA – Sair com meu genro, sei? Ele ficou ai? Não ia ficar, ia embora quando Ana fosse, mas você não deixou né? Se aproveitou dele!

VICTÓRIA— Ele é meu marido! – Falou seria.

Tereza soltou uma gargalhada.

TEREZA — Claro que ele é, minha filha, claro que é!

VICTÓRIA— Temos duas casa e duas cama!

TEREZA — Sei, duas camas, você ja dormiu lá no apartamento dele né?

VICTÓRIA— Mamãe tenho que desligar cheguei na empresa depois conversamos!

TEREZA — Sim, meu amor!

ANA— Vick , Vick, Vick..

TEREZA — Ta ouvindo? Sua irmã chamando você, filha!

VICTÓRIA — Deixa eu falar com ela! – Vick pediu.

Tereza a colocou o telefone.

ANA — Vick, Ana comeu futa, Uva, manana, Xilica.– Ela riu.– Vick que futa? Quê?

VICTÓRIA— Oi, meu amor, Vick já comeu amanhã você vem comer futa com a irmã!

ANA – Vick, eu quelo sim, mama de mamãe Teleza acabou, Vick, mama acabou, não tem maizi! – ela explicou para Vick e olhava o celular querendo ver Vick.

Victória riu com a irmã.

ANA— No tem, Vick, ta pulo!

VICTÓRIA — Mamãe secou princesa!

ANA — Ela no tem mama, Vick, no tem! Ana vai come futa, só futa de Vick! Xilica, uva, uva, manana. – e ficava enumerando as frutas.

VICTÓRIA— Ana a vick tem que falar com a mamãe agora devolve o telefone! – estava lá num papo com a irmã que alegrava Tereza.

ANA— Tchau, Vick!

VICTÓRIA— Tchau princesa!

ANA — Vick!

VICTÓRIA— Oi!

ANA— Tchau, Vick!

TEREZA — Me dá filha o celular, a gente vai ver Vick, sim! – Tereza riu pegando o celular.– Filha, bom trabalho, sim, meu amor...

VICTÓRIA— Ela esta falando bastante coisas hoje! – Falou rindo.

TEREZA — Ela está agitada, eu preciso começar a desmamar, Fernando está me atentando com isso e ainda está zangado.

VICTÓRIA — Ela vai pra escola não dá pra ficar no peito!– Soltou sem saber se Fernando já havia falado com ela.

TEREZA— Eu sei, filha, eu sei e vou desmamá-la! Fernando me disse a mesma coisa e quero o melhor para minha filha!

VICTÓRIA— Vai ver que é melhor! Eu preciso ir agora!

TEREZA— Beijos, filha, se cuide e me ligue se precisar! Filha, te amo, muito! Você é minha estrelinha, mesmo agora que é rainha da moda ainda é minha estrelinha!

VICTÓRIA— Beijos mãe qualquer coisa me liga. Te amo!

HERIBERTO — Te amo, filha!– e desligou o telefone rindo com Ana falando muito.

Victória desligou e o motorista abriu a porta do carro para ela e ela desceu, pegou suas coisas e andou para dentro, comprimento a todos e caminhou até o elevador. Victória seguiu até sua sala andando rápido estava apressada porque tinha muitas coisas que fazer naquele dia. Caminhou e entrou em sua sala agitada sentado em sua mesa colocando sua pasta sobre ela. Depois de realizar todos os papéis que tinha sobre a mesa ela iria até a sala de desfiles para ver as modelos.

Era hora de verificar com seus próprios olhos como as meninas estavam se comportando na passarela e se estavam altura da sua Casa de Modas, tocaram na porta.

VICTÓRIA— Pode entrar! – Ela olhou a porta esperando a pessoa entrar.

Oscar adentrou a porta e a fechou, olhou Victória, estava sério. Ela olhou de modo sério.

VICTÓRIA — Oscar! Bom você ter vindo aqui precisamos conversar!– Se ajeitou na cadeira e o olhou.

OSCAR – Eu não vim conversar!– Deu dois passos a frente. – Eu vim me demitir!

Ela o olhou, olhava constantemente para os lados!

OSCAR – Eu acho que será melhor assim, melhor assim... Você tá linda, Victória

Ela o olhou de modo sério.

VICTORIA— Você receberá todos os seus valores ajustados e terá o que lhe cabe por todos esses anos de trabalho!

Oscar se aproximou mais e passou o dedo sobre a mesa até ela terminar.

OSCAR— Eu quero mais que os meus direitos!

Ela o olhou de modo direto e estava séria ainda.

VICTÓRIA— O que você quer dizer com isso, Oscar?

OSCAR— Eu não vou sair daqui antes que me dê o que eu quero! – Se aproximou mais e virou a cadeira dela. Ela o olhou assustada.

VICTÓRIA— O que você está falando? Está louco?

OSCAR— Eu cansei de levar porrada sem ter feito nada e agora se eu levar é porque eu fiz!– A puxou pelo braço a fazendo levantar! Sentiu o cheiro dela.– Tão linda e vai ser minha!

VICTÓRIA – Oscar! – ela falou alto.– Não se atreva a tocar em mim!– ela o empurrou ainda horrorizada, estava sem reação, não conseguia entender o que ele estava fazendo e porque ele estava reagindo daquele modo.– Sai daqui agora!

OSCAR— Você gosta assim que eu sei, já ouvi você falar com Antonieta que gosta de brutalidade! – A pegou mais contra ele, passou a língua no pescoço dela.

VICTÓRIA— Me larga, seu imbecil!– ela o empurrou com raiva e chutou ele.

OSCAR— Não grite ou machuco seu bebê!

Ela estava nervosa demais.

VICTÓRIA — Não me toca, seu imundo!– Ela gritou ignorando ele.

Apertou ela contra seu corpo mostrando sua ereção.

VICTÓRIA— Não toque com suas mãos sujas!

Oscar puxou o cabelo dela. Victória gritou nervosa e sentiu o corpo reagir teve medo de machucar os filhos. Ele a jogou contra a mesa e abriu a blusa dela.

VICTÓRIA— Para com isso, Oscar você enlouqueceu? Me solta!

A olhou com cobiça e apertou os seios dela sem cuidado.

OSCAR— Minha!

VICTÓRIA — Não! Não! Não! Me larga!

OSCAR — Só minha!

VICTÓRIA— Não, Oscar! – ela o arranhou, o mordeu com força enquanto ele forçou ela a beijar ele.– Me larga agora!– e chutou ele com raiva.

OSCAR — Isso, assim eu gosto mais! – Apertava ela sem cuidado.

As mãos empurravam com raiva e ela reagia e gritava louca e chutava, mas o chute não pegou.

VICTÓRIA— Não, Oscar, não!

Levantando a saia dela, rasgou a calcinha, ela começou a se desesperar e chorar se sentindo impotente e sentindo as mãos dele.

VICTÓRIA — Não!

OSCAR— A Victória! Como sonhei com isso!

Ela chutou entre as pernas dele e correu.

OSCAR— Não adianta fugir, vaca! A porta tá fechada!

Ela bateu na porta desesperada, gritou nervosa e viu ele se aproximar. Ele riu.

VICTÓRIA— Não toque em mim, não toca, eu estou grávida e você vai me machucar!

OSCAR— Grita patranha nervosa!

VICTÓRIA— Para com isso, maldito!

OSCAR— Se você me deixar entrar e sair não vou machucar! Só quero te dar prazer! – A prensou conta a parede.– Deliciosa, Vick!

Victória gritou. Oscar tirou o pênis para fora e passou na perna dela delirando de prazer e a segurou pelo pescoço e do lado de fora a porta foi arrombada. Saiu um Heriberto furioso de trás dela que já avançou em Oscar com socos furiosos.

HERIBERTO — Solta ela animal!– ele segurou Oscar pelo pescoço e arremessou do outro lado da sala!

Oscar riu.

Heriberto foi até ele dando socos violentos. Oscar se levantou não se sabe como mais ele levantou e tirou uma faca. Heriberto afastou Victória o lado de fora cheio de gente. Cortou o braço de Heriberto sem pena. Heriberto foi com tudo para cima dele sem se preocupar e deu dois socos. Oscar arremessava golpes com a faca para furar ele.

Heriberto estava louco, já estava cortado, cortou mais um pouco o braço, mas ele segurou Oscar pelo pescoço e o levantou com ódio, suspendeu ele do chão com ódio, com muito ódio apertando o pescoço dele e fazendo com que ele ficasse sem ar.

VICTÓRIA— Para, meu amor, para, ele não merece que você se suje!– ela chorava desesperada e Pepino a amparava.

Oscar já não conseguia revisar, a sala encheu de seguranças e eles pegaram Oscar, separando de Heriberto. Heriberto furou os seguranças e avançou nele dando socos violentos no rosto, deu mais que cinco socos desacordando ele quebrando o nariz de Oscar!

Oscar foi carregado para fora da sala com o pênis ainda exposto e ele completamente desfalecido.

Victória saltou para os braços de Heriberto aos prantos, desesperada e nervosa com os cortes no braço dele.

HERIBERTO— Calma, meu amor, calma!– ele amparou segurando ela contra seu peito.– Já passou! Calma, meu amor, eu vou te levar ao hospital.

VICTÓRIA — Você precisa de um médico, Heriberto!

Ele estava nervoso, respirava agitado e sentia o sangue correr de seu braço.

HERIBERTO— Eu e você vamos agora ao hospital!

Ela respirou fundo para se acalmar.

HERIBERTO — Vamos, meu amor, vamos ao hospital! Você consegue andar? – ele a olhou, estava lanhada e com marcas avermelhadas.

VICTÓRIA — Eu consigo!

Ele pegou a bolsa dela ante os olhares desesperados na sala de Pepino e Antonieta e alguns outros funcionários. Heriberto manteve Vick colada a seu corpo e caminhou com ela para o elevador.

HERIBERTO — O que você está sentindo, amor? Está com dor?

Vick prendeu a roupa frente ao corpo está rasgada.

VICTÓRIA— Vergonha!

HERIBERTO — Amor, não foi sua culpa, calma! Ele é um animal, um maldito animal! Vamos ao médico e depois você me diz o que houve! Eu sei que está envergonhada, mas temos que ir assim ao hospital para que você faça o coro delito para registrar o ataque!– ele suspirou e a olhou com tristeza.

Ela não disse nada, estava com vergonha.Heriberto levou Victória ao hospital e ela passou por todos os precedimentos, o médico dela foi chamado e Heriberto recebeu atendimento. O corte no braço dele era fundo e precisou ser enfaixado. Ela estava em observação e Heriberto foi conversar com Miguel.

MIGUEL — Como esta minha mulher e meus filhos, Dr?

MIGUEL – Aparentemente está bem só alguns vermelhos no corpo ela disse que não está com dor mas vou deixar ela em observação.

HERIBERTO — Meu deus! Cuide de minha esposa Dr.!– Ele pediu nervoso.

MIGUEL – Estou cuidando! Heriberto é a segunda vez que ela vem para no hospital por fortes emoções! Ela não tem mais idade e em gestação gemelar o risco é em dobro ou ela tem uma gestação tranquila ou nada vai dar certo daqui pra o final da gestação.

HERIBERTO— Eu vou cuidar para que ela não volte mais aqui por nenhum motivo ruim, Dr. E acredite, minha mulher é uma guerreira! Ela resistiu a um ataque e se defendeu e defendeu nossos filhos! Eu vou falar com ela! – estendeu a mão a ele.– Obrigada mais uma vez, Dr. Miguel!

Miguel suspirou e pegou na mão dele.

MIGUEL — Não me faça a colocar de cama! Já avisei a ela, cinco meses de cama se ela continuar assim!

HERIBERTO— Ela fará o que prescreveu, pelo bem dela e dos bebês também!

Heriberto saiu em direção ao quarto dela, entrou com calma e viu Victória na cama, foi caminhando até ela e a tocou na mão com calma.

HERIBERTO— Vick... – ele segurou as lágrimas e conteve o ódio ao ver as marcas vermelhas que já ficavam roxas...

Ele o mataria, foi o que sentiu, quando agarrou o pescoço dele, teve certeza que o mataria, sem pensar. Vick tremeu e fechou os olhos e tirou a mão virando para o outro lado.

HERIBERTO— Amor! – ele a tocou com calma e abaixou beijando a testa dela.– Eu estou aqui, sim, eu sempre estarei aqui para você.

Ela recuou como se o toque dele. Ele parou de tocá- la e apenas a olhou com os olhos cheios de lágrimas.

HERIBERTO— Precismos que você fique aqui em observação

VICTÓRIA— Eu quero a minha mãe...– Falou baixo.

HERIBERTO — Eu já liguei, amor, ela está chegando!– ele se segurou. – Victória, eu sei que você está sentindo vergonha, mas não foi sua culpa, meu amor não foi!

Ela não disse nada apenas ficou olhando para o nada. Heriberto sentiu o coração sufocar e ele suspirou. Foi quando Tereza entrou agitada e ele viu Fernando na porta com Ana Lívia. Tereza veio em direção a Vick e abraçou na mesma hora apertando contro seu corpo.

HERIBERTO— Minha menina, mamãe está aqui!

Victória abraçou a mãe e chorou sentido. Tereza não disse nada, apenas sinalizou para a deixassem a sós com a filha. Ela se sentou na cama e puxou Vick para seu colo a acolhendo como um bebê.

TEREZA— Minha filha, eu sinto muito, sim, eu sinto tanto!

VICTÓRIA— Ele me tocou... Me tocou sem a minha permissão! – Falou com nojo, soluçando de chorar.

TEREZA — Ele é um animal, Vick e ele terá o que merece! Ele não vale nada, nada, minha filha e ele queria fazer mal a você, mas ele não conseguiu, porque você é uma guerreira!

VICTÓRIA— Ele passou aquela coisa na minha perna mãe, eu quero minha casa eu quero tomar banho eu tô com novo! Nojo!

TEREZA— Você vai para casa, meu amor!

VICTÓRIA— Agora mãe, por favor!– Chorou.

TEREZA — Sim, minha filha!– Ela chorou sem deixar Vick ver.– Vamos agora!

VICTÓRIA— Vai me sequestra? – Olhou a mãe.

TEREZA— Vou levar você e pronto, sou sua mãe! Isso deve valer de alguma coisa!

VICTÓRIA— Minha roupa tá rasgada. – Falou sentida.

TEREZA— Eu trouxe outra roupa para você filha, está ali na minha bolsa. Vamos, eu te ajudo a trocar e vamos embora!

Heriberto entrou no quarto naquele momento.

TEREZA— Eu vou levar minha filha para casa, Heriberto!

Heriberto olhou assustado.

HERIBERTO— Ela precisa ficar aqui e repousar! Ela não pode ir agora, minha sogra!

TEREZA— Minha filha não pode se aborrecer, Heriberto, ficar aqui só vai fazê-la sofrer! Vamos embora! Ou você vai conosco e nos ajuda ou só não me atrapalhe, não vou deixar Vick aqui!– estava séria.

Heriberto suspirou e olhou a esposa e consentiu com a cabeça.

HERIBERTO — Vou assinar o termo de responsabilidade dela!

Victória levantou devagar e foi para o banheiro se trocar. Tereza entrou e ajudou enquanto ajudava a filha olhava as marcas e sofria calada. Victória estava pronta minutos depois e olhou a mãe.

TEREZA — Vamos, amor? Vamos no meu carro ou você quer ir com seu marido?– ela esperou A resposta dela.

VICTÓRIA— Eu quero ir com você!

TEREZA — Tudo bem! Você quer que eu diga a ela para não ir? Você quer que Heriberto não vá para sua casa?

VICTÓRIA — Eu não quero mãe não quero ele lá! – Suspirou querendo chorar de novo.

Tereza a abraçou com amor e sentiu que iria partir Heriberto ao meio quando pedisse para ele não ir.

TEREZA— Vamos, vamos pra casa, vamos ficar com você! Eu Fernando e Ana.

Ela agarrou a filha abraçando e pegando a bolsa dela e da filha saiu do quarto, deu de cara com Heriberto.

TEREZA— Meu genro, Vick, quer que você a deixe sozinha hoje!

Heriberto sentiu aquilo como um tiro, o rosto dele mudou, ele sentiu o ar rarear. Vick abaixou o rosto.

HERIBERTO— Victória, meu amor, eu quero estar com você, me deixe ir! – ele pediu nervoso olhando para ela. – Por favor, Vick, não me afaste, não hoje!

Ela negou com a cabeça.

HERIBERTO— Eu não posso te deixar sozinha, você vai precisar de mim e eu quero estar lá, meu amor.– ele se aproximou dela chegando bem perto.

Victória recuou segurando na mãe.

VICTÓRIA — Vamos mãe, embora!

TEREZA— Meu genro, eu lhe darei notícias!

Heriberto deixou a lágrima cair e apenas disse.

HERIBERTO— Eu te amo! Vick, te amo!

TEREZA — Vamos, meu amor!

As duas saíram sem dizer mais nada e Fernando seguia com Ana Lívia no colo dormindo. Heriberto foi também, chorando em silencio em direção a seu carro. Tereza acomodou a filha e se sentou com ela no banco de trás e Fernando colocou Ana dormindo na cadeirinha. Ela estava ali, bem perto de Vick e Tereza apoiou a filha em seus ombros e juntos eles foram para a casa dela.

Os netos ainda não sabiam de nada e quanto chegaram, Virgínia e Rafael deixaram a avó contar tudo e ficaram com a mãe, Rafael sofrendo e querendo vingança e Vivi em silêncio. Fernando ficou com eles e com Ana Lívia na sala enquanto Vick foi tomar seu banho com Tereza acompanhando tudo. Victória olhou a mãe:

VICTÓRIA — Eu quero ficar sozinha, mãe só um pouco, só pra tomar banho!

TEREZA – Tudo bem, estou aqui fora!– beijou a filha e olhou em seus olhos. – Eu te amo!

VICTÓRIA— Eu também... – Sussurrou.

Tereza saiu do banheiro, sentia o coração partido de ver a filha daquele modo.

Victória tirou toda a roupa e entrou no boxe, ligou a água bem forte e deixou cair em seu corpo tocou seus e chorou. Sentiu mais medo por seus filhos do que por ela mesma. Pegou a bucha e esfregou forte em suas pernas era como sentir aquele nojento esfregando aquele pinto nojento nela, lavou o pescoço e todas as partes que ele tocou o choro não parava e ela soluçava.

Ficou ali por mais ou menos meia hora e depois saiu enrolada no roupão e outra enrolada nos cabelos pegou uma roupa e vestiu os cabelos ela penteou de qualquer jeito e foi para a cama e deitou. Pediu para que a mãe trouxesse Ana pra ficar um pouquinho com ela.

Heriberto chorava, chorava e sentia seu coração aos pedaços. Aquele maldito homem, como ele previa a vida inteira tinha tocado nela, tinha tentando violentar sua esposa. Ele sabia desde sempre, aquele imundo não valia nada. A ingenuidade de Victória e seu bom coração não deixavam ela perceber a maldade das pessoas.

Heriberto abaixou a cabela no volante e sentiu mais uma vez uma pontada no peito, era a quarta vez que sentia desde que tinha saído do hospital. Estava agora dentro de seu carro, parado na porta da casa de Victória. Dormiria ali, não iria embora, não ficaria longe dela, daria o tempo que ela precisava, mas estaria ali. Tinha avisado na clínica e ficaria afastado por uma semana até que tudo estivesse mais calmo. E ali estava ele, na porta dela, pronto para o que ela precisasse dele.

Tereza sentiu o coração partir ao vera filha daquele modo, pegou Ana Lívia e levou deixando ao lado dela com suas bonecas. Estava conversadeira e distraiu Vick, brincando enquanto Tereza estava deitada na cama com ela.

TEREZA— Seus filhos querem ficar aqui, meu amor, com você! – ela esperou que Vick dissesse algo e tocou o rosto dela. – Você precisa comer alguma coisa, pelo menos beber um copo com leite.

VICTÓRIA — Pode deixar eles virem... – Tudo era dito num fio de voz.

TEREZA— Vou trazer seu leite e vou trazer umas frutas.

ANA — Futa mamae?– ana reagiu na hora. – Vick quer e Ana também.– ela segurou o rosto de Vick e beijou. – Vick que, né Vick, Vick gota, mamae, de futa!

Vick sorriu.

VICTÓRIA— Vick ama melância!

TEREZA — Está tudo ai filha! A canjica, a nutella e a melancia que você queria!

VICTÓRIA— Heriberto está aí? – Perguntou sentando na cama e sentindo um pouco de dor.

TEREZA— Não, aqui... Tecnicamente ele não está aqui, ele veio trazer tudo que você pediu, ele tinha levado a Casa de Modas, e por isso ele estava la naquela hora, mas comprou tudo de novo, veio entregar e agora esta lá. – Tereza suspirou orgulhosa dele.

VICTÓRIA — Esta lá onde?

TEREZA — Está no carro dele, parado aí na frente, como fazia antes e não vai embora, não adianta mandar, ele não vai.

VICTÓRIA — Não deixa ele lá fora mãe, ele é doido e não quero que ele tenha uma recaída não agora!

TEREZA— Minha filha, o que você quer que eu faça, amor? Quer que mande ele entrar? Está com medo que ele beba?

Ela confirmou com a cabeça e começou a dividir as frutas com a irmã.

TEREZA — O que quer que eu faça, filha? Quer que ele entre? Se ele entrar vai querer te ver?

VICTÓRIA — Não quero ver ele!

ANA—Não, mamãe, Vick não ver, não ver! – Esmagou a gruta na mão comendo.

Tereza riu.

VICTÓRIA— Deixa ele na casa mais não quero ver ele, aqui é melhor que lá fora.

TEREZA— Olha a guarda costa, Vick! Filha, ele não vai embora, não vai para casa dele! Você conhece Heriberto, ele não vai ficar longe de você.

VICTÓRIA— Por isso estou dizendo, mãe, coloca ele para dentro mais hoje eu vou dormi com a Ana, não é mesmo?

TEREZA— Ele não tem que dormir aqui, amor, ele dorme em outro quarto, ele fica longe. Sim, Ana pode dormir aqui com você, meu amor! Ela está dormindo bem... não vai incomodar você.

VICTÓRIA— Ela não vai porque ela ama a Vick e gosta de dormi agarrada, né Ana!

ANA — Ama a Vick rima, Vick é rima de Ana. Vick ama mim!

VICTÓRIA— Viu só aqui se não canta Tereza! – Falou rindo um pouco.

Tereza sorriu feliz de ver a filha dando aquele sorriso.

ANA— Mimi com Vick, maizi eu vou mamar!

VICTÓRIA — Mais você disse que não tem mais mama Ana! Você mentiu?

Victória pegou uma colher de Nutella e começou a comer.

ANA— Maizi eu goto de mama, Vick! Ali mama de mamae Teleza. Ali tem leite!

VICTÓRIA— Você vai ficar igual a pinóquio se mentir!

ANA— Eu quelo mama e depois mimi com Vick.– Foi pra cima de Vick.

Tereza riu e saiu para fazer o que a filha tinha pedido.

VICTÓRIA— Vamos mamar nos duas?

ANA— Você não Vick! Mamãe só dá pa mim!

VICTÓRIA— Então devolve a minha fruta!

Ana olhou seria para Victória e pegava nos cabelos de Vick e colocava na cabeça dela.

ANA— Eu não divolvo, é minha futa, minha mama, minha mamae, minha Vick, minha tudo! Tudo de eu! – e se sentou olhando Victória e franzindo a testa.

VICTÓRIA— Tem certeza que você não nasceu de Tereza?– Falou olhando para ela, a menina era igual a ela dona de tudo.

Ela sorriu

ANA— Vick, papai bateu a pota! Papai nando fazei assim, pow, a pota bateu e mamae cholo.– falou inocente se recordando.

Victória só ouvia ela falar do jeito dela e não gostou daquilo. Seguiu comendo com a irmã até que cansou, não passou mal e deu graças a Deus, os braços começaram a doer dos apertões e ela com cuidado tirou a bandeja e voltou a deitar com Ana, colocou um desenho e ficou ali até dormir.

Tereza mandou Rafael ir buscar o pai no carro e ficou esperando que ele. Rafa foi até o carro e bateu no vidro.

RAFAEL – Da dez reais aí tio!– Zombou do pai.

Ele abriu um sorriso e mandou o filho entrar.

RAFAEL – Vamos pra casa mamãe mandou te buscar.

Ele olhou o filho.

HERIBERTO— Entra ai, meu filho! – Heriberto esperou ele entrar no carro e o olhou.

Rafael entrou e o olhou.

HERIBERTO— Já dirigiu um desses? – tocou o volante do carro novo.

RAFAEL— Não!

HERIBERTO — Então, muda de lugar comigo e dirige um pouco com seu pai!.– ele pegou a chave, entregou a Rafael e saiu do banco dele rotando e indo para o carona

Rafael pulou do banco do passageiro para o do motorista tocou o volante fascinado.

HERIBERTO — Pode ir onde quiser, eu só não vou descer em nenhum lugar, quero apenas a companhia do meu filho.– ele olhou o filho com aquele fascínio todo. – Eu já pedi o reparo do seu carro filho, mas quero que você vá comigo a concessionária porque vou te dar um novo! O que você quiser!

RAFAEL – Vamos caçar umas gatas!

Heriberto estava com a voz fraca quando dizia uma notícia daquelas. Ligou o carro e sorriu o carro era lindo e tudo de bom na cor branca. Rafael saiu com o carro.

HERIBERTO— Escolhe o dia que quer ir e vamos pegar um pra você, o modelo que quiser!

E a cada gatinha na rua ele buzinava.

RAFAEL — Eu quero esse pai! – Falou rindo.

HERIBERTO — Eu quero uma que cheira a perfume francês, filho e que tem o corpo de uma menina ainda, só que mais gostosa! Conhece ela? A mulher que falei agora ?

RAFAEL – Vou ver se Victória está disponível! – Falou rindo pro pai e acelerando um pouco mais.

HERIBERTO — Eu acho que não está, filho!

RAFAEL – A eu amo esse carro!– ele riu.

HERIBERTO— E por que não tinha dirigido ele ainda? Tudo que tenho é seu e de sua irmã! – ele riu.– E agora de seus irmãos.

RAFAEL – Lais vai ser linda... – Mudou de assunto sobre o porque de não dirigir antes. Ele fez o retorno e voltou pra casa.

HERIBERTO— Filho, são dois, não pode falar só dela. – ele riu olhando o filho.

RAFAEL— Mais a mamãe disse que ia ser menina! E foi a minha irmã...

HERIBERTO— Mas tem mais de uma lá ou mais um, não sabemos, ainda.

Heriberto riu.

HERIBERTO – Sua mãe preocupada com a silhueta dela achando que está feia, que vai ficar feia! Sua mãe nem sabe o que é ser feia.– ele riu divertido e depois ficou em silêncio. – Eu ia matar aquele homem hoje, meu filho. – ele fechou os punhos e ficou em silêncio.

RAFAEL — Você tomou seus remédios? Os ferimento foram grandes.

HERIBERTO— Eu vou tomar, não estou com dor, só queria ver sua mãe, eu queria estar com ela, apenas perto dela.

RAFAEL — Por isso que você vai ficar na sala, quando ela dormi você vai lá. Ela tá com a Ana.

Heriberto olhou o filho e suspirou.

HERIBERTO— Meu filho, eu te amo, me perdoa... eu quero ser um pai melhor agora, porque você é um filho maravilhoso. – estava entregue dizendo a verdade, o coração partido e sofrendo.

RAFAEL— Eu estou te dando a sua chance na hora certa, eu e você vamos conversar sobre isso!

HERIBERTO— Está bem... será como você quer. Vamos falar de outra coisa. Como está com Paula? Você dormiu com ela a noite toda que eu sei. Te procurei no quarto no sábado e você não estava. Como eu sei que ela não pode dormir fora de casa, então, você dormiu lá escondido?

RAFAEL— Ela me fez pular a janela pai! – Riu divertido.

HERIBERTO — Ela fez, meu filho? Quer dizer que você já viciou ela? Nem vou me atrever a perguntar o que fez com ela. Tenho medo das respostas...

RAFAEL— Você já viu o que eu faço! Mamãe não falou comigo ainda!

Ele sorriu se lembrando do flagra do filho.

HERIBERTO— E faz bem feito porque ela estava com uma expressão maravilhosa! Dê um tempo a sua mãe. – Ficou triste. – Ela nem me deixou chegar perto dela.

RAFAEL — Pai, pelo que a vó contou ela não vai querer mesmo você perto! Ela não me deixou nem abraçar ela só queria a vovó e Ana Lívia. – Abriu a garagem e entrou com o carro.

HERIBERTO— Aquele animal machucou sua mãe. – Ela está assustada, é isso! – Suspirou descendo do carro com o filho.

Quando entraram na sala Tereza estava deitada no colo de Fernando silenciosos os dois. Ela parecia ter chorado.

TEREZA – Oi meu genro...

HERIBERTO — Oi minha sogra...como ela está?

HERIBERTO — Estou indo... Fernando. – Heriberto cumprimentou todos.

TEREZA – Vai lá Rafa, sua mãe quer te ver, Vivi acabou de subir, está com ela e Ana.

Heriberto se sentou e suspirou profundo sofrido. Rafael subiu e bateu na porta entrando.Ele olhou a irmã que fez sinal com a cabeça para que ele fizesse silêncio, Victória e Ana Lívia dormiam tranquilamente. Ele foi com até a mãe e beijou os cabelos dela com cuidado para não acordá-la. O cobriu melhor para não ver as marcas no braço que já se formavam. Vivi estava deitada com Ana, fez sinal para que ele também deitasse ali com elas.

Estava muito preocupada mas queria fingir que não para ser forte. Na sala Fernando e Tereza viram Heriberto subir a escada. Ele precisa ver Victória.

TEREZA— Esse homem vai ter um troço. – Falou se aconchegando em Fernando.

FERNANDO — Ele precisa ficar calmo ou vai enfartar.

TEREZA — Sim eu vou conversar com ele. Amor não viaja amanhã não posso ficar sem você, Nando. – Ela o apertou.

VICTÓRIA— Eu preciso ir! É trabalho e você fica aqui com Victória cuidando dela e vou deixar meus seguranças aqui. Só desta vez, não vai! Você vai ficar uma semana fora!

Ele a olhou.

FERNANDO— Eu te chamaria pra ir comigo mais como nossa menina está assim melhor você ficar!Eu não posso adiar! Dessa vez não, amor.

Tereza suspirou.

TEREZA — Amor estou com um pouco de dor, eu vou ao médico essa semana. – Estava sentindo dor na genital e nem podia imaginar o que era.– Você sentiu algo diferente... acho que me machuquei na última vez que estivemos juntos. – Ela acariciava o peito dele.

Ele a olhou preocupado.

FERNANDO— Eu te machuquei?

TEREZA – Não, Nando! Você não me machucou! – Ela o olhou séria. – Não sei o que foi, mas está bem dolorido. Eu vou ao médico e vejo isso!

Quando falou que ia ao médico, Fernando lembrou de Otávio na hora.

FERNANDO— Que médico você vai?

TEREZA — Não sei vou na clínica e vejo quem estará de plantão.– Ela falou naturalmente.

FERNANDO— Vamos pesquisar outro médico!– Falou sério.

TEREZA — Outro onde, Fernando? – Ela o olhou e esperou.

FERNANDO — Qualquer lugar que não seja na clínica!

TEREZA— Heriberto tem na clínica médicos excelentes!– Ela o olhou fixamente.– Por Deus... você acha que vou me consultar com Otávio?

FERNANDO— Ele é o único médico naquela clínica!

TEREZA— Não é, Fernando, está cheio de médico lá! Ginecologista! Tudo bem, Fernando vou a outra clínica. Você quer escolher?– Ela se levantou do sofá. – Vem que vou te servir sua comida, você deve estar com fome!

FERNANDO— Não você escolhe! – Ele levantou e a abraçou por trás beijando seu pescoço. – Não entenda como desconfiança, só não o quero perto!

Tereza o sentiu perto.

TEREZA— Está tudo tudo bem... eu vou a outra clínica! O que quer almoçar? A cozinheira desta casa é cheia de frescura por causa de Vick, se você quiser eu faço alguma coisa só para você. Quer alguma comida especial?

FERNANDO— Quero Tereza de comida! – Falou rindo.– Mas como você está de dieta, eu quero algo fácil, amor!

Ela riu.

TEREZA— Mais tarde você terá, Tereza, sim, meu amor... para se lembrar na sua viagem. Comprei até um presente pra você de despedida de uma semana. – Sorriu fazendo Fernando se sentar. – Farei um grelhado de frango com salada pra nós dois.

FERNANDO— Amor se esta doendo aí na minha casinha não vamos abusar!

Ela riu.

TEREZA— Sua casinha vai ficar ótima até mais tarde!

O celular dela tocou, ela atendeu sem olhar

TEREZA — Alô...

JOÃO— Tereza, sou eu, João! Como está minha filha?

TEREZA — O que você quer.? Como conseguiu meu numero?– Falou nervosa. – Nossa filha não está bem, mas ela já disse que não quer saber de você!

JOÃO— Porque está falando assim comigo? Tô com saudade de você! Eu sei que ela não quer saber de mim mais isso não significa que eu não vá querer saber dela.

TEREZA— Por favor... não ligue mais e não diga essas coisas. – Estava com Fernando diante dela.

JOÃO— Esse homem aí te come como eu? Te leva ao orgasmo fácil? Te come com força como você gosta? Te chupa?– Foi vulgar.

Tereza sabia que ele gostava de provocar.

TEREZA— Eu vou desligar. Não me ligue mais!– E desligou olhando para Fernando a mão tremia e ela disfarçou.

JOÃO— Eu vou ligar e vou te ver pra gente fazer um sexo gostoso te pegar por trás!

Ela olhou mais uma vez para o marido.

TEREZA— Me desculpa! – Falou tensa e cheia de medo.

JOÃO— Eu vou ter que ir atrás desse homem?

Ela ficou em silêncio. Se o marido pudesse imaginar o que o outro tinha dito a coisa aí se complicaria.

TEREZA — Ele queria saber de Victória.

FERNANDO— Não tem que saber dela, não tem!

TEREZA— Eu não dei meu número a ele Fernando! Eu não dei e não sei como ele conseguiu...

FERNANDO— Esse homem te quer, Tereza! Ele te quer!

TEREZA – Mas eu não o quero!– Ela respondeu. – Eu sou casada com você e não estou atrás de homem nenhum. Ele está assim porque sente culpa está tentando consertar o que ele fez. Mas não tem conserto!

FERNANDO — Não se engane, Tereza! Olha o que aconteceu com Victória, ela foi confiada e de bom coração e olha no que deu! Não me intérprete mal, por favor!

TEREZA — Eu não vou falar com ele, Fernando!– Não o procurei e nem estou disposta a recebê-lo

FERNANDO— Não grita comigo!

TEREZA— Estou andando de guarda costa! Você gritou antes. Eu não gritei.– Ela pegou um copo de água estava tremendo.

Ficou de costas para ele.

TEREZA— Não vamos estragar nosso casamento por causa dele! Não vamos! – Ela estava tensa e de costas ainda.

FERNANDO— Se ele ousar chegar perto de você, eu vou dar um tiro nele!

TEREZA — Não!– Ela se virou.– Não, Fernando, não fala isso!

FERNANDO — Eu só to te avisando! Eu vou dar um tiro nele!

TEREZA — Não vai dar tiro em ninguém!

Fernando ficou em silêncio e nada mais disse, iria conversar com Luciano e pedir para que um de seus amigos o ajudasse. Ela fez a comida em silêncio e o serviu.

FERNANDO— Heriberto não desceu ainda. – falou olhando o prato. – Obrigada, amor! Você não vai comer?

TEREZA— Vou comer sim, mas vou ver Vick e volto.

FERNANDO – Te espero...

TEREZA— Já venho, não come rápido!

FERNANDO— Tudo bem, amor!

Teresa foi até a parte de cima olhou a filha dormir cedo dos netos junto a ela e percebeu que estava bem cuidada. Ana Lívia dormir abraçada Vick estava sossegada também. Os seios de Teresa estavam cheios de leite incomodavam bastante e ela desceu para almoçar com o marido.

Quando chegou na cozinha tocava os seios demonstrando o incômodo pelo leite que estava ali.– Arrumou sua comida e se sentou ainda sentindo dor no seio. Fernando a olhou.

FERNANDO— Ela tá com fome, né?

TEREZA— Está está com muita fome porque meus seios estão doendo muito!

FERNANDO — Come depois você tira e da na mamadeira para ela.

Ela suspirou e começou a comer.

TEREZA – Amor, você fez sua mala? Que que eu vá em casa fazer sua mala enquanto meus netos estão com a mãe?

FERNANDO— Não precisa eu me viro! Pode ficar aqui com nossa menina! Quer que eu peça pra empregada fazer sua mala também? Vai ficar aqui a semana toda?

TEREZA — Sim, eu preciso, mas quero que me traga um perfume novo. – sorriu para ele.

FERNANDO— Vou pensar no seu caso! – ela sorriu.

TEREZA— Não está com vontade de deixar a sua Tetê cheirosa? Ou você traz esse perfume ou eu vou ter que encontrar outro lugar! Amor a comida ficou uma delícia, né?

FERNANDO— Tereza eu tô falindo não tô podendo comprar nada! – Falou a olhando.

FERNANDO— O que? Falindo? Como falindo, Nando?

Ele continuou comendo normalmente.

FERNANDO – Isso é ruim?

TEREZA— Meu amor, eu te amo não faz diferença pra mim, mas você lutou tanto para ter o que tem!

Ele riu.

FERNANDO— Não se preocupe estava brincando! Podemos cuidar de mais vinte famílias com o que eu tenho!

TEREZA— Nando, não me assusta! Não tenho nenhum problema, eu já fui pobre, muito pobre, e era uma pessoa feliz por muito tempo! Se fosse verdade ficaria preocupada com você, amor que nem sabe o que é isso.

Ele riu mais.

FERNANDO — Eu sempre trabalhei mulher, não nasci pobre mais não era tão rico assim eu construí fortuna desde muito cedo e agora é tudo seu e da Ana e de minha Vick. Já fiz meu testamento!

TEREZA— Não gosto de falar dessas coisas nem imaginar que você vai morrer. Não quero ficar pensando nisso.– Ela continua comendo e olhando para ele.

FERNANDO — Eu não sou mais novinho, Tereza! – Terminou de comer e tomou seu suco.– Uma hora eu vou ter que ir!

TEREZA— E precisa ficar falando disso? – Ela continuou comendo.

FERNANDO — Não amor, não precisa! Desculpa tá!

TEREZA— Não quero ficar viúva, você não entende isso que eu não quero pensar nisso! Eu só tenho você, Fernando, Victória e Ana só vocês três! Tem meus netos também!

FERNANDO— Amor não precisa ficar assim!

Ela suspirou e olhou para ele.

TEREZA— Está tudo bem amor está tudo bem!– Ela terminou e sorriu. – O que te atrai? Que coisas em mim te atraem?

Ele a olhou cruzando os braços.

FERNANDO— Por que quer ser elogiada agora? – Sorriu de lado

Ela sorriu de volta.

TEREZA – Porque você é meu marido eu tenho direito de saber! Não posso? – Conversou com ele de modo sensual.

FERNANDO— Hum... – Ele analisou ela. – As pernas!

Tereza riu alto.

TEREZA— Entre elas ou elas, Nando?

FERNANDO — Elas Tereza, se fosse entre iria dizer claramente a sua caverninha como você gosta de dizer!

TEREZA – Gosta das minhas pernas! Eu tenho mostrado tão pouco para você, meu amor. Nem tenho tido tempo de ir na nossa piscina de fazer as coisas só fica cuidando de nossa filha. – Estendeu a mão para ele com cuidado.– Você não quer mesmo que vai tá em casa com você? – Que te faça um pouquinho de companhia só nós dois em casa? – Apertou a mão dele.

FERNANDO— Você tá ardendo e mesmo assim não fica quieta!

TEREZA — Eu estou em lua de mel, me casei a poucos dias.

FERNANDO— Eu sei mais você quer dar de mama fica aqui mesmo!

TEREZA— Meus seios estão doendo.

FERNANDO— Então você tem que ficar, não fica se oferecendo se não vai me dar!

Ele levantou.

TEREZA — Você nem parece estar querendo.– Provocou ele puxando a saia para mostrar as pernas.

Ele não deu importância a provocação dela.

FERNANDO— Eu tenho que ir!

TEREZA— Tudo bem, amor!

Tereza ficou de pé.

TEREZA — Vai resolver suas coisas eu te espero porque você vai dormir aqui, não vai?

Colocou as mãos espalmadas no peito dele.

FERNANDO— Não tem lugar aqui amor você sabe que os quartos são limitados!

TEREZA — Amor, que não tem lugar? Você não pode dormir comigo no sofá?

FERNANDO—Amor, olha o meu tamanho, se dormimos no sofá eu vou querer dormir engatado em você.

Ela sorriu.

TEREZA— Engatado em mim vai ser delicioso!

FERNANDO — Tarada!– Deu um tapa no traseiro dela e a beijou. Deu selinhos nela.

TEREZA – Me liga se precisar!

Teresa viu marido partir e suspirou pensando em mim todo sofrimento da filha subiu as escadas pensando em Vicky e foi até o quarto ele era aquela linda princesa que ela tinha gerado. Agora sua princesa era "A Rainha da Moda!"

Heriberto estava sentado no sofá no quarto observando os dois filhos a cunhada de apenas seus um ano e três meses e a esposa deitados na mesma cama. Na cabeça dele apenas as imagens de Oscar e todo sofrimento que Vitória deveria ter passado antes dele chegar. Olhou o seu braço e viu aquele corte deveria estar doendo mais.

Talvez seu sangue ainda estivesse tão quente que ele nem sentir-se direito a dor daquele corte. Olhava para ela com todo carinho do mundo e sabia que a esposa não deixaria que ele chegasse perto nem tão cedo dela. As marcas que o maldito do Oscar tinha feito não iria passar tão rápido porque o trauma que poderia gerar nela afastaria das pessoas.

Sentiu vontade de sumir encontrar o homem que tinha causado tanta dor a mulher de sua vida. Ficou parado olhando para ela até o momento em que viu Victória abrir os olhos. Victória o olhou por um longo momento mais logo seus olhos se fecharam e ela voltou a dormi novamente.

Ele suspirou e não disse nada apenas ficou lá olhando sua família. Rafael acordou e levantou da cama, foi ate o pai e o arrastou do quarto, levou ele para o seu e o obrigou a descansar, pediu os remédios dele depois que chegou o obrigou a tomar e só saiu de lá quando o pai havia dormido...