Você Pertence a Mim.
Capítulo 32- Innocence.
“ Acordando eu vejo que tudo está bem
Pela primeira vez em minha vida e agora é tão bom
Eu paro, olho em minha volta e eu estou tão maravilhado
Eu penso nas pequenas coisas que tornam a vida boa.
Eu não mudaria nada sobre isso
Essa é a melhor sensação
Essa inocência é brilhante
Eu espero que isso permaneça
Esse momento é perfeito
Por favor não vá embora
Eu preciso de você agora
E eu vou me prender a isso
Você não vai se deixar ser ignorado? ”
Narração de Rachel Bolan.
Abri os olhos, encarando a janela de vidro que cintilava com toda a força os raios de sol em meu rosto. Suspirei baixinho e sentei-me na cama tentando organizar os pensamentos tão confusos que rondavam minha cabeça. O que aconteceu ontem? Porque eu beijei a Lilly? Porque não consigo parar de pensar nela? E porque nenhuma dessas perguntas tem resposta? Droga. Passei a mão pelo meu rosto e por meus cabelos focando a atenção no relógio que marcava onze e vinte e três da manhã, talvez Sebastian estivesse acordado, talvez ele pudesse me ajudar a entender tudo o que se passava comigo...
Levantei da cama e fui ao banheiro fazer a minha higiene matinal e logo que acabei a mesma tratei de me vestir, pus a mesma calça jeans que vestira ontem, uma camiseta preta qualquer e minhas botas caubói para enfim descer a sala para ligar para Sebastian. O telefone chamou muitas vezes até que Seb atendeu.
- Alô?
Ele disse entediado.
- Hey, que voz desanimada é essa?
Ri e o loiro acompanhara-me na risada.
- Ah, nada, é que um saco não ter nada para fazer em casa... Mas e aí Rachel, tudo bem?
- Mais ou menos.
Disse suspirando.
- O que aconteceu cara? Você parecia tão animado esses dias...
- Não dá para te explicar direito aqui no telefone, por isso te liguei para saber se eu podia ir aí...
- Claro Rach! Porque não?
- Tudo bem, então até daqui a pouco Seb.
- Até.
Desliguei o telefone, peguei as chaves de casa e do meu carro e por fim, passei pela enorme porta de entrada e a tranquei. Andei calmamente até meu Mustang Cobra 1965 de cor avermelhada e andentrei no mesmo. Dei a partida no carro e entrei na rua numa velocidade mediana, a casa de Seb ficava apenas a vinte minutos da minha. Chegando à casa de Sebastian, estacionei o Mustang na frente da mesma e desci do carro indo em direção ao portão. Toquei o interfone e Bach aparecera na porta com um sorriso brincalhão no rosto.
- Rach! Finalmente apareceu! Achei que você não vinha mais...
Ele disse abraçando-me batendo levemente sua mão enorme em minhas costas e voltou a falar.
- Vamos, entre!
O loiro me puxara pelo pulso, passando como um foguete pela porta de entrada e sentou no confortável sofá que continha uma cor crua. Seu semblante animado deu-se lugar a um sério e preocupado, seus olhos castanhos esverdeados miravam nos meus tentando de algum jeito advinhar o que se passava comigo.
- Agora você pode me contar o que aconteceu? A sua voz no telefone saiu esquisita, como se você estivesse pensativo ou algo do gênero.
Sebastian falava com a voz firme.
- Estou confuso... Não sei mais o que eu faço Seb, você é a única pessoa que pode me ajudar.
Baixei os olhos que já juntavam um tanto de lágrimas no canto dos mesmos.
- Hey, se acalma... O que aconteceu?
Ele tocou meu ombro de forma acolhedora, coisa que amigos sempre fazem.
- Aconteceu que eu beijei a Lilly e que eu estou totalmente apaixonado por ela!
Disparei passando as mãos em meus cabelos escuros na tentativa de me acalmar, o que não aconteceu por conta da risadinha que o loiro que estava a minha frente soltara.
- E o que isso tem demais? Todo mundo se apaixona Rachel... Veja eu e Rosalie, nós trocávamos poucas palavras durante os ensaios do Guns, eu nem sequer olhava pra ela e ela namorava Izzy. Mas, o destino nos juntou naquela noite em que Rose apareceu na nossa porta procurando por Lilly e aqui estamos, prestes a fazer dois meses de namoro!
Olhei para o lado enquanto Seb sorria vitorioso, realmente ele e Rosie formavam um casal maravilhoso, era engraçado como o destino trabalhava... Unindo pessoas que você nem imaginava ver juntos algum dia.
- Mas com você foi diferente, eu sei que a Lilly ainda gosta do Axl e eu daria tudo para vê-la sorrir de novo... Por isso sofro calado desde o dia que a conheci.
Meus olhos encheram-se de lágrimas, aquela velha dor no peito ganhou força novamente. A dor que eu sentia quando pensava na que a garota que eu amava nunca ficaria comigo... Ela já pertencia a outro, muito antes de eu aparecer na vida dela e isso me machucava demais, eu estava cansado de sofrer por amor. Porque raios eu SEMPRE me apaixonava pela menina errada? Acho que Rachel Bolan era um imã de problemas.
- Cara, você vai sofrer calado por causa de um desgraçado que fudeu com a vida da garota que você ama? Você vai abrir mão da sua felicidade por um infeliz que não está nem aí pra Lilly? Se fizer isso, consire-se morto Sr.Bolan. Larga de ser mulherzinha e corra atrás do que quer, porque se você a ama de verdade não vai deixá-la partir assim como você deixou a Charlotte, a sua antiga namorada que você perdeu por ter sido um covarde. Seja homem Rachel, vá até Alice e diga o quanto a ama!
Aquelas palavras de Sebastian foram como um soco na cara, ele tinha razão, sendo um idiota que nem eu estava sendo iria deixar Alice sozinha e desprotegida do mundo... Eu precisava ser homem, pelo uma vez na vida.
- Seb, valeu pela ajuda... Você sabe como dar um chacolhão em uma pessoa.
Disse rindo.
- Disponha... Cobrarei favores mais tarde. Agora vá atrás da sua mulher!
Ele acompanhou-me até o portão, esperando eu ligar o meu carro. Após ligar o Mustang dei um aceno rápido e saí em disparada para casa de Lilly. Eu precisava contar o que sentia, o que escondia a meses... Aquilo estava me matando!
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