Capítulo 11- Confissão.

\"Então ninguém nunca te disse, baby como seria isto

Acelerava a moto o máximo que eu podia, a poeira do asfalto subia, o vento batia com força em meu rosto, fazendo a sensação de liberdade fluir por todo meu corpo. Sentia-me viva mais do que nunca, como um pássaro que enfim saiu de sua gaiola, aspirei o ar com força e me foquei a estrada mais uma vez.

Olhava para os lados em busca de uma pista de Kurt e a encontrei, sua velha bicicleta azul esparramada pelo canto arenoso ao lado da estrada. Senti que era hora de descer da moto e procurá-lo a pé, estacionei a moto de Dave num local qualquer e me pus a achar o loiro que causara tanto problema desde que saiu de Los Angeles.

Andei mais alguns trechos daquela estrada e mais uma vez sentir meu coração falhar, Kurt estava sentado numa pedra, machucado, sujo e com um ar de cansaço. Corri até aquela pedra que o mesmo sentava e sorri com o objetivo de animá-lo e o que recebi em troca foi um olhar tão cortante que despedaçou meu coração em milhões de pedacinhos.

- K- Kurt... O que você tem?

Engoli em seco.

- O que EU tenho?Diga-me você!

Seu olhar emitia o mais puro e intenso ódio.

- Do que está falando?

Ele riu de um modo assustador que me fez tremer por alguns instantes.

- Não se faça de tonta, Lilly! Você sabe do que estou falando.

Ele continuava sério.

- Não sei não! Primeiro você some do nada de Los Angelese vem parar aqui neste inferno sem nem ao menos me avisar e agora está aí, todo sujo e machucado por conta da sua infantilidade!

Apontava e gesticulava como um animal estava alterada.

- Você sabe muito bem porque estou assim! É aquele desgraçado do William! ELE é a causa disso tudo.

Kurt grunhiu, chutando uma pedra dali.

- O que tem ele?

Estava chocada.

- Como você pode se entregar tão fácil a um cara que te deixou pela fama e o dinheiro?

Ele bufou.

- Ele não me deixou, apenas foi correr atrás de seu sonho... Eu não podia prendê-lo em Lafayette para sempre!

Cuspi as palavras no mesmo tom que o loiro usava.

- Se não te deixou então por que você estava sozinha na calçada naquele dia?

Calei-me, já não tinha o que dizer então Kurt continuou.

- Será que você não percebeu que eu te amo Lilly? Eu nunca te faria sofrer como ele fez! Agora a escolha é sua: ou “ele” ou eu!

Dito isso, Kurt pegou sua bicicleta e se foi.

Eu estava de mãos atadas, os dois homens que mais importantes na minha vida, estavam brigando por mim? Ajoelhei em meio a estrada, passando a mão por meus cabelos e agora? O que eu faria?