Viúva negra- Parte 1

Do recomeço ao cortejo


Alguns dias depois... Numa praia, Karen está num quiosque, admirando a brisa e o barulho do mar.

— É a vista mais linda que vi em toda a minha vida.

—Joseph! Que susto.

Karen desabrocha um lindo sorriso, enquanto Joseph se assenta na sua frente.

— isso e para você!

— flores! Obrigada!

— reconhece?

— são flores tropicais...

— não e da nossa terra, mas assemelha se a elas...

—alem de serem lindas, trazem boas lembranças, muito obrigada!

— Você me disse por telefone que precisava conversar. O que aconteceu?

Um garçom vem na direção deles

— o que o recém-casal ira pedir?

—“ recém?” — questiona Karen enquanto olha para o garçom

—“ casal”? Questiona Joseph

O garçom ri constrangido— me desculpe, mas, se vocês não são um casal, deveria ser, pois foram feitos um para o outro, eu estava observando vocês e é nítido como se olham e sorriem quando o outro chega, até porque vocês sempre se encontram aqui, me desculpe novamente mas, vocês combinam muito juntos, e se gostam também.

— para um garçom você sabe bastante sobre a gente. — comenta Karen com tom de indignação.

—me desculpe senhora, e que os senhores já frequentam aqui há um tempo e eu observei isso, me perdoe pelo incomodo.

— esta tudo bem, mas não vamos querer nada, já estamos de saída.

—mas você está certo rapaz! Realmente nos gostamos, os nossos olhares são intensos um para com o outro e fomos feitos um para o outro. — reafirma Joseph enquanto olha para Karen.

Karen fica constrangida, e suas bochechas ficam tão vermelhas quanto um tomate, o garçom ri e Joseph a olha com um olhar sereno e carinhoso.

—deixarei os pombinhos a vontade.

—Joseph!

— o que foi? O rapaz estava certo.

— vamos conversar na areia.

Karen levanta e vai rapidamente até a areia, deixando Joseph para trás. Senta se na área, diante das ondas do mar, Joseph chega logo em seguida.

— o que deu em você?

—nada, não se pode confiar sempre nas pessoas, se ele sabe como agimos, e porque passa tempo demais nos observando e deixando de cumprir o seu papel de garçom, apenas garçom!

Joseph olha de cima a baixo a Karen, franze as sobrancelhas e respira fundo.

—você esta estranha, esta fria, seria, agitada, não esta me olhando.

Joseph vai sorrateiramente encostando sua mão na mão de Karen,

— não me encosta!

Levanta agitada e passando a mão no rosto

Joseph se levanta, preocupado e com semblante de indagação.

— você esta bem? Está em algum período feminino ou algo do tipo? Você estava tão bem e de repente deu esse ataque.

—desculpe, por isso que te chamei, e o Abraham. Estou com a cabeça quente.

O telefone de Karen toca

—alô? O que? Ok estou a caminho.

— o que houve?

— e o Abraham, vem, no caminho explico.

No hospital, Karen corre para a enfermaria.

—onde está Abraham?

—esta na sala, sobre feito de sedativo. Perdoe-me senhora, foi à única maneira de controla ló.

—controla ló? Sussurra Joseph, sem entender.

Karen vai até a sala, junto com a enfermeira e com Joseph, ao chegar à sala, vê o irmão dormindo, com um semblante triste e com um dos braços amarrados na maca com um pano.

—por que o braço do meu irmão esta amarrado?

— por segurança senhora.

— segurança?

—sim, Abraham teve um surto, os psiquiatras que o avaliaram não passaram para nos o quadro mental dele, então não posso lhe informar ao certo o que ocasionou essa reação. O que posso lhe afirmar é que Abraham ficou nervoso e agitado, dizendo o tempo todo que queria ir atrás de uma moça chamada Luzia, ele levantou e tentou sair do hospital, reafirmando incessantemente a causa da sua suposta saída, os enfermeiros o impediram, e ele começou a ficar muito nervoso e cada vez mais alterado, começou a gritar e continuar repetindo a mesma frase, a tal ponto dele agredir um dos enfermeiros e gritar varias vezes o nome dessa moça, até que eu e mais cinco enfermeiros conseguimos aplicar um sedativo, e ele se acalmou aos poucos e dormiu agora a pouco.

Karen coloca a mão na boca, como ato de espanto, e respira bem fundo e fecha os olhos.

— quando ele vai acordar? — questiona Karen, com semblante de espanto e preocupação.

— daqui a algumas horas, agora com licença, preciso ir, se precisarem pode me chamar.

A enfermeira sai, deixando Joseph e Karen na sala, que está tremula, com os olhos lacrimejando.

—vem— Joseph coloca sua mão no ombro de Karen, abraçando a— ele não vai acordar agora, vamos conversar la fora.

Na cantina do hospital

— Karen, o que houve com Abraham?

— Abraham foi vítima de um atentado, de uma armação feita por uma das suas ex´s namoradas. A mesma deu a ele uma droga que estava dentro de um refrigerante, algo feito em laboratório especialmente para isso. Uma droga extremamente estimulante que o deixasse cegamente excitado, o que não era difícil do Abraham ficar— comenta em tom de deboche— e com isso, ele acabou se relacionando sexualmente com essa garota dentro do laboratório de química da faculdade, e Luzia flagrou.

Joseph fica espantado enquanto houve o depoimento de Karen

— o pior ainda está por vir, ele não conseguiu “liberar toda a adrenalina” que a droga ocasionou, pois Luzia flagrou antes. E isso causou uma serie de complicações que estão nos exames dele...

—que complicações são essas?

— de inicio, dores intensas, alteração da temperatura do corpo, que ocasionou um suador terrível, já que seus hormônios estavam fora de controle, visão turva, palpitação do coração e perda de alguns sentidos. Depois, a adrenalina “não sendo liberada” e o seu corpo num estado desequilibrado, ele teve parada cardíaca, convulsão e o que ele ainda não sabe... Eu não estou tendo coragem de contar...

— disfunção?

— sim, houve um caso raro, de acordo com os médicos a droga, em um dos seus efeitos colaterais, fez com que o seu saco escrotal arria se. A partir de agora, Abraham não consegue ejacular mais, ou seja, se tornou estéril.

— tudo isso por causa de uma droga?

—tudo isso por causa de vingança. E agora? Abraham está com ódio dessa garota, perdeu sua amada e não pode gerar filhos. E agora Joseph? Somos os únicos das Malvinas vivos. Como será a nossa descendência? Tudo isso por causa de uma estúpida vingança, então eu te pergunto: valeu a pena? — questiona indignada enquanto chora.— Abraham terá que começar do zero...

Joseph fica pensativo

— você não pode ter filhos?

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.