Vizinhos

Pizzas & Filme de terror...


No dia seguinte...

P.O.V Da Sam

— Vai deixar ela no aeroporto? - Jade apontou para a Carly.

— Vou. Quer vir com a gente? Podemos ir no seu carro. - Eu não estava muito a fim de levar a Carly de moto.

— Pode ser, não tenho nada para fazer mesmo. - Deu de ombros.

— Beleza. Vou só pegar o Almôndegas. - Falei.

— O quê? Ele vai sujar o meu carro. Não quero nenhum filhote fazendo 'necessidades' no meu carro. - Avisou, rabugenta.

— Ele não vai sujar nada, não seja chata, Jade. - Carly fez bico. Ela adorava o Almôndegas.

— Já disse que não. Nós não vamos levar ele. - Se manteve firme, nos olhando com cara de poucos amigos.

Suspirei, eu não queria deixar o pobrezinho sozinho em casa.

— Deixa ele com o Freddie, Sammy. - A Shay me deu uma boa ideia.

— É, deixa o bebê para o pai reparar... - A West disse debochada.

— Não enche, Jay. - Resmunguei e fui pegar meu bebê de quatro patas que estava na caminha dele.

Arrumei as coisas do pequeno Almôndegas e coloquei na bolsa com estampa de ossinhos coloridos, eu havia comprado no Pet Shop. Jade e Carly decidiram esperar no carro enquanto eu levava o bebê para a casa do Nerd e do Cabeludinho.

Toquei a campainha e quem atendeu a porta foi o Beck.

[...]

P.O.V Do Freddie

Beck e eu estávamos jogando vídeo game, ouvimos a campainha tocar e pausamos o jogo. Ele foi atender a porta, continuei sentado no sofá, abri um pacote de salgadinhos e levantei para ir pegar uma latinha de refrigerante, foi quando ouvi a voz da Sam.

— Tô com pressa, nós vamos levar a Carly no aeroporto. As coisas dele estão dentro da bolsa. - Mas o quê? Que papo era aquele?

Parei ali atrás do sofá, ouvindo a conversa.

— Tá, pode ir tranquila. Diz para a sua amiga que eu desejo uma boa viagem para ela. - Beck falou sendo simpático como sempre.

— Valeu mesmo. Vou dizer. - Percebi que a loira estava mesmo com pressa.

Ela foi embora, meu amigo fechou a porta e voltou com o Almôndegas e uma bolsa azul com estampa de ossinhos coloridos.

— Segura que é teu. - O idiota fez menção de jogar o cachorrinho para mim.

— Fala sério. - Resmunguei indo tirar o animalzinho do colo dele.

— Vai lá com o seu pai. - Imitou voz de bebê e eu o fuzilei. - Mano, ele parece contigo mesmo. - Zoou com a minha cara.

— Ha, ha, muito engraçado. - Fiz careta e ele largou a bolsa no sofá.

— A sua garota é uma graça. - Comentou risonho.

— Não fica sacaneando muito, não hein? Vai que a sua garota decida adotar uma cobra e compartilhar a guarda com você, isso seria demais. - Debochei.

— Cruzes! Vira a boca para lá. - Fez o sinal da cruz.

— Olha, tem medo de cobrinha, é? - Comecei a rir da cara dele.

— Claro que não, mas eu não quero cobra nenhuma perto de mim! - Disse, sério. - Mas e aí? Vamos dar uma olhada na bolsa do seu bebê? - Sorriu sentando para poder bisbilhotar. Revirei os olhos.

Coloquei o Almôndegas em cima do carpete.

— Bolinha de borracha. - Retirou uma bolinha vermelha. - Ração. - Colocou o saquinho transparente em cima da mesinha de centro. - Vitaminas. - Me entregou a caixinha amarela. - O que é isso? - Ergueu uma toalhinha verde.

— Acho que ela limpa a boca dele com isso. - Ri imaginando a cena.

— Deve ser. - Concordou. - Olha, também tem um bilhete. - Mostrou um pedaço de papel dobrado. - Deixa que eu leio... - Limpou a garganta. "- Nerd, cuida bem do nosso bebê, tá? Ele só toma leite de caixinha e só come ração. Forre o chão para ele fazer o número 1. E leve ele para fora para fazer o número 2. P.S.: Vou te encher de agradinhos se cuidar bem dele." - Leu o bilhete e caiu na gargalhada.

— Ah, cala a boca! - Puxei o bilhete e o amassei.

— Agradinhos, é? Se eu ajudar você a cuidar do bebê, será que ganho agradinhos também? - Sorriu, sacana.

Não pensei duas vezes, taquei o pacote de salgadinhos na cara dele e levantei evitando bater nele pra valer.

— Ai, porra! Eu tô brincando! Caramba, meu! - Me olhou emburrado.

Olhei para o chão, o Almôndegas não estava mais no carpete como o deixei.

[...]

P.O.V Do Beck

— Aí, Benson, hoje tu não ganha nenhum agradinho não. - Falei quando ele começou a vasculhar cada canto da sala.

— Cara, para de falar merda e me ajuda aqui. Onde será que ele se meteu? - Se abaixou engatinhando pela sala, olhando por baixo dos móveis.

— Tá, eu te ajudo! - Comecei a procurar o filhote junto com ele.

Minutos depois...

— Cacete! Ele sumiu! - Estávamos na cozinha e nem sinal da bolinha peluda.

— A Sam vai me matar! - Choramingou pondo as mãos na cabeça.

— Olha, não entra em desespero, beleza? Podemos ir ao Pet Shop, compramos outro filhote igual o Almôndegas e problema resolvido. - Sugeri uma boa ideia.

— Tá de brincadeira? Acha mesmo que ela não vai perceber? - Indagou, incrédulo.

— Vai nada, ela é loira. - Brinquei para tentar descontrair.

— Como é que é? Repete aí! - Avançou em mim, agarrando a gola da minha camiseta, ergueu o punho esquerdo.

— Ei, relaxa, é brincadeira, irmão! - Levantei as mãos e ele me soltou.

— A gente precisa achar ele e logo. - Fiquei até com pena, meu amigo estava mesmo desesperado.

— Vamos nos separar, você procura... - Me calei quando a campainha tocou.

Nos entreolhamos, ele estava de olhos esbugalhados, ficamos imóveis, sem saber o que fazer.

— Não vou abrir a porta, não. - Quebrei o silêncio.

— Por quê, Deus? Por quê? - Choramingou olhando para cima.

[...]

P.O.V Da Jade

Sam tocou a campainha umas dez vezes, sem brincadeira. Ela estava ficando nervosa e eu estava impaciente.

— Talvez eles tenham ido levar o Pulguentinho para passear. - Falei. A loira me fuzilou. - O que foi? Pulguentinho é um apelido fofo! - Forcei um sorriso. Ela negou e apertou a campainha de novo.

Já íamos embora, mas vimos a maçaneta girar e a porta foi aberta.

— Até que enfim, hein? Que demora para atender a porta! - Reclamou com o Nerd dela.

Ele estava suando, sorriu forçado e enguliu em seco, parecia nervoso. Logo percebi que tinha algo errado.

— Qual é o problema? O cachorro morreu? - Indaguei. Foi a primeira coisa que passou pela minha cabeça.

— N-não. - Gaguejou.

— Sai da frente! - Sam o empurrou e entrou. - Cadê o bebê? - Ela perguntou já desesperada.

— O Freddie não tem culpa! - Beck estava na sala e parecia bem tenso.

— O que aconteceu? - Perguntei para ele que enguliu em seco e olhou para os próprios pés.

— Cadê o Almôndegas? - A loira partiu para cima do Freddie que correu indo se esconder atrás do amigo.

— Sam, o filhote morreu e eles não querem dizer. - Falei com pesar.

— VOCÊ MATOU O BEBÊ? - Ela berrou, horrorizada.

— ELE NÃO MORREU! APENAS SUMIU! - O covarde deu um passo à frente, o grito dele saiu fino e engraçado.

— Sem problemas. Podemos ir ao Pet Shop para comprar outro! - Tentei amenizar a situação.

— Essa foi a minha sugestão. - O Oliver comentou.

Minha amiga nos deu as costas e correu porta afora.

— Meus parabéns! - Bati palmas. - Isso é culpa sua! - Apontei para o Topetudo.

— Ei, a culpa não foi dele. Ninguém tem culpa. - Beck o defendeu.

— Cala a boca! - Me irritei com ele também.

— Não calo não. Você não manda em mim. Eu tô dentro da minha casa, sacou? - Ele também estava alterado.

— Saquei e já estou caindo fora, babaca! - Falei com raiva e fui embora dali.

[...]

P.O.V Do Freddie

— Mas que merda! - Praguejei.

— Uma grande merda por sinal! - Ressaltou o Oliver.

— Vai atrás da sua morena, cara! - O aconselhei.

— Amanhã eu me entendo com ela. É melhor você ir atrás da loirinha. - Falou.

— Ela não vai mais querer falar comigo. - Suspirei.

— Mas a culpa não foi sua. - Disse sentando no sofá.

— Foi sim. Eu devia ter ficado de olho nele. - Lamentei.

Foi então que ouvimos um choramingo e senti algo macio e grudento passando por minhas pernas, quando olhei para baixo vi o filhote, tinha papel higiênico grudado nele.

— Eca! - Exclamou meu amigo. - Credo! Ele deve ter derrubado a lixeira. Vou lá dar uma olhada no banheiro. - Levantou.

Foi exatamente o que havia acontecido, nem procuramos pelo banheiro que ficava no primeiro andar. Fui com o Beck dar uma olhada e nos deparamos com uma bagunça, o tapete estava sujo de cocô e fora do lugar, a lixeira estava tombada no chão, e o papel higiênico usado estava todo espalhado.

— Ele precisa de um banho. - Falei olhando para o cãozinho que estava sujo e com certeza muito fedido.

[...]

P.O.V Da Sam

— Aquele Nerd idiota... - Sequei as lágrimas. Maldita TPM. - Eu nunca mais vou falar com ele. - Falei para a Jade.

— Todos os homens são idiotas mesmo. Acredita que o Oliver foi um grande babaca comigo? - Ela estava furiosa.

— Ele disse que o Almôndegas sumiu, mas sei lá... Acho que ele deu fim no pobrezinho, ele nem parecia gostar do bichinho... - Afundei o rosto no travesseiro, voltando a chorar.

— Não duvido, loira. - Ela concordou comigo. - Você quer que eu detone o topete dele com a minha tesoura nova? - Perguntou. E não era brincadeira.

— Não. - Levantei o rosto. - Não suje a sua tesoura com aquele cabelinho ensebado. - Falei.

— Então, pare de chorar, você não é assim, Puckett. Vamos lá, levanta essa bunda gorda daí e vai lavar o rosto. Que tal pedirmos pizza para o jantar? - Tentou me animar.

— Tô sem fome. - Respondi. - Quero ficar sozinha. - Puxei o edredom até a cabeça e me encolhi, fechando os olhos.

— Tudo bem, vou te deixar sozinha, só não vai se afogar em lágrimas, hein? - Deu tapinhas na minha bunda.

Jade saiu do quarto e eu continuei ali, eu estava muito triste e a culpa era toda daquele Nerd idiota.

Eu devia ter quebrado a cara dele. Ele com certeza não gostava do Almôndegas e por isso acabou se livrando do coitadinho.

[...]

P.O.V Do Freddie

— Aperta a campainha. - Pedi para o Beck.

Eu estava carregando a bolsa no ombro e minhas mãos estavam ocupadas segurando o danadinho. Oliver apertou a campainha e quem atendeu a porta foi a Jade. A morena abriu a boca surpresa e olhou para o filhote.

— Comprou outro cachorro para substituir o outro que você deu fim? - Perguntou, indignada.

— Claro que não. Esse aqui é o Almôndegas, eu juro. - Ergui o filhote, o aproximando dela.

Ela o analisou ainda desconfiada e assentiu.

— Entra logo, ela está lá no quarto ensopando o travesseiro por sua culpa. - Se afastou, me deixando entrar.

Beck também tentou entrar, mas foi barrado.

— Ah, qual é? Me deixa entrar, precisamos conversar. - Ouvi ele dizendo.

— Cai fora, Oliver, some da minha frente! - Disse, irritada.

Eles começaram a discutir e eu subi a escada sem pressa, assim que cheguei no segundo e último andar, parei de frente para a porta do quarto da loirinha marrenta e bati duas vezes.

— ME DEIXA EM PAZ, WEST! - Gritou, até o Almôndegas se assustou e sobressaltou quase caindo das minhas mãos.

— Sou eu, o Freddie! - Avisei.

— Vai embora, não quero nem olhar pra sua cara! - Sua voz saiu abafada.

— Mas aposto que quer abraçar o Almôndegas, né? - Perguntei.

— O quê? - Indagou.

— Abra a porta, loira. - Pedi.

— Você está brincando comigo? - Ela não acreditou.

— Jamais faria isso com você. - Afirmei.

— Vou abrir, mas se prepara, hein? Se for brincadeira, eu juro que arrebento a sua cara! - Ameaçou.

Sorri, ela abriu a porta apressada e quando viu o filhote, deu um gritinho de alegria e o arrancou das minhas mãos.

Começou a pular com ele no colo, parou de pular, o ergueu e o aproximou do rosto, o cãozinho começou a lamber as bochechas dela. Os dois estavam felizes. Ela dizia palavras carinhosas, sorria e o acariciava.

— De nada. - Resmunguei antes de lhe dar as costas.

— Ei, espera! - Me chamou e eu deu meia volta, e olhei para ela que tinha os olhos marejados.

— Desculpa por ter gritado com você. - Foi sincera.

— Deixa pra lá. - Dei de ombros.

Ela deixou o Almondêgas no chão, se aproximou e me puxou pela nuca, ficando nas pontas dos pés para poder me beijar.

Não me importei ao sentir o gosto salgadinho de suas lágrimas, abracei sua cintura e fiz questão de aprofundar o beijo.

[...]

P.O.V Da Jade

— CALA A PORRA DA BOCA E ME BEIJA LOGO, SEU IMBECIL! - Gritei com o Oliver a fim de encerrar aquela discussão.

E ele fez o que eu mandei, acabamos indo parar no sofá, com ele por cima. As coisas iriam esquentar se Sam e Freddie não tivessem aparecido acabando com o clima.

— Pelo visto já fizeram as pazes. - Comentou o Topetudo.

Eles estavam de mãos dadas e a loira estava com seu típico sorrisinho bobo.

— A gente vai jantar pizza, não é Sam? - Empurrei o Oliver que saiu de cima de mim e nós sentamos no sofá, ele limpou a boca e eu passei as mãos pelo cabelo tentando dar uma arrumadinha.

— Vocês querem ficar para jantar? - Ela convidou olhando diretamente para o Freddie.

— Claro. - Ele assentiu.

— Podem ir desembolsando 20 pratas. - Sam não dava ponto sem nó.

— Só tenho 5, serve? - Sacou a nota amassada.

Ela aceitou e foi a vez do Oliver vasculhar os bolsos.

— Tenho 10. - Entregou o dinheiro a loira que sorriu. - Que tal conversarmos para nos conhecermos melhor? - Sugeriu.

— Boa ideia. - Aprovei. - Faz mais de uma semana que estamos ficando e eu não sei quase nada sobre você. - Falei.

— E nem eu sobre você. - Concordou.

[...]

P.O.V Do Beck

— Vocês são daqui mesmo? - Perguntei para as meninas.

— Sim, nasci e cresci em L.A. - Jade respondeu.

— Sou de Seattle, fui expulsa do meu antigo colégio. - Sam respondeu sorrindo marota.

— Sério? Eu também sou de Seattle. - Freddie falou surpreso.

— Não brinca. - Ela abriu um sorrisão. - Morava em qual bairro? - Indagou.

— Belltown. E você? - Sentou ao lado dela.

— Puget Sound. - Respondeu ela ainda sorrindo.

— Isso explica o mesmo sotaque. - Comentei.

— E você? - A morena me cutucou.

— Sou canadense. - Falei. - Me mudei para L.A com 10 anos. Meus pais são divorciados. - Expliquei.

— Fala sério, você é mesmo canadense? - Franziu o cenho.

— Sou. Algum problema? - Perguntei.

— Canadenses são nojentos. - Torceu o nariz e a amiga dela achou graça.

— O Beck toma banho todos os dias, se depila e é todo limpinho. Acreditem, ele é bem vaidoso. - O Benson me defendeu.

— Verdade? Você raspa os pentelhos e o sovaco? - Sam me olhou prendendo o riso. Fuzilei o idiota linguarudo.

— Ele só tira os pentelhos mesmo e depila o peito. - Minha morena respondeu por mim.

Senti vontade de abrir um buraco e enfiar cabeça. Aquilo era pessoal e ela foi abrir a boca.

— Qual o problema? Um cara depiladinho é sempre bom, mas você curte os peludinhos, né? - Jade alfinetou a loirinha que acabou corando.

— Por quê veio morar em Los Angeles? - O espertinho mudou de assunto, acariciando a coxa da marrentinha dele.

— Se tivesse uma mãe como a minha com certeza faria o mesmo, se mudaria para bem longe. - Respondeu.

— Sua mãe é super protetora, paranóica e grudenta que nem a minha? - Indagou. - Também vim pra cá para ter privacidade e me divertir, minha mãe me tratava como uma criancinha. - Contou.

— Nossa! Que coisa, hein? Na verdade, minha mãe também não bate bem da cabeça, ela tem 38 anos, mas com mentalidade de 15, acredita? Enfim, a gente só vivia brigando e eu não aguentei mais, resolvi sair de casa, peguei minha moto e aqui estou, vim só com uma mochila e 30 pratas no bolso. - Relatou a loirinha.

— Uau! - Eu não sabia o que dizer.

— Como vocês pagam as contas? Vocês não trabalham, não é mesmo? - Questionou a morena.

— Eu faço alguns bicos, entendo de mecânica e encanamento. E o Freddie recebe mesada. Todo mês a mãe dele deposita 300 dólares na conta dele. - Respondi.

— 300? Nossa! A mãe da Sam só deposita 50 dólares na conta dela. - Jade riu.

— Verdade. - A loira assentiu.

— A Sam também entende de mecânica e eu recebo mesada do meu pai. - Falou a morena.

— Uma gorda mesada por sinal. - Sam ressaltou.

[...]

P.O.V Da Sam

— Quantos relacionamentos sérios você já teve? - Freddie se virou para mim, ele estava curioso.

— Só um. Durou 7 meses. - Respondi. - E você? - Deitei minhas pernas sobre as coxas dele.

— Nenhum. - Eu não esperava por aquela resposta.

— E você, Oliver? - Jade perguntou para o Cabeludinho dela.

— Só um também. Durou 6 meses. - Respondeu.

— Tive apenas dois relacionamentos sérios. Um durou um ano e o outro durou 5 meses. - Contou ela.

— Com quantos anos deram o primeiro beijo? A pergunta vale para todos. - Beck avisou.

— Com 12 anos. - Minha amiga respondeu.

— 13. - Levantei a mão direita.

— 14. - Foi a vez do Benson.

— 11. - Beck sorriu orgulhoso.

— Uau! - Exclamei, a West não esboçou nenhuma reação.

— Com quantos anos perderam a virgindade? - Ela fez a pergunta.

— 15. - O Cabeludinho respondeu ainda sorrindo orgulhoso. Que cara convencido, hein?

— 16. - Ela disse sem emoção alguma.

— Com 16 também. - Freddie falou.

Como continuei calada, todos olharam para mim. Minha amiga prendeu o riso.

— Com 17. É, faz uns 5 meses. - Murmurei.

— Com 17 anos? Sério? - Beck se surpreendeu.

— Aham. E daí? - Cruzei os braços.

— Próxima pergunta. - Minha amiga percebeu que eu estava desconfortável. Ela era a única que sabia o motivo.

— Vocês já se pegaram? - Beck perguntou na lata.

Jade e eu nos entreolhamos.

— Talvez... - Mordi o lábio inferior, tentando não sorrir.

— É, talvez... - A morena sorriu maliciosa.

Os dois arregalaram os olhos e trocaram olhares.

— E vocês? - Perguntei.

— O quê? Claro que não, sou muito macho! - O cabeludinho disse parecendo ofendido.

— Deus me livre! - Benson fez o sinal da cruz. - Nunca estive desesperado não. Eca! - Fez careta olhando para o amigo.

Nós duas começamos a rir.

— Rolou ou não rolou? - Beck estava mesmo curioso.

— O que você acha? - Sorri maliciosa.

Olhei para a Jade que sorriu e mordeu o lábio.

— Ahhhn... Enfim... Onde vocês estudam? - Perguntou o Benson tentando mudar de assunto, ele também estava encabulado.

Foi a morena que respondeu, e por coincidência, eles também se transferiram para o colégio onde nós duas estudávamos.

[...]

P.O.V Da Jade

Às 19:00 liguei para a Pizzaria, encomendei 3 pizzas, uma de bacon e presunto para a Sam, uma Portuguesa e uma À Moda da Casa, todas tamanho família. Nos reunimos ali mesmo na sala assistindo TV, sentando no carpete, colocando as latinhas de Coca em cima da mesinha de centro.

— Não vai molhar as calças, Benson. - Beck cutucou o amigo.

— Eu não tenho medo de filmes de terror. - Disse olhando para a Sam que devorava a quinta fatia de pizza.

— Tem sim. - O Oliver riu.

— Calem a boca! Caramba, olha lá... - Sam disse de boca cheia apontando para a TV. - A burra se escondeu debaixo da cama. Mas é muito burra mesmo. - Resmungou.

— Verdade. As loiras são as primeiras que morrem. - Beck concordou e recebeu um beliscão do Freddie. - Ai, mas é verdade mesmo... - Cochichou massageando o braço.

— Sou loira, mas não sou burra! - Minha amiga afirmou.

— Verdade. - Assenti.

— Ele não estava falando de você. - Freddie desconversou.

— Hum... - Ela pegou mais uma fatia e deu uma grande mordida.

— Foi mal se eu te ofendi, não foi minha intenção. - Oliver disse e parecia sincero.

Ela deu de ombros e voltou a assistir o filme.

— CUIDADO! OLHE ALI ATRÁS DE VOCÊ, SUA ANTA! - Gritou batendo na mesinha, acabou assustando o Freddie que cuspiu refrigerante no Beck.

Tapei a boca, quase me engasguei rindo, e ela começou a rir também.

— Foi mal, cara. - O Topetudo se desculpou e limpou a boca.

— Não foi nada. - Usou a camisa para enxugar o rosto.

— Bela morte! - Comentei vendo a loira burra do filme rolando escada abaixo, ela se quebrou todinha, o pescoço dela até torceu para um ângulo estranho.

— Ainda vai terminar de comer? - Sam apontou para a fatia que o Freddie segurava, ele só havia dado duas mordidinhas.

— Não, pode comer. - Deu para ela.

Estava passando justamente uma cena onde uma família canibal estava fazendo um banquete.

— Puta merda! - Exclamei quando o Oliver vomitou na minha blusa, sujando parte do meu busto, acabou escorrendo por meu decote.

Sam cuspiu um pedaço de pizza caindo na risada. Freddie virou o rosto e botou tudo para fora também...

— Eca! - Tirei a blusa e joguei na cara do Beck que arremessou para longe.

E a loira manteve a cabeça do Topetudo abaixada, ela não deixou ele me ver apenas de sutiã e short.

[...]

P.O.V Do Freddie

— Peço desculpas por ter vomitado no carpete. - Falei envergonhado.

— Sem problemas. Foi engraçado. - Sam sorriu.

Beck também pediu desculpas por ter vomitado na Jade.

— Que tal sairmos amanhã num encontro duplo? - Oliver sugeriu.

— Seria interessante. - A Puckett olhou para a amiga.

— É, por quê não? - A morena deu de ombros.

— Então, fechado. Às 18:00 em ponto a gente vem pegar vocês, beleza? - Perguntei.

— Beleza. - A loirinha assentiu.

— Para onde vão nos levar? - Jade ficou curiosa.

— É surpresa! - Respondemos juntos.

— Com quêm a gente vai deixar o Almôndegas? - A loira perguntou olhando para mim.

— Coloca sonífero no leite dele. O Pulguentinho vai dormir a noite inteira. Sem problemas. - Sugeriu a morena.

— Já sei, podemos deixar ele com o André. - Sam sorriu tendo a ideia.

— Ficou louca? Se o Mike Doidão pegar... - A West fez um gesto estranho. - O Almôndegas vira comida de cachorro tarado. - Fez careta.

Minha loira estremeceu.

— Tem razão... - Murmurou ela.

— Sinjin é retardado. Robbie não tem capacidade de cuidar nem de um peixe. Trina não é confiável. Tori tem medo de cachorro. Enfim, o que nos resta é a Cat! - Avisou Jade.

— É, a Valentine ama crianças e animais. - Concordou.

— Problema resolvido. Deixamos o Almôndegas com a ruivinha e teremos um encontro duplo bem legal. Nada pode dar errado! - Oliver era mesmo otimista. Concordei com ele.