aquele dia que vim para a Itália. Logo tomei meu caminho de volta para a Áustria. Já pela noite, acabei adormecendo. Tive sonhos muito bons, mas me deixavam triste por fazerem me lembrar dele.

- Blair, Blair acorda. – disse uma voz familiar me chacoalhando.

- hã? – disse sonolenta. –

- filha, você já chegou em casa. – era minha mãe. –

- é? Ah mãe, posso ir dormir um pouco, estou muito cansada. – eu disse saindo da carruagem. –

- esta bem, mas pela manhã faremos uma festa! Comemorando sua volta! – disse ela.

- comemorando? Acabei de me separar do amor da minha vida, e você me fala em comemorar? – eu disse. –

- ah filha, vai ser melhor, vai esquecer um pouco dele. – disse ela. –

- esta bem. –

Peguei minha mala e entrei em casa, ainda sonolenta subi até meu quarto, pus a mala sobre a cama, e fui até o banheiro, e fui tomar um bom banho de banheira, a água era quente, mas a temperatura do ambiente estava gelada, adoro espuma, então fiz o máximo que consegui. Comecei a cantarolar, e brincava com a espuma.

- olá Você dev... – disse um cara que entrou no banheiro, mas viu que fez besteira e virou de costas. É claro, eu gritei, imaginem o susto. –

- quem é você? – perguntei assustada. –

- ham.. é... Sou Gianluca. E você é... –

- Blair. – respondi o interrompendo. – Gianluca, você pode descer, daqui a pouco eu desço e nós conversamos. – eu disse. –

- esta bem, perdão. – disse envergonhado. –

- não tem problema. – eu disse. – tchau. –

- tchau. –

Saí da banheira, me sequei, e coloquei um vestido cor verde musgo, era bem simples, mas o primeiro que vi na minha frente. Desci as escadas correndo, pois já estavam me chamando. Antes de chegar na sala, ouvi uma voz tenor muito bonita, gravíssima, era em italiano, entrei apressadamente para ver quem era dono daquela incrível voz. –

- ah você está aí Blair, este é... – disse minha mãe. –

- Gianluca. – a interrompi. Me encantei por ele, tinha a estatura média, cabelos pretos ondulados, olhos dourados puxados para o verde, e um sorriso mais lindo que eu já vi. Naquele momento, não sabia realmente quem eu amava, será que me apaixonei de novo? –

- vocês já se conhecem? –

-sim. – respondemos em coro. Ele sorriu. –

- era você que estava cantando? – perguntei. –

- sim filha, a voz dele não é linda? – disse minha mãe o abraçando por trás. –

- linda. – respondi encantada. –

- obrigado. – disse ele. –

- por que vocês não vão conversar, tem quase a mesma idade. Podem se entender. – disse minha mãe. –

- claro, com licença. – disse ele vindo na minha direção. – vamos. – ofereceu o braço para eu engatar. –

Afirmei com a cabeça, já estava quase amanhecendo, tínhamos um campo de flores atrás da casa. Então com aquela brisa, emanava um cheiro de hortelã, alecrim, lavanda, rosas e tulipas. Podia ver a neblina procurando uma saída entre as arvores.

- me desculpe por antes. – disse Gianluca. –

- ah, tudo bem. Você é italiano? – perguntei. –

- sim, de Abruzzo. – respondeu. –

- hum, deu pra ver pelo seu sotaque. –

- eu sei, ainda não consegui tira-lo. – riu. –

- eu estava na Itália a pouco tempo. – comentei. –

- é mesmo, espera aí, você é a nova Rainha, não? –

- era. –

- como, era?-

- aconteceram alguns fatos,e tive que me separar. –

- sinto muito. – ele disse. –

- eu vou superar. – eu disse. – bom, temos ruínas de uma pequena fortaleza na propriedade. Gostaria de ir visitar. – perguntei na tentativa de mudar de assunto. –

- claro. – respondeu.

Enquanto caminhávamos apreciava as flores que nasciam no inicio da primavera. Tínhamos que subir um morrinho até chegarmos as ruínas.

- hei, Blair! – me chamou. –

- fale. – eu disse. –

- eu trouxe isso para você. – disse tirando uma pequena flor do bolso interno da camisa.

- é linda! – eu disse apreciando a pequena flor.

- igual a você. – disse se aproximando. –

- é tão gentil. – disse envergonhada. – obrigada pela flor. –

- você é realmente linda, dolorosamente linda, você faz meu coração quebrar, eu morreria por um beijo seu! – disse ele acariciando meu queixo, e sua outra mão puxou-me, colando ao seu corpo. Senti aquele frio na espinha, não o impedi, acho que me perdi em seus olhos, e num beijo secreto, quente e com paixão envolveu-me. Queria ter visto a cena, o cenário, ruínas de uma pequena fortaleza, o céu tão azul, com o sol nascendo em seu horizonte. –

- desculpe. – disse Gianluca cerrando o beijo. –

- não foi nada, finja que isso nunca aconteceu. – eu disse. –

- pode deixar. – disse ele. – hei, o que acha de cavalgar? -

- ótimo, uma corrida? – perguntei. –

- se preferir... –

- é claro! – disse correndo na direção do estábulo.

- hei, isso não vale! – disse ele correndo a trás de mim.

“é obvio que eu vou ganhar!” pensei. Mas em um movimento, não sei como, mas Gianluca conseguiu me alcançar, e me derrubou no chão. –

- Hei! -

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.