Chegamos rapidamente ao consulado. Lá fomos barrados pelos oficiais, eles nos revistaram, e liberaram somente Luca e Walter.

- hã? Porque não me liberaram? – perguntei.

- vai ter que ficar aqui mais três horas. -

-o que? Não vou ficar nem mais um minuto aqui! Adeus! – peguei meu cavalo e corri na direção de Luca e Walter, e seguimos na direção do Castelo. Cavalgamos por um dia, estávamos exaustos, não paramos uma única vez, enfim chegamos ao castelo pela manhã, nós três entramos e não deixamos nenhum empregado, ou guarda nos deter, corremos até uma sala, onde escutávamos alguns gemidos, gritos, e a temível Condessa conversando sozinha. Abrimos bruscamente a porta, a condessa se virou para nós, deu apenas um sorriso de canto.

- onde estão elas? – perguntou Luca enfurecido.

- Eu sabia que iriam vir à procura delas, infelizmente irão morrer em breve, não poderão fazer nada para salva-las.

Por sorte, ou qualquer coisa parecida, um criado dela, veio por trás e a acertou com um peso de papel, acho que ela desmaiou.

- senhorita, sabe onde estão as duas? – perguntou Walter.

- estão lá em baixo, mas corra, elas estão em uma sala e estão começando a torturar-las

- elas já estão há quanto tempo lá? – perguntei.

- uma hora. – respondeu.

- eu mostro onde fica. – descemos então,

Corremos em direção a uma sala com portas negras e arabescos sinistros, conseguia sentir medo naquele lugar.conseguimos abrir a porta e tive a pior visão de minha vida, vi Blair deitada em uma mesa cinza, ela estava só com uma camisola branca, e sua mão estava sangrando, o sangue se derramava em uma vasilha que estava no chão, e um de seus criados iriam apunhalar-la no pescoço, não consegui pensar em nada só atirei minha espada em direção a esse criado! Acertei-o pelo menos. Cheguei perto dela, ela estava desacordada, não sabia se estava morta ou não, a primeira coisa que me veio em minha mente, foi estancar o sangue, arranquei um pedaço da minha blusa e amarrei bem firme no pulso dela.

- Walter, me dá aquele frasco com aquele liquido azul! – disse a Luca.

- aqui. – jogou-me o frasco.

Aquele liquido tinha um odor insuportável, abri, e o odor tomou conta do local, aproximei o frasco no nariz de Blair, devagar começou a abrir os olhos.

- que cheiro é esse? Eca! Diego!- disse Blair e me abraçou. A puxei para mais perto e a beijei, o alivio tomou conta de mim, pensei que eu poderia perdê-la.

- que bom que você ta viva!

- pensei que nunca mais iria vê-lo!

- vamos, a Condessa pode acordar a qualquer minuto. –

Corremos até os cavalos e voltamos à Itália.

Chegando ao castelo, avistamos a família Fainello e a corte italiana. Encarei Diego e ele me olhou, em seguida Elisa veio correndo na minha direção, me abraçou e disse:

- querida, você está bem? –

- ótima, não se preocupe. –

- vamos entrar, preparei uma lasanha maravilhosa pra você! –

- se não fosse você Elisa, é uma segunda mãe pra mim! – eu disse.

- falando em mãe... Sua mãe chegará amanhã com seu pai e irmãs aqui.

-serio? Que maravilha, senti muitas saudades.

-é sempre bom ver a sogrinha de vez em quando... – Diego disse dando um leve sorriso de canto.

-que engraçado... Não fale de minha mãe.

-é brincadeira minha querida, eu adoro a sua mãe.

-que bom!- olhei para Diego em seguida dando um beijo em sua bochecha.-eu estou um pouco cansada da viagem. Vou me retirar.

-vá também meu filho, eu sei que você está cansado. – Elisa disse.

Sai do jardim do palácio e andei em direção ao meu quarto, Diego vinha logo atrás de mim. Entrei em meu quarto, não olhei para trás. Diego entrou e logo em seguida fechou a porta levemente.

Apenas deitei-me no canto da cama e fechei meus olhos. Senti as mãos de Diego passarem pelo meu rosto, e uma respiração que arfava perto de mim. O silencio já me matava, mas tinha algo que não me permitia falar. Enfim sua voz ecoou em meus ouvidos.

-você quase morreu. E por minha causa. Eu não deveria ter deixado você ir.

-a culpa não foi sua. Eu sou uma burra, eu aceito todos os convites.

- você sabe que eu nunca irei te deixar. – ele deitou-se ao meu lado e me abraçou.

- muito menos eu! Isso foi horrível, e seria melhor não tocarmos mais no assunto.

- tudo bem, vamos dormir, amanhã será um dia corrido. – disse Diego.

- por quê?

- seus pais vem, e depois temos um jantar com o parlamento.

- parlamento? Por quê? –

- a Itália está sofrendo algumas crises econômicas, e vamos tratar dos assuntos.

- ta bom, mas tem outros assuntos que temos que tratar! – eu disse.

- quais? – perguntou Diego.

- bom, logo é o seu aniversario... –

- eu não quero festa. – me interrompeu.

- Diego, por favor! - fiz cara de cachorro que caiu da mudança.

- como eu posso negar, com essa carinha tão linda?

- não pode. – disse arrancando um beijo dele.

- gostei disso. Mas falamos disso amanha pela manha.

-tudo bem. Entao vou dormir. – deitei-me novamente. – boa noite querido.

-espera. - roubou-me um beijo. – pronto! Era isso que eu queria.

-bobinho! – beijei sua testa. – obrigada. – ficamos de frente um pro outro. E diego me abraçou.

-Desculpe-me retornar a esse assunto. Mas quer saber realmente o que eu senti, quando voce foi para a casa da condessa bathory.

-saudade? – perguntei abaixando a cabeça.

-não. – assim que ele disse não virei o rosto.- não sei se pode se chamar de saudade, por que é bem maior que saudade. E você?

-bem mais do que você sentiu. Eu pensava em você todo o tempo.

- Eu te amo, e infinitamente! – Diego disse me abraçando mais forte.

Em seguida dormimos, na manhã seguinte, acordamos e fomos tomar café da manhã, durante o café, nosso mensageiro apareceu e disse a mim:

- vossa majestade, cartas de sua mãe.

- obrigada. –

Querida filha, tivemos alguns pequenos problemas e queria avisar que chegaremos em breve aí, se cuide, beijos, mamãe te ama muito!

- mamãe diz que irá vir em breve, mas tudo bem, disse que aconteceram alguns problemas, nada de grave acredito.

-tomara, bom, então vamos depois do café no parlamento. – disse Diego.

- tudo bem.

O tempo passou rapidamente, nem me dei conta, e enfim fomos a essa reunião do parlamento. Chegando lá, todos os chefes de estavam lá, umas 90 pessoas, começou então a reunião.

- devemos admitir que a Itália está com sua situação econômica péssima, e além do mais nossa vizinha a Áustria afirmou acabar com as trocas e invadir a Itália! – disse um homem no meio da assembléia.

- o que? – perguntou Diego indignado e me olhou estranhamente.

- isso mesmo, o motivo são desavenças com o duque de Veneza. -

- isso é ridículo, irão começar uma guerra por causa de desavenças? – disse Diego.

- fale isso aos estúpidos austríacos! – disse outro homem. - pelo que eu saiba, a vossa rainha é austríaca.

Olhei pra ele com olhos arregalados.

- isso não faz sentido! – disse Diego.

- Abaixo a Rainha! – gritou um.

- isso não tem cabimento! – contestei. – Agora por eu ser da mesma nacionalidade que o Rei, sou culpada por seus atos? – perguntei.

- calada! – disse um.