Chapter. 4. It’s getting close.

Passamos o resto do intervalo conversando.

Descobri que ele era alguns meses mais velho que eu, que morava só com a mãe porque o pai os abandonara e descobri que era solteiro, que ele não se interessava em garotas...Ótimo!

-Então, você é gay? – fui direto, só percebi o que disse quando ouvi a risada dele.

-Ah...Encare como quiser. – piscou o olho direito pra mim.

Aí eu tive a certeza que ele jogava no outro time.

-Bem..Entendo o que quer dizer, somos dois.

-Ah! Pensei que fosse hetero!

-Eu nunca disse ser gay! – corei, olhando para ele.

Ele riu.

Meu deus, como ele ficava lindo rindo.

Aqueles dentes branquinhos.

Aqueles lábios maravilhosos se curvando num sorriso.

E como não poderia faltar, meu baixo ventre reagindo feito louco.

Tocou o sinal e voltamos para a sala.

Não conversamos durante a aula, apenas o observei desenhando, como sempre.

Na saída eu me atrasei por ficar na sala, conversando com o professor para tirar algumas dúvidas.

Ele me olhava tão estranho que preferi tirar as dúvidas com o Wikipedia¹ mais tarde.

Fui caminhando até a saída da escola lentamente, suspirando feliz por finalmente ter conversado com o Kou-chan...

... Acho que ele nem sabia que eu o chamava de Kou-chan.

Decidi que amanhã pediria o MSN dele, ou o e-mail comum mesmo, sei lá.

Mas eu não queria perder contato com ele, não mesmo.

Senti um pingo de chuva atingir rudemente o topo de minha cabeça, molhando alguns fios recentemente tingidos de vermelho.

Decidi caminhar mais rápido.

-Oe! Chibi!

Quem era o veado me chamando de ‘chibi’?

Me virei pronto pra socar alguém quando me deparei com o Kouyou sorrindo, segurando um guarda chuva recém aberto.

-Ah! Kouyou-san! –sorri, sentindo toda raiva se esvair instantaneamente do meu corpo.

-Ahh! Me chama de Uruha, mesmo..Não gosto do meu nome.. – ele riu. -Vamos, eu te dou uma carona com o guarda chuva! Você mora perto do parque, nee?

Cara! Ele sabia onde eu morava? C-como assim?

-M-moro.

-Que bom! Moro pertinho de você, então!

Nunca pensei que ele fosse um cara tão legal, dividira até o fone do iPod comigo.

Fomos conversando sobre bandas, gostos e etc.

Chegamos na minha casa.

-Quer entrar e beber alguma coisa? – sorri.

-Ah, não, não, obrigado, Ruki-chan. –ele sorriu sem jeito, corando um pouco.

Como ficou lindo daquele jeito.

-Ah! Por favorr!! –pus em prática meu sorriso mais kawaii que tinha.

-...Hm...Okkei! Então eu aceito! – ele riu, me acompanhando para dentro da minha casa.

Não posso dizer que minha casa era a coisa mais arrumada e perfeita da história do Japão mas até que estava conservada.

Busquei um suco de laranja para ele.

Ele sorriu e o bebeu.

-Tem MSN, Ruki-chan? Ou Skype, sei lá.. – riu.

-T-tenho... – fiquei p-a-s-s-a-d-o.

-Me passa! Mais tarde eu entro aí a gente conversa mais um pouco, pode ser?

Cara...

Se existe um Deus aí em cima, saiba que minha alma é sua.