Viewfinder

Chapter 13. Sweet heart


Bem, talvez Deus não tenha se esquecido do pequeno serzinho aqui embaixo.

Mas eu vou querer minha alma de volta.

Reita me encontrou sentando numa rua.

Ele disse que era perto do apartamento onde morava e me levou pra lá.

Sabe, vendo ele e o Uru, percebi que eu fui o único que não mudou muito fisicamente.

Reita havia crescido pelo que eu percebi.

Estava mais bonito e sua voz estava mais grave.

Diria até...Sensual.

Mas não havia se livrado da bendita faixa do nariz.

-Tá uma bagunça do caramba, mas vou arrumar o ‘quarto reserva’ pra ti. – ele sorriu, abrindo a porta do apartamento e gesticulando para que eu entrasse primeiro.

-Ah..! Não se preocupe, Reita-san, eu me viro! Tem um hotel aqui perto e –

-Hotel é o caralho, tu vai ficar aqui, pequeno! – ele riu.

Fiquei meio chocado com o vocabulário, mas ri junto.

O apartamento não era dos maiores, mas era aconchegante.

Sabe, o cheiro daquele lugar...

Bem, o apartamento cheirava a... “Reita”.

Eu ri enquanto pensava nisso.

-Que foi? – ele piscou, me olhando.

-Nada, nada.. – abanei as mãos.

-Põe a mochila ali no... – ele apontou pro sofá que estava uma bagunça só. Não caberia minha mochila ali.

Eu ri.

Ele corou e pegou tudo que havia no sofá e jogou no quarto.

-Pronto. Continuando...Põe a mochila ali no sofá, Ruki-chan!

Eu gargalhei.

O Reita conseguia ser engraçado, mesmo que espontaneamente.

Ele riu um pouco sem jeito.

-Já comeu, Ru-chan? –o vi sorrindo, enquanto mexia na geladeira.

-Ah... – ouvi meu estômago fazer um barulho...Ou diria um estrondo?

-Err..Acho que ele respondeu por ti.. – ele riu, fechando a geladeira. – Ih, chibi...É o seguinte..Geladeira de cara que mora sozinho ta sempre vazia...Então que tal irmos pedirmos uma pizza?

Ri um pouco.

-Não sou eu que vou dizer ‘não’, nee... – sorri.

Ele sorriu de volta, se sentando ao meu lado no sofá.

Pegou o telefone e ligou para a pizzaria.

Eu iria encher meu bucho de pizza.

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Céus, aquela pizza estava realmente boa.

Minha barriga doía.

Minha camiseta até ficou mais justa depois de comer.

Nós conversávamos meio mole.

Acho que foi o efeito conjunto da pizza com a cerveja.

-Mas então...O que tu tava fazendo na rua? Pensei que estivesse com o Uruha... – ele sorriu, deitando a cabeça no meu ombro.


Suspirei triste.

Acho que ele notou.

-Que foi, chibi? Tu ficou tão triste agora...

-Ah...É que...O Uruha deu uma mancada feia comigo, sabe?

-Como assim? – piscou, interessado no assunto.

-Me enganou durante todo esse tempo...Cheguei lá, todo sorridente, e quem abre a porta é o namorado dele..Poxa! Ele disse que me esperaria! Disse que não se esqueceria de mim...E agora ta morando com um bobo-alegre... – comecei a chorar.

Akira me abraçou forte, beijando meu rosto.

-Não fica assim, Taka... Sabe, eu não vou dizer aquele bordão “Se ele fez isso é porque não te merece”...Mas o que ele fez foi muita mancada mesmo e não merece todo seu amor e a atenção que tu dava à ele...

Me apeguei mais a ele, escondendo o rosto em seu pescoço.

-Nem pra...Me avisar...Me contar...To muito puto... – minha voz saiu meio..Fanha.

-É...Mas sabe...Não fique pra baixo por causa disso...Bola pra frente, Taka... Não fique preso a ele...Têm outras pessoas que te querem bem...Que não ousariam te magoar, sabe?

-...Quem, Rei-chan, quem...?

Um <click> percorreu minha mente me dizendo que eu não deveria ter perguntado aquilo.

Ou eu deveria?

Ele me empurrou gentilmente, se separando do abraço, e me fitou, sorrindo meio sem jeito.

-Nem sei porque tu faz essas perguntas bobas, Taka...