Capitulo 26

Jonas ligou o som no ultimo volume. Naquele momento eu havia entendido o porquê das compras com Shelby e o porquê deles não terem me desejado um feliz aniversario.

—Quantos anos? – Carly perguntou.

—Dezenove.

—Eu queria pedir desculpas.

—Pelo que? – Gritávamos por causa do som.

—Por ter falado demais para Tifany sobre o que nem era da minha conta.

—Relaxa, já esqueci.

—Que bom, não quero continuar com o clima tenso.

—Eu também não.

Ela sorriu voltando a dançar. Fui junto e Liam pulou encima de mim.

—Parabéns sua feia mais linda!

—Valeu, achei que não viria.

—Achou mesmo que eu iria faltar? Nem louco!

Nós dançamos feitos loucos. Liam tinha passos que eu nunca havia visto na minha vida. Peguei uma garrafa de skol beats e fui para o meio da pista de dança.

—Esta se divertindo? – Luan me abraçou por trás.

—Muito!

—Fico feliz.

—Você organizou tudo?

—O que? Não estou conseguindo ouvir.

O puxei para o balcão.

—Perguntei se você organizou tudo. – repeti.

—Com ajuda, mas sim.

—Obrigada, eu cheguei a pensar que você nem se importava.

—Fazia parte do plano. – ele sorriu – tenho mais uma surpresa pra você, mas só vou mostrar depois da festa.

—Mais uma? Não precisa amor.

—Claro que precisa meu anjo. Você é a pessoa que mais me faz feliz nesse mundo.

—Você também.

—Nada pode nos separar, porque não deixarei que isso aconteça.

Sorri me lembrando do beijo de Miguel, que eu queria muito esquecer.

Deixei a garrafa no balcão e o puxei para dançar. Pela primeira vez poderíamos dançar como um casal, eu não precisava me importar com o que os outros estavam pensando e nem por limite nas atitudes do Luan, ou nas minhas.

Ele colocou a mão no meu quadril me puxando contra seu corpo, fiz movimentos que o deixou ofegante, eu soltei um risinho ao perceber o quanto ele me desejava naquele momento, estávamos em minha festa, mas por que não dar uns beijos por alguns minutos?

Peguei sua mão e fomos para o corredor vazio.

—Você esta linda.

Beijei-o intensamente, eu estava com saudade desse beijo quente do Luan. Ele me apertou contra si levando sua mão por baixo do meu vestido. Meus braços envolveram seu pescoço apertando mais seus lábios contra os meus. Ele me pegou no colo e envolvi minhas pernas em volta de seu quadril. Meu corpo pedia por mais e sabia que o dele também. Mas ali não dava, até porque tínhamos que aproveitar a festa.

—Acho melhor voltarmos. – sussurrei em seu ouvido.

—O que? – ele nem prestou atenção beijando meu pescoço.

—Luan. – eu ri – precisamos voltar para a festa.

—Ah. – ele olhou pra mim rindo. – claro, tinha até me esquecido.

—Podemos continuar depois. – provoquei.

—Com certeza quero continuar.

Ele me desceu e voltamos para onde todos estavam. Tifany estava dançando com um garoto, eu diria mais se agarrando.

—Olha quem chegou. – Shelby me cutucou.

Brian havia entrado e olhava por todos os lados.

—O que ele esta fazendo aqui? – Luan perguntou.

—Eu o convidei. – Daniel levantou a mão.

—Você é idiota ou o que? – Luan surtou.

—Ele deu um jeito da Malu poder faltar do trabalho sem a prejudicar, o convidar foi uma forma de agradecê-lo.

—Ah que ótimo! Temos um babaca na festa.

—Você fez bem Daniel. – eu disse – aliás, ele é meu amigo.

—Um amigo que quer privilégios. – Luan disse.

—Vou falar com ele. – comecei a andar e Luan segurou meu braço.

—Não vai!

—Não começa. – me soltei caminhando.

Brian me olhou de cabeça aos pés e soltou um sorriso.

—Você esta linda como sempre.

—Obrigada, fico feliz por ter vindo, apesar de nosso histórico.

—Ah. – ele riu – apesar de tudo somos amigos e parceiros de trabalho, certo?

—Certíssimo.

—Ah. – ele tirou algo do bolso. – é pra você, parabéns de novo.

—Ah, não precisava.

—Claro que precisava. Abre, você vai gostar.

Abri a caixinha e era uma linda pulseira de diamantes.

—Meu deus Brian. – fiquei impressionada. – sério, não precisava.

—Eu ainda gosto de você Malu, mesmo que não ficamos juntos, gosto de te ver sorrir e isso vai ficar lindo em você, deixe-me por. – ele pegou meu pulso e pôs a pulseira.

—Muito obrigada mesmo. – o abracei, ele estava bem cheiroso. – vai ficar pra festa?

—Hum... Sim, mas meio escondido.

—Por quê? – eu ri sem entender.

—Vou encontrar alguns amigos que estão aqui.

—Entendi. – na verdade, eu não havia entendido ainda.

Ele sorriu e foi para algum canto. Uma musica lenta começou e olhei para Luan, que estava furioso bebendo no balcão.

—Antes que fique totalmente bêbado, quer dançar comigo? – estendi a mão pra ele.

—Já acabou de falar com Brian?

—Sim.

—Ah... – ele olhou pra mim e depois para meu pulso. – que isso no seu braço?

—Uma pulseira.

—Quem te deu?

—Você já sabe.

—Devolva.

—O que?

—Malu, devolva!

—Não, ele deu com muito carinho, não vou fazer essa desfeita.

—E depois ele vai querer te beijar, e com certeza você não vai fazer essa desfeita.

—Quer saber? Vou dançar com outro.

Comecei a andar pelo meio da pista, então senti uma mão me puxando direto para si, era Luan.

—O único com quem você vai dançar vou ser eu.

—Até porque você já é único pra mim.

Dançamos como na festa em que eu tinha me embebedado e dado encima dele, mas dessa vez foi mais intenso.

—Eu te amo. – ele olhou profundamente nos meus olhos.

—Eu também te amo.

—Tem alguma coisa escrita debaixo dessa pulseira? Juro que vi alguma letrinha.

—Ah. – eu sorri – te mostrarei depois.

—É, você tem muito que me contar.

—Sim, eu tenho. – desviei o olhar baixando a voz.

—Que foi? – ele estranhou.

—Nada amor, só saiba que nunca quero te perder.

—Nem eu, sério, eu não sei o que faria sem você.

—Digo o mesmo.

A música lenta havia acabado, mas continuávamos abraçados.

—Faz um tempão que estou os procurando! – um homem tocou o ombro de Luan.

—Pai! – Luan sorriu o abraçando.

—Pai? – perguntei dando um meio sorriso.

—Ah. – Luan sorria de orelha a orelha. – Malu, esse é meu pai e os dois malas logo atrás dele são Tyler e Stefan.

—Ah. – eu sorri – muito prazer em conhecê-los.

Eu nunca imaginei que conheceria a família dele em uma festa, eu estava explodindo de nervosismo por dentro, eles tinham que pensar o melhor de mim, teria que me comportar naquela festa, sem muitas bebidas, nem loucuras, de onde Luan tinha tirado essa ideia de me apresentar bem em uma festa?

—O prazer é nosso. – Stefan me abraçou, seu cabelo era um louro dourado e seus olhos eram verdes.

—Bem vinda à família cunhadinha. – Tyler também me abraçou, seus olhos eram verdes, porem mais escuros.

—Muito obrigada gente, também agradeço por terem vindo à festa, estão se divertindo?

—Bastante! – o pai dele falou. – ah, e me chame de Jack, nada de senhor em, até porque não estou tão velho.

—Não se preocupe Jack. – eu ri.

—Espero você em casa qualquer dia desses.

—Eu vou sim.

—Cara, estou rodeando isso há um século para encontrar vocês. – um garoto se aproximou, ele era bem bonito.

—Luke? – Luan falou.

—Em carne e osso.

—Quanto tempo! – eles se abraçaram e eu estava boiando. – Malu, esse é meu amigo de infância, Luke.

—Prazer em conhecê-lo Luke.

—O prazer é meu. – ele sorriu – pescou bem irmão!

Luan riu meio desconfortável com o comentário de Luke, mas eu não me importava. Eu estava tentando agir da melhor maneira, mas começaram a tocar minhas musicas preferidas e eu estava louca para dançar. Olhei para as meninas que deixaram os namorados de lado para dançar, incluindo Shelby.

—Oi gente! – Daniel abraçou os familiares do Luan. – Luke, quando tempo em!

Eles começaram a conversar e eu estava muito perdida, então tive que tomar uma providencia, eles não se importariam de ficar sem mim.

—Se não se importam, eu vou dar uma volta pela pista de dança e já volto.

—Não se preocupe querida. – Jack sorriu – a festa é sua, você tem que se divertir.

Eu sorri indo em direção as meninas.

—Conseguiu escapar? – Shelby gritou ao meu ouvido.

—Por um tempo sim, tenho que dar a melhor impressão.

—Tem mesmo, ou seja...

—Sem bebidas.

—Você não vai conseguir.

—Quer apostar?

—Não. – ela riu.

Começamos a dançar e não demorou muito para o Liam aparecer. Olhei de relance para Luan, ele estava tão feliz que seu sorriso não saía do rosto, por sorte seus familiares eram legais, eu me daria bem naquela família.

Em questão de minutos todos estavam dançando feitos loucos, até Jack. Aquela sim era a melhor festa até agora, eu não precisava beber para me divertir, apesar de que vê as doses encima do balcão me davam água na boca, mas eu me controlaria.

—Ei. – Jonas me puxou.

—O que foi?

—Chegou uma coisa pra você.

—O que?

—Esta la fora, é uma caixa, não trouxe pra dentro porque estão todos aglomerados dançando.

—Eu vou la ver, valeu.

Saí me apertando entre aquele monte de gente dançando.

Quando abri a porta, a caixa retangular estava no chão.

—Algum problema? – Luan perguntou.

—Essa caixa é pra mim.

—Vamos abrir.

—Estou com um mau pressentimento.

—Você esta assistindo series demais amor, não vai ter uma pessoa morta aqui dentro.

—Talvez sejam os ossos dela.

—Para com isso meu anjo. - ele riu.

—Tem algum cartão?

—Sim. – ele pegou e me entregou. – será que é de A do pretty litte liars? - brincou.

—“Não se espante e nem se surpreenda, você vai precisar disso para usar segunda-feira.”

—Meu Deus– estava ansiosa – abre logo essa caixa amor!

—Calma, tem um monte de véu por cima.

—Estou ficando assustada.

—Pronto, é um... Vestido.

—Um vestido? – falei pegando na mão e na mesma hora meus olhos encheram de lagrimas.

—Amor? – Luan me chamou. – que foi?

—Meu pai.

—O que?

—Esse vestido é o que eu usava para ir ao cassino.

—Por que esse idiota te mandou isso?

—Ele disse que eu vou usar segunda-feira. Não estou entendendo.

—Tem outro cartão. – Luan entregou-me.

—“Mandarei te buscar as sete da manha, se quiser trazer acompanhantes não me importo, o importante é que você esteja aqui em Vegas, até segunda-feira meu amor.”

Uma lagrima escapou dos meus olhos, eu estava com medo, eu não queria ir, eu sabia que não era coisa boa, meu pai só vem atrás de mim quando realmente precisa e as confusões que ele entra são perigosas.

—Não se preocupe amor, vamos resolver isso, você não precisa ir.

—Não vou ter escolha, ele vai mandar me buscarem.

—Não podem te obrigar.

—Você não sabe como ele é.

—De qualquer forma eu estarei com você.

—Eu estou com medo, esse vestido me da agonia.

—Eu estou com você amor.

Luan me abraçou e eu me afoguei nos braços dele, que era onde eu me sentia segura. Eu tinha sorte de tê-lo do meu lado.

Era loucura, a ficha não caía que em um dia enfrentaria meu pai, cara a cara.