Enquanto dirigia de volta ao apartamento, Naruto pensava no que já havia conseguido com os três conjugue em separado, agora teria de tê-los juntos. Quando se lembrou do evento que teria de comparecer na sexta, sentiu a felicidade diminuir consideravelmente. Bufou. Nunca gostará deles, e não só pelo odioso caviar.

As famílias de seus pais pertencem a esse mundo de alto nível.

***flash back on***

- Naruto, venha até aqui!

- Já estou indo, papai! – Naruto desceu as escadas da casa simples onde vivia com seu pai e sua mãe. E foi até a sala de estar onde eles estavam. – Estou aqui!

- Sente-se aqui, filho, temos algo muito importante para conversar com você! – um homem que era uma versão mais velha de Naruto, disse gentil, apontando o lugar vazio entre ele e a esposa, uma ruiva de olhos azuis, muito parecidos com os do filho.

- O que aconteceu? – perguntou preocupado.

- Desfaça essa carinha de preocupação, Sanbimu! – Kushina Uzumaki disse com um sorriso, acariciando o rostinho do filho. Sempre o chamava de “raio de sol” para acalmá-lo. E sempre conseguia. – Só queremos te contar algo sobre as nossas famílias, meus pais e os pais de Minato. Seus avós!

- Sim, filho! Agora que você já tem dez anos, poderá compreender tudo o que aconteceu. – Minato continuou pela esposa. Naruto concordou com um movimento de cabeça e esperou que eles continuassem. – Meus pais são Jiraya e Tsunade Senju de Konohagakure no Sato e os pais de Kushina são Aru e Yui Kaminari de Kumogakure no Sato, ambas as famílias são muito ricas e influentes tanto em seus próprios países quanto nos outros, mas, eles não se dão muito bem. Por isso, quando sua mãe e eu nos conhecemos, nos apaixonamos e decidimos nos casar eles nos proibiram, mas, isso não nos impediu.

- Sim, decidimos que estarmos juntos era mais importante do que obedecer nossas famílias. – Kushina continuou pelo marido. – Eles nos deram um ultimato, disseram que se nos casássemos não seriamos mais seus filhos, então... – deu de ombros.

- Compreendo! Mas, algo está me deixando confuso! – disse olhando de um para o outro.

- O quê, Sanbimu? – Kushina perguntou, um pouco receosa de que seu filho iria julgá-los por terem negado a ele uma vida de luxo e conforto.

- Como foi que terminamos sendo Uzumaki se seus pais são Senju e Kaminari? – a ruiva e o loiro riram, tinha que ser Naruto para se apegar a essas coisas.

- O sobrenome de solteira de minha mãe era Uzumaki, e como ela já havia falecido na época em que conheci o Minato, passei a usá-lo.

- E como eu não queria mais usar o sobrenome da minha família, decidimos que nossa pequena família seria Uzumaki! – Minato disse com certo orgulho, fazendo a esposa lhe sorrir com amor.

- Eu gostei! – Naruto disse como se, para o sobrenome continuar, precisava de seu consentimento. Os três riram. O pequeno pulou do sofá e ficou de frente aos pais. – Posso ir brincar com o Gaara, agora?

- Tudo bem, mas, não se atrase para o jantar! – sua mãe lhe disse, dando um beijo em sua testa.

- Não irei! – disse saindo correndo, porta a fora, com seu costumeiro sorriso.

***flash back off***

Pouco depois que seus pais morreram seus avós paternos lhe procurou e lhe disse que era para ele se tornar um Senju. Ao menos foram mais sutis que seu avô materno que descaradamente lhe ordenou mudar seu sobrenome para Kaminari, arrumar uma mulher e ter logo um herdeiro. Bufou indignado com a lembrança.

De tudo isso só sentia falta do irmão da sua mãe. Eles se conheceram no enterro. Kira Kaminari era super legal e pelo sofrimento e lágrimas que Naruto viu em seu olhar, realmente amava a irmã. Sempre que se lembrava dele se surpreendia como um homem de quase dois metros de altura super musculoso, cabelos loiros penteados para trás, pele morena, olhos, que sempre estavam cobertos por óculos escuros, mas, naquele breve momento em que olhou para o caixão da irmã e do cunhado sendo descidos para a cova, estavam sem o acessório e o loirinho pôde notar que eram verdes.

Sua mãe lhe falara dele muitas vezes. Sempre com um olhar saudoso e amoroso. Ela dizia que seu irmãozinho, embora não sabia de onde ela havia tirado o “Zinho” para aquele gigante, havia herdado os olhos verdes da mãe deles e a aparência do pai e ela herdara os olhos do pai e a aparência da mãe.

Kira ainda mantinha contato, é claro que não se falavam muito para não levantarem suspeitas, já que ninguém sabia que o loirinho era o herdeiro das famílias Senju e Kaminari. Nem mesmo seus conjugues sabiam. Suspirou. Eles nunca quiseram saber sua história, realmente. Sempre que tentava falar eles mudavam de assunto ou estavam muito ocupados para ouvir. E assim, o tempo passou. “Será que agora eles me escutaram?”

Naruto percebeu que estava quase chegando ao apartamento. Um pouco mais e estava entrando no estacionamento subterrâneo. Continuou perdido em pensamentos enquanto entrava no elevador e esperava chegar ao seu andar.

Ao entrar em seu apartamento, depositou as chaves na mesa ao lado do sofá e acendeu a luminária que ficava ali mesmo. Uma luz suave recaiu sobre o local. Deixou-se cair deitado no sofá e fechou os olhos. Os orgasmos que atingira hoje com Ino e Sasuke acabaram com ele. Estava quase dormindo, quando ouviu o toque irritante do telefone. Abriu um olho e encarou o infeliz.

- É bom que seja importante! – resmungou. Levantou-se e trouxe o aparelho sem fio para o sofá, voltando à posição anterior. – Alô! – murmurou num resmungo sonolento.

- Naruto, meu rapaz! – ao ouvir a voz animada na linha, o loirinho sentou-se com tudo no sofá, o sono havia saltado de cabeça pela janela.

- Tio Kira?!

- O único!

- Como o senhor conseguiu este número? – perguntou desconfiado.

- Ora, menino! – disse com falsa indignação, para logo completar. – Paguei um investigador particular para descobrir como estava indo o meu sobrinho favorito!

- Sou seu único sobrinho! Espere um pouco, PAGOU PARA ME SEGUIREM!

- É claro que sim! Quando soube que você havia saído da casa de seus conjugues, fiquei preocupado. – seu tio disse, nem um pouco arrependido. Ele sabia do casamento nada conveniente de Naruto, mas, não se intrometia, desde que o sobrinho fosse feliz. E também, não se afastara como fizera da irmã.

Quando seu pai exigiu que o filho de Kushina voltasse com eles para Kumo e ele se recusou, o velho disse que era para cortar laços com o rapaz, mas, Kira não o fez e dessa vez quem jogou um ultimato foi ele: “Se não quiser o seu neto tudo bem, mas, se me proibir de vigiar e proteger a única coisa que restou de minha irmã, esqueça que já teve um filho e morra só!”

Embora, soubesse que seu velho lá no fundo sofria pela perda da filha que tanto amou, mas, era orgulhoso demais para admitir, estava feliz por ter alguém de confiança protegendo seu bem mais precioso, seu neto, que mesmo tendo a aparência do pai, tinha os trejeitos e sorriso de Kushina. Ele também sabia que Aru Kaminari tinha um álbum com fotos de Naruto desde bebê, assim como, de todas as crianças Uchiha, em especial da pequena Yui, que recebeu o nome de sua amada esposa.

- O senhor ligou só para me amolar, tio?

- Não! Liguei para saber se você quer almoçar comigo amanhã!

- Terei de trabalhar amanhã! – Naruto refletiu um pouco e arregalou os olhos. – Amanhã? Onde o senhor está?

- Aqui em Konoha, oras! Qual o sentido de convidá-lo para almoçar se eu não estiver presente? – disse irônico, fazendo o loiro mais jovem rolar os olhos e bufar.

- Se o senhor se contentar com almoço de cantina de escola, podemos almoçar no meu trabalho!

- Então está marcado! – disse animado, e o mais novo teve de afastar um pouco o fone do ouvido. Seu tio era muito barulhento.

- Até amanhã tio Kira!

- Até amanhã, Sanbimu! – Naruto riu com a despedida do tio. Quando se conheceram ficou irritado por ele usar o apelido carinhoso que sua mãe lhe dera, mas, Kira lhe dissera que era assim que Yui, sua avó, chamava Kushina e só de olhá-lo, dava para ver que o apelido continuava na família. No inicio não entendeu, já que a mãe era ruiva e ele loiro, mas, seu tio lhe disse que esse apelido foi lhe dado pelo sorriso radiante, que sempre iluminava qualquer ambiente que ela estivesse.

Levantou-se do sofá, devolveu o fone ao lugar, e foi tomar uma longa e relaxante ducha quente. Depois que terminou, se enxugou, vestiu só a calça do pijama e caiu na cama, com um enorme sorriso adornando os lábios e dormiu.

Na manhã seguinte, Naruto acordou com o barulho persistente do despertador. Desligou e se levantou. Tratou de tomar um bom banho frio para terminar de acordar, completou sua higiene e foi escolher uma roupa para ir trabalhar.

Decidiu ir com um jeans preto justo e uma camisa pólo também preta, mas, com detalhes em laranja. Decidiu ir com um all star preto clássico, que comprara recentemente. Testou um pouco. Confortável. Concluiu satisfeito. Tornou a ajeitar os cabelos do jeito desarrumado-sensual que vinha usando, passou o perfume, pegou as chaves e saiu.

- Meninas andem logo, o papai logo estará aqui! – Tsuki disse impaciente, dando uma ultima batida na porta do quarto das garotas e descendo para esperá-las no andar de baixo. Parou surpreso ao ver os quatro irmãos mais velhos, andando ansiosos na sala de estar. – O motorista de Missuki se atrasou? – perguntou confuso, pela atitude dos quatro, que apenas ficaram encarando-o. Quando pensou que não haveria resposta, Minato indagou num tom receoso.

- Será que o tou-san nos levará para a escola, também?

A expressão de Tsuki se suavizou, seus irmãos podem ter se comportados como verdadeiros idiotas, mas, era notável o medo deles. Também estaria temeroso se duvidasse por um instante se quer do amor de seu amado pai.

- O papai nos ama, a nós sete! – disse suavemente, dando ênfase no “sete”. – Ele só está agindo como vocês sempre pediram para ele agir! Nada mais, nada menos! Se vocês conversarem com ele, tenho certeza que as coisas voltam ao normal! – disse se virando para sair. Lembrou-se de algo e voltou a olhá-los. – Mas, não se esqueçam que ele é uma nova pessoa, se vocês pedirem que ele os ignore novamente não será como no inicio, agora ele levará a sério e os ignorará! – recado dado, saiu.

Naruto parou o carro em frente à grande casa e buzinou. Viu surpreso os sete filhos saírem. Esperou todos se acomodarem e partiu, rumo a escola.

Naruto, vez ou outra, flagrava, um ou todos, os filhos mais velhos lhe encarando pelo espelho retrovisor. Sorria-lhes e voltava a fitar a estrada.

Quando estacionou em sua vaga no estacionamento do colégio, se despediu dos três caçulas e se voltou para os quatro mais velhos que estavam parados ao lado do SUV, encarando os sapatos.

- E então? Alguém vai me falar o que está acontecendo ou teremos de brincar de advinha? – perguntou com um sorriso, embora seu tom, mesmo suave, exigisse uma explicação. E era isso o que os filhos mais amavam nele. O loiro não se impunha ou fazia exigências, como já ouviram muitos amigos reclamarem que seus pais faziam, não, ele era sempre calmo e respeitava o espaço dos filhos, mesmo que isso lhe machucasse.

- Papai! – disseram os quatro ao mesmo tempo, largando as mochilas e se jogando em cima do loiro mais velho, que, mesmo confuso, os acolheu num abraço reconfortante.

- O que aconteceu? O que houve meus amores? – indagou preocupado, com o choro dos rapazes, embora o mais escandaloso fosse Ryou, Minato, mesmo que fizesse barulho, era mais discreto que o irmão loiro. Mas, os morenos apenas fungavam, enquanto as lágrimas desciam pelo rosto alvo.

- Nos perdoe, tou-san! – Minato implorou, erguendo seus olhos para olhar os do loiro mais velho, que eram tão parecidos com os seus.

- Não há nada para perdoar! – respondeu carinhoso.

- Não é verdade! Temos agido como idiotas, destratado o senhor e... – Naruto pôs um dedo nos lábios de Fugako para silenciar as palavras de alto recriminação do filho.

- Já chega disso! Não permito que ninguém fale mal de meus filhos, nem eles próprios! – fez uma cara de falsa indignação, mas, logo abriu um sorriso. – Comecemos de novo e deixemos o passado onde lhe pertence, no passado! As pessoas erram, mas, o que nos torna mais fortes é reconhecer esse erro, aprender com ele e fazer de tudo para não cometê-lo novamente! – deu um beijo na testa de cada um e lhes sorriu. – Agora vamos, ou vocês iram se atrasar para sua primeira aula do dia e eu tenho que organizar algumas coisas!

- Hai! – disseram e saíram correndo. Naruto riu e os seguiu, só que num passo mais lento.

Quando entrou na sala dos professores, percebeu que alguns já haviam saído para dar suas primeiras aulas. Sentiu-se ser arrastado para um canto.

- Pô, Naru! Quer me matar de curiosidade? – Deidara reclamou com um bico.

- Não sei do que você está falando! – disse inocentemente, tirando um fio invisível da própria camisa. O loiro maior estreitou os olhos, mas, logo abriu um sorriso.

- Tudo bem, então! E eu que pensei que iria escutar a sua historia para depois contar como foi minha noite com o Gaara! – deu um suspiro fingido e foi se afastando.

- Como assim? Vocês não iam sair na quarta? Onde foram? Como foi? – Deidara apenas olhava as unhas como se tivesse vendo algo de muito interessante. Naruto se deu por vencido e narrou seu encontro com cada conjugue nos mínimos detalhes. Contando, também, que a secretária de Ino era a mãe de Kaito Inuzuka e que por isso acabaram tendo um grande tempo conversando e que acabara descobrindo que a secretária de Sasuke era, na verdade, uma pessoa solitária. – Agora é sua vez!

- Gaara me ligou ontem me convidando para jantar em sua casa e conhecer seu filho.

- Você deve ter ficado surpreso!

- Aterrorizado, seria a palavra! – falou com uma risadinha. – Bem, acabei concordando, mas, recusei a limusine que ele ofereceu para ir me buscar, dizendo que meu carro funcionava perfeitamente bem. – Naruto riu. – Quando cheguei em frente a casa do cara, já estava pronto para dar meia volta!

- O que te fez mudar de ideia?

- Ele estava lá, em pé na calçada como se me esperando! Ele estava tão lindo, que tudo o que pude fazer foi descer e me jogar nos braços acolhedores dele! – suspirou.

- Eu conheço a sensação! – Naruto colocou uma mão no ombro do amigo, num gesto solidário.

- Nós entramos e... eu voltei a me apaixonar! Você já viu aqueles olhinhos azuis lindinhos? E os cabelos vermelhinhos? – Naruto viu incrédulo, por um momento, como o amigo pegava uma almofada do sofá e a abraçava como se abraçasse uma criança, seus olhos estavam brilhantes. O loiro menor não resistiu e começou a rir histericamente.

- Qual a graça? – Deidara indagou com um bico fofo.

- Você... você se tornou um pai! – disse voltando as gargalhadas.

- E-eu n-não... – disse assustado com a possibilidade. Naruto respirou fundo para assumir, um pouco, o controle de si mesmo e disse:

- Tudo bem, então! Você não se importará se meu Tsuki namorar com o Kurama, não é?

- Ele é apenas um bebê! – exclamou aterrorizado com essa possibilidade.

- Ele já tem dez anos, logo estará namorando e pelo que vejo os garotos estão de olho nele...

- Castrarei a todos! Ninguém tocará no meu bebê! – disse como uma mãe leoa que via predadores ao redor de seu filhote.

- Humrum! E você não é pai! Certo! Faremos assim, você diz e eu finjo que acredito! – Naruto disse sarcástico. Deidara nem ligou para o tom do amigo, deixou-se cair sentado no sofá e lançou-lhe um olhar desnorteado.

- O que farei agora?

- Você ama o Gaara?

- Sim! Mas...

- Você tem planos de deixá-lo?

- Não! Mas...

- Vocês iram se casar?

- ...

- Dei-kun? – indagou preocupado.

- Ele me pediu, depois que fizemos amor, noite passada!

- E você?

- Sai correndo como se os cães do inferno me perseguissem! Oh, Naruto ele deve me odiar! – disse chorando. Naruto sentou-se ao lado dele e o abraçou pelos ombros.

- Nem pense nisso! Se eu ainda conheço aquele rabanete ambulante, ele não desistirá tão facilmente, ttebayo!

- Não o chame assim! – repreendeu ao amigo. Um momento depois ambos pularam quando ouviram a porta da sala ser aberta com um rompante.

Gaara viu seu anjo sendo abraçado pelo amigo, por um momento sentiu seu sangue ferver, pois pensou que havia sido trocado por Naruto. Mas, então se esqueceu de tudo isso ao notar as lágrimas que desciam pelo rosto de Deidara. Foi até ele e se ajoelhou a sua frente, ignorando os olhares surpresos dos professores que ainda estavam presentes na sala. Sua prioridade era seu loiro.

- O que aconteceu, anjo? Você se machucou? Está doente? – indagou preocupado.

- Como você ainda pode ficar tão preocupado comigo, depois de eu ter saído correndo ontem à noite? – disse acariciando um lado do rosto do ruivo com a palma da mão. Gaara se inclinou para a carícia, mas, não desviou o olhar do seu anjo.

- Simples! Porque eu te amo, Deidara, e mesmo que você corra sempre que eu te propuser casamento, eu irei atrás de você!

- Não.

- Não, o quê, lindo? – perguntou confuso.

- Não irei fugir quando você me propuser casamento novamente! – respondeu corando. Gaara o encarou por um momento, para logo puxá-lo para um beijo firme. Deidara teve a certeza de que eles ficariam perto, agarrando o ruivo pelos cabelos. Afastaram-se quando Naruto pigarreou. Gaara olhou fixamente nos olhos cinza do amado.

- Você aceita se casar comigo, anjo?

- Sim! Eu te amo, moranguinho! – e voltaram a se beijar.

- “Moranguinho”? Sério? – Naruto perguntou incrédulo. Gaara olhou para o amigo corando um pouco, já Deidara tinha o maior sorriso do mundo.

- Sim, e ele é só meu! Bem, meu e de Kurama, assim como Kurama também é só meu e de meu Moranguinho. Então, mantenha seus meninos bem longe de meu bebê! – disse estreitando os olhos no amigo, que ria a não mais poder. Gaara apenas olhava de um para o outro confuso. Pelo tempo que os dois loiros explicaram toda a história ao ruivo, inclusive os planos de conquistas elaborados por eles, já era hora de cada um seguir para sua, respectiva, aula.

Na hora do almoço, Naruto recebeu uma mensagem no celular.

“Yo Sanbimu! Estou quase chegando, não faça os pedidos, estou levando algo para comermos! Seu tio favorito, Kira!”

Naruto teve de rir. Mas, ficou pensando no que o doido traria para almoçarem, estava morrendo de fome. No fundo sabia que o mais velho não se contentaria com comida de cantina, mesmo sendo de uma escola de elite.

Pouco depois percebeu um homem muito grande, os cabelos não eram mais tão loiros como se lembrava, agora eram meio prateados, mas, mantinham o mesmo penteado, os inseparáveis óculos escuros, uma camisa branca social e uma calça jeans azul escuro contrastavam com a pele amorenada, sapatos sociais. Abriu um enorme sorriso ao reconhecer o sobrinho.

- Yo Naruto! – disse escandaloso como sempre. Naruto se levantou para receber o abraço.

- Tio... o senhor está... me sufocando! – disse tentando respirar, em meio ao abraço.

- Oh, me desculpe! É que fiquei tão feliz por revê-lo! – disse alegremente, chamando a atenção de alguns alunos presentes, em especial de sete deles.

- Vamos nos sentar! – quando já estavam confortáveis. Naruto encarou as sacolas que o tio havia depositado em cima da mesa, sua boca encheu d’água ao reconhecer o logotipo. – O senhor passou no Ichiraku!

- Sim! Fiquei sabendo que você gosta da comida de lá! – o loirinho deixou o comentário de lado, seu foco no momento era as sacolas. O tio riu. – Vamos almoçar, então!

- Sim, ttebayo!

Enquanto os dois se deliciavam com o almoço, Fugako, Minato, Daichi e Ryou se aproximaram dos irmãos mais novos.

- Vocês conhecem aquele cara que está almoçando com o papai? – Daichi indagou com o cenho franzido, sem desviar o olhar da mesa onde os loiros mais velhos estavam.

- Não! – Tsuki respondeu simplesmente. E num rompante se encaminhou para a mesa do pai, sendo seguido por todos os irmãos. – Incomodamos, papai?

- Não, meus amores! – Naruto disse, mas, seu filho caçula pôde notar um brilho de culpa em seus olhos. Olhou ao desconhecido. Ele os olhava com um sorriso de felicidade e um brilho de... orgulho nos olhos. Aquilo deixou o moreninho intrigado.

- Não irá apresentar seu amigo para nós, papai? – indagou gentilmente e agradeceu aos céus pelos irmãos ficarem calados e deixarem ele cuidar da situação.

- C-claro! Crianças este é Kira Kaminari... ele é... hum...

- Diga logo Naruto! São seus filhos, precisam saber de toda a verdade! Lembre-se que seus pais contaram-lhe quando você tinha dez anos, você já deixou passar quatro! – Kira disse dando um tapa na mesa pela empolgação de finalmente poder conhecer os outros sobrinhos pessoalmente. Naruto suspirou.

- Crianças este é Kira Kaminari, ele era irmão de minha mãe, portanto, meu tio e tio de vocês! – esperou a reação dos filhos.

- Você é bem grande! – Yui disse olhando o desconhecido de cima a baixo.

- E você tem o nome de minha mãe! – disse o grandalhão com um sorriso suave que foi prontamente retribuído pela loirinha.

- Verdade? – perguntou animada.

- Sim! E pelo que vejo, você herdou o sorriso Uzumaki!

- Sorriso Uzumaki? – perguntou confusa.

- Sim, a cada geração uma criança nasce em nossa família com esse sorriso e recebe o apelido de Sanbimu. Sua avó Kushina o tinha, assim como seu pai aqui, e agora você! – disse pondo uma mão sobre a cabeça da garota. Percebeu que a rosada tinha um olhar um pouco triste, antes de baixar a cabeça. Ele a ergueu, segurando seu queixo. - E só de olhar para você, notasse que herdou o gênio forte da mãe de Minato!

- Minha mãe? – perguntou confuso, o loiro presente.

- Não! Desculpe-me, sempre me esqueço que você tem o nome do pai de Naruto! – disse com uma risada. – Minato Senju ou Minato Uzumaki como ficou sendo chamado depois de se casar com minha irmã, era filho de Jiraya e Tsunade Senju.

Os jovens Uchiha arregalaram os olhos.

- Jiraya e Tsunade Senju daqui de Konoha? – Fugako perguntou surpreso.

- Os próprios!

- Então porque o papai não convive com eles? – Tsuki perguntou. E Naruto lhes contou o mesmo que seus próprios pais lhe contaram quando tinha dez anos. Ficaram um momento em silencio, até Harumi chamara a atenção do tio.

- Então eu me pareço com minha bisavó?

- Sim, seu temperamento é igualzinho!

- O que quer dizer com isso! – disse pondo as mãos na cintura e lançando olhares mortais ao mais velho. Só se acalmou quando seu pai a puxou para o colo e a abraçou.

- Não a provoque tio! – Naruto repreendeu o loiro mais velho. Conhecia muito bem o temperamento de sua rosadinha e era, como diria Deidara, um estouro!

- Tudo bem! – disse rindo. Levantou-se. – Eu tenho de ir agora, Sanbimu, preciso organizar algumas coisas até a sexta!

- Por quê? – indagou, ignorando os olhares mortais que os filhos lançaram ao mais velho por chamá-lo pelo apelido carinhoso. Ele mesmo já tentara aquilo, para que Kira parasse de chamá-lo assim, mas, adiantou tanto quanto por fogo em lenha molhada.

- Porque irei aquela coisa que chamam de festa beneficente, oras!

- Você também? – perguntou desanimado. Sabia que Kira gostava tanto quanto ele, principalmente, do caviar.

- Sim! – resmungou. – O velho não me deixou escapatória.

Mesmo chamando Kira de tio, Naruto sabia que a diferença de idade entre eles era pouco mais de sete anos. Sua mãe se casara com seu pai quando tinha apenas dezenove anos e ele vinte. E isso explicava o porquê de seus avós ainda estarem firmes e fortes no mundo dos negócios. E também, explica o porquê de seu avô Aru estar pressionando Kira, o cara estava com quase 45 anos e ainda não se casara. “Ele deveria pensar um pouco no futuro da família Kaminari, ttebayo!”

Depois de se despedirem do loiro mais velho, Naruto se virou para os filhos.

- Eu gostaria que o que vocês descobriram aqui hoje, ficasse só entre nós, por enquanto!

- Mas...

- Por mim, tudo bem, desde que o senhor se certifique de conversar logo com o tou-san, a kaa-san e a mamãe! – Tsuki disse, interrompendo Daichi, e lançando olhares que diziam para os irmãos ficarem calados e concordarem com ele. O que fizeram prontamente, afinal o jovem Uchiha havia se mostrado o mais sensato de todos até agora!

- Farei isso, meu amor! Obrigado! Obrigado a todos! – disse com um sorriso radiante.

- Eu serei chamada de Sanbimu a partir de agora? – Yui perguntou indecisa, pois seu papai nunca há havia chamado assim antes.

- Se você quiser! – Naruto lhe disse com um sorriso.

- Eu quero! – disse empolgada.

- Então, assim será! – disse com um grande sorriso. Eles ficaram conversando até que o sinal tocou.

Como sempre, o loiro esperou os filhos caçulas para levá-los para casa. Qual não foi sua surpresa, ótima surpresa, diga-se de passagem, quando viu que os sete vinham em sua direção. À volta para casa foi feita na mais completa animação, desde cantarem uma música conhecida que o rádio tocava a conversarem sobre como havia sido o dia na escola. Mesmo o sempre fechado Fugako, se soltou e conversou.

Naruto estacionou o SUV em frente a sua antiga-brevemente-nova-casa, não iria descer, mas, mudou de idéia ao notar ambas as esposas em pé na porta da frente. Desceu e ficou encostado ao capô do carro, esperando que elas se aproximassem. O que fizeram timidamente.

- Yo Sakura-chan! Yo Ino-chan!

- Yo Naruto-kun! – disseram corando. Pareciam duas colegiais.

- Eu só vim trazê-los, já estava de saída!

- V-você não q-quer entrar? – Sakura perguntou insegura. Naruto franziu o cenho. Não queria que nenhuma de suas, sempre confiantes esposas, se sentissem inseguras. Aproximou-se dela e a fez encará-lo.

- Hoje não! – deu um beijo acalorado na rosada, repetindo o mesmo com a loira. Sentiu ambas tremulas em seus braços. Sussurrou em seus ouvidos. – Mas, se quiserem me encontrar amanhã à tarde no meu apartamento, serei só de vocês!

- Amanhã terei uma reunião! – Ino disse distribuindo beijos de um lado do pescoço do esposo loiro, enquanto Sakura fazia o mesmo do outro lado.

- E eu tenho plantão! – Naruto deu de ombros e se afastou. Deu-lhes um sorriso.

- O convite está feito, repassem para o Sasuke, também, por favor! – e saiu antes de qualquer uma das duas falar algo.

“Eles irão!” pensou com um sorriso de lado.