Viajantes

Rumo ao Além


Era um dia qualquer na pacata CraftVillage onde, solitariamente, Arthur fazia negócios com alguns aldeões. Para ele, uma vida sem aventura era uma vida inútil. Quando isso ia mudar? Até quando Arthur continuaria com uma medíocre vidinha? Será que ele teria capacidade suficiente para adorar uma nova vida de aventuras, sozinho?

Arthur não aguentava mais tanta depressão, e então foi conversar com um velho monge, muito sábio:

—Monge, eu preciso de sua ajuda, agora!

—O que tanto te incomoda caro Arthur?

—Estou cansado de ficar só aqui em CraftVillage! Eu quero sair, enfrentar, ousar, conhecer novos lugares, novas pessoas… quero me tornar um viajante, com a vida cheia de aventuras!

—Posso até te dar o que é necessário, mas infelizmente não posso te dizer o que você deve fazer em seguida, o seu destino é sempre mudado a cada escolha que você faz. Mas eu posso te informar dos perigos, monstros, ou até mesmo Farlands que você precisará enfrentar para só então se tornar um Old Traveler.

—Eu quero!

—Esta realmente disposto a enfrentar criaturas em desertos, nômades em taigas frias, monstros de todos os biomas distintos em dimensões distantes e terras longínquas, ou até mesmo enfrentar a ira de Enderdragon e seus Endermans?

—Estou.

Então o monge entregou a ele um velho livro empoeirado com a capa grossa de cor escura dizendo:

—Pegue isso Arthur, tenho certeza de que você não vai precisar usar mais nada do que esse raro livro.

Arthur levantou as sobrancelhas e fechou seu empolgado sorriso, ele tinha ficado indignado com a ação do tão sábio monge de dar a ele somente um livro gasto:

—Um livro… Um velho, gasto e empoeirado… Livro?! E em que isso vai me ajudar a ser um verdadeiro aventureiro?

—Isso você terá que descobrir com o tempo Arthur, eu já fiz o que podia, agora cabe a você decidir qual caminho deve seguir. Aposto que em muito breve você descobrirá.

Então Arthur saiu da pequena casa de madeira de bétula do velho monge com uma feição indignada, quem diria que depois de tanto drama e explicações, toda a conversa e expectativa se acabaria em um velho livro empoeirado. O que fazer agora? Sem rumo, sem aventura, sem nada! Nem se quem um simples mapa, ou seja, la qualquer ideia. Arthur parou e lembrou do que o monge tinha dito: “Cabe a você decidir qual caminho seguir”, então Arthur já tinha uma noção básica do que fazer, foi para sua humilde casinha de carvalho e pedregulhos e começou a juntar recursos básicos, nada muito avançado, eram blocos de madeira, alguns pedregulhos, uma velha vara de pescar, uma picareta e um machado de madeira e alguns pães e bifes.

Os itens de mais valor que ele tinha guardado eram três esmeraldas.

Depois de ajuntar tudo, Arthur foi até a casa de um ferreiro para comprar algum item que pudesse ajudá-lo em sua caminhada rumo ao além:

—Ei ferreiro! Por quanto me vende essa espada?

—Duas esmeraldas e ela é sua!

—Obrigado

Ao cair da tarde, Arthur decidiu dar pelo menos uma foleada no livro que o monge tinha o dado, na capa estava escrito: “Builder Book: Construindo Portais, by: Cristian”.

Ao abrir o livro, se deparou com um índice gigantesco, mais de quinhentas folhas com, pelo menos, dois tipos de portais diferentes em cada uma delas.

—Vou demorar anos pra ler tudo isso! Bem… se isso vai realmente me ajudar, pode valer a pena.

Então Arthur viu alguns portais, um feito de obsidiana, outro feito de quartzo e ouro, outro feito de esmeraldas… realmente tinha portais de todo o tipo, era um sonho de tantos lugares possíveis pra visitar, mas… onde Arthur acharia todos os blocos? Arthur mal sabia o nome dos blocos comuns, quanto mais o nome dos blocos nobres. Então Arthur se deu conta de que informações nunca são de mais, e foi para a biblioteca bem cedo, no dia seguinte. Lá conversou com um bibliotecário:

—Ei! Onde eu…

—Sssshhhhh! Silêncio, isso é uma biblioteca.

—Me desculpe. Onde encontro informações sobre blocos e sobrevivência?

—Bloco dois, corredor três, estante primeira.

—Obrigado.

E lá foi Arthur, com a moral la em cima. Mas antes de ver o que ele realmente queria, ele deu uma passadinha no corredor quatro do bloco dois, na terceira estante, para ver alguns livros sobre viagem e biomas. Pegou alguns livros e foi sentar na mesinha que havia ali perto. La tinha uma garota, loirinha com tranças e uma saia ridícula, ela também usava um óculos redondo gigante e aparelho cor-de-rosa. Ao sentar lá, a pobre pirralha logo puxou assunto:

—Por que está se informando sobre viagens e biomas?

—Vou me tornar um Old Traveler.

—Ai meu Deus! Assim como Hanna, Alan e Cristian?

—Quem?

—Os Old Travelers! São os melhores!

—Já vi que você é meio FANÁTICA pelos Old Travelers, talvez eu te dê um autógrafo quando me tornar um.

—Talvez daremos autógrafos quando NÓS formos os novos Old Travelers. É claro que posso ir junto certo?

—Não. Você é menina.

—Hanna também é, e eu tenho o livro de poções escrito e autografado por ela.

—Nos encontraremos hoje de tarde perto do poço no centro da Vila.

—Obrigadinha.

—A propósito… qual é seu nome? O meu é Arthur

—Zoe

Ta certo que Arthur Achou Zoe um tanto “manipuladora”, porém ela tinha o livro de poções e talvez ela não seria tão ruim assim ela também se tornar uma Old Traveler, assim como Hanna.

Depois de ver e anotar todo o necessário, Arthur foi dar uma volta pela Vila pra ver se encontrava alguns blocos e que tinha estudado, no caso, blocos nobres, tais como bloco de vidro, bloco de diamante, ouro, esmeralda, bloco de redstone, bloco de Slime, obsidiana… entre outros.

Ele não encontrou todos os blocos que esperava, mas achou alguns. Já era quase hora de se encontrar com Zoe, a pirralha da biblioteca.

Arthur foi dar mais uma olhada nas informações que tinha obtido, só até dar a hora certa de ir até o poço no meio da Vila.

Chegando la, encontrou Zoe que com uma feição séria disse:

—Temos um grande problema.

—Então desembucha! Que problema?!

—Na verdade não é um problema… quer dizer, também, mas…

—Anda logo Zoe! Você tá me assustando!

—Você tem o livro de portai e eu o de poções, mas com quem está o livro de Alan? Não podemos sair por ai sem saber sobre sobrevivência!

—Ta ai um grande problema…

E agora? O que fariam os nossos dois futuros Old Traveler? Não adiantava somente ter as poucas informações que Arthur pegou na biblioteca. Lá até se encontrava os livros dos Old Travelers, mas todos eles eram adulterados, não eram originais, e não continham todas as informações necessárias. Arthur e Zoe começaram a se desesperar, porque o tempo estava passando e cada vez mais eles iam ficando sem esperanças de um dia realmente ser um Old Traveler.

Então os dois decidiram que o melhor a fazer naquele momento era descansar, e esperar até o dia de amanhã pra procurarem respostas.

No dia seguinte, eles acordaram bem cedo e foram até a biblioteca:

—Zoe, eu tenho um plano, vamos ficar perto da estante de livros que falam sobre sobrevivência e biomas, porque, com certeza, alguém vai procurar saber sobre o assunto, então perguntamos pra pessoa se ela sabe algo sobre os Old Travelers e se sabe quem tem o livro de Alan.

—Boa Arthur! Vamos correr porque já tem três pessoas indo até la.

Então Arthur e Zoe correram até a estante de livros sobre sobrevivência e biomas, e pra facilitar o trabalho eles foram conversar um com cada pessoa que estava la. Arthur conversou um garoto e uma garota, cujo os dois disseram que tinham o livro de Alan original, porém Zoe conversou com duas garotas que também disseram que tinha o livro de Alan original. Eles acharam estranho todos dizerem que tinha o livro, mas não haviam entrevistado todos. Lá, sentado em uma mesinha, isolado de todos, havia um misterioso cara. Ele parecia um detetive, usava um casaco grande de cor ocre com vários bolsos, evitava mostrar o rosto e quando mostrava quase não tinha expressões, e ele estava lendo um jornal, mas não faz sentido! Por que um cara misterioso leria um diabo de um jornal um mundo de livros?!

A coisa não ia ficar assim, Arthur e Zoe estranharam muito o tal cara, e pro azar dos dois, o cara reparou nisso e, disfarçadamente, fechou seu jornal e andou rapidamente para a saída da biblioteca.

Ao verem isso, Arthur e Zoe tentaram segui-lo, mas ao chegar do lado de fora, o cara não estava mais lá. Agora então começaria uma interminável busca pelo “cara estranho de casaco grande cheio de bolsos”.

Em euforia, Arthur e Zoe procuraram o cara estranho por todos os lados de CraftVillage, em cantos, alojamentos, casas, campos, jardins, árvores, cavernas… Tudo! Absolutamente tudo Parecia ser inútil, era como se o cara nunca tivesse existido.

As esperanças de Arthur e Zoe já estavam se esgotando, junto ao tempo, que se desfazia em um arrogante pôr do sol que parecia rir na cara de nossos futuros viajantes. Eles tinham certeza de que iam achar o livro de Alan com aquele sujeitinho esquisito e, por isso, dedicaram seu tempo entrevistando pessoas e vendo se alguém tinha “anotado a placa” daquele ninja.

Parecia ser o fim de tudo! Não havia mais esperanças, além de o dia ainda estar claro, o sol não estava mais no céu. O que fazer agora? Procurar mais? Esperar?

Arthur achou que devia conversar com Zoe sobre tal situação:

—Zoe… Acho que não temos escolha.

—Do que está falando Arthur?! Uma pessoa não pode sumir desse jeito! Amenos que tenha uma poção de invisibilidade.

—Não é isso Zoe. Acho que já passou da hora de usarmos nossos livros.

—Mas e o livro de Alan? Não vamos conseguir sobreviver sem ter as informações certas!

—Se acalme Zoe, eu tenho um plano. Vamos procurar um dos Old Travelers que talvez ele saiba como encontrar o livro, ou ate mesmo, como encontrar Alan

—Mas Arthur, os Old Traveler estão separados a anos! Nunca vamos encontrar todos sem antes termos uma base de onde começar a procurar.

—Vamos procurar por Hanna, será fácil chegar até o mundo das poções.

—Potions World pra ser mais exata!

—Larga de ser chata Zoe! Bem… vi no meu livro que o portal para o mundo das… digo… Potions World, é feito de Obsidiana e vidro, e é ativado com lava

—Agora basta termos esmeraldas o suficiente para comprar as obsidianas e os vidros.

—Não pode ser tão caro, eu tenho uma esmeralda, você tem pra inteirar

—Tenho quatro esmeraldas, gastei uma delas hoje de manhã comprando pão.

—Quatro esmeraldas… não se se é o suficiente…

Nossos futuros viajantes não tinham esmeraldas o suficiente, mas eles realmente precisavam, pra continuar a procura pelo livro de Alan.

Foi então que apareceu um amigo de Zoe, que ao perceber a aflição de sua amiga quis tentar ajudar:

—Algum problema Zoe?

—André! Sim, eu e Arthur estamos com um problemão. Não dá pra explicar agora mas depois eu explico, você só precisa saber que precisamos de esmeraldas pra comprar blocos.

—Claro. Tenho várias, de quantas precisam?

—O suficiente pro Arthur comprar oito blocos de obsidiana e quatro blocos de vidro.

Foi uma grande sorte André ter aparecido, o pai dele era minerador, e o que não faltava era esmeraldas. Agora só faltava André…:

—Acho que tenho esses blocos aqui comigo… mas pra que querem?

—Eu e Zoe precisamos do livro de Alan, para nos tornamos Old Travelers, já temos o de Cristian e o de Hanna.

—É claro que não vão conseguir ir muito longe sem esmeraldas, que no caso…

—Ta legal, você pode ir junto. Mas você é a última pessoa que vou deixar vir comigo, já não bastava a Zoe.

—Se quiser te dou dez esmeraldas e dou o fora.

—É claro que não, quero só os blocos por gentiliza.

—Tome. Mas ainda quero saber pra que os blocos.

—Você já vai ver.

Então Arthur construiu o portal, dois por dois de obsidiana com vidros nas quatro pontas, agora só faltava ativar. Arthur tinha pegado quatro baldes de lava no incinerador do ferreiro, então ele jogou a lava no meio do portal e disse:

—Pronto! Agora é só pular, Primeiro as damas Zoe.

—Se você pensa que eu vou pular em um poço de lava feito de obsidiana e vidro, você está muito enganado.

—Ela tá certa Arthur, esse portal está estranho. O que diz o livro?

—Putz! Esqueci… Também precisamos de uma poção contra o fogo!

—Zoe deve ter, ele é a única que meche com poções.

—Tenho, é só jogar la dentro certo?

—Sim Zoe, e depois é só pular.

Então Zoe jogou a poção dentro do portal e em instantes o portal foi ativado. Os três viajantes pularam la e foram para Potions World, onde começaram a procurar por Hanna, para sabes se ela tinha informações sobre o Livro de Alan.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.