Apesar de Luca ter decidido que a melhor opção era deixar Alessa refletindo sobre o que ele dissera, sua vontade de saber se ela estava bem era maior que o seu senso do que era melhor ou não. Afinal, Luca era amigo de Alessa, e, para ele, era uma necessidade saber se ela já tinha melhorado pelo menos um pouco. Por isso, logo após a inesperada sessão de autógrafos (que durou bastante tempo, Luca nem sabia da onde tanta gente saia, só sabia que não parava de aparecer gente) ele foi até a casa de Alessa. Tocou a companhia, mas ninguém atendeu. Girou a maçaneta e a porta estava aberta. Decidiu entrar porque Alessa nunca deixava a porta destrancada. Se ela o fez dessa vez ela só poderia estar muito mal. Foi entrando devagarzinho, chamando o nome de Alessa, mas não obtinha nenhuma resposta. Quando Luca chegou à porta do quarto dela, se deparou com uma das cenas mais meigas que ele já tinha visto: Alessa estava deitada em sua cama, agarradinha com seu tigrinho petro e branco, as pernas encolhidas e um pé em cima do outro. Sua cabeça estava deitada no travesseiro suavemente, mais ao mesmo tempo, ela agarrava o tigrinho com a urgência de uma pessoa que está abraçando alguém que não vê há muito tempo. Luca entrou no quarto e ficou a admirando durante alguns minutos. Depois, pegou o cobertor azul com flores coloridas que se encontravam no chão e cobriu Alessa. Ela parecia estar em um sono tão profundo... Luca sentou na cama e começou a acariciar os cabelos dela. Ficou assim durante horas. Naquele momento, Alessa parecia uma criança que ainda não tinha descoberto nada do mundo, tão pura, tão frágil. Luca se sentia na obrigação de cuidar de Alessa. De repente, o celular de Luca tocou, era Diego, mas isso não fora o suficiente para acordar Alessa. O máximo que ela fez foi se virar para o outro lado. “Ela deveria estar realmente cansada”, pensou Luca. Com passos rápidos e suaves, ele foi para fora do quarto.

– Oi Diego.

– Onde que você está? Cheguei em casa e mamãe disse que depois que nós tínhamos saído para o cinema você nem tinha passado em aqui. Resolvi esperar, mas você não apareceu. Então eu to te ligando. – seu tom de voz demonstrava preocupação.

– Ah, eu estou na casa de Alessa.

– Durante todo esse tempo? Fazendo o que?

– Bom, nada demais, só observando ela dormir... – Luca já estava tentando pensar em algo para explicar sua atitude, mas não encontrou nada.

– O que? Como assim? – Diego estava intrigado.

– Tipo, eu cheguei aqui, mas ela estava dormindo e estava tão bonitinho que eu não quis acordá-la. Então eu fiquei alisando o cabelo dela e nem percebi o tempo passar.

– Tá, isso é realmente estranho... Mas você é estranho então eu nem deveria estar surpreso. Eu to indo pra ai viu?

– Beleza. – e desligou.

Quando se virou, Luca encontrou uma Alessa de cabelos bagunçados e uma cara muito inchada. Ele deu uma leve risadinha. Agora mais do que nunca, Alessa parecia uma criancinha, com seu tigrinho de pelúcia nas mãos.

– Luca? O que você está fazendo aqui? – Alessa perguntou, com uma voz muito sonolenta.

– Eu vim ver se você estava bem.

– Você está aqui há muito tempo?

– Não – mentiu – Diego também esta vindo para cá. – foi em direção a Alessa para dar-lhe um abraço – Como você tá? Já tá melhor?

– Aham, obrigada. - Alessa deu um sorriso ao ser abraçada – Na verdade, eu já decidi o que eu vou fazer.

– Sobre o Diego?

– Sim. Eu decidi que eu vou contar tudo para ele.

– Ai meu Deus eu não acredito, sério? – Luca estava com um sorriso de orelha a orelha. Ele sonhava com os dois juntos há muito tempo.

Luca abraçou Alessa e ficou fazendo planos para ela e Diego. Ele deve ter ficado falando durante muito tempo, pois quando Diego chegou, encontrou Luca falando igual a uma matraca e mais animado do que nunca.

– Nossa posso saber o motivo de tanta felicidade? – perguntou Diego.

– Bom, acho que Alessa vai dar conta de te informar as boas novas. Mas agora eu tenho que ir. Tchau pessoal! – ainda com um enorme sorriso no rosto, Luca abriu a porta e, ao se virar para fechar a porta, deu uma piscadela para Alessa.

– E então? Que notícia tão boa é essa?

– Bem Diego, eu acho melhor a gente ir se sentar na sala.

– Ué, mas eu achei que fosse coisa boa, por que nós precisamos nós sentar?

– É boa para o Luca. Para você eu nem sei. Eu nem sei se é boa para mim. Mas é uma notícia forte, então vamos logo.

Sentaram-se e, sem jeito, Alessa tentou começar a falar.

– Bom Diego, é que... Bom, acontece que eu, bom... Eu... – de repente, Diego a interrompe.

– Eu também tenho uma coisa muito importante pra te falar e eu acho que você vai ficar muito feliz por mim. Posso contar primeiro? Eu realmente estou muito animado.

– Pode, pode sim.

– Bom, é que eu estou pensando em pedir a mão de Giulia em casamento.