V Stages til amare

IV - Depression


Era a terceira vez na semana que acordava antes do despertador tocar, se remexeu na cama a julgar pelo que imaginou ser meia hora e como viu que o céu não clareava, devia ser umas cinco horas da madrugada.

Desistiu de tentar voltar a dormir, levantou da cama e foi tomar um banho, olhou no relógio ao sair do banho e viu que era cinco e quinze, ‘muito cedo para roupas formais’ pensou, se enfiou no closet a procura de um bom e velho moletom que sabia ter em algum lugar ali.

A mansão estava completamente quieta, nem Walter estava acordado a essa hora, não planejava ficar perambulando a esmo até clarear, por isso foi direto para cozinha. Decidiu preparar um chá para si, enquanto a água fervia, começou a mordiscar uns biscoitos que tinha encontrado.

— Senhorota Integra?! – se sobressaltou ao ouvir a voz de Walter, não tinha ouvido os passos mordomo. — Perdoe-me por assustá-la, precisa de algo?

— Só vim pegar um chá.

— Já que estou aqui, deixe que eu sirvo.

Integra deu de ombos e sentou-se na bancada, ouviu Walter pigarrear e interpretou aquillo como um sinal, ele queria e ia lhe dizer algo, inspirou fundo e esperou que ele começasse a falar.

— Peço que releve meu atrevimento Integra, mas reparei que ultimamente a senhorita tem se comportado de maneira diferente ao habitual. – enquanto falava, serviu o chá. — Posso afirmar isso ao vê-la usando moletom... Não me recordo a última vez que a vi com roupas assim! Percebi que você quase não fuma mais, anda distraída e eu nem escuto mais suas discussões com Alucard ou os tiros que se seguem... – Integra inspirava o aroma de seu chá e sorriu de leve. — A senhorita nem ameaçou a vida do Senhor Bernadotte por ele ter arranhado a pintur de um de seus carros! Enfim, irei cuidar dos meus afazeres, chame se precisar.

Expressada a opinião em relação ao comportamente de sua senhora, Walter saiu tão silenciosamente como entrou, deixando-a com seus pensamentos.

Integra terminou seu chá e ficou encarando o fundo da xícara.

Atrevimento a parte por deixar claro que reparava no que ela fazia ou deixava de fazer, de fato Walter tinha razão.

Aquela situação não era aceitável, não para a Virgem de Ferro.

Ficar com raiva não resolveu a situação, menos ainda tentar uma negociação com as forças divinas, hora de encarar isso como a boa e velha Integra Hellsing. Iria trocar-se e descer para seu esritório, os papéis não iriam se assinar sozinhos e tinha alguns pingos nos ‘is’ para colocar.

O Sol já estava nascendo quando desceu novamente, roupa e cabelos perfeitamente alinhados, um cigarro nos lábios, reparou que Walter sorriu ao encontrá-la nas escadas – sua mestra estava de volta.