Cap 2 - Meu querido irmão

—Então tu estiveste nos Estados Unidos este tempo todo? -disse ele com dificuldade de acreditar.

—Sim, vivi lá com nosso pai. Eu sempre soube que te iria encontrar um dia outra vez. -digo com lágrimas nos olhos.

—Mas se és minha irmã como podes ser prima da Haruka?

—A nossa madrasta é tia da Haruka. Uma história muito complicada.

—Vais ficar aqui conosco ?

—Sim. Eu tenho uma carreira nos E.U..

—Sério?

—Sim, como modelo, cantora, designer e dançarina.

—Fixe. Eu faço parte de uma Boy's Band chamada Satrish.

—Gostava muito de te ouvir cantar.

—Eita... eu só canto com a banda. Mas eu queria que cantasses algo para mim.

—Posso cantar uma cover, sei a música ideal.

—E qual é?

—Chama-se "Dear Brother" de Audrey e Hank Williams.

—Posso ouvir?

—Claro. -sorrio, respiro fundo e começo a cantar. -"Dear Brother, Mama left us this morning
For the [G7] city where is no [C] pain.

As I stood by her bedside, those last few moments
I lived my childhood again
I thought of you Brother and of the old homestead"

Ele fechou os olhos ao escutar aquela melodia. Eu acho que ele gostou que eu tivesse cantado para ele. Quando acabei eu fiquei um pouco envergonhada pois ele estava fixando-me constantemente.

—O-o que foi?

—Amo a tua voz. É bastante melodiosa. -ele sorriu fofamente.

—O-obrigado.

—É uma pena seres minha irmã.

—Eh?? Porquê?

—E-eita... N-nada deixa para lá.

—Aff... Agora fiquei curiosa.

—Não é nada.

Fiquei o encarando durante alguns minutos e ele ficou corado. Quando eu ia para lhe perguntar a razão de ele estar corado salta um menino loiro de olhos verdes e de óculos para a minha frente atirando o Syo para o arbusto e me abraçando.

—Encontrei uma fada.

Eu coro um pouco pois não é muito habitual os rapazes saltarem para cima de mim e me chamarem de fada. Eu afasto-o.

—Eu não sou uma fada. Não tenho asas.

—Ah... Desculpa é que o teu cabelo brilhava à luz como as estrelas a noite.

—E-eita... -digo corando ainda mais.

—Agrrr... Shinomiya... -diz levantando-se e pondo-se entre eles.- Ela já tem---

Ele parou de falar. E Shinomiya aproveitou a sua pausa.

—Sou o Shinomiya. Qual é o teu nome?

—Meu nome é Hikary.-digo sorrindo.- Sou a irmã do Syo.

—Irmã ?

—Sim irmã.- diz ele me puxando para ele. -Agora se me dás licença vou-lhe mostrar o seu quarto.

Mal acabada de falar ele me puxa para dentro do edifício como se não quisesse que eu me encontrasse com mais ninguém.

—H-hoi. Espera. Para quê tanta pressa?

—Por nada. Apenas tu e a Haruka são as únicas raparigas que estão aqui, por isso se não conseguirem nada da Haruka vai ter contigo, se é que me entendes.

—Eita. E tu não queres isso porquê?

—Porque es a minha irmã.- disse com uma voz trêmula.

—Hmm tenho um irmão muito protetor. -digo com uma voz muito sarcástica e solto um riso muito fofo.

—É-é...

Não reparei na hora mas no minuto depois de eu ter dado aquele riso eu reparei que ele estava corado.

—Estás bem? Estas muito vermelho. Será que estas com febre? -digo metendo a minha mão na testa dele.-Estás quente.

—Não estou com febre. É do calor que está.

—Hmm... Então agora falando a verdade. Tu gostas da Haruka não é?

—Hã? Para que veio isso agora?

—Era só para saber. -digo fazendo uma careta.

—Não. Eu não gosto da Haruka.

—Então gostas de quem?

—Não sei.

—Como assim não sabes?

—É muito difícil explicar.

—Aff... eu queria saber... -digo me virando para ele é caminhando para trás.

Eu fui contra um rapaz e ele deixou cair a caixa de CD's que ele portava. Eu me viro para trás.

—Ah... Desculpa... -digo começando a apanhar os CD's.

—Devias ter mais cuidado... Nunca se anda para trás. Depois não vês as pessoas que estão a tua frente.

—Desculpa. -levanto-me.

—O mal já está feito. Mas agora... quem es tu?

—Meu nome é Hikary e vou ficar aqui até ao próximo verão.

—Hmm... sou o Tokiya prazer em conhecer-te.

Ele começa a andar e passado uns segundos ele para e se vira para trás.

—É melhor teres cuidado com os lobos, gatinha. Eu sei que eles te vão atacar. -vai-se embora.

—O que é que ele quis dizer com aquilo? Ele chamou-me de gatinha? -Digo corando um pouco.- mas em sério o que se passa com os meninos daqui? Nunca viram uma menina antes?

Paro de olhar para o corredor e me vir o para a frente e olho para o Syo. Ele estava com cá e de zangado.

—O que se passa?

—Nada...

Ele começa a andar e eu vou atrás dele. Não dissemos mais nada durante o caminho e entramos na zona dos dormitórios.

—Eu não posso entrar nesta parte. Por isso ficas aqui. O teu quarto é a segunda porta do lado direito. E depois de teres arrumado as tuas coisas vai ter conosco a sala da entrada.

—Ok. Então até já.

Começo a andar quando sinto uma mão agarrando meu pulso. Olho para trás e vejo que era o Syo.

—O que se passa?

Ele não fala nada e me abraça. Eu coro um pouco.

—Finalmente, estas aqui. Tive saudades tuas.

Eu sorrio.

—Eu agora estou aqui, meu querido irmão.- digo abraçando-o também.