...Eu tinha medo de abrir meus olhos e ver que talvez ele não estivesse mais ali, que talvez fosse apenas mais um sonho...

Lentamente, nossa batalha estava terminando, e eu me rendia cada vez mais a ele. Era incrível o poder que ele tinha de amarrar sua vitima e fazer dela sua prisioneira. E era exatamente o que havia acontecido comigo, seria sua prisioneira.

Por fim, me deito novamente sobre seu peito forte, e sinto meus cabelos serem levemente acariciados.

_Boa Noite pequena. _disse Corey pra quebrar o silêncio e depositou um beijo singelo no topo da minha cabeça.

_Boa Noite. _respondi, fechando os olhos e inalando mais uma vez seu perfume.

Demoradamente adormeci, e despertei-me na manhã seguinte com o ronco da van sendo ligada.

_ALELUIA! _ouvi Craig gritar e bater palmas.

A aprovação foi geral, menos por Corey que ainda dormia, e eu também não quis acordá-lo.

_JENNY! ESTAMOS SALV... ops... _berrou Mick enfiando a cara no banco traseiro do carro na esperança que eu e Corey estivéssemos longe. Mas para sua surpresa, eu estava acariciando o rosto dele e sorrindo aparvalhada.

_GENTE! CORRAM AQUI, VENHAM VER O CASAL DO ANO! _gritou Shawn que apareceu logo atrás de Mick e dando sonoras gargalhadas.

Eu rapidamente me desvencilhei dos braços aconchegantes de Corey, e pus-me no lado oposto do banco, sentindo meu rosto ruborizar.

_O que está acontecendo? _perguntou Corey, com uma voz ainda sonolenta, que tinha acabado de se despertar com os gritos do pessoa.

Eu apenas o lancei um olhar desesperado, suplicando mentalmente que ele dissesse algo que não fizessem todos rirem (mais). Ele ficava tão lindo com a arinha amassada, e com os olhos ainda quase se fechando.

_Parabéns cara! _ Disse Shawn, dando-lhe uma bofetada no braço que doeu até em mim.

_Parabéns por quê? _perguntou Corey, esfregando os olhos com as costas das mãos. Eu apenas fitei-o novamente, e sentindo meu orgulho me abandonar completamente, enfiei as mãos na minha cara, escondendo meu rosto e balançando a cabeça negativamente.

‘Puta que pariu, Corey! Como você é burro, seu imbecil’

Sim, minha consciência havia ficado sem-educação depois de alguns dias de convivência com os rapazes, o que não é pra menos, pois o tanto que eles xingam é de dar medo.

_Ah! Entendi... _disse Corey sorrindo, e se endireitando no banco._ Vocês viram a gente juntos, não é mesmo?!

ALELUIA IRMÃO! VOCÊ TEM ALGO NO CÉREBRO PELO VISTO!

_Quem ta junto? _perguntou Jordison, se esquivando e aparecendo entre Shawn e Mick. Só Deus sabe de onde aquela criatura tirou especo para se enfiar no meio daqueles dois gigantes.

_AH NÃO ACREDITO! CHEGOU QUEM ESTAVA FALTANDO..._ disse nervosa, e então arrumei um jeitinho de sair dali logo. _Ai, dá licença... To passando... ai porra... AI CHRIS, ME DESCULPA! _ no meio daquele tanto de gente espremido dentro de uma van só, acabei acertando meu cotovelo no olho de Chris. DEUS, como eu sou sinistramente má.

Enfim, consegui sair do carro, e respirar um pouco de ar puro do lado de fora. Era um lugar até bonito, se não entrasse em questão o fato de termos passado a noite dentro de um carro e meu mal-humor estivesse a flor da pele.

Parecia uma clareira, rodeadas de capins altos que chegavam até a altura da minha cintura, mais ou menos. Era florida, e havia alguns troncos caídos, e gramas secas espalhadas pelo chão. Era realmente um lindo dia, o sol sorria de maneira fraternal para todos, pena que não era dia de aproveitá-lo.

No meio da grama mal aparada havia uma pequena trilha, onde o mato parecia ter amassado por pés apressados. Parecia um atalho. Hesitei um pouco em segui-lo, mas já que estava tudo fodido mesmo, não vi problema algum em deixar a situação um pouco pior.

Fui andando pelo atalho, alguns minutos, meio apreensiva (lógico!) mas nada que me fizesse entrar em pânico, como eu normalmente agiria. Talvez era por causa do excesso de mau-humor que eu estava, mas estava com bastante adrenalina. Ou talvez o beijo de Corey tivesse me dado mais coragem.

Longos minutos passaram-se e eu ainda estava caminhando. Provavelmente todos os caras estariam loucos procurando por mim, apenas dei um sorriso ao imaginar a cena. Tonta em devaneios, nem havia percebido que me deparava com uma suntuosa casa de campo instalada no meio do nada.

A casa não era lá grandes coisas, mas era grande, bem grande. O telhado era todo revestido com telhas pretas, e as paredes também eram pretas. Tudo tinha um aspecto meio macabro, havia muitas teias de aranhas espalhadas, e o soalho do piso da varandinha parecia estar puído. Grandes portas de carvalho lacravam a residência provavelmente abandonada.

Dei mais uma rápida analisada na casa, sem me aventurar mais a entrar nela. Saí correndo em disparada para onde estava estacionada a van, e chegeu até os caras ofegante e com a respiração descompassada.

_Vocês... precisam... ver ...isso... _ eu disse, apoiando as mãos nos joelhos e recuperando o fôlego, mas senti braços me envolvendo de maneira urgente, logo depois um par de mãos tremulas segurando cada extremidade de meu rosto.

Era Corey, e parecia estar aflito.

-Onde estava? Quase morremos de preocupação. _perguntou Corey, me abraçando ainda mais.

_Fui andar por ai. _respondi, olhando através do ombro de Corey e vendo a cara de desespero de Chris (+ seu lindo olho roxo causado por mim) Mick, Shawn e Craig. Jordison estava com sua típica cara de bunda, e James, parecia estar flutuando em um planeta a milhões de anos luz daqui.

_Jenny, por favor, não faça isso de novo._ disse Corey baixinho, um pouco mais alto que um sussurro. Ele parecia tão preocupado, e automaticamente eu me rendi aos seus olhos. Eu me sentia culpada por deixá-lo tão aflito, queria confirtá-lo dizer que estava fora de perigo, e que estava bem. Mas as palavras? Elas simplesmente desapareceram.

_Eu prometo que não faço isso de novo, Corey. _retruquei sorrindo, e tentando deixá-lo tranqüilo. Por fim, ele me beijou, mais uma vez. Na frente de todos. Foi simplesmente incrível. Ele era tão carinhoso comigo, suas mão acaricivam meu cabelo de uma forma tão sutil que eu era capaz de adormecer ao seu toque.

Nosso silêncio foi quebrada por uma onda de ‘Huuuuuuuuum’ do resto do pessoal que admirava tudo com uma mescla de risos e malicia no olhar.

_Venham comigo, achei um lugar que vocês vão adorar! _disse, segurando a mão de Corey e o guiando para a clareira.

Todos pareciam meio atônitos com a idéia de me seguir, pois com certeza havia passado pelas suas mentes que eu não fosse equilibrada suficiente para encontrar algum lugar no meio do nada.

_Para onde está nos levando meu bem? _perguntou Corey, colando seu corpo no meu, fazendo-me andar abraçada com ele.

_Calma, você vai ver logo. _respondi, sorrindo.

Andamos um pouco mais, até ouvirmos Jordison resmungar:

_Conheço esse lugar, não é estranho pra mim

_Ah cala a boca ,anão.

Ele fez menção de me responder a altura, mas algo em meu íntimo me fez sorrir, dando um ar de brincadeira, e o que foi mais estranho ainda. Ele retribuiu o sorriso.

_Olhem! É aquela casa. _ disse, apontando para a casa com aspecto sombrio.

_Não pode ser... _disse Jordison , quase sussurrando. _ É a casa de campo do Wed! Caramba Jenny! Foi genial.!

Ta, esse cara tem problemas, sérios... Wed?Que diabos de Wed ele está falando pô?

Então, Jordison tomou frente e saiu em disparada em rumo a casa. E todos nós em seus calcanhares.

_WED? WEEED? TÁ AI CARA? _berrou Jordison esmurrando a porta.

E então a porta range e se abre lentamente, revelando quem eu jamais imaginava ser.

Sim, Wednesday 13 estava parado bem em minha frente.

Nunca em minha vida amei mais um músico do que este. (a não ser Corey, lógico) Eu o admirava de maneira doentia, era uma daquelas fãs loucas que era capaz de se atirar na frente de um trem pelo ídolo.

Ele era ainda mais bonito pessoalmente. Seus longos cabelos pretos chegavam a suas costas, e suas tatuagens cobriam completamente seus braços. Óculos escuros impediam-me de fitar seus olhos castanhos, que durante vários anos foi minha perdição.

Sim, eu era apaixonada por Wednesday 13 desde os meus 15 anos, e de repente, ele estava em minha frente, sorrindo.

Por breves instantes, esqueci completamente de Corey, que estava abraçado comigo. Era até maldade ter Corey junto a mim e querer outro. Mas este já não era mais o caso, minha paixonite por Wednesday já havia passado, agora meu coração pertencia a outro.

_Superball, quanto tempo cara! _disse Wed apertando as mãos do Jordison e o abraçando.

_Nem fazia idéia que você estava passando as férias aqui.

_É, cheguei ontem a noite, mas tinha uma barulhada do caralho e eu nem consegui dormir._disse Wed, retirando os óculos e esfregando os olhos.

_Eram os chupa-cabras! _ eu disse, me intrometendo na conversa.

PORQUE DIABOS EU DISSE ISSO?

Droga! É sempre assim, quando eu fico nervosa, minha língua cria vida própria e dispara a falar coisas desconexas

_Quem é essa princesa Jô? _ perguntou Wed, passando os dedos sobre meu rosto com um olhar carregado de malicia. Senti meu sangue congelar, seus olhos eram lindos, mas era frios e maldosos. Senti medo primeiramente, mas depois, Corey surgiu e passou o braço pela minha cintura. Parece que ele sentiu que eu estava com medo.


(CONTINUA...)