Unmei no Musume

Um Encontro Misterioso, Uma Memória do Passado


A rua estava ficando lotada à medida que a hora do desfile se aproximava. Amanda caminhava pela rua, desviando das várias pessoas que por ali caminhavam.

Hiroshi não estava atendendo a ligação pela terceira vez, provavelmente devido ao barulho que estava.

Enquanto Amanda corria pelas ruas de Crystal Tokyo, nos telhados, a coelha de pelúcia pulava de maneira ágil, tentando acompanhar a garota de curtos cabelos castanhos.

— "Caramba, Amanda é uma apressada mesmo! Eu mal consigo acompanhar essa garota!" - Lily fala consigo mesmo, escalando com um pouco de dificuldade um telhado.

Após conseguir subir com sucesso o telhado, Lily respira ofegantemente. Porém ao observar a rua abaixo dela, a coelha de pelúcia não foi capaz de ver Amanda em lugar nenhum.

— "H-huh? M-mas o quê?" - Lily tenta encontrar Amanda por entre a multidão, porém, sem sucesso. - "Droga! Perdi ela de vista!"

Porém, Lily não iria desistir de encontrar Amanda, a coelha de pelúcia simplesmente continua à pular pelos telhados.

—----

Não muito longe dali, um misterioso garoto de cabelos esverdeados corria pela rua, parecendo não haver um rumo certo. Porém, muito provavelmente, ele estava indo para o desfile.

— "Essa não, eu vou me atrasar!" - O garoto de cabelos esverdeados estava com seus batimentos cardíacos acelerados, enquanto sentia, de alguma forma, algumas auras sombrias se aproximando dele lentamente.

Além de seu cabelo esverdeado, o garoto tinha pele clara e olhos da mesma cor de seu cabelo. Ele estava vestindo uma blusa branca com botões e de mangas compridas. Calças jeans azul escuro com suspensórios, meias brancas e tênis amarelo com alguns detalhes em branco.

—----

Não muito longe dali, uma garota com cabelos rosas, presos de uma forma que lembrava orelhas de coelho, também corria, provavelmente para o lado oposto que o garoto de cabelos esverdeados corria.

— "Não, não, não! Isso não pode acontecer justo hoje!" - A garota de cabelos rosas respira ofegantemente, mas mesmo que suas pernas estivessem implorando para parar, a garota de cabelos rosas não parou.

—----

Também não muito longe das duas crianças, Amanda em una direção reta. Ela finalmente havia recebido uma ligação de Hiroshi, e agora, ela sabia onde seu melhor amigo estava.

Amanda corria contra o tempo para chegar à tempo para o desfile.

— "E-espero que Hiroshi não esteja esperando muito tempo..." - Amanda fala consigo mesma, enquanto corria, sua respiração já estava começando à ficar ofegante.

—----

As mentes dos três jovens estavam à mil, pensando em várias coisas ao mesmo tempo, os distraindo das coisas aos seus redores.

Eles estavam tão distraídos que eles nem perceberam que eles estavam se aproximando muito rapidamente um do outro.

— "Eu não acredito que vou me atrasar para o desfile!" - Os três jovens pensam ao mesmo tempo, enquanto ambos chegavam ao mesmo tempo na esquina da mesma rua e, então...

Os três jovens acabam se chocando, todos eles indo ao chão.

Após alguns segundos no chão, os três jovens começam à se levantar lentamente.

— "A-ai..." - A garota de cabelos rosas acaba gemendo de dor, tendo seu joelho levemente machucado na queda.

— "Ei, vocês estão bem?" - O garoto de cabelos esverdeados, após ter se levantado, se aproxima de ambas as garotas, para verificar se elas estavam feridas.

— "Uhhh, acho que ela se machucou." - Amanda fala, enquanto encarava a garota de cabelos rosas. - "Ei, você está bem?"

— "Sim. Eu estou bem, é só o meu joelho, não se preocupem." - Para o alívio dos dois jovens, a garota de cabelos rosas fala.

Porém, antes que eles possam dizer mais alguma coisa, a garota de cabelos rosas começa à se afastar.

— "Eu preciso ir! Desculpem!" - A garota de cabelos rosas acena antes de sair correndo na mesma direção em que ela estava indo.

— "Mas e você?" - O garoto de cabelos esverdeados pergunta, agora encarando Amanda. - "Você está bem?"

— "Ah, sim. Não foi nada demais." - Era verdade, por muita sorte, Amanda não havia se machucado muito, apenas a sua roupa estava um pouco amassada, mas logo ela conseguiu arruma-lá. - "E você? Está bem?"

— "Sim." - O garoto de cabelos esverdeados confirma positivamente com a cabeça.

— "Huh...?" - De relance, Amanda percebe algo que havia caído, não muito longe de onde a garota de cabelos rosas estava. - "Mas o que é aquilo?"

Ambos estão se aproximam do misterioso objeto, se abaixando para pegá-lo e observa-lo.

— "Parece ser um pingente." - O garoto de cabelos esverdeados fala, com o pingente em suas mãos. Ao vira-lo, ambos conseguem ver dois símbolos cruzados.

— "E-espera! I-isso é..." - Amanda observa surpresa os dois símbolos.

— "O brasão da família real." - O garoto de cabelos esverdeados continua, porém, um pouco mais calmo que Amanda.

— "Então, aquela garota que esbarrou em nós só pode ser a-" - Antes que Amanda pudesse completar a frase, ela sente uma corrente de ar passar pelas suas costas, como se algo havia surgido atrás dela.

...

...

...

— "Anshar." - Uma voz feminina chama pelo garoto de cabelos esverdeados.

— "Ah." - O garoto de cabelos esverdeados, agora conhecido como Anshar, olha para trás de Amanda, e ali, estava uma garota de longos cabelos loiros, presos por duas fitas vermelhas. Sem Amanda ou a garota de longos cabelos loiros percerber, Anshar rapidamente guarda o pingente em seu bolso.

A garota tinha pele clara e olhos roxos. Ela estava vestida com uma blusa branca com botões e de manga comprida com um colete marrom sem mangas, na gola da blusa, havia um laço vermelho. Saia plissada vermelha que ia até a altura dos joelhos e um par de botas marrom com pelos brancos. Ela também usava um par de brincos.

— "Alguma coisa errada?" - A garota de longos cabelos loiros pergunta, enquanto olhava para os dois. - "Aconteceu alguma coisa?"

— "Não aconteceu nada demais, a gente só esbarrou." - Amanda fala, logo em seguida, ela faz uma rápida reverência. - "Eu sinto muito."

— "Não se preocupe, foi apenas um acidente." - A garota de longos cabelos loiros fala, com uma voz calma.

— "Eu preciso ir, tenho que me encontrar com um amigo." - Amanda fala. - "Então, se vocês me derem licença..."

Enquanto Amanda se afastava, Anshar percebe algo no chão, era o anel que Amanda usava.

Ao pegar o anel, uma estranha onda acaba passando pelo corpo do garoto de cabelos esverdeados, isso faz seus olhos se estreitarem um pouco.

...

...

...

— "...E então?" - A garota de longos cabelos loiros pergunta.

— "É realmente ela... Sin." - Anshar responde, encarando mais uma vez a garota de longos cabelos loiros. - "Essa garota é realmente a filha de Murata Policena. Parece que as outras acertaram..."

— "Excelente..." - Sin sorri de maneira maliciosa, enquanto cruzava os braços.

Anshar olha para o anel de Amanda mais uma vez, o garoto de cabelos esverdeados aperta o anel de Amanda em sua mão.

Amanda não sabia, porém a partir daquele encontro, sua vida iria mudar para sempre.

—----

Não muito longe dali, Murata e Lily percorriam as ruas, procurando desesperadamente por Amanda.

Agora, Murata não vestia mais um avental de cozinha por cima de sua roupa. Agora, no lugar do avental, estava um casaco preto e prendendo a calça, estava um cinto marrom com fivela de prata, que antes não era visível por causa do avental.

— "Você tem certeza de que ela veio por aqui?" - Murata pergunta à coelha de pelúcia, que estava discretamente escondida de baixo do casaco.

— "É, aqui foi uma das últimas vezes que eu a vi." - Lily responde.

— "Você tem certeza disso?" - Murata levanta uma sobrancelha.

— "Claro que sim! Você tá me chamando de mentirosa, velhote?" - Lily pergunta, com uma voz irritada.

— "U-uhhh, não. Desculpe por duvidar de você, Lily." - Murata derrepente para de andar, observando a coelha de pelúcia dentro de seu casaco. - "Eu só estou preocupado com Amanda."

A coelha de pelúcia solta um suspiro antes de continuar à falar.

— "Ei, velhote. Tá tudo bem, eu também tô meio que preocupada com ela." - Lily fala, enquanto balançava a cabeça.

Antes que Murata pudesse continuar à caminhar, o homem de cabelos castanhos e a coelha de pelúcia acabam ouvindo passos atrás deles.

...

...

...

— "...Pai?" - Murata e Lily suspiram de alívio ao ouvir a voz da garota de curtos cabelos castanhos.

— "Amanda." - Murata se vira para encarar a garota de curtos cabelos castanhos.

Murata vai até Amanda, aliviado por ver sua filha sã e salva.

— "O que você está fazendo aqui?" - Murata pergunta, aliviado, mas ainda preocupado. - "Você não deveria estar no desfile?"

— "Eu estava procurando por Hiroshi." - Amanda explica. - "Ele me ligou e me deu a localização dele, então estou indo encontrar ele. O que você está fazendo aqui?"

— "Bom, eu estava indo encontrar Suki." - Murata fala, distorcendo um pouco a verdade. - "E olha só, parece que a gente se encontrou no caminho, não?"

Sim, Murata não estava ali para encontrar apenas Suki, mas também para encontrar Amanda. Porém, ele mentiu para proteger a imaginação de Amanda.

...Afinal, Lily não é real, certo...?

— "...Murata Policena." - E derrepente, a voz de Suki interrompe a conversa de Murata e Amanda. - "...Aí está você."

— "Suki." - Murata lentamente se vira para encarar a mulher de cabelos negros. - "Uhhh, aí está você."

— "Você saiu de casa e não me avisou. Posso saber o motivo?" - Suki perfunta, em um tom sério, de braços cruzados.

— "Uhhh, eu... uhhh." - Murata começa à gaguejar, tentando encontrar uma resposta.

— "Explique mais tarde, o desfile vai começar em breve." - Suki descruza os braços.

— "Pai, eu vou encontrar com Hiroshi. Eu já estou bem atrasada para encontrar com ele." - Ignorando o clima entre Murata e Suki, Amanda fala.

— "Claro, tudo bem. Desculpe atrasar você." - Murata fala, enquanto segurava a mão da filha.

— "Está tudo bem." - Amanda então se vira para a mulher de cabelos negros. - "Bom ver você de novo também, Suki."

— "Sim, bom ver você também, Amanda." - Suki confirma positivamente com a cabeça.

Amanda acena levemente para a dupla enquanto começava à ir na direção em que Suki havia vindo.

— "...Ela cresceu tanto, não é?" - Após Amanda sair, Suki puxa assunto com Murata.

— "É." - Murata responde, dando uma leve risada. - "Parece que foi ontem que ela era um bebê."

— "17 anos passam voando e nós nem percebemos direito." - Suki fala.

— "Sabe, Suki. Eu estou aliviado de que ela não se parece muito com... você sabe quem." - Após falar isso, derrepente, um clima meio sombrio começa à tomar conta. - "Amanda acabou puxando muito à mim em relação à aparência física. Não preciso ficar me lembrando... dela."

— "São memórias ruins, não é?" - Suki pergunta.

— "...Sim." - Murata cruza os braços, enquanto desviava o olhar. - "Mesmo que várias delas tenham sido maravilhosas, quando Amanda chegou aos 3 anos... tudo começou à despencar."

— "Murata, você sabe que precisa contar a verdade para Amanda um dia, não sabe?" - Suki encara Murata com um olhar sério. - "Se aquela mulher surgir um dia desses, ela precisa saber que aquela mulher não é coisa boa!"

— "Eu sei. Eu planejo contar isso à ela, mas não agora, está cedo demais." - Murata responde. - "Ela ainda não está pronta."

Murata cerra os punhos.

— "...Ela ainda não está pronta, Suki." - Murata fala. - "Tenho medo de como ela vai reagir."

— "Murata, por que você está esperando tanto tempo?" - Suki pergunta. - "Seja sincero."

— "Bom..." - Murata abre um pouco o casaco, revelando Lily, que estava dormindo, pois havia ficado com tédio de ouvir toda aquela conversa de "velhotes", como a própria coelha de pelúcia dizia. - "Como você bem sabe, Amanda despertou seus poderes como Marionetista. Mas... tenho medo de seu poder principal, não quero que ela se envolva com esse poder."

— "Aquele poder é a única coisa que conecta Amanda e sua mãe, não é?" - Suki levanta uma sobrancelha.

Murata apenas confirma positivamente com a cabeça, se lembrando do nascimento de Amanda e sobre sua vida até ela despertar seu poder secundário.

—- Flashback --

Murata então começou à se lembrar, de 17 anos atrás, tudo começou quando a bolsa de sua esposa rompeu, no dia 8 de Junho.

Era quase meia-noite, Murata e sua esposa correram para o hospital. Seus corações batiam rapidamente, eles estavam ansiosos para terem seu primeiro filho.

Murata quase nem teve tempo de se trocar direito, para começar, seus cabelos estavam bagunçados, ele estava vestindo uma blusa branca de um lado e preta do outro, as mangas iam até os cotovelos. Calças pretas que iam até os joelhos e chinelos brancos. Murata ainda mantinham seus óculos.

Como ambos gostavam de surpresas, eles deixaram para descobrir o sexo do bebê para quando ele ou ela, nascesse.

Agora, Murata estava esperando na sala de espera, ansioso por notícias de sua esposa.

Por algum motivo misterioso, sua esposa não o queria na sala de parto com ela, mas na época, ele não havia ligado muito para isso, pensando que seria por motivos pessoais.

O homem de cabelos castanhos olha para o relógio na parede, algumas horas haviam se passado desde que ele e sua esposa chegaram ao hospital.

— "Eles estão demorando." - Murata pensa consigo mesmo, pensamemtos assustadores estavam tomando sua mente. - "Será que... aconteceu alguma coisa?"

E novamente, mais algumas horas se passaram. Durante aquele tempo, Murata havia se sentado, observando enfermeiras e enfermeiros passarem pelos corredores.

— "...Senhor Policena?" - Finalmente, após horas de espera, um médico surgiu.

— "Sim, sou eu." - Imediatamente, Murata se levanta da cadeira e encara o médico. - "A minha esposa... como ela está?"

...

...

...

— "Sua esposa está perfeitamente bem." - O médico fala, para o alívio de Murata, que solta um suspiro. - "Meus parabéns, é uma menina, totalmente saudável."

Murata abre um sorriso, enquanto lágrimas começam à cair de seus olhos. Além de saber que era bom que sua esposa e filha estavam bem, o homem de cabelos castanhos estava feliz, pois finalmente, o sonho dele e de sua esposa estava se realizando.

— "Que coisa maravilhosa. Eu posso ir vê-las?" - Murata pergunta.

— "Sim, claro. Me siga." - O médico então começa à guiar Murata para o quarto em que sua esposa havia sido levada após o nascimento de sua filha.

—----

Após andarem por um longo corredor, finalmente, Murata e o médico chegam à uma das várias portas que havia por ali.

O médico então começa à bater na porta em que ele e Murata haviam parado.

— "Senhora Policena? A senhora está acordada?" - O médico pergunta.

— "Ah, sim, doutor. Eu estou acordada." - Uma voz feminina então é ouvida de dentro do quarto.

Após a resposta da esposa de Murata, o homem de cabelos castanhos e o médico entram no quarto.

Ao entrarem no quarto, eles vêem uma mulher de longos cabelos brancos deitada em uma cama, em seus braços, havia um bebê enrolada em uma manta, poucos cabelos castanhos em sua cabeça e seus olhos estavam fechados, ela estava dormindo tranquilamente.

A esposa de Murata tinha a pele um pouco pálida, olhos vermelhos e longos cabelos brancos, que estavam presos em um coque alto. Ela estava vestida com um avental hospitalar azul-marinho.

— "Ah, querido..." - A esposa de Murata suspira, com uma expressão de felicidade em seu rosto.

— "Irei deixar vocês a sós." - O médico fala, enquanto começava à se dirigir em direção à porta.

— "Doutor, muito obrigado." - Murata, antes que o médico os deixasse, faz uma rápida reverência.

— "Não precisa me agradecer, Senhor Policena." - O médico fala, dando um leve sorriso. - "É só o meu trabalho."

Após o médico sair, Murata caminha até sua esposa, se sentando ao seu lado na cama.

— "Como você está?" - Murata pregunta. - "Você está bem?"

— "Se eu estou bem...? Haha..." - A esposa de Murata perfunta, logo em seguida, ela dá uma leve risada. - "Eu estou maravilhosa... finalmente... finalmente nós a temos..."

— "E você conseguiu pensar em um nome? Você disse que estava indecisa." - Murata pergunta.

— "Hmmm... sim, eu pensei bem durante um tempo." - A esposa de Murata responde, com um sorriso. - "Eu pensei que podiamos a chamar de... Amanda."

— "Amanda... perfeito." - Murata fala, satisfeito com o nome que sua esposa havia escolhido para sua filha. - "Ela será muito amada, assim como seu nome diz."

— "Sim..." - A esposa de Murata confirma positivamente com a cabeça. — "Ela será..."

Os olhos de Murata e de sua esposa se fixam mais uma vez em sua filha recém-nascida, lágrimas de felicidade caíam dos olhos do casal. A garotinha se mexe levemente enquanto dormia.

—----

Então... 3 anos cheios de felicidade se passam. Era um dia normal, como qualquer outro. Enquanto Murata estava na cozinha, preparando o almoço, Amanda e sua mãe brincavam na sala de estar, vários brinquedos diferentes estavam espalhados pelo chão.

Amanda tinha seus curtos cabelos castanhos um pouco bagunçados. Ela estava vestindo uma blusa branca de botões e de mangas compridas de mangas, na gola da blusa, estava um laço amarelo. Ela usava um macacão roxo claro com uma saia da mesma cor, meias brancas com babados e um par de sapatos pretos. No seu cabelo, havia um enfeite de flor de cor amarela e em suas orelhas, havia um par de brincos amarelos em um formato esférico.

Murata estava estava vestido com uma blusa branca de mangas compridas, na gola da blusa estava uma gravata preta. Ele vestia calças pretas, com um cinto marrom e com uma fivela de prata e sapatos marrons. Ele estava usando seus óculos e por cima da roupa, Murata usava um avental vermelho de cozinha.

— "Então, querida, o que mais você quer brincar agora?" - A esposa de Murata pergunta, ajoelhada na frente da garotinha de curtos cabelos castanhos.

A esposa de Murata estava com seus cabelos soltos, ela estava vestindo um vestido preto de gola alta, o vestido ia até acima dos joelhos, ela usava um casaco branco. Ela calçava sapatos pretos de salto alto.

— "Mamãe... pode fazer aquele cabelo de novo?" - Amanda pertunta, com um tom curioso.

— "Oh? Você está falando do cabelo da rainha?" - A esposa de Murata pergunta.

— "Sim, sim! O cabelo dela é bonito!" - Amanda fala em um tom alegre, enquanto sorria e levantava seus braços para cima.

— "Tudo bem, vamos lá..." - A esposa de Murata então começa à arrumar seus longos cabelos brancos em um penteado que a garotinha de curtos cabelos castanhos sempre gostou.

O penteado não havia ficado totalmente igual, porém, isso foi o suficiente para a garotinha de curtos cabelos castanhos sorrir.

— "E então?" - A esposa de Murata pergunta, enquanto mexia a cabeça, seus cabelos seguindo os movimentos.

A garotinha de curtos cabelos castanhos apenas aplaude, aquele era um sinal de que Amanda havia gostado.

Porém não demorou muito antes que a expressão de Amanda mudasse, seus olhos derrepente se fixam em uma estante, que havia atrás da esposa de Murata.

— "Huh? O que foi?" - A esposa de Murata pergunta. A garotinha de curtos cabelos castanhos aponta para algo na estante, um misterioso objeto, embrulhado em um embrulho colorido. - "Oh, você está curiosa com aquilo?"

Amanda confirma positivamente com a cabeça. A mulher de longos cabelos brancos suspira.

— "É uma coisa que eu preparei para você." - A esposa de Murata se levanta, indo em direção à estante e pegando o misterioso embrulho. - "Fiquei algum tempo fazendo esse presente para você, com todo meu amor e carinho, então espero que goste."

A mulher de longos cabelos brancos então começa à abrir o embrulho, Amanda assistia com curiosidade enquanto sua mãe retirava o resultado de seus esforços.

Era uma pelúcia... uma pelúcia de coelho, feita totalmente à mão.

— "Ah, é uma coelhinha!" - Um sorriso surge nos lábios de Amanda, seus olhos brilhavam de felicidade.

— "Você gostou, querida?" - A esposa de Murata pergunta, enquanto entregava a coelha de pelúcia nas pequenas mãos da garotinha de curtos cabelos castanhos.

— "Sim! Eu amei!" - Amanda responde. - "Ela... ela vai ser a minha melhor amiga para sempre!"

— "E você já sabe de um nome para dar para ela, Amanda?" - Da cozinha, Murata pergunta, enquanto cortava cuidadosamente alguns tomates.

— "Hmmm..." - Amanda começa à pensar por alguns segundos. - "Vou chamar ela de... Lily."

— "Igual aquela personagem daquele desenho que você tanto gosta?" - Murata faz mais uma pergunta.

— "Sim." - Amanda responde, enquanto abraçava a coelha de pelúcia. - "Lily, minha melhor amiga."

Os pais de Amanda sorriam, vendo a alegria da garotinha de curtos cabelos castanhos com sua nova amiga.

Porém... algo aconteceu enquanto Amanda abraçava a coelha de pelúcia. Ambos Murata e sua esposa testemunharam os olhos de plástico da coelha de pelúcia se iluminarem derrepente.

E então, naquele momento, suas vidas começariam à mudar... drasticamente.

—----

Naquela mesma noite, Amanda dormia tranquilamente em seu quarto. Como faziam normalmente, seus pais sempre davam boa noite à ela juntos.

Amanda estava agora com seus cabelos presos em duas pequenas marias-chiquinhas. Ela vestia uma blusa amarela com listras de uma cor mais clara, as mangas eram compridas e cobriam totalmente suas mãos. Ela vestia uma bermuda da mesma cor que a blusa.

Murata vestia a mesma roupa, porém agora, ele não vestia mais o avental.

...

...

...

Mas naquela noite, apenas Murata havia vindo dar boa noite à ela. E curiosa, a garotinha de curtos cabelos castanhos decide perguntar.

— "Papai." - Amanda segura a blusa de seu pai, antes que ele pudesse ficar de pé. - "Onde está a mamãe?"

— "Uhhh..." - Murata desvia o olhar de sua filha, como se buscasse uma desculpa. - "Sua mãe... ela... ela não está se sentindo muito bem, sabe? Ela está um pouco doente."

Ao olhar de relance, Murata percebe um olhar de preocupação nos olhos de sua filha.

— "Mamãe está... dodói?" - Amanda pergunta.

— "Sim, querida. Ela está dodói." - Murata responde.

— "Posso ver ela, papai?" - Amanda pergunta mais uma vez, enquanto dava sinais de que iria sair da cama.

— "Não." - Rapidamente, Murata impede a sua filha de sair da cama. - "Está tarde, mocinha. Você precisa descansar para ter energia para o dia de amanhã. Eu irei cuidar de sua mãe."

Relutantemente, Amanda confirma positivamente com a cabeça, deitando mais uma vez em sua cama. Murata a cobre com o cobertor, dá um beijo na testa da garotinha de curtos cabelos castanhos e saí do quarto.

Murata suspira, enquanto caminhava em direção à sala de estar, onde sua esposa o aguardava pacientemente.

—----

Ao chegar na sala, Murata encontra sua esposa sentada no sofá, observando algumas fotos na parede.

Agora, a esposa de Murata havia soltado seus cabelos novamente, porém ainda vestia a mesma roupa que ela usava à horas atrás.

— "E então, meu amor? Você pensou na minha proposta?" - A esposa de Murata, sentindo a presença de seu marido na sala de estar, pergunta, abrindo um leve sorriso no rosto.

Murata então cerra os punhos. Minutos atrás, sua esposa havia feito à ele uma proposta meio... duvidosa.

— "Eu não posso deixar você fazer isso." - Murata fala em um tom sério. - "...Ela é só uma criança!"

— "Oh, eu posso sim, querido..." - A esposa de Murata fala, enquanto se levantava do sofá, botando os braços atrás das costas. - "Pense por um momento, nossa filha tem poderes fantásticos! Ela já despertou seu poder secundário, porém, quando ela despertar o seu poder principal-"

— "Não ouse terminar essa frase!" - Murata interrompe a fala de sua esposa. - "Não posso permitir que faça isso!"

Então, o sorriso da esposa de Murata se desfaz após o homem de cabelos castanhos a interromper.

— "Querido... com os poderes de Amanda, tudo será possível. Se ela realmente herdou os meus poderes... nós podemos ser os seres mais poderosos que existem." - A esposa de Murata fala, agora em um tom meio sério. - "Querido, nós podemos governar o mundo como nós queremos."

Murata não estava acreditando no que ele estava ouvindo. Sua esposa, que antes era pura e gentil... estava mostrando suas verdadeiras cores.

...Uma mulher corrompida e cruel, que estava apenas focada em seus objetivos pessoais.

A paciência de Murata já estava esgotada, naquele momento, o homem de cabelos castanhos aponta para a porta, que estava atrás de sua esposa.

— "Eu já tive o suficiente." - Murata fala, encarando sua esposa com raiva. - "...Shaman Apsu! Saia dessa casa imediatamente!"

— "Você..." - Shaman Apsu, a esposa de Murata, fala enquanto cerrava os dentes com força. - "Você não pode me mandar embora!"

— "Eu posso, e eu vou." - Murata fala, enquanto abaixava o braço. - "Essa é a minha casa, afinal."

Murata observa enquanto Apsu o encarava com um olhar de raiva.

— "Suki estava certa sobre você. Ela sabia que havia algo sombrio em você. Eu fui idiota em acreditar que você era o amor da minha vida." - Murata fala. - "Você apenas se casou comigo por causa de seus objetivos."

Então, Apsu sorri, um sorriso maligno.

— "Você... sabia que seu filho ou filha poderia herdar seus poderes." - Murata continua. - "Você se casou comigo para que Amanda pudesse nascer e ajudar você em seus planos. Porém isso não vai para frente, Apsu! Você revelou seus planos!"

— "Você foi perfeito, querido." - Apsu solta uma leve risada, Murata teve que se conter, pois sentiu a presença de sua filha por perto. - "Porém, isso é apenas o começo de um longo plano para o futuro, um plano que você nunca irá saber."

Apsu retira um dos anéis que ela estava usando em seus dedos, e o joga nas mãos de Murata.

— "Pegue. Um lembrete meu, talvez ele vire um acessório que Amanda goste de usar um dia." - Apsu fala, enquanto caminhava em direção à porta.

Porém antes de abrir a porta, Apsu encara Murata mais uma vez, ainda mantendo o sorriso maligno em seu rosto.

— "Não pense que ganhou, querido." - Apsu ameaça. - "Um dia, Amanda será minha... ela vai estar no sob o meu controle! E você não vai poder fazer nada sobre isso..."

— "É o que nós vamos ver..." - Murata aperta fortemente o anel em suas mãos.

Apsu então saí da casa, deixando Murata sozinho.

Ou foi o que ele havia pensado... como ele havia sentindo antes, Amanda estava por perto.

Murata encara o local em que Amanda estava escondida, após a garotinha de curtos cabelos castanhos perceber que ele havia o visto, Amanda deixa seu esconderijo, com Lily em seus braços.

— "Huh...? Querida? O que faz acordada?" - Murata pergunta, enquanto observava Amanda indo em sua direção.

— "Ouvi a mamãe gritar..." - Amanda responde, sua voz estava com uma mistura de sonolência e preocupação. - "Onde ela está...? Ela saiu...?"

— "Uhhh, sim, querida... sua mãe não estava muito bem." - Murata fala, enquanto tentava arranjar uma desculpa para dar à sua filha. - "Ela foi ao hospital."

— "Ahhh, e quando ela volta?" - Amanda pergunta, com curiosidade.

— "Eu não sei, querida. Talvez ela volte em breve." - Murata responde. - "Mas vamos ver o que os médicos vão dizer, ok? Enquanto isso, por que nós não vamos dormir juntos essa noite?"

— "Sério? A Lily também pode dormir com a gente?" - Amanda pergunta, enquanto estendia Lily.

— "Sim, querida. A Lily também pode dormir com a gente." - Murata responde, dando uma leve risada.

— "Eba!" - Amanda comemora, enquanto começava à correr para o quarto de Murata, agora com um olhar mais alegre.

...

...

...

Quando Murata estava totalmente sozinho mais uma vez, o homem de cabelos castanhos abre sua mão, encarando o anel que Apsu havia deixado com ele.

— "Apsu... não vou permitir que você se aproxime da minha filha." - Murata fala consigo mesmo. - "Se pensa que vou permitir que você faça algo com ela, você está enganada!"

— "Papai?" - Amanda, que havia retornado após seu pai não a seguir, o encara do corredor. - "Você não vem?"

— "Ah, claro. Estou indo, querida." - Murata confirma com a cabeça, agora seguindo sua filha em direção ao quarto.

Naquela noite, Murata quase não havia dormido, pensando no que havia acontecido. O homem de cabelos castanhos apenas observou Amanda dormir pacificamente, abraçada à coelha de pelúcia.

Murata estava com medo, com medo do que estava vindo à seguir. A vida de sua filha sua vida estava em jogo à partir daquele momento, Murata teria que a proteger da verdade, a proteger de seus próprios poderes.

Porém... apenas o tempo poderia dizer o que iria acontecer à seguir.

—- Continua --