Universidade Smogon

Capítulo 3 – Se for beber, não dirija


Eram quase seis horas da tarde. Em uma orla marítima, havia um condomínio submerso onde habitavam diversos Pokémon aquáticos. Starmie vivia sozinho em uma pequena suíte desse condomínio. Ele estava se preparando para a festa de hoje à noite. Assim que ficou pronto, ele nadou até sair da água e girou seu corpo o mais rápido que pôde para se secar. Depois atravessou a praia até uma calçada, onde havia um carro vermelho o esperado.

— Starmie, entre! – gritou a Scizor que estava ao volante.

"Boa noite a todos!" a estrela cumprimentava os outros passageiros e se senta no banco de trás, ao lado de Gengar.

— Oi cara de cristal! Pronto pra noitada? –O fantasma falava alegremente.

— Boa noite Starmie! – respondia a Heracross que estava no banco da frente ao lado de Scizor. As duas são amigas de infância.

No caminho da Floresta dos Carvalhos, os Pokémon conversavam animadamente sobre o que está por vir nessa festa.

— Não sei como é que o Primarina ainda aceitou ir para nossa festa! Ele queria muito trazer o Incineroar consigo, mas todos combinaram que apenas o pessoal de nossa sala é que está convidado! – comenta a Heracross.

— Nada contra o gato, mas se abrimos a porteira, todo mundo vai querer levar um namorado ou amigo de outros estratos – completa Gengar – até o Mantaine queria que uma irmazinha de ZU fosse pra festa também.

— Mantaine tem uma irmã em ZU? – questiona Heracross.

— Tem sim, são de mães diferentes, pois ela não é da mesma espécie que ele, mas eu não me lembro de qual espécie ela é – responde o fantasma.

— Mas ainda temos o povo da monitoria, tanto de UU quanto de RU que vão vir para festa, já temos gente mais dos que suficiente – continuou Scizor.

A monitoria de cada estrato, também conhecida pelos estudantes de boderline, é composta por estudantes que foram avaliados como poderosos demais para o seu estrato. Com isso, eles podem frequentar aulas com alunos de estratos imediatamente superiores e só podem participar de batalhas de estratos acima de sua origem. Além de realizar alguns trabalhos em seu estrato de origem como ajudar no ensino dos colegas e serem juízes em simulações de combates.

— Então Zoroark vai vir? Hi hi rss quero ver no que isso vai dar! – ria Gengar – e será que a namorada de Venomoth vai o deixar vir sem ela? Do jeito que é ciumenta... mas também, o cara namora uma inseto de OU!

— Sabe, pra mim não tem problema nenhum convidar o povo de estratos inferiores. O problema é convidar o pessoal de OU! Se fosse até a um ano atrás tudo bem, mas desde o semestre passado é que tem um povo que não quer se misturar com Pokémon de estrato inferior – lamenta a Heracross – na época de vocês a classe OU era bem mais acessível.

— Pois é, bons tempos! - Gengar se lembra com nostalgia seus tempos que esteve em OU – agora teve uma do ano passado que me lembro como se fosse ontem. Hi hi! Não se lembra Scizor, daquela vez que Starmie e Infernape disputaram em quem bebia mais?

“Gengar!” a estrela começa a se lembrar daquele momento constrangedor.

— Foi um caos! – continuava o fantasma – o macaco quebrando tudo que vê pela frente. Você causando tempestades e conturbação no tempo. Arceus, esse dia foi louco!

As outras duas começavam a rirem também enquanto Starmie estava morrendo de vergonha. “Por coisas assim é porque não bebo mais!”

— Todos cometem loucuras de vez em quando! – ria a Scizor – mas o meu quarto semestre, o quinto de Gengar e Starmie, é que foi maravilhoso!

— Especialmente quando era a melhor de OU!

— Pois é Gengar, os tempos mudam. O que podemos fazer agora é manter a cabeça erguida e continuar a fazer nosso melhor! – comentava a inseto – por isso é bom termos esses momentos de descontração entre amigos para esquecermos um pouco do stress do dia a dia, não é Starmie?

“Pois é...” responde timidamente a estrela.

Em pouco tempo, chegaram a Floresta dos Carvalhos, que é próxima ao Campus. Eles iam percorrendo o bosque formado por gigantes carvalhos em direção a uma clareira iluminada por lamparinas. É nessa clareira é onde se encontra o famoso Bar Florestal, um estabelecimento ao ar livre formado por diversos quiosques de madeira, onde são servidos diversos tipos de bebidas e petiscos. Toca-se música ao vivo e permite que frequentadores mostrem seus talentos musicais, disponibilizado lhes equipamentos de som e instrumentos musicais. É um lugar agradável e bem badalado entre jovens Pokémon. Amoonguss fez um grande esforço para arrecadar recursos com seus colegas para reservar esse espaço para a turma de UU para essa noite. E apesar de cada um ter de arcar com sua despesa de consumo, todos poderão desfrutar das demais comodidades do bar à vontade.

Os quatro logo arrumaram uma mesa para se sentarem. Outros convidados também foram se acomodando. Em uma das mesas, estavam os três cães lendários, Suricune, Raikou e Entei, sendo que este estava sendo consolado pelo outros dois.

— Não fica assim não cara! – disse o elétrico – nós sabemos que faz o seu melhor. Talvez no novo estrato se torne uma força dominante!

— Sem falar que pode conseguir uma monitoria, assim nós três nos mantermos unido – completava o aquático – um Pokemon poderoso como você não terá problemas em conseguir isso.

— Valeu amigos, e me desculpem por causar essa decepção em nossa irmandade - Entei ainda estava cabisbaixo.

— Não precisa ficar triste desse jeito! Olha, vamos acabar com esse baixo astral e tomarmos uma rodada? – Propunha Raikou.

— Que seja, mas só com bebidas de baixo teor alcoólico, por favor. Não quero arranjar problemas aqui! – pedia o Pokemon de fogo.

— Que assim seja! Também quero chegar em casa acordado! Hu hu hu! – ria Suricune.

Dos que foram rebaixados recentemente, além de Entei, apenas Ambipon, Ferrotress e Mieshao compareceram a festa. Ambipon estava na mesa junto com Sceptile, Arcanaine e Crawdaunt. O primeiro já era seu amigo na classe NU e os outros dois se tornaram seu amigos recentemente.

— Você pode ter sido rebaixado, mas ainda podemos nos encontrar em NU! - falava alegremente o Pokemon de grama com um drink na mão.

— Você sempre estará em nossos corações! – ria o Crawdaunt.

— Vocês falam como se eu tivesse morrido! – resmungou o macaco.

— Pelo menos agora vai ter vida! Agora você viu que as aulas daqui são pesadas! – completou o Arcanaine.

— Mais vamos aproveitar que a turma está reunida em vamos nos divertir pra valer! – Propunha Sceptile erguendo sua bebida para um brinde. Logo, os quatro brindam alegremente.

— E mais tarde vamos botar um bom som que vai abalar as estruturas! – completou o canino.

Morelulls e Shiinotics são encarregados de fazerem o atendimento do bar. Logo traziam as bebidas para os cães lendários que, em seguida já estavam brindando.

Os boderlines já estavam chegando. Staraptor e Diggersby são Pokémon que foram considerados poderosos demais para UU e, assim como outros que estão na situação deles, trabalham como monitores de classe e auxiliam na arbitragem dos combates. Eles são bastante respeitados pela turma e esses dois são bastante carismáticos, e vão cumprimentando os outros convidados.

— Agradeço a presença de vocês! – Amoonguss se aproxima e os cumprimenta animadamente.

— Pois é cogumelão! Mas agora se prepara que agora vai conhecer o inferno! –o coelho falou em um tom debochado.

— Ah meu caro, já vou ter que ficar nervoso antes de entrar? – riu nervoso o cogumelo – mas e você, cérebro de passarinho, vai fazer ninho na monitoria mesmo?

— Não tenho culpa que não me deixam eu ir nem para OU e falam que sou forte demais pra ficar em UU – falava o Staraptor.

— Mas é só se dedicar um pouco mais, uai! – respondeu Amoonguss – mas o pessoal da monitoria veio tudo mesmo?

— Tô vendo o Scolipede ali – apontou o coelho.

— Pois vamos lá falar com ele?

— Bora!

Enquanto isso, Starmie, Scizor, Gengar e Heracross estavam fazendo seus pedidos a um Shiinotic garçom.

“Quero uma batida de fruta Mago, e por favor, sem álcool! “ enfatizava Starmie.

— Quero o de Figy mas sem álcool também, pois irei levar todos de volta e, apesar de ter resistência ao álcool, não vou me arriscar! – pedia a Scizor.

— Pois quero um de Mago, mas pode colocar trinta por cento de álcool! – disse Gengar com sua empolgação.

— Eu vou querer um de Figy com cinco por cento! – Heracross concluía o pedido.

Assim que o garçom saiu, Gengar pegou seu celular e pediu para seus companheiros se juntarem para tirar fotos.

— Um registro pra prosperidade! – disse com um enorme sorriso – agora vamos nós dois Starmie.

O fantasma envolveu a estrela com o braço e tirou uma selfie com os dois. Scizor e Heracross fizeram o mesmo. Starmie nunca gostou desse hábito que todos têm de ficar tirando fotos em toda ocasião que fuja um pouco da rotina.

— Ei Starmie, posso tirar uma contigo agora? – pedia Scizor.

Mas apesar de tudo, se sentiu lisonjeado por tirar uma foto com a sua amiga.

“Er... Pode sim” estava meio envergonhado. A inseto colocava uma das garras em sua estrela traseira e com a outra, tirava a foto com seu celular.

— Ei, vou dar um oi pra Chandelure, volto já – Gengar viu a Pokémon fogo e fantasma e correu em sua direção.

Logo Scolipede se aproximou dos outros três e estava acompanhado pelo Venomoth.

— Heracross, Scizor, como vão? – falou o centopéia.

— Conosco vai tudo bem - respondeu a Heracross.

— As lindas estão curtindo a festa? – Venomoth falou de um modo mais galanteador.

— Por enquanto sim, e espero que continue assim até o final! – afirmou Scizor.

Os dois insetos ainda continuavam puxando papo com as duas. Starmie sentiu um certo desconforto. Está óbvio que estão paquerando elas. Ele já estava pressentindo que iria sobrar aí. Ia fazer menção de sair daí, mas uma garra vermelha agarrou uma ponta dele.

— Ei Starmie, não é verdade que você nos prometeu que iria nos ajudar na formação dos times das avaliações práticas que estão por vir?

“Eu prometi?!” A estrela estava sem entender o que a Pokémon metálica queria dizer.

— Daquela formação! Não é mesmo Heracross? – Scizor lança um olhar cúmplice para sua amiga.

— Er... Isso mesmo Scizor! – a lutadora entendeu o esquema da outra – então, se não se importam, precisamos conversar sobre isso. Depois a gente se fala.

Os dois insetos perceberam que as fêmeas não queriam papo com eles e resolveram não insistir mais.

— Só podia ser um Caxias como o Starmie pra falar de faculdade a essa hora. Pois bem, até mais tarde! – Venomoth se despedia deles e se retirou com o Scolipede.

Momentos depois, ambas as insetos respiraram aliviadas.

— Ainda bem que se foram! – suspirou Heracross – Arceus me livre de cair na lábia de Venomoth!

— E correr o risco de virar cinzas pela namorada dele! – completou Scizor.

“Então eles estavam incomodando vocês?” Starmie também estava aliviado, mas pelo fato de que Scizor não iria sair do seu lado.

— Não exatamente, Venomoth é lindo, mas ordinário e tem uma namorada que pode nos queimar vivos. Mas Scolipede... devo admitir que é insetão que qualquer uma ia querer em casa não é, Scizor?

— Hum... Não acho ele essas coisas... – aparentemente, a inseto metálica não se importava com ele.

Mas com essa conversa, Starmie estava percebendo o quanto era egoísta. Por que está importando tanto com aqueles que se aproximam de Scizor? Especialmente com machos. Por que teme que ela arranje alguém... e que com isso o deixe sozinho... Às vezes, sentia ciúmes até da Heracross. São pensamentos que o incomoda de vez enquanto.

Enquanto isso, Altaria já estava cantando com sua bela voz no palco central:

One by one we light the candles of this show

One by one, enter the theatre of the primal birth

Silently watch the planetary curtain go down

Laugh and rejoice, as the powerful play greets you tonight

Enquanto a música ecoava no bar, Venomoth estava em uma mesa, agora ao lado de Ferrotress. Ele estava fazendo uma mensagem de vídeo para sua namorada, a Volcarona.

— É como você está vendo, meu amor! Hoje só estou fazendo companhia ao meu amigo Ferrotress, que está inconsolável devido ao rebaixamento.

“Sei...” respondeu a Pokemon de fogo pelo telefone. “Espero que não me apronte uma!”

— Que isso querida, já disse que só tenho olhos para você! Não precisa se preocupar. Te amo minha querida.

“Tá certo, mas juízo! Mais tarde eu te ligo de novo” Nisso a chamada foi encerrada.

— Ufa... – respirou o inseto aliviado – que encrenca que estou me metendo...

— Tem certeza que isso não é uma roubada? – questionou Ferrotress.

Nisso um outro Venomoth se aproxima dos outros dois.

— E ai Zoroark! Deu certo o que te pedi?

Um dos Venomoth se transformava para sua verdadeira forma – é cada uma que me pede! E essa tonta ainda caiu direitinho, realmente achou que era você!

— Não fala assim de minha namorada! – reclamou o verdadeiro – só quis que você fizesse isso para eu ter um pouco de liberdade. Sabe como essa fêmea pode ser um grude.

— Não sei por que ainda está com ela, seu cafajeste. Mas trato é trato, vou te interpretar direitinho para que ela não perceba que é corna e você me ajuda nas próximas avaliações práticas, ok?

— E quem disse que ela é corna? – retrucava a mariposa – só vou me divertir um pouquinho e tomar novos ares, nada de mais. Heracross e Scizor não parecem estar interessadas, mas acho que Beedrill e Durant podem me dar o que preciso para essa noite! – Nisso ele lança um olhar para vespa que os observava de longe.

— Isso é pra ver como você não presta! – Falou Zoroark

Depois de algumas músicas, todos estavam aplaudindo a atuação de Altaria. Ela saiu do palco para dar a vez de Primarina cantar, mas parece que nem todos estavam gostando da substituição.

— Esse baitora, não! Coloque uma fêmea de verdade para cantar! – gritava Haxorus.

A foca se preparava no palco ignorando os insultos. Logo começava a cantar.

Fly me to the moon

And let me play among the stars

Let me see what spring is like

On Jupiter and Mars

In other words hold my hand

In other words darling kiss me

A maioria estava maravilhada com a bela voz da foca. Starmie escutava a música com atenção. Primarina tinha uma voz fina e angelical, apesar de ainda não ser feminina. A estrela pensava no por quê que tinha gente que não gostava da maneira que ele cantava. Nisso começou a divagar em por que ainda tem gente que se importa tanto com esse negócio de gênero, principalmente entre os ditos binários. Para Starmie, que é um ser não binário, muitas vezes fica confuso com sua identidade sexual, apesar de sua espécie ser considerada sem gênero e sempre lhe foi ensinado que não se deve ser envolver com os binários. Mas até entre estes, há aqueles que não estão felizes com o gênero que nasceram.

Seus pensamentos foram interrompidos com o retorno de Gengar, que estava um pouco cabisbaixo.

“Chandelure te deu fora de novo?!” deduziu a estrela.

— Ela ainda não percebeu no quanto ela me quer... – Gengar tenta não se dar por vencido – mas voltei por causa das bebidas que estão chegando.

Nisso eles finalmente são servidos com seus pedidos e continuavam a escutar o desempenho de Primarina.

Mas Haxorus, agora com o apoio de Darmanitan, continuava a insultar o Primarina.

— Cara, não sabe cantar como um macho? – gritava o dragão.

Mas nisso uma rajada de luz em forma de lua caia sobre o Haxorus, nocauteando o dragão.

— Mais uma reclamação homofóbica ai? – indagava o Pokemon fada.

Darmanitan ficou um pouco assustado. Apesar de tudo, Primarina é um Pokemon poderoso. Ele resolveu se aquietar por enquanto.

Primarina resolveu cantar mais uma canção. Por algum motivo se lembrava de Incineroar enquanto cantava essa canção.

Seu amor me pegou

Cê bateu tão forte com o teu amor

Nocauteou, me tonteou

Veio à tona, fui à lona, foi K.O.

Terminada a canção, a foca cedeu o lugar para Marowak. Ela não ia cantar. Ao invés disso, ela ligou um radio com uma música gravada. Era uma música típica de Alola. Nisso ela começou a dançar utilizando seu bastão de osso com fogo aceso.

Todos estavam extasiados pela performance da Pokémon fogo-fantasma. Ela dava seus passos com precisão. E toda vez que arremessa seu bastão no ar, fazendo piruetas, a plateia ia à loucura.

— Fiuuuu! – Gengar dava um assovio – essa se garante!

Primarina gravava a performance da amiga em seu celular – você está sendo um arraso!

Depois de alguns minutos, Marowak encerrava sua atuação, e reverenciou a plateia, que estavam aplaudindo intensamente.

— Marowak você foi um arraso! – felicitava Primarina – não falei que todos iam adorar sua dança?

— Puff, puff... até que foi divertido! – Marowak não escondia seu cansaço – mas o que está mexendo no seu celular.

— Estou mandando um vídeo de sua atuação para a Decidueye, claro. Ela vai amar te ver dançando dessa forma.

— Primarina, não faça isso! – Marowak ficou envergonhada.

— Tarde demais querida, já enviei!

— Você não tem jeito... – a Pokemon de fogo estava constrangida.

Logo um grupo de Pokemon estavam preparando os instrumentos para fazer um show de rock para seus colegas. Secptile ajeitava a guitarra, Crawdant pegava as baquetas com suas garras e se posicionava na bateria, Ambipom já dava umas notas em seu baixo e Arcanaine já exercitava sua voz próximo ao microfone.

Logo a música começava com a balada dos instrumentos e com... latidos.

Howf, Howf, Howf, Howf,

I've been caught stealing

Once when I was 5...

I enjoy stealing

It's just as simple as that

Well, it's just a simple fact

When I want something

I don't want to pay for it

Logo, todos estavam eufóricos com a voz grossa de Arcanaine, alguns estavam dançando conforme o ritmo. Inclusive um Venomouth com uma Beedrill que acabou chamando atenção da Heracross que estava na mesa.

— Essa daí não tem juízo! – comentava a lutadora.

— Realmente ela não tem noção do perigo! – completava a Scizor – se a Volcarona ver isso ai, não tem mega-pedra que a salve.

Terminada a música, a platéia aplaudia e pedia mais.

— Então borá pra mais uma! – Arcanaine anunciava pelo microfone. Logo, já começaram com a segunda música, com o cachorro no microfone e os outros três em coro:

I wanna rock, (ROCK)

I wanna rock, (ROCK)

I waaaant to rock, (ROCK)

I wanna rock (ROCK)

— EI VOCÊ DIZ ISSO, MAS CUIDADO! LEVAR UM GOLPE DO TIPO PEDRA PODE TE FERRAR LEGAL! – Gengar não perdia a piada.

Os quatros estavam absortos na apresentação dos colegas, mas quando Starmie se virou na mesa, acabou se assustando quando se depara com o Infernape que estava de cócoras em cima da mesa de onde os quatro estavam. O Pokemon de fogo estava encarando a estrela.

“Ai que susto! Você e essa sua mania de subir nas mesas...”

— Ei estrela, tô meio entediado com essa festa! Meu amigo Lucario não quis vir, pois ainda tá de fossa com o rebaixamento!

“E daí?”

— Que tal dá uma emoção nessa festa! Vamos fazer como no ano passado pra ver quem aguenta mais birita ou...

“MAS NEM PENSAR!!!” Starmie foi bem enfático. “Você não se lembra do que ocorreu na última vez que fizemos isso?”

— Olha, para falar a verdade, nem me lembro do que realmente aconteceu – o macaco coçava a cabeça.

“Isso que é ruim! Pokémon de tipagem como as nossas não deveriam beber! Sem falar que estamos no meio de uma floresta! Qualquer descuido pode resultar em um incêndio, que em um lugar como esse, pode ser catastrófico” argumentava a estrela.

— O que podemos fazer então? – indagava o Pokémon fogo-lutador.

“Talvez, uma competição de quem fica mais tempo sem beber.”

— Tu não ta falando sério rs rs! – o macaco debochou da proposta.

“Pois é, acho que você não é capaz disso!” a estrela devolveu o deboche.

Infernape resmungou por conta da resposta do Pokémon aquático. Desde que se conheceram na universidade, o lutador nutria uma certa competitividade com Starmie. Ele achava irritante, mas ao mesmo tempo, admirável de como a estrela o supera em vários aspectos, tanto em combates como fora deles. A modéstia dela também é algo que chama atenção do macaco. Ele considera Starmie como seu rival.

— Tá bom! Não vamos beber! Mas com uma condição! Vamos tocar umas lá no palco!

“Nó... nó... nóis?! Lá na frente?!” Starmie se espantou.

— Sim, vamos mostrar pra aquele cachorro e sua turma de zoeiros quem faz rock de verdade! Até que você sabe dá uns acodes na guitarra, não é?

“Não sou bom com essas coisas! Não tenho disposição para ir pro palco” a estrela estava amedrontada.

— Tá com medo? Ou é isso ou eu vou encher a cara! – impôs o Infernape.

— Esse macaco é teimoso mesmo! Mas vamos lá Starmie! Pra falar a verdade, também quero ir ao palco! – propunha Gengar – vamos só algumas que esse chimpanzé para de te encher o saco!

— Acho que também podemos ir, não é Heracross! – Scizor também se voluntaria para a banda.

— Acho que vou chamar a Chandelure também! Ela é boa com os teclados! – declarou Gengar.

— Vamos Starmie! Estamos só entre amigos! Não precisamos fazer nenhuma apresentação profissional – Scizor tenta animar o Pokemon aquático.

“Acho que não tem jeito... mas só um pouco!” a estrela finalmente cede.

— Então tá combinado! Eles estão terminando! Borá nos ajeitar! – então Infernape pega no braço de Starmie e acaba meio que o “arrastando” para o palco.

Em pouco tempo, os cinco estavam se preparando para tocar. Scizor irá ficar na bateria, Heracross no baixo, Starmie estará encarregado da guitarra rítmica, enquanto Infernape ficará com a guitarra solo. E Gengar ficará nos vocais. Além deles também estava o Magneton que ficava encarregado da assistência técnica.

— Bem, a Chandelure disse que se formos bem, TALVEZ ela venha pra tocar conosco – disse um fantasma meio sem graça.

Starmie estava se tremendo de nervosismo. Mas sentiu uma garra pousando suavemente em uma de suas pontas.

— Não precisa se assustar! Não temos nada a perder! Todo mundo sabe que ninguém aqui é profissional! – Scizor tentava acalmar sua colega.

“Scizor, também está nervosa?” a estrela reparou que a garra dela também estava trêmula.

— Só um pouco! Hi hi hi Não posso negar que estou meio ansiosa! Mas faço qualquer coisa pra esse macaco se acalmar – a inseto riu nervosa – mas vamos aproveitar essa oportunidade para nos divertir juntos, não é?

Com as palavras de sua amiga, a estrela tomou coragem. “Pois é, o que pode dar de errado?”

— Mas se tocarmos essa música, nós nem vamos precisar de tecladista! Vamos dar o nosso melhor! – incentivava a Heracross.

Logo, eles estavam no palco. Gengar já estava anunciando a apresentação deles.

— Espero que não se importem de terem suas defesas especiais reduzidas, pois daqui em diante, só vai ter SOM METÁLICO!

A platéia urrava em euforia.

Scizor batia as baquetas indicando que vão começar a tocar. Mas a música não começava.

— Starmie, é você que começa! – cochichou Infernape.

A estrela ainda estava um pouco nervosa. O público os encarava intensamente. Tinha que começar a tocar para não comprometer seus colegas. Tomou coragem e começou a soar as primeiras notas.

Logo, seus companheiros começavam a acompanhá-lo. Ao longo da canção, Starmie vai ganhando mais confiança e, aos poucos vai aumentando a intensidade dos acordes. A platéia começava a gritar animada. E Gengar começa a cantar com empolgação.

Say your prayers, little one

Don't forget, my son,

To include everyone

Tuck you in, warm within

Keep you free from sin

Till the sandman he comes

Pouco a pouco, os cincos estavam se empolgando com a atuação deles. Especialmente Infernape, que levava a platéia a loucura com os seus solos. Mas ele estava muito bem acompanhado pela atuação de Starmie na guitarra, sendo que este, também se arriscava no back vocal.

Enquanto isso, muitos dos espectadores ficaram maravilhados com o show.

— Nossa isso que é metal de verdade! – afirmou um energético Metagross que se encantou com o som pesado do quinteto.

— Ei Chandelure! Até que eles estão arrasando não é? – Uma Hydreigon também estava curtindo muito a música.

— É, até que não está tão ruim... – respondeu a Pokémon fantasma, que tentava não mostrar empolgação – mas acho que está faltando... tipo... um “quê” mais sombrio.

— Bem ninguém aqui é mais sombria que você! Por que não foi lá quando o Gengar te chamou?

— Eu, ir lá em cima com aquele bobo alegre? – debochou a lustre.

— E por que não? Será que esse fantasma mexe com você? Hi hi hi... – disse a dragoa em um tom mais provocativo.

— Esse cara só me dá asco! Mas acho que vou lá só pra ensinar a esses principiantes o que é melodia de verdade! – nisso a fantasma foi flutuando até o palco.

— Arrasa ai amiga!

Finalizada a música, os cincos são aplaudidos pelos seus colegas. Não imaginariam que sua atuação seria tão bem aceita. Estavam cansados, mas ficaram bem eufóricos.

— A gente detonou! – Infernape deu um soco no ar de alegria.

— Foi de arrasar! Bora mais uma? – propôs Gengar.

“Mas qual?” indagou Starmie.

— Bem, que tal esta? – disse uma Pokemon fogo-fantasma que chegou trazendo um papel com letras e notas de uma canção.

— Chandelure! Sabia que viria! – Gengar não esconde seu contentamento.

— Bem pelo visto terei que ajudar esses amadores a botar música de verdade para agradar as forças das trevas... dê uma olhada nessa melodia...

Os outros olhavam para letra. “Essa música parece meio sombria...” opinou Starmie.

— Tá assustadinha! Que tocar o quê? Música de desenho infantil?

“Não... não é isso... só achei que pode ser que tenha gente que a ache pesada... mas, não vejo problema algum com ela...” disse timidamente a estrela.

Enquanto isso Magneton preparava um teclado para a lustre. Nisso o Infernape se gabava pela atuação.

— Mostrei pra esse povo que sou bem melhor na guitarra que Sceptile.

— Mas não acho que supere o Starmie na guitarra – recrutou Gengar.

“Não é bem assim, realmente Infernape atuou muito bem...” disse a estrela que estava lisonjeada pelos elogios.

“Bem, o índice de acerto de Infernape foi de 89% e de Starmie foi de 95%. Levando em conta que Starmie tocou por mais tempo que o Infernape, posso concluir que a atuação desse foi a melhor” declarava Magneton com sua voz metálica.

— Você nem entende de música, bisolhudo! Minhas notas foram muito mais difíceis de executar! - reclamava o lutador.

— Tá bom gente! Os dois foram ótimos! Agora vamos pro palco pra tocar a próxima! – disse Heracross interrompendo a discussão.

— Já vou avisando, se me fizerem passar vergonha, eu queimo a alma de vocês e as mando pro inferno! – declara a Chandelure.

Agora são seis que vão ao palco. Chandelure começa a tocar nos teclados e logo é acompanhada pelo Gengar.

The trail of blood dropping from your skin

Left me standing by your doorstep, endless misery

The scars of every word come in between

Underneath the surface, the silent melody

Logo a música se intensifica com os outros acompanhando com os instrumentos. Agora é a vez de Chandelure cantar.

Try to fill the void, the incomplete

The first of thousand movements, echoes of a sin

The living proof of “Pokekind” once redeemed

The past condemned us all to eternal suffering

Logo os dois fantasmas estavam fazendo um belo dueto. Starmie via, admirado, a atuação de seus companheiros e percebia como os dois atuam bem juntos. A estrela até acha que eles dariam um bom par. Mas sabe o quanto Chandelure é pessimista e teimosa e Gengar, às vezes, pode ser um mala sem-alça e tem um senso de humor que pode ser incomodo demais para a Pokemon fantasma. Mas será que aquele ditado de “os opostos se atrai” se aplicaria neles?

Mais uma vez, a platéia ficava extasiada. Muitos começam a pedir em coro por mais uma.

“Arceus do céu, esse povo não se cansa da gente?!” Starmie já começava a sentir cansaço e usava seus poderes telepáticos para despejar água de uma garrafa em si mesmo.

— Vamos só mais uma! Quero tocar essa! – pedia Infernape, mostrando um papel com letras de mais uma música.

Gengar viu a canção! – ei Chandelure, essa música lembra muito você! Rs rs rs...

— Engraçadinho! Mas essa é a última.

Enquanto se preparavam, um Shiinotic trazia bebidas para os Pokemon do palco.

— Uma batida de Mago zero álcool para Starmie e uma batida 30% para senhor Gengar! – anunciava o garçom.

Cada um dava um gole em suas respectivas bebidas.

“Por que você pede o mesmo sabor que o meu? Tá querendo que me confunda com as bebidas?”

— Ah estrela, não tenho culpa se nós dois gostamos de coisas doces!

— EI VOCÊS DOIS! PAREM DE CONVERSINHA AI E VAMOS LOGO! O POVO JÁ TA ESPERANDO POR NÓS! – gritava o macaco do palco.

— Vamos fazer o seguinte, coloquemos as bebidas nessa mesa! Você é o único que usa um canudo comprido desse jeito pra beber. É só deixá-lo no seu copo que não tem erro! – afirmou o fantasma.

Nisso os dois foram, para junto de seus companheiros, tocarem a última deles desta noite.

The sky is red, I don't understand,

past midnight I still see the land.

People are sayin' the woman is damned,

she makes you burn with a wave of her hand.

The city's a blaze, the town's on fire.

The woman's flames are reaching higher.

We were fools, we called her liar.

All I hear… is "Buuuuuuuuuuuuuuuuuuuuurn!"

A música segue bem animada. Scizor bate nos pratos, tambores e pedais com notas fortes e intensas. Os espectadores vão à loucura com os solos de Starmie, Infernape e Chandelure.

Enquanto isso Zoroark, em sua aparência verdadeira, vai andando pelo pátio. Encontra, sentada em um banquete e se apoiando em um balcão, uma Mieshao que estava meio aborrecida.

— Oi! Me parece desanimada, não ta gostando da festa?

— Arri égua! Esse povo só gosta de rock! Espero que o povo de RU tenha um gosto musical melhor! – reclama a suricate.

— Tá achando o som meio pesado...

— Pois é! Massa mesmo era quando o Primarina estava cantando! Ele sim tem umas músicas mais românticas e achei linda aquela que ele cantou em português! Mó paia que tem gente mangando dele! Ele é o que é e pronto!

— Bom, mas tenha um pouco de paciência, parece que a próxima é a Krookodile, e ela vai cantar música sertaneja.

— É mesmo?! Espero que ela se garanta! – Mieshao ficou mais animada.

— Ei! Zoroark! VEM CÁ AGORA QUE A FERA ESTÁ LIGANDO! – vinha chamando um Forretress ofegante.

— Oh saco... tudo bem, já tô indo! – respondeu a raposa negra.

— O que vocês estão aprontando? – indaga Mieshao com olhar de desconfiança.

— Você não precisa saber agora! Depois a gente se fala! – se despede Zoroark.

Enfim a música acaba e os seis são bastante ovacionados. Mas enquanto cinco deles reverenciam a platéia, Scizor suspira ofegante atrás da bateria.

— Vamos parar agora, por favor! Estou com calor e isso não é nada bom!

Heracross se preocupa com as condições da amiga – é gente, vamos parar por aqui! Já tocamos demais e o pessoal gostou muito da nossa atuação.

“Scizor, bata suas asas pra ver se melhora! E beba um pouco disso!” com sua telepatia, Starmie traz um copo de água para Scizor. “E vamos parar mesmo! Meus pés ambulacrários já estão doloridos.”

— Muito obrigada Starmie! – a inseto bate suas asas e o vento gerado ajuda a refrescar seu corpo!

Os outros concordam que já está na hora de parar. Nisso vem chegando uma Krookodile carregando um violão.

— Até que enfim terminou essas músicas de doido. Agora vai ser o “norso” sertanejo! – disse a réptil radiante.

— Nós finalmente mostramos cultura para o pessoal e ai você vem nos trazer daquelas músicas bregas.

— Brega é tu, abajur emo ambulante.

Mas, enquanto eles retiram os instrumentos do palco, algo cai com força, fazendo um buraco no palanque de madeira.

Os Pokémon ficaram assustados com o que viram. Logo viram um Breloom, meio arrebentado, saindo do buraco.

— Não deveria desafiado ela desse jeito... agora ela esta fora de controle... – disse o Pokémon vegetal ofegante.

— Que houve? Quem fez isso? – a Heracross estava preocupada, ajudando seu colega a se levantar.

Os outros logo viram o que estava acontecendo no pátio. Azumarill estava, descontroladamente, destruindo objetos e distribuindo golpes indiscriminadamente. Os outros Pokémon estavam desesperados com a repentina loucura da Pokémon aquática.

— Arceus! O que houve com ela? – questionou a Scizor surpreendida.

— Resolvemos só fazer uma rodada de coquetel de Berries, mas parece que ela ficou bastante afetada... – respondeu o Breloom.

— Mas é lógico que ela iria ficar assim, não sabe que bebida afeta muito Pokémon aquático-fada? – esbravejou Heracross – que concentração alcoólica era aquele coquetel?

— Então bora guardar os instrumentos! Se quebrar eles vai ser uma nota pra gente pagar! – declarou Gengar.

— Se argo acontecer com meu violão, num vô perdoar ninguém! – ameaça Krookodile.

Rapidamente os Pokémon guardavam os instrumentos. Quando terminaram, eles são surpreendidos pelo acesso da Azumarill ao palco. Os nove Pokémon, Starmie, Heracross, Scizor, Gengar, Chandelure, Infernape, Magneton, Krookodile e Breloom a observavam com apreensão.

— Eeee aaaiiiií pessoal... hic... agora chegou a melhor da festa... vaamos todos dançaar... – a coelha esta calambeando.

— Ela está fora de si! E agora? – disse Heracross enquanto carrega Breloom nos ombros.

De repente, ela se move desferindo o golpe Cachoeira. Enquanto os outros desviam, Magneton se coloca diante dela e recebe o golpe. Os dois batem contra a parede da estrutura causando um tremor.

Com o impacto, em uma mesa próxima, um canudo comprido de um copo pende e acaba caindo em um outro...

— Magneton! Use Onda Trovão para detê-la! – sugeria Scizor.

O imã ia acatar a sugestão, mas Azumarill logo usou o Super Poder que acaba deixando o Pokémon elétrico debilitado.

— Ei minha filha, você não pode ficar assim arrumando confusão! – Infernape logo se coloca perante a ela com o intuito de partir pra cima dela.

“INFERNAPE! TÁ LOUCO! SAI DAÍ QUE VOCÊ NÃO É PÁREO PRA ELA” Starmie tenta avisar.

Mas em um piscar de olho, um Jato Aquático é desferido que arremessa o Pokémon de fogo para fora do palco e ele cai bem próximo a mesa de onde estavam os cães lendários.

— Cara, você está bem? – Indaga Suicune preocupado.

Mas eles não esperavam que um copo de bebida fosse derrubado e seu conteúdo se despejou na boca de Infernape. Os cães tentavam acudi-lo, mas ele se levanta de repente. A chama de sua cabeça se eleva e ele dá um urro agudo enquanto bate em seu próprio peito.

— Voxê vai ver só... – o macaco tava calambeante e logo saltou em direção ao palco.

Os cães ficaram estarrecidos com a cena.

— O que tinha naquele copo Raikou? – pergunta o Entei.

— He He! Queria uma bebidinha um pouquinho mais forte... – respondeu Raikou sem graça.

Próximo ao palco, Infernape chamava Azumarill para luta:

—VEENHA AAAQUI SUA BOLA AZUL...

— Vaai se arrepender disso... – ela pula do palco em direção ao macaco.

— Num pode fogo, mas porrada pode... – logo o macaco vai desferindo o Combate Próximo, enquanto que Azumarill vai de Brincadeira Dura. Os dois vão trocando socos e tapas!

— ORA! ORA! ORA! ORA! ORA! ORA! ORA! ORA! ORA! ORA! ORA! ORA! ORA! ORA!

— INÚTIL! INÚTIL! INÚTIL! INÚTIL! INÚTIL! INÚTIL! INÚTIL! INÚTIL! INÚTIL! INÚTIL!

Os outros estavam assombrados pela luta que estava ocorrendo. Gengar estava até achando graça da briga dos dois – o que é uma festa sem uma confusão?

“Depois do trabalho que nós tivemos de vir aqui e tocar música só pra agradar esse macaco pra ver se ele não arruma confusão...” lamenta Starmie.

— EI PODEM PARAR COM ESSA CONFUSÃO AGORA! – ordena o Amoonguns furioso.

— Deixe que eu te ajudo a parar esses dois alegrinhos! – se ofereceu Tentacruel.

No palco, Gengar pegava as bebidas da mesa e dava o copo com o canudo para Starmie.

— Relaxa Starmie! Amooguns e os outros logo vão dar conta da situação – o fantasma bebe o conteúdo do copo – mas que bebidinha mais fraca, nem sinto o gosto do álcool! Mas e ai estrela, sua bebida ta prestando?

Mas um copo cai dos braços de Starmie e quebra no chão.

“He He He! Hi hi He He ha ha ha ha ha!”

— Oh estrela, tu tá bem? Não me diga que bebeu da alcoólica? – indaga o fantasma preocupado.

“Eu tô bem! Tô bem...”

Calambeante, a estrela vai levitando em direção ao local da confusão.

— O que houve com Starmie! – Scizor tava preocupada.

— Acho que ela acabou, sem querer, ingerindo álcool! – Responde Gengar.

— VOCÊ DEU BEBIDA PRA ELE?! – a inseto fica raivosa.

— FOI SEM QUERER!

— Ai! Ele vai ficar super chateado com a gente quando voltar a si! Vamos detê-lo agora! – ordena a Pokémon metálica.

Tentacruel já estava segurando os arruaceiros com seus tentáculos – Amoongus, agora é só por eles pra dormir que... - mas Starmie, com seus poderes psíquicos, lança os três para mais alguns metros de distância. “QUE PARAR COM ESSAAA BAGUÇA VOOCÊIIIIS!”

— AH não, mais um?! Desgraça pouca é bobagem! – resmunga Amoonguss.

Os dois que estavam brigando, se livraram dos tentáculos e resolveram partir para cima da estrela. Mas com sua telepatia, a estrela os arremessa mais uma vez!

“Me respeitem seus mentecárpitos! Eu fiquei em OU por mais de três anos nessa budega! Vocês devem me levar a sério”.

Gengar e Scizor correm em direção a Starmie.

— E agora, o que faremos?

— Gengar, não dá pra hipnotizá-lo, ou algo do tipo?

— Do jeito que está chapado, não acredito que a hipnose funcione! Além disso, é perigoso demais pra mim me aproximar dele com esse poder psíquico se emanando – o fantasma tava assustado.

— STARMIE! TÁ ME OUVINDO? SOU EU, A SCIZOR, SE CONTROLE POR FAVOR! – grita a inseto na tentativa de trazer seu amigo de volta a si.

— Ei estrela! Quem mandou você interromper minha briga! – o macaco tava com a voz amolecida – quer levar também?

O punho do macaco logo emanava faíscas de eletricidade. Ele estava prestes a desferir um Soco de Trovão.

— Se machucar Starmie vai se ver comigo! – ameaça Scizor.

Mas ele ignora o aviso e corre em direção ao Pokémon aquático. Mas o golpe é desviado e a estrela começa a voar sem rumo por toda área do bar.

“QUERO VER ME PEGAR, BAFO DE BANANA!” provoca o aquático.

Logo Infernape inicia uma perseguição à estrela.

Enquanto isso, Zoroark, com aparência de Venomoth, estava em uma vídeo-ligação com Volcarona.

— Está maior confusão aqui! Tem alguns mons chapados que tão fazendo a quebradeira aqui!

“Então você pode tá em perigo! Vou já te buscar ai!” disse a Pokémon do outro lado da linha apreensiva.

— Não precisa se incomodar! Eu já estou saindo daqui e... ARG! – de repente Starmie se esbarra em Zoroark que é derrubado, e o celular cai no chão.

“Venomoth! Venomoth! Você está bem?!”

— Estou bem querida! Eles acabaram de se esbarrar em mim...

“Ei, quem é você?” disse a inseto desconfiada.

Zoroark acabou percebendo tardiamente que, devido ao impacto, a ilusão foi desfeita.

“Onde está o Venomoth?!” Volcarona estava zangada. “Me passe já pra ele!”

Desesperado, Zoroark, acompanhado de Forretress vão procurar Venomoth. Mas logo viram que ele estava aos amassos com Beedrill.

— Há não, ele tá com a Beedrill! E agora? – o inseto-metálico começou a se desesperar.

“ELE TÁ COM QUEM?” esbravejou a inseto.

— SEU IDIOTA! POR QUE DISSE ISSO TÃO ALTO?! – Esbraveja Zoroak.

“Já estou indo pegar esse safado!” nisso a chama é desfeita.

— E agora? – Ferrotress se apavora.

— Temos que avisar ao Venomoth! – Zoroark também estava com coração na garganta.

Infernape tenta em vão atingir Starmie que levita para fora de seu alcance. Azumarill também se junta à perseguição.

Tentacruel tenta se recuperar com o golpe que recebera a pouco – Saco, Starmie será mais difícil de deter!

Os dois persegudores sobem em uma árvore com o intuito de alcançar a estrela. Chegam ao topo e saltam em direção a ela. Mas Starmie desfere um ataque psíquico que os derruba e os dois acabam caídos inconscientes no chão.

“Tem maaais alguém que quer fazer zuada?”

— Starmie! Se acalme por favor, esses dois já não vão causar mais problemas! – Scizor se aproxima com cuidado e suplica com uma voz gentil.

Com isso Starmie começa a se acalmar e desce para o chão “Scizor... fiz certo... não foi?”

— Tá tudo bem Starmie! Vamos pra casa juntas, por favor? – Scizor estende a garra e lança um olhar convidativo para o aquático.

Hesitante, a estrela se aproxima da inseto. Mas um clarão toma conta do ambiente repetinamente.

— Ei Venomoth, não quero te interromper, mas é importante... – Zoroark estava ofegante.

— Mas vocês não têm educação, não tá vendo que precisamos de sossego! – a mariposa se aborrece.

— A casa caiu! A Volcarona já sabe do esquema! – declara Forretress com pavor!

— Com é que é! – Venomoth estava incrédulo. Nisso, Ferrotress começa a se enterrar na terra.

— Aonde vai Ferrotress?

— Vou me esconder logo! Eu que não vou encarar uma Pokémon do tipo fogo por conta de suas armações! – Nisso, o metálico se esconde no solo.

— Ei Venomoth! Você não disse que não estava mais com ela? Você me enganou seu safado! – Beedrill se sentiu enganada.

— Querida depois eu te explico, mas agora... – mas o inseto foi interrompido por um grito.

— VENOOOMOOOTH!

Vinha voando pelos céus uma Volcarona que emanava fogo pela suas asas. Observava-se que ela estava furiosa e vinha no encalço de seu namorado.

— CADE VOCÊ SEU INSETO SAFADO! VOU ACABAR COM SUA RAÇA, COM A VAGABUNDA QUE TAVA COM VOCÊ E COM TODOS QUE TRAMARAM PRA CIMA DE MIM!

Todos os outros Pokémon ficaram aterrorizados com a presença da inseto. Todos temiam pelo bar que pode ser tomado pelas chamas e por suas próprias integridades.

Gengar acabou comentando com Heracross que havia, a pouco se aproximado dele:

— Ei, não tem a música que tocamos há pouco? Parece que ela vai acontecer agora!

— Só você mesmo pra fazer piada de uma situação como essa hahhahah... Heracross riu nervoso.

Mas Scizor acabou se congelando de pavor por conta da presença intimidadora da Pokemon inseto. Lágrimas saíram de seus olhos e um temor mortal tomou conta de seu ser...

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Músicas usadas no capítulo:

Cantada por Altaria:

Edema Ruh - Nightwish

Cantadas por Primarina:

Fly me to the Moon - Versão de Brenda Lee, encerramento do jogo Bayonetta.

KO - Pablo Vittar

Cantadas por Arcanane:

Been Caught Stealing - Jane's Addiction

I Wanna Rock - Twisted Sister

Cantadas por Gengar:

Enter Sandman - Metallica

Bursting Open - Semblant

Burn - Deep Purple

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Glossário

"rajada de luz em forma de lua" - Moonblast (não arrumei tradução ainda)

Som Metálico - Metal Sound

Cachoeira - Waterfall

Onda Trovão - Thunder Wave

Super Poder - Superpower

Jato Aquático - Aqua Jet

Combate Próximo - Close Combat

Brincadeira Dura - Play Rough

Soco de Trovão - Thunder Punch

Esporo - Spore