O ambiente escuro estava se tornando menos estranho à medida que eu me habituava, a minha raiva súbita, aquele sentimento quente me preenchendo, tinha se tornado uma vontade gélida e predatória. Eu estava me sentindo um lobo com fome. E então ele apareceu num dos cantos da sala, veio na nossa direção com sua foice, e antes que eu me mexesse vi a lâmina de gelo cortar seus pés e o vi tombando no chão gritando de dor, não tentei evitar meu sorriso.

– Valeu, Jack.

Eu me aproximei do homem sem pés no chão e posicionei meu pé na cabeça dele, logo o gelo começou a se formar nos cabelos castanhos e eu sorri ainda mais. Provavelmente estava parecendo uma psicopata sádica, mas aquele bastardo merecia.

– Você tem dez segundos para me dizer onde ela está, ou vou congelar cada pedacinho dessa sua cabeça inútil, fui clara? - senti o pânico dele enquanto tremia sob meu tênis de cano longo como o inseto que ele era. Jack deu um passo à frente dizendo:

– Um.

– Dois- continuei.

– Espere! Por favor! Eu conto! Na torre! Ela está atrás do relógio!

Jack começou a rumar para a porta, depois parou, me esperando. Olhei para o que restava do homem sob o meu sapato e sorri.

– Obrigado... - ele suspirou aliviado -... Dez. - E então virei para a porta deixando a escultura de gelo para trás.

Capítulo 1

– Alteza, há um rapaz alegando ter assuntos particulares com a senhora - Sério? Claro, eu só tenho meio milhão de coisas para fazer, mande-o entrar e vamos tomar um longo e demorado chá. Era brincadeira droga. Meu dia (semana (mês (ano)) ) está cheio.

– Lamento, mas tenho uma reunião com os embaixadores de Drift e Caldeum, diga à ele que não posso. - Ando enquanto escrevo os termos do acordo de comércio com Seul. - Peça para a princesa Anna cuidar disso.

– Alteza... Ele especificou que realmente precisa falar com a senhora, e somente com a senhora.

– Bem, ele é bem mandão e eu não posso sair agora.

– Ele... Ele disse que se vossa alteza dissesse isso... Eu deveria dizer que ele vai congelar o saguão e nas palavras dele "vai ser um saco para consertar depois". - Pera aí, o quê? Ele vai fazer o que com meu saguão? Desde quando todo mundo pode congelar coisas nessa bagaça?

– Mande a princesa Anna tratar da reunião, me leve agora para conversar com esse rapaz, ele se apresentou?

– Não alteza.

– Então esse cara simplesmente entrou no castelo e exigiu falar comigo, além de ameaçar congelar meu saguão? Refresque minha memória, por que temos guardas mesmo? - Bufo e viro me dirigindo para a entrada do meu castelo e deixando meu conselheiro (não tão útil assim) falando sozinho.

Quando cheguei finalmente admito que aquela cena aumentou minha irritação, um rapaz de cabelos brancos e casaco azul flutuando e fazendo nevar enquanto flertava com minha irmãzinha. Ela estava levemente ruborizada e sorrindo, até que ela me viu. É eu estou aqui Anna. Bom dia.

– Elsa! Bom dia! - Ela correu para me abraçar com força.

– Bom dia Anna. - Aproveitei para fuzilar o garoto um pouco, só para deixar claro que "eu sou a maga do gelo que manda aqui!” ele continuou flutuando e me deu a língua. Admito, eu estou com um pouquinho de inveja, eu não posso flutuar isso é injusto.

– Elsa, esse é o Jack, Jack essa é a minha irmã. - Anna se afastou para nos apresentar sorridente como sempre. Ele resolveu descer e me estendeu a mão.

– Sou Jack Frost, muito prazer Rainha Elsa. - Eu apertei a mão dele e aproveitei o toque tão frio quanto o meu.

– Bem vindo à Arendelle Jack Frost. - soltei a mão dele e inclinei a cabeça em reverência.

– Obrigado por me receber, Anna, pode nos dar um minuto? - Minha irmã sorriu, fez uma referência e saiu.

Me virei para ele e cruzei os braços.

– Não quero ser rude, mas estou curiosa, então vá direto ao ponto.

– Vou levar vocês duas para longe daqui, hoje.

–... Hã?

– Esse é o ponto. Faça as malas.

– Por que raios você se acha no direito de me dar ordens?! - Acabei elevando meu tom um pouco, mas quem esse cara pensa que é?

– Porque, eu sou seu irmão. E antes de entrar em pânico e gritar comigo faça as malas, não temos muito tempo.

– Você é o quê...?

– Bem, não de sangue, mas somos praticamente irmãos. A sua maldição foi um reflexo da minha transformação. Quando ganhei meus poderes, refletiu no seu nascimento e você recebeu seus poderes. Somos irmãos porque nascemos juntos, a lua me disse isso.

Eu ri. Ele me olhou surpreso. E eu dei uma boa gargalhada.

– Desculpe, por um segundo pensei que fosse sério.

Ele sorriu e balançou a cabeça de leve, um raio prateado atravessou a janela e me iluminou.

Só a mim. O resto da sala permanecia escuro, aquela luz prata me envolveu, arrepios percorreram minha espinha e então algo me fez perceber:

– É a lua. - Os meus olhos surpresos encontraram os dele, que sorriu convencido.

– Na verdade não é "a lua" é um cara que fica olhando para cá e interferindo de vez em quando. Então maninha, vá fazer suas malas que te explico tudo no caminho.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.