Unidas pelo Sangue

Irmãos de Alma - Book 2


Irmãos de Alma

Book 2

Cap.: 1

Malditos Hotéis

Se alguém te disser que viajar de carro de Long Island até o centro de Nova York é uma viagem rápida e tranqüila não acredite.

Digo isso por experiência própria.

Já estávamos a pelo menos meia hora de carro e eu havia desistido de contar as ruas e os caminhos complicados pelo qual tomávamos. Argos sequer se mexia, estava tão concentrado na estrada que seus mil olhos estavam vidrados mesmo que apenas seus olhos principais – que ele escondia através de óculos escuros – estivessem abertos e a qualquer ruído pelo menos 50 de seus olhos percorriam o carro.

Eu me sentia numa prisão.

Era como se estivesse sendo vigiada a todo segundo – mesmo que ele apenas se mexesse pelos movimentos de sua respiração – eu me sentia vigiada.

Suspirei. July ainda estava energética no banco – ela batia o pé freneticamente tentando conter sua energia –, Thyler também permanecia desperto – embora ele apenas olhasse calmamente pela janela com os pensamentos distantes – já o resto do pessoal esta em completo sono profundo.

Thalia e Luna estavam apoiadas umas nas outras ressonando levemente – Luna repousava a cabeça em seu ombro e Thalia apoiava-se sobre a mesma –, Percy e Annabeth permaneciam no fundo esquerdo da van – Percy tinha Annabeth em seus braços enquanto esta aconchegava-se diante sua clavícula seus rostos estavam preocupados, mas ao Annabeth reconfortar-se em seus braços ela pareceu inspirar o cheiro salgado do mar em Percy – e como se sua mente o reconhece-se – seus lábios formaram um sorriso tímido apertando-o mais para si.

Eu sorri. Eles eram tão fofos juntos... Nico bufou.

Procurei-o com os olhos. Nico estava encolhido sobre o banco com os braços cruzados contra o peito. Ele parecia irritado, mas... Estava dormindo. Imaginei que deviam ser seus sonhos – o que era estranho –, mas não me mexi. Já estava tão grogue que no minuto seguinte mal notei que apaguei.

Se eu sonhei não lembro, tudo que lembro é de acordar com o ronronar do motor da van e um leve movimento em meu ombro direito.

- Aléxis. – ela chamou-me, sua voz suave agora preocupada. – Precisamos de você.

Meus olhos pareciam pesar, mas quando os abri os de Luna apareceram temerosos e ela logo sorriu.

- Fala sério! – soltou July. – Não dá para rastrear ele assim!

- Parece que muitos meio-sangues decidiram voltar mais cedo esse ano. – concluiu Annabeth.

- Ótimo. – bufou Thalia. – E o que vamos fazer agora? Esperar dar meia-noite e vasculhar em todas as festas?

- Vamos ao plano B – sugeriu Annabeth ignorando nossos olhares de dúvida. – Hospedaremo-nos no melhor hotel.

- Legal. – disse. – Você quer dizer então que se vamos esperar, vamos esperar com estilo?

Annabeth revirou os olhos.

- O melhor hotel sempre tem acesso a todas as festas da cidade, desde as mais importantes, por meio dos funcionários, até as festas mais medíocres, por meio de hospedes de nossa idade. – explicou.

- Sério? – ela assentiu orgulhosa. – Legal. – eu tentei soar curiosa, mas acho que saí mais para tediosa, pois Annabeth bufou.

- Eu já disse que amo você e suas idéias, sabidinha? –Perguntou Percy.

Annabeth corou.

- Atena sempre tem um plano. – respondeu.

- Ah, qual é?! – reclamou Thalia, ela virou-se para Argos. – Será que podemos ir logo antes que as coisas aqui fiquem indecentes?

- Thalia! – eles gritaram, nós rimos.

***

Achar o melhor hotel até que não foi difícil, tudo que tivemos de fazer foi pegar um táxi – para ser mais exata dois – e dizer que éramos turistas e que procurávamos o melhor hotel com as melhores informações possíveis.

O taxista não discutiu. Ele pareceu nem ligar para o fato de sermos jovens demais para viajar sozinhos – mas acho que Argos ter lhe olhado atravessado antes de partir rumo ao acampamento deve ter ajudado.

Não queria pensar em que hotel ele nos levaria, talvez eu tivesse medo – ou não –, não sei ao certo.

Luna também parecia nervosa, pode ser que estivesse pensando o mesmo que eu: O melhor hotel de Nova York, o hotel Palace Durat Miller,era o meu hotel.era o hotel aonde vivi até descobrir ser uma meio-sangue.

Acho que uma parte minha ainda torcia para que eu estivesse errada, mas quando o funcionário que abriu a porta do táxi pareceu me reconhecer, sabia que era tarde demais.Queria não reconhecer tudo e nem que me reconhecem,mas isso não aconteceu...

- Quanto nós temos? – Perguntou Annabeth.

- Juntos?-interveio Nico, e ela assentiu. –100, talvez 200.

Já estávamos próximos á bancada.

- Não é muito.

Eles estavam nervosos.

- Podemos usar a névoa. – Percy parecia tenso.

Eu tomei a frente.

- Não será necessário. – disse, em seguida, peguei a mão de Luna.

Nenhum deles disse nada, não me virei para ver seus rostos, assim, não sabia o que demonstravam, mas imaginei que não ter contado quem eu re4almente era podia não ser tão legal. Para eles eu era apenas uma meiossangue normal com uma vida normal – pelo menos ao modo dos semideuses – e com uma casa normal. Nunca havia contado da mutuada de dinheiro que herdara por parte de minha mãe. O quê pensariam de mim agora?

Eu estava nervosa – muito nervosa –, mas não podia demonstrar nada. Mantive a expressão em meu rosto o mais normal possível e apesar de tudo tentei sorrir.

O jovem que agora guardava a recepção pelo horário de almoço pareceu surpreso e ao me aproximar ele sorriu.

- Senhorita. B. – sua voz suave passou por mim como uma cantada barata, ele me olhou sedutor. – Há quanto tempo?

- Aléxis. – corrigi rígida. – Não tenho idade para me chamarem de senhorita.

- Com certeza. – concordou. Ele analisou-me de cima a baixo com malicia em seus olhos enquanto eu tentei conter o nojo e o desprezo que se formaram em minha garganta. Seus olhos pareciam querer ver atrás de mim, mas isto, de jeito algum eu permitiria.

Ergui uma sobrancelha.

- Pode me dar as chaves?

Ele sorriu de canto.

- Claro. – e a sua frente, sem se deixar de apoiar-se sobre a bancada com o rosto próximo ao meu ele tirou minha chave. – Nono andar, espero que lembre o caminho, caso contrario, eu teria a honra e o prazer de levá-la até lá.

Sorri sarcástica.

- Eu me lembro. – tomei minha chave de sua mão evitando tocar à mesma. – Obrigada.

E assim puxei Luna pelo braço em direção ao elevador.

- Sabia que ia voltar. – disse ele. – Todas sempre voltam.

Por um momento permiti-me olhar em seus olhos.

- Não sou como todas. – disse. – Aprenda isso. – e continuei em direção ao elevador.

antes de fecharem a pagina eu peço que leia as notas finais

sei que vcs fariam isso T-T

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.