Goodbye?

KAH.

A gente estava indo para o a casa do Brian, era onde eles ensaiavam. Não paravamos de rir um minuto, eu não sabia o motivo, mas quando ele ria, eu tinha uma vontade enorme de rir também. A Ana estava brava com a gente por ter deixado ela e a Giza na farmácia pra sair com os garotos, tá eu sei que isso não foi legal, mas a culpa é toda da Mari.

– Porque não falaram? - Ana perguntou.

– Sei lá, foi a Mari que me puxou. - Respondi.

– Ah é? É assim então, só a Karina. - Falou.

– Para de encher Ana, só você não percebe porque a gente não foi, se toca. - Giza falou olhando pra Ana.

– Não faço ideia do porque. - Repondeu.

– Tudo bem, estamos indo em um ensaio de garotos que eu nem conheço.

– Ah não se preocupa Ana, a gente conhece você. - Brian falou rindo.

– Qual o motivo da graça? - Ana insistiu.

– Nada Ana, eles são caras legais, você vai gostar deles, tenho certeza. - Falei.

– Vou gostar?! Sabe do que eu vou gostar? Se tiver comida lá. - Ana respondeu tentando não rir.

Todos riram e ela também, finalmente chegamos na casa, ou melhor, na enorme casa do Brian. Era linda e percebi que ainda estava com a Pinkly no colo.

– Onde eu posso deixa-la? - Perguntei.

– Pode entrar com ela, não ligo pra isso. - Brian respondeu sorrindo. - Eu também gosto de cachorros, abobadinha.

– Ih, tá confiando demais hein. - Respondi. - Não te dei a autorização pra me chamar assim.

– Eu também não lhe dei a autorização pra me chamar de viado. - Ele falou rindo. - E você também está me devendo um prêmio.

– Como você é chato senhor Brian. - Respondi.

Entramos na casa, ela estava toda arrumada, realmente era linda e enorme. Os outros garotos já estavam lá, todos tão a vontade, pareciam que moravam ali. Um 'senhor' desceu as escadas e nos comprimentou.

– Ora, ora. Então o Synyster tras visitas e não me avisa? - Perguntou sorrindo.

Synyster? Quem era Synyster? Eu fiquei pensando, olhei pra Mari e ela também estava com uma cara de quem não entendia nada.

– Meninas, esse é meu pai. - Brian falou.

– É, oi. - Todas nós respondemos iguais.

– Pai, essas são a Kah, a Mari, a Giza e a Ana. - Brian falou enquanto andava ao meu lado.

– Elas são novas aqui, e... Ah! Essa é Pinkly.

– É um prazer conhecer vocês. - Ele falou. - São as primeiras garotas que os meninos convidam pra vim aos ensaios.

– O prazer é todo nosso. - Mari logo respondeu. - Espero não estarmos atrapalhando.

– Mari, eu já lhe disse que vocês nunca vão atrapalhar. - Matt respondeu.

Até ai, tudo bem. Mas eu não fazia ideia de quem era Synyster, pensei em perguntar, mas não sabia pra quem.

– Ei, Jimmy. - Falei um pouco baixo, quase sussurrando. - Quem é Synyster?

– Synyster? É o Brian. - Ele respondeu rindo. - Ele não te contou?

– Não. Achei que ele fosse só Brian, não to entendendo nada.

– Aposto que não deu tempo, ele tinha que admirar você. - Jimmy riu.

– Então... hã? me admirar? - Perguntei. - Do que você tá falando, ficou maluco é?! Tsc tsc.

Jimmy e suas piadinhas sem graça, que me faziam rir. Ficamos rindo ali e ele me contou a história do tal nome 'Synyster Gates'. Até acho que esse nome combina com o bicha do Brian e é da hora. A criatividade rola solta entre esses cinco.

Nos acomodamos em um lugar enquanto os meninos ensaiavam, as musicas deles eram muito boas. Eles estavam tocando uma tal de Unholy Confessions, e comecei a reparar no jeito em que o Brian toca guitarra, principalmente quando vai fazer o solos.

Ele balançava um pouco a cabeça, mordia os lábios, as vezes apoiava a guitarra em sua perna e a levantava. Sem contar as caretas, estavamos todas rindo. O seu olhar mudava, ele sabia mesmo tocar uma guitarra e ser gostoso ao mesmo tempo (Oh God, why). Tá acho que ele percebeu que estava olhando pra ele meio que boquiaberta, fiquei constrangida então fiquei olhando pra Pinkly até a música acabar.

Ainda tive que aguentar a Ana com seus comentários do tipo: "Olha como aquele baterista toca bem." "Meu Deus, aquele baterista me humilhou agora!" "Ele é gatinho, né? Não concorde". Na boa, eu queria dar uns tapas na Ana, mas a única coisa que eu respondia era: Ele tem nome, e é Jimmy. Acho que ela não está interessada muito no Zacky, coitadinho.

Enfim, a gente estava distraindo um pouco eles, o Matt cantava olhando pra Mari, e as vezes eles não se aguentavam e caiam na gargalhada. O Johnny sempre olhando pra Giza e pro chão, e a Giza a mesma coisa, que fofos. O Porpeta olhando pra Ana e rindo demais, até gritou "EI JOVEM" uma hora, o que fez todo mundo rir, menos a Ana que não sabia o motivo da graça e estava ocupada demais secando o Jimmy, huum. O Brian tocava guitarra e olhava pra mim, e eu estou gostando disso. Ficamos trocando olhares e uma hora ele até errou uma nota, então rimos.

Eu sei que isso não é engraçado, mas essa vontade de rir, sorrir sempre quando ele está por perto é incontrolavel. Eu já sou uma boba, você devia me ver com ele então.

Não sei o que tava rolando aqui, dentro de mim. Eu não quero voltar pra San Francisco amanhã e acho que nunca mais. Eu não quero ir pra longe desses caras, eu não quero ficar longe desse bicha que é o Brian.

MARI.

Amigos como aqueles garotos, são difíceis de encontrar. E nós conseguimos, mas não poderemos nos ver por um tempo, não sei quando voltaremos para HB, e hoje era nosso último dia aqui, e eu não queria parecer ou estar triste. Eu quero voltar, mas ao mesmo tempo não quero .. quero voltar por causa da minha família .. mas não quero voltar por causa do .. Matt ..

Sabe quando você só consegue ver aquela pessoa, e não ve .. ou ouve nada mais ao seu redor, só consegue fitar aquela pessoa? Quando você sente uma alegria do nada e não para de sorrir .. quando a pessoa só te fala um simples "oi", e você já tá amando a pessoa? Pode parecer idiota .. mas isso tá acontecendo comigo. Eu não sei se devo demonstrar, se é que já não estou demonstrando e eu não sei se vou ganhar a reação de volta, ou ela vai ser diferente ..

Durante o ensaio, notei que ele me fitava frenquentemente .. me sentia até meio sem jeito, mas retribuia os olhares junto com sorrisos. Estava tão vidrada nele que nem ouvi ou senti a Giza falar comigo. Coitada, ficou no vácuo por um bom tempo. Até que um tempo eu parei de olhar e fiquei conversando com a Giza. E por alguns minutos estava "dançando com a cabeça", parecia uma retardada, fazer o que, eu tenho meus problemas da cabeça. E notei que não era a única melosa ali quando Brian errou uma nota por causa de estar secando a Kah.

Estava bom demais até o relógio marcar 8:30, e estava quase no horário daquele show .. que por sinal eles iriam .. eu estou com medo da reação deles, quando descobrirem que a gente é a Successful Failure. Quase que a Ana nos entrega ali mesmo, Ana e sua boca enorme .. Saímos correndo, eles não entenderam muito bem, mas era necessário. Só sei que nunca mais vou esquecer aquele abraço .. qual abraço? O do Matt, que pergunta .. tudo bem que eu dei um abraço em todos (todas demos um abraço em todos), mas aquele do Matt com certeza vai ficar gravado por um bom tempo .. Eu estava num sonho (momento melação)? E a Ana grudou no Jimmy, e a Kah apertou o Brian, ela estava quase o asfixiando. Enfim, a única que agiu descentemente foi a Giza, ela é uma pessoa muito certa, até demais .. eu não, eu poderia ficar o dia inteiro ali abraçando o Matt, aquele perfume nunca mais vai sair da minha camiseta, de verdade.

Agora era só correr e tentar fazer um show sem ensaio. Milagre, você existe?

KAH.

O momento 'abobada' passou logo, porque saimos correndo pra fazer o show. A gente não ensaiou nada, sumimos mais uma vez, o Corey não sabe da gente e a gente não sabe do Corey e eles vão ao show. É muito "ataque cardíaco" pra um momento só.

Antes de sair abracei todos, até o pai do Brian. Por falar em Brian o abraço dele é tão bom, aquele cheiro que só ele tem, digamos que fiquei um bom tempo o abraçando e fui a ultima a sair da casa.

Esse ensaio foi ótimo, faria de tudo pra viver um momento como esse de novo, e de novo. O Jimmy fez questão de nos dar uma carona até o hotel e a gente aceitou, claro. A Ana ficou tão feliz, que deixamos ela sentar na frente com ele, precisava ver a felicidade da criança, o bom é que ela fazia ele rir muito, sorte dela.

Chegamos ao hotel e damos de cara com o Corey, com certeza vamos ter que ouvir um monte antes de fazer o show.

– Que bom que vocês apareceram, onde vocês estavam? - Ele perguntou. - Fiquei preocupado.

– A gente saiu, é... e até ensaiamos um pouco. - Giza respondeu.

– Ensaiaram? Onde? - Ele perguntou mais preocupado.

– Ah, se sabe né. Por ai. - Respondi.

– É, vocês não ensaiaram, não sei mais o que fazer com vocês. - Ele falou.

Acho que ele percebeu nossa cara de preocupada e o desanimo que estava tomando conta de cada uma de nós.

– Ei garotas, eu sei que fui meio grosso com vocês ontem. Queria pedir desculpas. - Ele falou enquanto dava um sorriso. - Mas por favor não cheguem tão tarde no hotel, não bebam demais. Olha só onde vocês chegaram, vocês sabem que tem fãs, e eu sei que estão fazendo de tudo para agradar eles. Não fiquem assim, vai dar tudo certo, eu acredito em vocês. Então subam naquele palco e façam o que vocês sabem fazer de melhor, arrebentem!

Não acredito que ele falou isso, sério. Pensei que ele ia dar um sermão na gente, falar que a gente não faz nada certo. Acho que o nervosismo e até o medo me fez pensar isso, o Corey era um cara legal e é graças a ele que estamos aqui.

– Tá tudo bem, a gente que quer se desculpar. Não deviamos ter sumido ontem e voltado bebadas, e deviamos ter avisado que a gente ia sair hoje e que compramos uma cadela. - Falei.

– Ah meu Deus, eu não acredito. - Ele falou quase rindo. - Tudo bem, vão se arrumar, rápido.

– Obrigada Corey, você é muito legal. LOVI IÚÚU - Ana falou jogando beijos pra ele.

A gente já estava pronta, era só subir no palco. Eu estava tremendo mais uma vez com o nervosismo que tomava conta de mim.

– Ainda não se acostumou com isso né? - Mari me perguntou.

– O que? Com o show? Sei lá, não to com medo disso. - Respondi.

– Ah é? E porque ta tremendo?

– Eles estão lá, vão nos ver cantando, tocando. - Falei. - Eu não sei como vão reagir quando nos verem, quando souberem. É por isso que eu estou nervosa e com medo.

– Vai ficar tudo bem, eles vão entender. Espero. - Giza tentou me acalmar, mas ao contrário da vez passada, isso não adiantou.

– Então, hora de encarar mais uma vez essas pessoas, e... o Jimmy! ÊÊÊÊ! - Ana falou empolgada. - Vou arrebentar, mostrar que também faço um solo de bateria legal.

– Tenho certeza disso Ana. - Giza falou rindo.

Entramos no palco, estava tudo escuro. Eu não vou conseguir tocar, não consigo me concentrar. Então a Mari começou a falar:

– É, primeiramente boa noite. Eu sei que o certo era a gente começar o show com uma canção, mas antes eu preciso falar algumas coisas. - Então as luzes começavam a acender.

Bom agora todos estavam nos vendo, eu não via os meninos e espero que eles não estivessem ali. Não sei o que Mari estava tentando falar, mas eu estava paralisada e talvez aquele tempo em que ela estava gastando me ajudasse um pouco.

– A gente gostaria de oferecer esse show a cinco garotos. - Interrompi a Mari. - Eles são as pessoas mais legais que já conhecemos, são engraçados, eles nos fazem rir e cada momento em que passamos juntos é inesquecivel. A gente vai embora amanhã, e nossa, a gente se conhece a muito pouco tempo não é? O que são dois dias? Pra mim, foi muita coisa. A gente viveu muita coisa juntos, conhecemos muito uns aos outros, aprendemos uns com os outros em dois dias. Se me perguntarem o melhor dia em que já vivi, vai ser um desses dois, pode ser qualquer um, desde que seja algum desses. Eu só queria dizer em nome de todas nós, que vocês são demais, e que nós amamos vocês. Obrigada por tudo.

– Gostariamos de oferecer este show também à cada um de vocês, que está aqui. Valeu, de coração galera, se não fossem por vocês, a gente não estaria aqui hoje. - Mari complementou.

Todos aplaudiram, eu não sei como consegui fazer isso, falar isso. As meninas estavam só me olhando, e a Mari sorriu e achei que ela fosse chorar. Eu sei o que ela ta passando, o que ela ta sentindo, porque ela esta amando demais o Matt, assim como eu amo o Brian, e saber que só temos mais algumas horas com eles, é doloroso.

– Eu queria falar mais uma coisa .. - Mari falou - Garotos, se vocês estiverem ai... eu só queria dizer que aceitamos vir ao show. - Mari completou sorrindo.

Depois de toda essa "Confissão" tocamos, eu me acalmei durante o show e todos gostaram novamente. Eu estava feliz demais, agradecemos e eu até desci do palco e fui abraçar as pessoas que estavam gritando loucamente ali. Nossa, que loucura.

Mas ainda não tinha visto os meninos, tinha muita gente... mas será que falamos aquilo, pra nada?