Unholy Confessions

Fuck the school, be a rocker.


Meu nome é Karina. Tenho dezesseis anos e moro em San Francisco, ainda frequento o colégio, porém não tenho a miníma chance de passar para a próxima série. Porque? Simples, por causa de um sonho que eu não pretendo desistir.

Desde os quatorze o meu maior sonho, assim como o de minhas amigas, é ter nossa banda. Eu toco guitarra a dois anos e meio, a Ana toca bateria, Gislaine toca baixo e a Mari além de cantar, também toca guitarra. Nossa banda tem tudo pra dar certo, e temos a ajuda do nosso produtor musical Corey, que esta agendando uma turnê pelo estado da Califórnia.

Hoje é dia 01 de agosto, e nosso primeiro show é amanhã, eu confesso que estou um pouco nervosa e ansiosa ao mesmo tempo. Não sei o que pode acontecer, se as pessoas vão gostar, estamos apenas começando e fico nervosa quando vou tocar em público, esse é um dos meus problemas.

Agora são exatamente 10 horas da manhã, nem acredito que vou ter que acordar cedo justo em um sábado. Tem ensaio da banda, isso é até um bom motivo pra me fazer levantar essa hora, e não posso nem pensar em faltar.

Cochilei mais um pouco e quando meu celular despertou novamente já eram 10:30, o horário em que eu já devia estar na casa da Mari ensaiando. Eu sempre chegava atrasada nos ensaios, isso já era normal.

Tomei coragem pra sair da cama, coloquei a primeira roupa que tinha na minha frente, e desci as escadas com a guitarra na mão. Minha mãe me esperava pra tomarmos café, mas não ia dar tempo.

Enquanto isso na casa da Mari..

"Será que ela vai demorar muito?" - Pensei.
Olha os meus modos, nem me apresentei, desculpem-me por fazer tal coisa. Eu sou a Mari, e assim como a Karina tenho dezesseis anos e também toco guitarra. Nós temos uma banda. E pensar que tudo começou por bobagem. Bem, fomos pegando o jeito da coisa, e quando vimos.. tinhamos um produtor, uma agenda de shows e nosso primeiro CD estava quase lançado. Realmente, essa 'bobagem' valeu a pena, e como.

Ontem, combinamos de fazer um ensaio com a banda toda. Bem, já passou do horário e a Kah, pra variar um pouco, estava atrasada. De novo. Já tinhamos nos acostumado com tais atrasos. Mas a Ana parecia incomodada pois não parava de olhar no relógio, e a Gislaine começou a arriscar umas notas, e até sugeriram tentar um ensaio sem a Kah, mas era meio impossível, pois só com uma guitarra de apoio, as músicas não saem. Alguns minutos se passaram até ouvir a campainha. Corri até a porta e era a atrasada.

– Já estava na hora, não acha? - Eu disse com um tom irônico.

– Foi mal, eu acabei cochilando e deu nesse atraso. Acho que não vai acontecer novamente. - Karina se explicou

– Tá tudo bem, o que importa é que você tá aqui e já podemos começar. - Respondi.

Fomos até a garagem de minha casa, onde estavam as demais integrantes. Então, como a Karina já estava ali, o ensaio poderia começar, e Ana realmente demonstrou que estava mais despreocupada.

Tocamos várias músicas, até arriscamos uma nova letra, nova melodia, mas acabou não dando muito certo, e como de costume, rimos bastante... não conseguimos ficar sem rir enquanto estamos juntas, é impossível. Principalmente com a ingênuidade da desligada da Giza (a Gislaine prefere ser chamada assim), nossa, é até demais. Parecia que as horas tinham passado tão rapidamente, pois já era quase noite e algumas garotas tinham que ir pra casa. Só ficou mesmo eu e a Karina. Pelo que parecia ela iria dormir na minha casa, pois discutiriamos sobre o show e tentariamos uma nova composição.

A noite chegou, e eu estava tentando lembrar de algo prestável pra botar no papel, mas parece que quando você quer ou precisa ser criativo, tudo some de repente de sua mente e você não consegue pensar em absolutamente nada. Karina até tentou uma melodia, mas sem letra, nem sonhando.

Enquanto escutavamos "By The Way", Karina observava as coisas que estavam em cima de meu criado mudo. Havia uma camiseta rosa, ela estava olhando fixamente naquela camiseta, estava me assustando, realmente. Até que ela olhou pra camiseta dela, era uma camiseta preta. Então parecia que estava num jogo de ping pong, pois ficava olhando uma coisa e depois a outra repetidamente, no caso, a camiseta dela e a minha camiseta. Até que ela falou a seguinte frase:

– Pink is the new black.

– Tá ficando louca? - Respondi não entendo absolutamente nada.

– É isso!

– Isso o que? - Estava assustada, já pensando que a menina iria virar uma psicopata e me matar.

– É ISSO, CLARO.. - Quase me deixando surda, ela respondeu.

– Karina, você tá me assustando.

– PINK IS THE NEW BLACK!