Underfell

Capítulo 17 - Vs Programa de Cozinha


O humano e a flor adentraram numa sala escura. Eles não conseguiam ver um palmo a sua frente.

— Aqui deveria ser tão escuro assim? – Flowey murmurou, olhando para cima. – Parece que tem alguma coisa ali...

De repente, as luzes foram acesas. Eles estavam em um cenário barato que imitava uma cozinha. O fundo era feito de um papelão barato, e os eletrodomésticos estavam desenhados em caixas de papelão.

— OHH YESS! – Mettaton exclamou, aparecendo diante de um fogão, também te papelão. Uma musica começou tocar ao fundo. – Sejam todos bem vindos ao melhor show de cozinha do Underground! – Uma placa caiu ao fundo, onde estava escrito “Cozinhando com um robô totalmente amigável e sem nenhuma intenção homicida”. – Preaqueçam seus fornos, porque hoje teremos uma receita muito especial! – Frisk percebeu que Mettaton possuía um chapéu de chef e ficava balançando uma colher de pau para cima e para baixo ritmicamente com seus braços. – Hoje faremos... Um bolo! – Mettaton passou a colher para sua mão superior direita e apontou para Frisk. – Meu lindo assistente aqui vai pegar os ingredientes. Uma salva de palmas para ele! – Aplausos pré-gravados soaram no cenário. – Precisaremos de açúcar, leite e ovos. Pegue eles para mim, docinho! – Frisk movimentou a cabeça positivamente e caminhou até o outro extremo do cenário, atrás de Mettaton, onde estavam os ingredientes, então os levou até a caixa de papelão diante de Mettaton. – Leite, açúcar, ovos... Falta somente um ingrediente... – A tela de Mettaton começou a piscar. – - Mettaton cravou uma faca na mesa de papelão. – Mas não podemos fazer isso, e se existir alguém alérgico ou vegano? Para isso temos nosso “ingrediente substituto vegetariano sempre conveniente da marca MTT”! – Mettaton apontou com sua colher de pau para a saída do cenário a esquerda dele. – Ele está logo ali, encima da mesa. Vá pegar, lindeza! – Frisk obedeceu, e começou a caminhar para dentro da escuridão. Ali estava bem mais escuro do que da ultima vez, Frisk não conseguia reconhecer a mesa onde estava a latinha.

— Humano. – A voz de Alphys soou na escuridão, Frisk tropeçou para trás ao ouvir aquela voz. Alphys apareceu a sua frente, sorrindo maliciosamente, seus óculos refletindo a luz do cenário. – Sinto muito, mas ninguém é vegetariano aqui.

— Er... Estamos tendo problemas técnicos... Voltamos em alguns instantes! – Mettaton deslizou para perto de Frisk, se colocando entre ele e a Dra. Alphys. – Alphys, você tem que parar de interromper meu programa desse jeito, está ficando chato.

— Ninguém assiste seu programa, imbecil. – Alphys rebateu, seria. – Me entregue o humano. Agora. –

— – Mettaton deslizou para o lado. Frisk sentiu o peito acelerar ao ouvir isso.

— O que? – Flowey olhou para Mettaton, incrédulo. – Não!

Alphys sorriu e esticou o braço para puxar o humano pelo cabelo. A mão da doutora foi parada por Mettaton, que voltou a deslizar para frente do humano. – Eu disse que ele estava na sua frente, não que você podia pegar ele.

— Mettaton. – Alphys murmurou, então ergueu o olhar. – Você tem certeza que pretende fazer isso? – A doutora sorriu abertamente, um sorriso que gelou a espinha de Frisk.

— Volta para a sua caverna, quatro-olhos. – O rosto de Alphys se contorceu de raiva, e ela lentamente retornou a escuridão.

— Ei, obrigado. – Flowey disse.

— Bom, acho que eu perdi tempo demais, tenho que me preparar para o próximo programa. – Mettaton disse, ignorando Flowey. – Não se preocupe com a doutora, ela já foi embora usando um jetpack que ela tem no telefone... E um jetpack meio silencioso. – Mettaton apontou para frente. – O caminho vai clarear, mais a frente tem um elevador, vocês já estão ficando próximos. – A roda de Mettaton entrou dentro do seu corpo e no seu lugar surgiu um foguete. – Eu vou indo! Boa sorte, queridos! – E Mettaton foi embora voando.

O humano e a flor continuaram andando, e o caminho clareou. Eles estavam em um caminho feito de terra vermelha com bastante erosão. A sua esquerda, Frisk e Flowey conseguiram ver um mar de lava, e sobre este, uma maquina monstruosa vermelha, cheia de tubos e cabos.

— Aquele deve ser o Core, é ele quem gera a energia para o Underground. – Flowey disse. – Ouvi dizer que ele não funciona por falta de manutenção.

“*Você pergunta se não existe ninguém que saiba consertar”

— Existir existe... – Flowey refletiu. – Alphys conseguiria consertar, mas ela está mais focada em mutilar monstros nos seus testes com a Determinação... O único que resta seria o criador da Core...

“*Você pergunta quem é o criador”

Flowey estreitou os olhos, ele parecia estar se esforçando muito.

— Eu... – Flowey parecia sofrer de dor de cabeça. Uma leve dor de cabeça surgiu em Frisk também. – Eu não me lembro... – Subitamente, Frisk sentiu um medo crescente e a sensação de estar sendo observada. Olhou ao redor, e não encontrou nada, mas jurou ter visto alguma coisa cinza no canto do olho.

Frisk e Flowey continuaram caminhando, logo conseguiram avistar um elevador de metal. O elevador não era nada parecido com aqueles modernos do seu mundo, aquele elevador era feito de um metal enferrujado, parecido com os modelos antigos de elevadores. As portas do elevador eram grades e este parecia estar prestes a se destruir.

— Entrar nesse elevador parece uma péssima ideia. – Flowey murmurou, Frisk concordou com a cabeça.

“*Você diz que parece ser o único jeito de subir”

— Pois é... – Flowey disse. – Então vamos...