Underfell

Capítulo 13 - Vs Undyne - Parte 2


A lança acertou em cheio a alma de Frisk, que se tornou verde. Undyne pulou para trás e ficou de frente com Frisk. Pelo ataque, Frisk deixou Flowey cair no chão, que saiu da bota e entrou dentro da terra.

Quando a alma de Frisk ficava verde, ela novamente caia no corpo dele, mas desta vez o humano ficaria paralisado até que Undyne permitisse sua movimentação. O único jeito de se defender dos ataques de Undyne seria uma “lança” azul que apareceria a sua frente e que Frisk poderia mover na direção das lanças de Undyne, bloqueando-as e se protegendo ou usando a lança para atacar Undyne.

Undyne fez cair uma chuva de lanças sobre Frisk, com uma agressividade muito maior do que a da Undyne original. O humano moveu sua lança azul, cima, cima, direita, esquerda, direita, baixo, cima, direita, cima, direita, esquerda.

— Nada mal, nem se feriu! – Undyne disse, lambendo os lábios. – Mas esse foi só meu primeiro ataque, vamos ver como você enfrenta isso. – Undyne fez mais uma chuva de lanças, Frisk conseguiu bloquear as 5 primeiras, mas acabou recebendo outras três, que o feriu machucou.

— Para com isso! – Flowey apareceu atrás de Undyne, seus dentes estavam pontiagudos e este olhava com ódio para a assassina.

— Ou o que? – Undyne bradou, e se virou para pisar na flor, que entrou no solo antes que a bota metálica de Undyne chegasse perto dele.

— Ou eu vou TE MATAR! – Flowey gritou, aparecendo diante de Undyne. Seus dentes estavam extremamente pontiagudos e seus olhos haviam se tornado negros, com pupilas brancas. Ao ver aquela figura, Frisk empalideceu, se lembrando do Flowey original, e sem perceber, começou a tremer. Flowey olhou para Frisk e percebeu o que havia feito. – Garoto... – O rosto de Flowey voltou ao normal, mas sem perceber, a lança de Undyne passou por ele. Seu corpo se tornou esverdeado e uma lança azul apareceu a sua frente.

— Chega de insolência. Você quer lutar? Então lute! – Undyne rosnou, e mais uma chuva de lanças caiu sobre ambos.

Frisk bloqueava a maioria das lanças, mas elas eram rápidas demais, e acabaram arrancando muita vida da criança. Flowey, por outro lado, não era tão experiente em batalhas, e tinha serias dificuldades para se defender dos golpes.

— Durante anos, esperamos por um final feliz... – Undyne disse, lançando estocadas em varias direções. – Finais felizes não existem, foi isso o que eu aprendi com Alphys. – Uma lança atravessou a alma de Frisk e este caiu ajoelhado. – Somente existem finais, mas este final vai ser meu, e você não vai tirar ele de mim!

“*Você diz para Undyne que não quer lutar”

— Você não quer lutar? – Undyne trincou os dentes e seu sorriso aumentou. – Então solte sua lança e deixe que eu acabe com isso! – Undyne arregalou os olhos em frenesi e lançou uma poderosa estocada, que Frisk bloqueou. – PARE DE RESISTIR! – Ela parecia estar totalmente fora do juízo.

“*Você pede por misericórdia”

— Você está pedindo por misericórdia!? – Undyne fez chover mais lanças, agora sobre Flowey, que conseguiu bloquear elas por pouco. Direita, cima, direita, cima, esquerda, baixo, cima, direita. – Quem você acha que sou para dar misericórdia a um verme como você!? MORRA! – Mais lanças, que acertaram Frisk e o deixaram quase sem energias.

— Criança! – Flowey gritou, olhando desesperado para Frisk, que se esforçava para se levantar.

“*Você diz para Flowey que ambos precisam resistir”

— Você quer mesmo ter uma morte dolorosa, não é mesmo!? – Undyne exclamou enquanto quebrava uma pedra com seu punho só porque podia. – POIS QUE ASSIM SEJA! – Undyne atravessou com sua lança o peito de Frisk, e sua alma se tornou vermelha outra vez, flutuando por cima de sua cabeça. Flowey voltou a sua cor normal e estava pronto para falar quando uma lança acertou a alma de Frisk. Com um golpe mais, Frisk estava morto.

— Não, NÃO! – Flowey lançou diversas pétalas na direção de Undyne, uma lança se materializou na frente da assassina e começou a girar, desfazendo as pétalas e protegendo a psicopata.

— Porque você acha que consegue me derrotar usando pétalas!? – Undyne rosnou, olhando para Flowey. – Você está subestimando! - Lanças voaram na direção de Flowey, mas este entrou debaixo da terra.

Frisk se levantou com muita dificuldade e começou a fugir, correndo em direção do túnel atrás de Undyne.

— O que!? – Undyne se surpreendeu ao perceber aquilo, e começou a correr atrás de Frisk. Vinhas se enredaram na armadura da mulher, fazendo com que ela tropeçara, então Undyne usou suas lanças para cortar as vinhas e continuou correndo atrás da criança.

Frisk continuou correndo o mais rápido que podia, ao longe ele podia avistar a grande tela onde estaria escrito “Bem-vindo a Hotland”, ou alguma variante. Somente um pouco mais e ele poderia escapar de Undyne.

Quatro lanças surgiram subitamente do chão, fechando o caminho. Frisk quase caiu encima delas. Quando a criança se virou, uma lança a mais surgiu e acertou o garoto, fazendo sua alma se tornar verde outra vez.

— Você não vai a lugar algum! – Undyne surgiu pelo túnel, seu olho esquerdo brilhando como uma chama viva.

Undyne se preparou para atacar, mas foi parada por um circulo de pétalas que a rodearam.

— Nem você! – Flowey disse, possuía aquele rosto perturbador outra vez. – MORRA! – O circulo de pétalas começou a se fechar, Undyne começou a gargalhar.

— Você não aprende? – Ela disse, e uma lança atravessou Flowey.

Frisk gritou, Undyne continuou rindo, Flowey se desfez.

— Onde eu tinha parado? Ah, sim! – Undyne se virou para Frisk, ele estava tonto e com vontade de vomitar. – Eu tenho que matar você! – Uma lança atravessou Frisk.

E sua alma se partiu em dois.

GAME OVER

— Frisk. – Chara disse, olhando para ele. – Cada vez que você morre, um pouco de você muda e um pouco deste mundo se acaba. - Chara se virou de costas. – Se você quiser voltar para seu mundo com sua mente intacta... E com o seu mundo intacto... É melhor que você evite morrer. – Chara voltou olhar para ele. – Eu sei que você consegue.

Frisk estava parado diante das pedras pontiagudas. Undyne estava falando alto sobre alguma coisa, encima das pedras.

- Ah! – Flowey exclamou. Ele ainda estava nos braços de Frisk. – Você está bem garoto? Ainda bem que usou seu save, você poderia ter... – Flowey então percebeu, pela expressão de Frisk. – Você morreu, não foi? – Frisk assentiu.

— ...Sua determinação é... Patética! – Undyne exclamou, apontando para a criança. – Mas vamos parar de conversa fiada e comecemos de uma vez! – Lanças caíram no chão, fechando a passagem, e Undyne caiu sobre Frisk com sua lança apontando para ele.

A alma de Frisk ficou verde, e Undyne fez uma chuva de lanças caírem sobre ele, tal como da ultima vez, agora Frisk se lembrava de mais ou menos de como era a sequencia. Flowey caiu na terra como da ultima vez, mas não atacou Undyne, se não que ficou do lado de Frisk, sem dizer nada.

— Fugir não adianta... Temos que achar outro jeito de conseguir passar por ela. – Flowey murmurou. As lanças de Undyne não deixavam um momento para Frisk respirar, ele as esquivava com dificuldade.

Passou-se um bom tempo, Frisk não dizia nada, somente pensava como fugir dali enquanto esquivava as lanças.

— Eu tentaria ajudar você, mas parece que eu só atrapalhei mais do que ajudei da ultima vez. – Flowey se lamentou. – Eu vou achar um jeito para sair daqui...

— Pare de ser tão insistente! – Undyne rosnou, ela percebeu que Flowey estava falando com Frisk, então fez uma lança cair sobre a flor, que se escondeu debaixo da terra. – Do que vocês humanos são feitos!? Qualquer um já estaria morto agora! – Frisk estava se cansando muito rápido daquilo, e conversar não resolvia nada, então respirou fundo e desferiu um soco em Undyne. Sua mão se machucou com os espinhos na armadura da assassina. – O que foi isso!? – Undyne gargalhou. – Como um verme fraco como você se atreve a me atacar!? – As lanças de Undyne se tornaram mais rápidas e ferozes. Frisk foi atingido por quase todas elas. – Alphys me disse que os humanos eram determinados, e que eu precisava arrancar a determinação deles na força! – Ela disse. – Só não contei para ela uma coisa: Eu estou determinada também! Determinada a te matar! – Undyne passou sua lança por Frisk, fazendo que sua alma saísse do seu corpo, voltando a cor vermelha. Lanças rodopiaram e voaram em encontro com a alma de Frisk, que as esquivou. – Determinada para terminar isto AGORA! – Lanças saiam do chão e voavam em direção de Frisk, ele conseguia esquivar todas com agilidade. – NGAAAH! MORRE LOGO! – Mais lanças passaram voaram para cima da alma de Frisk, ele não desistiu de esquiva-las.

Frisk olhou para os lados. O túnel estava aberto, mas Frisk sabia o que iria acontecer se tentasse ir por lá. O único caminho que havia sobrado era...

— Humano! Por ali! – Flowey surgiu debaixo da terra e puxou Frisk com suas raízes, fazendo com que sua alma voltasse ao seu corpo e deixando que ele fugisse. Flowey apontou para o caminho por onde eles haviam vindo. – É o único jeito! Corre! – Frisk assentiu e desatou a correr.

— Onde você pensa que vai! – Undyne gritou. Suor escorria por sua testa, ela estava totalmente insana. – VOLTA AQUI! – Undyne começou a correr na direção de Frisk, mas este já estava muito a frente.

Frisk continuou correndo e voltando pelo seu caminho com Undyne ao seu encalço, atirando sem parar. Por ser pequeno, Frisk conseguia passar com mais facilidade por Waterfall, mas Undyne conhecia melhor o ambiente, então não tinha dificuldades e sabia usar atalhos.

A perseguição chegou na “sala escura”, onde o caminho era iluminado por cogumelos. Undyne estava quase alcançando Frisk, que não aguentava mais correr, quando um Temmie barrou o caminho da assassina.

— Minhas sinceras desculpas. – Temmie disse, olhando para Undyne, que parecia furiosa com a criatura. – Mas me parece que você está perseguindo meus clientes.

— SAI DA MINHA FRENTE! – Undyne rugiu, materializando uma lança ao seu lado.

— Eu não posso me deixar permitir isso, minha respeitável senhora. – Temmie continuou. – Então proponho a sua pessoa que volte por onde veio e deixe o meu cliente seguir com seu trajeto em paz.

— EU DISSE PARA SAIR! – Undyne abaixou a lança, mas Temmie vibrou tão intensamente que a lança foi repelida e se desfez.

— Tsc, tsc... – Temmie balançou a cabeça negativamente. – Temmies são imunes à magia, minha cara. Agora faça o que eu disse e volt... – Undyne chutou Temmie para um lado e continuou correndo, Frisk já quase havia desaparecido, mas Undyne ainda conseguia avista-lo. – Ei! EI! – Temmie gritou, se levantando e ajeitando a gravata.

Frisk estava ficando cansado, muito cansado, e chegou a um ponto em que não conseguia mais correr. Ele se escondeu em um beco e decidiu esperar Undyne passar.

O beco era escuro e fedido, Frisk havia entrado ali por um pequeno buraco e espiava por este, procurando algum sinal de Undyne.

— Whoa! – Uma voz áspera e tremula falou atrás de Frisk. Atrás dele, uma tartaruga velha vestindo trapos e cega caminhava para perto dele, se apoiando com uma bengala. – Que barulheira é essa!? – Frisk reconheceu a tartaruga como Gerson, o vendedor do seu mundo. – Parece que jogaram mais lixo aqui! – Gerson cheirou o ar e seu rosto se tornou de ira. – Um humano! – Gerson começou a correr em direção de Frisk, que saiu pelo buraco sem olhar para trás e começou a correr.

— AÍ ESTÁ VOCÊ! – Undyne apareceu ao longe, furiosa. Frisk continuou correndo pelo caminho, chegando à sala próxima ao lixão. Frisk não prestou atenção por onde ia, e acabou seguindo pelo caminho da esquerda, que levava para o refugio de Undyne.

O “refugio” de Undyne era, basicamente, uma casa de metal com um formato similar a uma lata parcialmente amassada. Parecia ter sido um contêiner, mas havia sofrido algumas mudanças.

Existiam vários escombros por ali, e Frisk correu para se esconder atrás de uma parede destruída. Flowey apareceu assim que ele se agachou atrás da parede.

— Shhh. – Flowey disse, e ambos olharam por trás da parede.

Undyne chegou ali, parecia cansada, mas muito irritada. Ela caminhou pesadamente em direção da casa e entrou. Ao cabo de alguns segundos, voltou ainda mais irritada.

— ONDE VOCÊ ESTÁ! – Ela gritou, fazendo cair varias lanças pelo local.

— Eu estou aqui. – Uma voz disse na entrada da sala. Ela pareceu confusa e surpresa ao mesmo tempo.

— O que você está fazendo aqui!? – Undyne bradou. Uma silhueta entrou dentro da sala e parou diante de Undyne. Era Papyrus.