Unbreakable

Capítulo 9 - Utopia


Três carros da NSY fechavam a Baker Street, no quarteirão em que Carmen se encontrava. Policiais armado com fuzis saiam de seus carros e miravam contra Carmen. Lestrade empurrou a menina até o carro e a algemou.

– "O que você está fazendo, Lestrade?"

– "Desculpe-me." ele empurrou Carmen para dentro do carro. Sherlock saiu de dentro do apartamento, junto com sra. Hudson, fitando Carmen ser presa.

– "Lestrade, pelo amor de Deus, o QUE ESTÁ ACONTECENDO?" ela baforou, enquanto a porta da viatura foi fechada na sua cara.

– "O que você está fazendo?" Sherlock se dirigiu a Lestrade, de braços cruzados.

– "Prendendo uma suspeita."

– "Mas ela não é sus--"

– "E vou prender você também se interferir." ele caminhou até a porta do acompanhante da viatura e esta partiu em disparada. Lestrade possuia grandes olheiras abraçando os olhos, e os mesmos estavam ligeiramente avermelhados. Carmen permaneceu calada, se contorcendo para se livrar das algemas. Tentava afrouxá-las, sem conseguir passar suas mãos pelos aros de metal. Ela aproximou o rosto das grades.

– "Se isso for alguma brincadeirinha, Lestrade, eu juro que-- eu não matei aquelas duas mulheres!" Lestrade não respondeu. Ela bateu as costas contra o estofado e permaneceu lá, respirando profundamente, tentando controlar o ódio que se alastrava. Raciocinava, fechando os olhos. Após longos e torturosos dez minutos, chegaram na Scotland Yard. Uma horda de jornalistas, repórteres e camera-men atacavam Lestrade e Carmen, que era arrastada pelas algemas até o interior do prédio.

– "Detetive inspetor, como é prender a principal suspeita dos assassinatos mais cruéis e bem planejados já vistos?"

– "Detetive, você acha que uma menina de dezenove anos é capaz de assassinar à sangue frio?"

– "Detetive, é verdade que você já se relacionou com a suspeita? Ela foi flagrada entrando no seu apartamento antes do segundo corpo ser encontrado." Sherlock seguira os carros da Scotland Yard com um táxi, e contornava a horda de jornalistas, adentrando o edifício silenciosamente.

Levaram Carmen à sala de fotografias e retiraram suas algemas. Ela pensou em atacar os policiais com uma trama bem elaborada, mas aí mesmo que achariam que ela é culpada. Ela segurou uma placa preto e branca e retirou fotos segurando-a na altura do busto. Logo após, foi jogada para dentro da sala de interrogatório. Lá estavam Sally e Lestrade.

– "Boa noite, sargento Donovan." ela permaneceu com o olhar de gato ameaçado e dirigiu-o a Lestrade, sem falar nada.

– "Aonde você estava na noite de seis de dezembro, aproximadamente às nove da noite?"

– "221b Baker Street, tendo uma discussão calorosa com Sherlock Holmes. Logo após, fui pedir abrigo ao único amigo mais próximo, o detetive inspetor Lestrade. Tenho o recibo do táxi dentro da minha bolsa." Lestrade desviou o olhar para o espelho, e Donovan encarou-o por um segundo, antes de retornar o olhar a Carmen.

– "E no espaço de tempo entre 221b e o apartamento de Lestrade, você jogou um corpo na beira do Tâmisa."

– "Alguma prova concreta, sargento?"

– "Encontramos um bilhete dentro da cabeça da boneca de porcelana, que possuia uma digital sua." Sally deslizou a sacola embalada à vácuo para Carmen, e ela leu a mensagem em latim, arqueando as sobrancelhas. Era um pedaço de pergaminho velho, e a nota foi escrita por tinta. Uma caligrafia perfeita, contornada e com pressão adequada. Ela cheirou o pergaminho. Não identificou nada fora do comum, somente aroma de poeira. No bilhete, dizia-se

"Mil homens, por ela, se sacrificaram por amor
Até mesmo seu já comprometido amado
Por mim, o homem que jura não ter coração
Cairá por terra entregando seu amor lacrado?"

Carmen arqueou as sobrancelhas.

– "Sargento, qual é o nome da última vítima?"

– "Francesca Harry." a menina arqueous os olhos ao escutar o comentário de Sally.

– "Ela é minha tia!"

– "Que você matou."

– "Eu não matei ninguém. Tenho o recibo do táxi e o detetive inspetor pode confirmar meu álibi." Lestrade ficou em silêncio.

– "Você confirma o álibi dela, Lestrade?"

Ele suspirou. Carmen fuzilou o detetive inspetor com os olhos.

– "Confirmo, sargento."

– "Já que ele confirma, não há necessidade de eu permanecer aqui. Estou liberada?" Carmen estava sem paciência. Sherlock observava-a do vidro refletor junto com Mycroft.

– "A menina fica uma semana com você e já é presa. Ótimo, Sherlock." o detetive consultor não respondeu. Permaneceu observando a menina, de braços cruzados. Os dois policiais sairam da sala e deixaram Carmen sozinha. O irmão de Sherlock caminhou até o bebedouro e buscou para si mesmo um copo de água.

Ela se levantou e posicionou as mãos nos olhos, sufocando as lágrimas que gotejavam destes. Sentiu um calor na espinha e direcionou os olhos marejados ao vidro, fitando Sherlock sem saber. Uma energia emanava do local aonde ela almejava alcançar. Aproximou-se do vidro e ergueu a mão direita, tocando o vidro. Uma lágrima escorreu dos verdes olhos congelados de Carmen. Sherlock fez o mesmo, de maneira discreta, soltando um suspiro. Os detetives voltaram e a menina se virou ao movimento repentino, voltando a se sentar. Mycroft observou tudo.

– "Mas, você...?" Sherlock se virou a Mycroft. O Holmes mais velho fitava seu irmão de maneira gélida, com uma pontada de preocupação. Novamente, o detetive não respondeu.

Algumas horas se passaram até que Carmen desse o depoimento inteiro, junto com Sherlock e Lestrade. Ela foi liberada às três da manhã e teve de enfrentar novamente a horda de jornalistas que tentavam adquirir alguma informação. Pegou um táxi e foi até a loja de bebidas mais próxima, aberta à essa hora. Comprou duas caixas de Black Label e cigarro e foi ao 221b. Estava vazio. Adentrou o apartamento com as caixas e foi direto para seu quarto. Fechou as cortinas, despiu-se e dormiu.


– "Você não pode simplesmente mandar e desmandar em mim como se eu fosse novamente aquela criancinha de sete anos, Mycroft!" os dois irmãos estavam em um local escuro. Mycroft permanecia imóvel, fitando o caçula se movimentar pelo âmbito.


– "Mas tenho de te alertar. Você é meu irmão, Sherlock."

– "Sou velho o suficiente para cuidar da minha própria vida, obrigado."

– "Escute bem, Sherlock Holmes. Estou tentando lhe ajudar. Livre-se desse problema, ou então eu o farei com as minhas próprias mãos." Sherlock parou e fitou Mycroft. O Holmes mais velho permanecia gelado. Impiedosamente, seu irmão deixou o ambiente, vestindo o sobretudo. Sherlock bateu a porta e Mycroft fechou os olhos, impaciente.


Já se passaram cinco dias desde o último assassinato, e dois que Carmen não saía de casa. Especificando, de seu quarto. Haviam cinco garrafas de Johnny Walker Black Label vazias, espalhadas pelo quarto. Carteiras de cigarros vazias, quimbas e cinzas por todo o chão. O cinzeiro já estava praticamente transbordando. O aroma de alcatrão tomava conta do quarto da menina. Perdeu as contas de quantas vezes já tinha entrado em curtos comas alcoólicos de tanto beber. Ainda restavam quinze garrafas de whisky. Já era quase noite quando escutou alguém bater à porta.


– "Não quero saber!" ela reuniu todos os esforços para responder. A porta se abriu de qualquer forma. Era Sherlock. Segurava uma toalha. Carmen equilibrava dois cigarros entre o anelar e o indicador, e com a mesma mão, levava a garrafa de Black Label aos lábios, virando-a em goles enormes.

– "Chega, Carmine. Você está mais deplorável do que o normal."

– "Pra fora." ela controlava as risadas, e tragava os dois cigarros ao mesmo tempo. Colocou a garrafa vazia de Black Label no chão e se arrastou pela cama até uma ainda fechada, agarrando-a. Segurava a bebida como um bebê segura uma mamadeira. Sherlock caminhou até a menina e derrubou algumas garrafas vazias, até chegar à cama de Carmen. Retirou a bebida das mãos da menina, que praticamente começou a chorar.

– "Vamos lá..." Sherlock desenrolou Carmen dos cobertores e ergueu-a no colo. Ela relutou para se desvencilhar do homem, que caminhava até o banheiro. Manteu-a sobre um ombro enquanto abria a torneira quente da banheira. Trancou a porta do banheiro e colocou a menina no chão. A primeira coisa que Carmen tentou foi abrir a porta. Sherlock segurou um dos punhos da garota e sem paciência, olhou dentro dos olhos dela:

– "Tire a camisola." Carmen começou a rir. Ele acenou em desaprovação com a cabeça e retirou a camisola de Carmen. Ela colocou as mãos nos seios e fingiu um olhar espantado a Sherlock. [[Nota da autora: vide ":o" do Moriarty no S01E03, é a mesma cara]] Ele a arrastou até a banheira e mergulhou-a na água quente. Carmen não parava de rir, batendo as mãos na água, respingando na roupa do moreno. Parecia uma criança. O homem, completamente sem paciência começou a limpar a menina com um esfregão, enquanto ela gargalhava. Ela o olhava com um olhar sujo. E finalmente, ela o puxou para dentro da banheira, derramando a água da banheira sobre todo o chão.

Ele suspirou após se recuperar do susto, retirando a água do rosto. Estava completamente molhado. Continuou a dar o banho na garota-risada, até parar por um momento. Ela também parou de rir. Os dois se olharam dentro dos olhos por um segundo. Sherlock se policiou e saiu de dentro da banheira. Agarrou a toalha e enrolou Carmen nesta. Não se importava de vê-la nua. Ela tremia de frio. Soltou um "venha cá" enquanto a secava. Deixou-a enrolada na toalha e caminhou até a mala que estava no canto do banheiro. Retirou um conjunto de roupa íntima e uma camisola limpa de dentro da bagagem.

Vestiu-a com discrição, inclusive a roupa íntima. Tentou tocá-la ao mínimo, mas não conseguia resistir, observava suas curvas com atenção. Secou seu cabelo com a toalha e a deixou no banheiro enquanto arrumava seu quarto. Não sabia porque estava fazendo aquilo. Irritação, talvez pena? Ele refletia enquanto juntava todas as garrafas espalhadas pelo quarto, coletava todos os cigarros jogados no chão, trocava a roupa de cama e arrumava o quarto de Carmen com rapidez. Escondeu as garrafas de uísque e destrancou a garota do banheiro, deitando-a na cama. Ela adormeceu 0instantaneamente.


Sherlock conseguiu dormir, mesmo que por um par de horas. Acordou às sete horas e a sra. Hudson já estava de pé. Ela preparou um chá para os dois.


– "Como ela está?"

– "Dormindo."

– "Coitadinha, ser culpada por algo que não fez deve ser horrível." Sherlock não respondeu e deu um longo gole no chá. Ergueu o jornal na altura do rosto e leu as notícias. Lia-se em grandes letras:

"CASO ALIGHIERI: MENINA DE 19 ANOS É PRESA PARA DEPOIMENTO
FONTES DIZEM QUE A SUSPEITA POSSUIA RELACIONAMENTO COM DETETIVE INSPETOR"

Ele soltou um suspiro. Caminhou até a cozinha e serviu uma larga bandeja com torradas, geleia, biscoitos, um croissant, chá, um pedaço de chocolate e remédios para dor de cabeça. Segurando nas asas da bandeja, soltou um desabafo.

– "Por que raios eu faço isso, sra. Hudson?! Por favor, responda-me." ela se assustou com o vociferar de Sherlock. "Eu sou sempre tão indiferente, ignoro tudo que não é importante, não absorvo nada daquilo que não me fará bem! Não sinto pena, muito menos compaixão!"

– "Talvez você a--" Sherlock sacodiu o rosto e interrompeou a governanta.

– "Deixe para lá." ergueu a bandeja e saiu caminhando em direção ao quarto de Carmen, esvoaçando o roupão avermelhado pelo ar. Abriu a porta com uma mão e posicionou o café-da-manhã na mesa de cabeceira. Sherlock abaixou-se e sussurrou.

– "Acorde", ele disse, praticamente sem voz. O hálito quente do homem despertou Carmen. Ele já estava segurando a bandeja quando ela abriu os olhos. "Bom dia."

Carmen semicerrou os olhos devido a dor de cabeça. Após alguns segundos, voltou a olhar o homem que estava parado à sua frente.

– "Bom dia..." ela ergueu lentamente o tronco. Fitou o café-da-manhã com um sorriso. Sentou-se na cama e Sherlock posicionou a bandeja à frente da menina. Ela agarrou os remédios para dor de cabeça e os tomou com chá. Comeu uma torrada e dirigiu os olhos a Sherlock, que a observava. Mirava os olhos nas curvas dos lábios avermelhados da menina. "Obrigada."

Ele se desfez de seus devaneios e sentou-se ao lado de Carmen. Ela fechou o dedo indicador na asa da xícara e deu um longo gole, deixando o líquido fervente deslizar pela sua garganta.

– "Você sabe quanto tempo eu não colocava uma gota de álcool na boca?" ele não respondeu. "Dois meses. Foi o período mais longo de tempo que não bebia." ela mordiscou o croissant.

– "Está se sentindo melhor?"

– "Um pouco. Por que você se preocupa?"

Ele não respondeu, novamente.

– "Sherlock, porque fez tudo que fez? Limpou meu quarto, me deu banho, fez café da manhã? Pra quê tudo isso?" O detetive encarou Carmen por um bom tempo.

– "É porque..." Ela se aproximou do homem até quase colar seus lábios nos dele, interrompendo sua fala, contornando-o até alcançar um frasco de remédio. Ele engoliu em seco. Colocando dois remédios na lingua, os engoliu. Ainda próxima de Sherlock, ela sussurrou.

– "Vou tomar um banho." selou seus lábios na bochecha de Sherlock e se levantou da cama. "Obrigada, novamente." Deu mais um longo gole no chá, comeu os pedacinhos de chocolate e foi até o banheiro. Ele se levantou e saiu do quarto.



Carmen saiu de casa após dar um longo abraço em sra. Hudson. Sentia-se destruída por dentro, mas ainda tinha forças para sorrir. O calor do Sol que raramente mostrava sua cara em Londres aqueceu as pernas de Carmen, descobertas pela sua saia. Caminhava pelas calçadas até a mercearia, sentindo os raios solares no rosto. Depositou uma moeda na lata de um músico de rua, que tocava uma sanfona em uma melodia de circo. A música a fez sorrir. Um baixinho, de cabelos louros, andejar engraçado e nariz redondo lançou a ela um sorriso.


Chegando na mercearia, foi reconhecida por um par de senhoras de idade, o que lhe tirou do sério. Coletou um pacote de biscoitos, detergente, sabão em pó, farinha de trigo, uma sacola com maçãs, energéticos e uma caixa de English Breakfast. Fitou a garrafa de Jack Daniels na prateleira e fechou os olhos por um segundo, raciocinando. "Você não precisa disso, não quer isso." Caminhou rapidamente para o caixa e pagou a compra.

Andejando com rapidez até o 221b, suspirou ao fechar os olhos, ofuscada com o Sol. Segurava a sacola de papel na altura do busto, apertando o passo a medida que as pessoas a reconheciam. Alcançou o 221b e observou dois carros estacionados na frente deste. Uma silhueta adentrava o apartamento. Ela andou até a porta, abriu-a e adentrou o apartamento. Escutava vozes vindo do andar superior. Subiu as escadas e observou o comitê: Sherlock, Mycroft, Lestrade e o imbecil do Anderson na sala. Mycroft discutia com Sherlock, que discutia com Anderson, que discutia com Sherlock, e Lestrade tentava acalmar a situação. Todos se calaram ao observar a ruiva em pé, na porta do ambiente.

– "Mycroft, já disse que não. Saia." o Holmes mais velho dirigiu os olhos gelados ao caçula e se retirou do apartamento. Deu um sorrisinho a Carmen ao sair do âmbito, devidamente retribuido. Carmen se irritou ao ver a cara rechonchuda de Lestrade, junto com Anderson. O legista fitava a menina dos pés à cabeça. O detetive inspetor deu uma cotovelada no médico, e murmurou um "espere no carro". Descendo as escadas, Anderson murmurava palavrões em baixo tom.

– "Como posso ajudar, detetive inspetor?"

– "Eu preciso conversar contigo, Carmen. Em particular."

– "Diga o que tem de dizer na frente de todos, detetive." Sherlock fitava com um disfarçado prazer a agonia que Lestrade sentia cada vez que Carmen o tratava como um comum. O detetive inspetor dirigiu um olhar piedoso à menina, e acabou por derreter seu coração. Ela indicou o quarto com o queixo e Sherlock suspirou, sentando-se na poltrona. Greg andejou até o local indicado em silêncio, afrouxando a gravata. Estava sem palitó, e vestia o típico suspensório com coldre, o que apertava sua camisa em certas partes. Sherlock não tinha mais um violino. Carmen colocou as compras sobre a mesa de centro e caminhou até o quarto. Atravessando sua porta, fechou-a, e cruzou os braços, fitando Lestrade.

– "O que você quer, seu traíra, amigo da onça?!" Carmen estapeou o ombro de Lestrade, com os olhos marejados. "Você tem a cara de pau de vir aqui? Pra fazer o quê?!" ele segurou as mãos de Carmen, fitando-a com o coração pesado.

– "Não fale assim comigo, Carmen, por favor." ele dirigiu um olhar machucado a Carmen. "Eu só estava fazendo meu trabalho."

Ela se desvencilhou, sentou na cama e fitou Greg, de braços cruzados. Ele se sentou ao lado da menina.

– "Você poderia ter me avisado."

– "Eu sei. Desculpe-me, por favor."

– "Ainda não me sinto confortável o suficiente para acreditar em você de novo, Lestrade."

– "Greg."

– "Tanto faz." ela rodopiou os olhos, e Lestrade segurou o queixo da menina com delicadeza. Seus olhos se encontraram, e ele sabia que a garota havia o perdoado. Selaram seus lábios em um rápido beijo e Carmen envolveu os braços pela nuca do homem, deitando-se sobre a cama. Ele foi deslizando suas mãos pelas coxas da garota, empurrando-a contra os travesseiros. Ela interrompeu o detetive, com dificuldade. "Aqui não." Sentia-se confusa sobre seu coração. Sentia o calor que os atos carnais emanavam, sentia uma forte atração por Lestrade, e gostava do perigo, mas não queria se envolver muito. Já estava com água até o pescoço, e nesse lago ela não quer mergulhar. O fogo estava se apagando, e mais cedo ou mais tarde, aquilo teria de acabar. Ela sabia que essa relação era perigosa, e que alianças não passam de utopia. Somente poesia para agradar os ouvidos, a mente, e talvez? o coração.

Com mais um breve beijo, ele se retirou do âmbito, apertando a gravata. Saiu do quarto junto com Carmen. Ela o acompanhou até a porta do apartamento conversando com ele em baixo tom. Sherlock "bizoiava" tudo de longe. Após um par de minutos, ela subiu as escadas e se aproximou do detetive consultor.

– "O Natal já está quase chegando. Você vem fazer compras comigo agora. Anda."