Unbreakable

Capítulo 6 - Do Ócio ao Ópio


Carmen estava lá, fitando-se na frente do espelho. Coletou os pensamentos eufóricos e retornou à banheira, mergulhando todo o corpo. Como ele teria entrado lá? Ou pior, será que Sherlock escutou seu nome escorregar dos lábios de Carmen enquanto se tocava? Não sabia. Ou o companheiro de apartamento era muito silencioso, ou estava com a guarda muito baixa. Esfregou o sabonete pelo corpo, abrindo a torneira da banheira e o ralo. A água corrente levou o sabonete da pele da garota. Passou o sabonete pelo cabelo, sem se importar. Só queria terminar aquele banho. Enxaguou-se por completo e fechou a torneira. Agarrou a toalha que tinha usado para se cobrir e enxugou a água do corpo. Caminhou até a mala e abriu-a. Puxou um pente rosa de dentro de um dos bolsos junto com um creme de pentear. Passou a loção pelo longo ruivo cabelo junto com o pente, retirando os nós em um par de minutos. Fitou-se novamente no espelho, antes de fechar o punho em volta da escova de dentes e servir um pouco de pasta no utensílio, levando-o à boca e iniciando a higiene bucal. Finalizada, vasculhou a mala e retirou um vestido preto envernizado. Medianamante decotado, combinou-o com o mesmo peep-toe preto que usara no dia passado. Pescou a necessáire e abriu-a, agarrando o desodorante roll-on, aplicando-o nas axilas. Em uma dezena de minutos, aplicou a maquiagem necessária no rosto, cobrindo as imperfeições que só existiam na mente da garota. O delineador negro contrastava com os olhos verdes da menina. O batom vermelho combinada com seu cabelo ruivo, e davam um tom superior à Carmen. Escolheu os brincos adequados e vestiu o relógio no punho esquerdo. Finalmente, amarrou um lenço azul escuro no pescoço. Antes de sair do banheiro, aplicou uma dose generosa de perfume e jogou a jaqueta por cima do ombro. Abriu a porta do âmbito e se retirou rapidamente, mas foi fisgada pelo punho. Sherlock se aproximou da menina e fitou dentro de seus olhos, antes de esquadrinhá-la milimetricamente. Carmen sentiu os olhos trovoarem ao manter contato ocular com o detetive.

– "Nada", ele disse em um tom monótono, soltando o punho de Carmen e rapidamente se retirando do seu quarto. Pescou a clutch antes de sair do lugar. Ela o acompanhou na mesma velocidade, sem entender.

– "Como assim nada?"

– "Pensei que fosse a roupa. Mas você continua aí, indecifrável." ela não respondeu. Vestiu a jaqueta antes de Sherlock abrir a porta do apartamento, descendo as escadas com um pouco mais de velocidade do que o normal. Carmen colocou-se ao lado de Sherlock, com as mãos nos bolsos da jaqueta, sentindo a brisa gelada jogar o cabelo ruivo para trás.

– "Você se importa se eu perguntar o que vamos fazer?"

– "Enquanto você se arrumava, recebi uma ligação do necrotério. A autópsia da Camilla Belucci ficou pronta."

– "Que amor, você tem amigos no necrotério."

– "Sim, e você vai conhecê-la. Uma simpatia de legista." Carmen sentiu a pulga atrás da orelha coçar, enquanto Sherlock chamava um taxi vazio que passava pela rua. O carro encostou e o detetive entrou no veículo primeiramente, sendo acompanhado pela menina. "Hospital St. Barts, por favor." Ela abriu a bolsinha e retirou um chiclete de menta de lá, levando-o à lingua. Carmen conseguiu ver o palmo direito de Sherlock aberto, próximo de sua perna. Ela suspirou e depositou um chiclete na mão do detetive. Ao posicionar o chiclete na boca, Sherlock fez uma careta.

– "Sem açúcar." foi a única coisa que o detetive disse a viagem inteira. Ambos mascando seus chicletes, mergulhados em seus devaneios. Carmen mantinha o pensamento no irmão, e Sherlock brigava consigo mesmo silenciosamente. De tempos em tempos, o moreno fitava Carmen, tentando acessá-la. Fazia suas notas mentais, mas com a facilidade que as fazia, elas desapareciam na mente concentrada do homem. Fumante, dezenove anos, cabelo pintado, sem manchas faciais. Ao fazer algum progresso, as palavras desenhadas em volta do corpo da menina se esvairavam como fumaça. Não conseguia se focar. Sentia o sangue borbulhar de raiva e de curiosidade, ao saber que por mais que tentava, o corpo de Carmen corpo era blindado. Indecifrável.

O taxi parou e Sherlock ameaçou pagar o taxista, mas Carmen o interrompeu. Rapidamente colocou sua mão contra o peito do detetive e retirou uma nota de vinte libras da clutch, entregando-a ao taxista. Depois de um minuto, recebeu algumas moedas e um recibo. Sherlock não entendeu o ato da companheira. Ele saiu do carro, segurando a porta para a menina. Ao sair, fechou a porta e o taxi partiu. Sherlock guiou a garota pelo hospital, depois de adentrá-lo. Desceu um lance de escadas e trilharam seus passos em direção ao necrotério. O detetive abriu a porta e uma jovem mulher deu um pulo, assustada. Rapidamente, rodopiou nos calcanhares e fitou o detetive, decaindo o olhar em Carmen, que passou de felicidade à surpresa ao passar os olhos pelos presentes no âmbito.

– "Você podia ter batido na porta antes de entrar", ela disse, com a mão sobre o peito, controlando a respiração ofegante devdo o susto.

– "Como todo mundo faz. Molly Hooper, essa é Carmen Morrigan, minha assistente." O sangue de Carmen ferveu ao ser chamada de assistente. Controlando a raiva acenou a Molly, enquanto percorria o necrotério com os olhos. "Aonde está o corpo?" A legista delineou um sentimento de precisão no rosto por um par de segundos, caminhando até uma das macas, abrindo o saco com o corpo dentro.

– "A causa da morte, Molly?"

– "O corte no abdome--" Molly e Carmen falaram ao mesmo tempo, e a "assistente" de Sherlock deixou a legista prosseguir. "O corte no abdome foi a causa da morte, mas a extração dos olhos também ajudou. As palavras no tórax da professora foram escritas com uma arma pequena e recém afiada, de corte preciso. Procuram uma lâmina de colecionador, uma navalha." Carmen suspirou e vestiu um par de luvas que estava disposto na maca ao lado, agarrando uma lâmina de microscópio ao rodopiar nos saltos. Sherlock aproximou-se de Molly e agarrou seu punho, encostando o corpo da legista contra a parede, fitando-a dentro dos seus olhos.

– "O que você está fazendo, Sherlock?" a boca do detetive estava bem próxima da de Molly, enquanto Sherlock sussurrava com o hálito quente.

– "Fez as unhas ontem, mudou de esmalte porque não se adequava com o tom. Não lavou o cabelo hoje, e recentemente mudou a loção hidratante do corpo. Use a outra, tem um cheiro mais agradável. Sua pasta de dente está acabando, geralmente seu hálito mentolado é um pouco mais forte. Passou a noite em casa assistindo filmes, por mais que tivesse uma festa para ir. Sábio, já que atenderia-nos hoje." as esperanças da pobre coitada se desfizeram ao Sherlock terminar seu discurso. Carmen estava analisando a raspagem que fizera nos olhos da vítima, e captou Sherlock pressionando Molly contra a parede por um segundo. Ao identificar a imagem, arregalou os olhos enfurecidos ao casal, controlando a respiração acelerada. Sacodiu o rosto e focou-se no microscópio. Sherlock Homes não é de ninguém. Por que eu estou me preocupando? Não devia me preocupar. Não mesmo. Ela fazia cara e bocas ao brigar consigo mesma, até sentir um par de mãos quente em sua cintura, e ser rodopiada em um ângulo de 180 graus.

Sherlock fitava-a dentro dos olhos, ávido por respostas. Ficaram ali por alguns minutos, se encarando. Apostavam mentalmente quem iria se soltar primeiro. Molly retornou às suas atividades e tentou não pensar na frustração causada pelo detetive, retirando-se do necrotério. O moreno continuava com as mãos na cintura de Carmen, ameaçando abaixá-las, aproximando-se ao máximo da companheira, empurrando-a contra a mesa. Mas ela continuava lá. Indecifrável.

– "Hoje mais cedo, o que você tinha dito? No banho." Sherlock abaixou as mãos e as fechou nos glúteos de Carmen com força, sussurrando no pé do ouvido da menina, que mordiscava o lábio inferior para se controlar. Não caia no seu jogo. Na mente de Sherlock, as palavras estavam travadas, mas pouco a pouco sentia que estava ganhando sua confiança. Estava começando a penetrar na sua armadura invisível quando a menina se colocou a falar.

– "Por que eu diria?"

– "Porque te fiz uma pergunta. É feio deixar as pessoas sem resposta." todos os raciocínios do detetive se esvairaram.

– "E você realmente acha que eu me importo com o que é feio ou com o que deixa de ser, Sherlock Holmes?" ele fechou a cara, mas permaneceu fitando a mulher por mais algum par de longos minutos. Passados, Sherlock soltou a bunda de Carmen e derrubou alguns papéis no chão ao vociferar.

– "NADA!" ele parecia enfurecido. Carmen sentia os grandes lábios pulsarem de tesão provocado pelo companheiro, enquanto fechava as mãos para controlar o rubor nas bochechas. Depois de um tempo, ela fitava-o com olhos preocupados, e ele sentado, perdurava com o olhar psicopata. "Eu consigo ler qualquer pessoa. Sei usar meus instintos, enquanto a maior parte da população mundial não sabe. Mas você... você tem algo que eu não consigo alcançar. Quero te ler, mas não consigo. Você sabe o quão frustrante isso é?"

– "Bem, se você quer me conhecer, por que não pergunta? Como qualquer outra pessoa normal faria." ele dirigiu os olhos psicóticos a Carmen.

– "Perguntar é entediante. Chato. Tenho que ouvir todo o blá-blá-blá porque as pessoas não são breves. Além do mais, você sabe muito bem que não sou uma pessoa normal, Carmine." escutou um bip vir da mesa de Molly. Carmen desfilou até a escrivaninha e agarrou um papel que era impresso na impressora, lendo-o.

– "É o resultado da perícia da arma. Tinha vestígio de inox junto com óleo de pinho na ferida."

– "Nosso assassino possui essa faca, essa navalha que pode ou não nos ajudar a achá-lo. Precisamos ir a Scotland Yard."

– "Para...?" Sherlock fez uma careta.

– "Para fazer trancinhas no cabelo do Lestrade." ela foi arrastada pelo punho para fora do necrotério até a rua. Pararam um taxi e adentraram-no, e após longos dez minutos, estavam no suntuoso prédio da Scotland Yard. Sherlock impediu que Carmen pagasse o táxi novamente e entraram no edifício da SY. Ao chegarem no andar de Lestrade, procuram-no pelos cubículos de secretários irritados. O corre-corre dentro do lugar era de longe perceptível. A menina sentiu uma mão segurar seu ombro ao desbravar o lugar a procura do detetive inspetor. Ela arregalou os olhos e se virou, parando Sherlock ao puxar a manga do sobretudo.

– "O que vocês desejam?" o detetive inspetor abriu um sorrisinho aos dois, e Carmen controlou a respiração após o susto.

– "O livro que acharam no escritório da professora. A Divina Comédia." Lestrade suspirou e Carmen agarrou a mão do detetive, analisando-a. Sherlock deteu a dedução da garota ao puxá-la pela manga da jaqueta.

– "Peçam para Donovan, ela está na sala ao lado com o livro e outras provas. Você está bem?" Greg encarou Carmen com certa atenção, a garota parecia controlar os batimentos cardíacos. Ela acenou uma vez com a cabeça e foi arrastada por Sherlock após agradecer. Adentraram a sala indicada por Lestrade e Donovan virou-se ao casal.

– "Ainda arrastando seu novo brinquedinho, Sherlock?" eles ignoraram a provocação de Sally. "Do que vocês precisam?"

– "Do livro encontrado na sala da Camila Belucci."

– "Lestrade já autor--"

– "Já, sargento Donovan. Estamos com pressa." Carmen parecia mais séria do nunca. Sally arregalou os olhos por um segundo e agarrou o envelope da evidência, entregando-o ao detetive consultor. Sherlock coletou o livro e se retirou da sala, e a ruiva "agradeceu a cooperação" de Donovan. Sherlock trilhou seus passos junto com Carmen até o elevador, chamando-o ao apertar o botão. Após um longo minuto, as portas metálicas se abrem e o casal adentra o elevador. Quando suas portas estavam prestes à fechar, uma mão parou-a, fazendo com que estas abrissem novamente. Lestrade colocou-se na frente do casal, e o elevador começou a descer. Sherlock aproximou sua mão da cintura de Carmen e meneou o tecido, fazendo Carmen dar um pulinho, assustada.

– "O que você está fazendo?"

– "Arrumando seu vestido. A barra está presa na calcinha." Lestrade se virou discretamente ao escutar o comentário de Sherlock, tentando ver alguma coisa. Carmen observou a barra da saia e arregalou os olhos.

– "Metade da minha bunda estava para fora e você só me avisa agora, Sherlock?" ela arrumou o vestido rapidamente, com o rosto ligeiramente vermelho de vergonha. Abaixou um pouco o vestido para cobrir o vermelho que o apertão de Sherlock tinha deixado no glúteo.

– "Você não sente frio com essas roupas?"

– "E você não sente frio com esse seu comportamento?"

– "Chega, garotas." Lestrade, observando o casal brigando, apartou-os. Segurava as risadas, admitindo a si mesmo que estava gostando da briguinha. Carmen e Sherlock estavam centímetros de distância, se encarando. "Parecem crianças."

– "Mas ele tem a idade mental de uma criança de cinco anos, e você sabe disso, Greg."

– "Ainda assim sou mais inteligente que você." Sherlock encarou as unhas, totalmente arisco. Lestrade impediu que Carmen voasse no detetive consultor.

– "Peça desculpas, Sherlock."

– "Só quando ela desembuchar."

– "Desembuchar o que?"

– "Não interessa!" Carmen dirigiu um olhar raivoso à Sherlock, meneando um "cale a sua boca" ao arregalar as orbes. Lestrade e Sherlock fitaram Carmen com os braços cruzados. "Eu não vou falar."

– "Pelo amor, Carmine. Fala logo o que você disse hoje mais cedo. No banho." Sherlock sacodiu a garota pelos ombros. Lestrade parecia curioso, arqueando uma sobrancelha.

– "No banho?" Lestrade mirou os olhos no decote da garota quando foi sacodida, fazendo um biquinho discreto.

– "É Carmen! E eu não vou falar, desista."

– "É, no banho, ela estava---" Carmen segurou o braço de Sherlock e puxou-o, interrompendo-o:

– "Eu estava CANTANDO, é isso!" As portas do elevador se abriram e a menina saiu em disparada, sendo seguida por Sherlock. Lestrade ficou para trás, rindo consigo mesmo, da situação que tinha presenciado.


Chegaram no 221b. Estavam aos tapas ao entrar no apartamento, e foram apartados pela senhora Hudson.

– "Eu não vou desistir!"

– "Muito menos eu! Desembucha, Carmine! Eu sei que você não estava cantando."

– "Nunca!" Sherlock se sentou na poltrona predileta, e Carmen à sua frente, abraçada a almofada com a bandeira britânica. Após alguns minutos, o detetive se lembrou da evidência e abriu o envelope, analisando o livro. Meia hora passada, Sherlock permanecia meditando, e a menina tinha cochilado. Abriu os olhos e viu o detetive na posição relaxada. Estralou os dedos na frente do rosto do homem e ele não se moveu.

– "Ele fica assim por horas... nem adianta, querida." a senhora Hudson disse da cozinha, arrumando a bagunça que o locatário tinha feito no apartamento.

– "Como você o conheceu?" ela se levantou, aproximando-se da cozinha.

– "Ele fez com que meu marido fosse condenado na Flórida alguns anos atrás." ela não respondeu. A governanta desceu as escadas e Carmen se viu encarando um armário de vidro. Aprimorou alguns passos até ele, mirando os olhos nos frascos. Estava entreaberto. Ela abaixou o tronco e se colocou de cócoras, lendo os rótulos dos frascos. Fechou os dedos em volta de uma das âmpolas, e guardou-a entre os seios, junto com uma seringa e uma agulha. Dirigiu-se silenciosamente até seu quarto, retirou os sapatos e trancou a porta. Fez uma oração silenciosa para que Sherlock não entrasse novamente no seu quarto e se deitou na cama. Retirou a âmpola, a seringa e a agulha e montou a dose da droga. Encheu a seringa com uma dose mortal. Soltou um suspiro, antes de reler o rótulo.

Morfina, 100%
VENDA SOMENTE COM PRESCRIÇÃO MÉDICA
Via oral, subcutânea, intramuscular ou intravenosa.
Efeito sedativo, uso somente por médicos

Injetou a agulha no braço e empurrou a seringa, fechando e abrindo o punho diversas vezes. Eu... preciso... lembrar. Não demorou muito e a morfina fez efeito, e a menina adormeceu.


Era uma manhã quente na Inglaterra. Em um jardim florido, via-se uma bela loira menininha sentada na grama, segurando um lírio. Os raios de Sol que escapavam dos arbustos atingiam a pele alva da pequena garota, esquentando-a. Ela mirava uma figura feminina mais velha, e sorria, mostrando as covinhas nas bochechas. Os lacinhos rosas no cabelo ameaçavam cair. Com os grandes olhos verdes, analisava o que olhava. Se aproximava da criança, e ela continuava a observar a mulher que se aproximava. Ao seu lado, um menino de aproximados treze anos brincava com a menininha.

– "Não tenha medo, Carmen..." a pequena via uma mulher velha, provavelmente sua mãe. Sentia um calor no coração ao ver a mãe estender sua mão à ela. Era tão bela quanto a filha, os olhos verdes brilhantes e o cabelo loiro reluzente à luz do sol da manhã.

Carmen, Carmen... acorde, Carmen! escutava, abafadamente, no longe. Pouco a pouco, a menininha começava a entristecer, até chorar em prantos. A mãe se levantava e se distanciava, levada por uma força invisível. Ouviu um estrondo alto, como uma batida de carro, e acordou em um grito.

Com um grito, contorceu-se na cama, acordando. Ofegante, a agora ruiva levantou o tronco, vendo um homem na sua frente, com a visão turva. Sentiu como se o pulmão estivesse cheio de água, lembrando-se do trauma.

– " Você está bem?" tomou alguns tapinhas no rosto. "Morfina, garota? O que você estava pensando?!" Sherlock praticamente esfregou a âmpola de morfina vazia no rosto da garota. "Você podia ter morrido."

– "Eu precisava lembrar." ela sussurrou, e Sherlock se virou a ela. A senhora Hudson estava sentada próxima a cama, com uma feição preocupada. A menina passou a mão em cima do busto dolorido.

– "Massagem cardíaca. Seu coração tinha parado, e a picada foi de adrenalina. Descanse, e não faça isso novamente." ele recolheu a agulha e a âmpola.

– "Pensou que eu tivesse morrido?"

– "Tecnicamente, você morreu. Percebi que você não estava fazendo barulho e vim conferir."

– "Você entrou no meu quarto novamente. Estava preocupado. Iria sofrer se eu tivesse morrido?" ele não respondeu.

– "Cale-se e durma. Você já agrediu seu organismo demais, Carmen." Sherlock retirou o suor da testa, andando de um lado para o outro, controlando a respiração ofegante.

– "Você... me chamou de Carmen." ela sorriu, ainda fraca devido a injeção. Arrumou o vestido, com os seios quase explodindo para fora da roupa. Ele não respondeu novamente.