Unbreakable

Capítulo 15 - Thankful Bliss


Carmen viu mais uma vez o mundo lentamente. Sentiu o clarão atingir seus olhos repentinamente enquanto tombava contra o chão.

Depois, a inconsciência a atingiu como um raio.

Via borrões; ora escutava a voz de Sherlock bradar por espaço ou por ajuda, ora sua voz concretizava-se em um pequeno sussurro de 'aguente firme' ou até mesmo um 'não me abandone'.

Sentia suas mãos firmes em seu corpo, segurando suas pernas por baixo dos joelhos e aplicando pressão ao ferimento.

A pele da garota estava gelada. A expressão mais pálida que o normal. O sangue nos braços de Carmen e Sherlock misturava-se ao longo cabelo rúbio da menina.

A atmosfera típica de um pronto-socorro foi substituída por um terrível choque que percorreu seu corpo. Uma vez. Duas. E pouco a pouco a vida da ruiva esvairava-se de seu corpo como o sangue que vazava do buraco do tiro.

Adormeceu.

Por um instante pensou estar morta.

O som do monitor multiparamétrico era constante.

***

Sentiu o gosto de Sherlock perdurar em seus lábios como aquela queimadura de gelo que insiste em doer, mesmo já curada.

Visualizou seus olhos no fundo da sua mente. O brilho, o calor de seu olhar a atraía, fisgava a menina pela alma.

E de repente, esmureceu.

***

– Sherlock... - tinha forças somente para sussurrar o nome do parceiro de quarto. Abriu os olhos lentamente e sentiu uma luz forte contra os olhos. Tentou virar o rosto, mas não conseguiu.

Quando seu corpo percebeu que ela tinha recobrado à consciência, uma dor lascinante percorreu seus membros, fazendo-a gemer baixinho.

Um homem alto com roupas sociais ergueu-se rapidamente ao perceber o menor sinal de consciência de Carmen e segurou sua mão.

– Carmen? - a menina reconheceu a voz de Lestrade.

– Greg...

O homem marchou rapidamente para fora do quarto. Carmen tentou se erguer com o máximo de suas forças e sentiu uma pontada excruciante em seu quadril, gemendo novamente de dor.

Duas enfermeiras entraram correndo dentro do quarto e se aproximaram da menina e a deitaram lentamente na maca. Uma desconectava a sonda nasogástrica e a outra enfermeira desligava as máquinas respiratórias.

Quando ela sentia que suas forças iam se esvair novamente, quando uma figura alta, magra, descabelada e ensanguentada adentrou o quarto e impediu que isso iria ocorrer.

Antes que Carmen pudesse falar alguma coisa, uma das enfermeiras injetou um analgésico pelo acesso da paciente, que a deixou mais grogue do que nunca.


***


Acordou novamente, sem parte das sondas que a incomodavam. Ergueu o tronco sem maiores problemas. A dor era ínfima, quase não a incomodava. A única luz que iluminava o quarto vinha dos postes na rua. Supôs que era noite. Colocou os braços no canto da maca e ao tentar se levantar, caiu de maduro no chão.

Não sentia suas pernas.

O baque surdo de Carmen no chão a fez se sentir um pedaço de bosta.

Ao cair, a maior parte dos eletrodos se desconectou de seu peito, e novamente aquele barulho ensurdecedor do monitor a irritava. A bata que vestia fazia com que ela sentisse frio. A porta se abriu e Sherlock adentrou o quarto portando um café nas mãos, que logo soltou ao ver Carmen no chão.

– O que você está fazendo, menina?

– Sherlock, eu...

O detetive ergueu a menina no colo e lentamente a colocou na maca.

– Você está acordada.

– Sher--

– Você precisa de alguma coisa? Está com sede? Fome? Eu vou ligar para a copa, espera.

– Sherlock--

– É frio, né? Toma o casaco, eu vou buscar uma manta.

– Sherlock, eu preciso--

Antes de terminar de falar, sentiu um líquido quente escorrer pelas suas pernas, molhando a maca. Ela fitou o detetive e desviou o olhar, com o rosto corado de vergonha.

– Ah, Carmen.

Ela não conseguia encarar Sherlock.

– Espera.

Ele retirou o sobretudo e caminhou em direção ao banheiro, ligando a ducha quente. Capturou Carmen novamente no colo e a sentou no chão do box, aquecido com a água.

– Eu... eu vou chamar uma enfermeira pra te ajudar.

– Obrigada.


***


Sherlock aguardou por mais ou menos uma hora as enfermeiras auxiliarem Carmen em um banho e a vestirem novamente. Fumou um cigarro do lado de fora do hospital, quando viu uma figura familiar se aproximar do homem.

– Lestrade, o que você está fazendo aqui?

O inspetor se sentou ao lado de Sherlock.

– Ela acordou?

– Sim - a cara de Sherlock se fechou.

– Graças a Deus. Voltarei amanhã pela manhã. E Sherlock...

– Sim?

– Obrigado.

Greg se distanciou novamente, adentrando um carro prata e partindo para longe dalí.


***

Era de manhã quando Carmen despertou. O efeito do analgésico já tinha passado, em um termo onde ela já sentia suas pernas, e a dor do ferimento não a incomodava tanto. Ela ergueu seu tronco com facilidade, e observou um par de buquês em volta de si.

Por quanto tempo ficara adormecida?

Seus devaneios foram interrompidos por uma enfermeira que trazia seu café da manhã em uma bandeja. Sentiu seu estômago roncar.

– Bom dia, senhorita... Morrigan - ela chechou o nome da paciente na porta do quarto. - Vejo que já se recuperou.

– Ah.

– Você precisa de ajuda, querida?

– Não, obrigada. Você viu um homem alto e moreno por aí?

– Ah, o seu acompanhante? Ele foi embora alguns minutos atrás... disse que já voltava. Olha, moça, eu posso dizer uma coisa?

– Claro - Carmen abria o potinho do iogurte com voracidade.

– A senhorita tem um baita marido. Ele ficou aqui do seu lado por todo instante. Ele te trouxe toda ensanguentada no colo, desesperado.

Carmen fitou a enfemeira, estática, com a colher do iogurte na boca.

– Ah, ele... ele não... é meu marido.

– E esse anel lindo na sua mão?

– É... uma longa história.

– Bem, eu preciso ir. Qualquer coisa, é só apertar esse botãozinho ao lado da maca que eu venho correndo, ok, querida?

– Certo... você poderia chamar o médico, por favor?

– Claro! Mais alguma coisa?

– Não, obrigada.

A enfermeira se retirou do quarto e Carmen terminou o iogurte. Agarrou uma maçã do prato e deu uma grande mordida.

Balançou os dedos dos pés para confirmar que tinha mobilidade nas pernas, e lentamente se levantou. Pouco a pouco a dor ia voltando. Se esgueirando na maca, alcançou uma bancada cheia de flores. Leu, um a um, cada cartão que acompanhava cada buquê.

Um buquê de lírios de Greg, outro de margaridas de Mycroft. Até mesmo seu pai tinha deixado uma flor para a menina.

Seu quarto cheirava a cemitério.

Carmen deu mais uma mordida na maçã e escutou a porta se abrir. Rotacionou no próprio eixo lentamente e fitou Sherlock.

– Sherlock.

– Carmen, você está bem? - ele colocou uma bolsa no sofá do quarto e voou em direção a menina, guiando-a à maca.

– Estou. O que... o que aconteceu? Vocês conseguiram pegar o assassino?

– Não.

Ela parecia desapontada.

Sherlock sentou-se ao lado da menina e a fitou. O médico adentrou o quarto após um toque na porta.

– Com licenç-- ah, desculpe-me. Estou interrompendo alguma coisa?

– Imagina - Sherlock respondeu - pode entrar.

O doutor entrou por completo no quarto e fechou a porta.

– Bom dia, Carmen. Eu sou o dr. Michaels. Como se sente?

– ...bem.

– Vejo que seus exames já estão voltando ao normal. Ainda sente muita dor?

– Só um pouco.

– Uma das enfemeiras reportou imobilidade nas pernas. Já voltou ao normal?

– Sim.

– Bem, vou receitar um analgésico e um antibiótico por vinte dias... creio que no final da tarde você já recebe alta, senhorita Morrigan.

– Doutor...

– Sim?

– O que aconteceu? Por quanto tempo eu fiquei apagada?

– O seu companheiro aqui te trouxe nos braços uns três dias atrás. Você foi baleada de raspão, passou por uma cirurgia. Tudo ocorreu bem, mas você perdeu muito sangue. Tivemos que te induzir ao coma até fecharmos o ferimento. Não posso te contar mais que isso, a Scotland Yard aparentemente restringiu o número de pessoas que te visitam, além de ter fechado o andar inteiro.

– Scotland Yard? Onde está o Greg?

A voz grave de Sherlock cortou Carmen.

– Disse que já está chegando.

– Bem, aqui está a sua alta. Mais tarde passo aqui de novo. Tenha um bom dia. - o doutor Michaels se retirou do quarto com um suspiro.

– E você, Sherlock?

– Hm?

– Tá tudo bem?

– Ahm, sim.

– Obrigada.

– Pelo quê?

– Por ter salvo a minha vida.


***


Era aproximadamente quatro horas da tarde quando o dr. Michaels voltou ao quarto de Carmen, e a instruiu de que já podia voltar para casa. Pelo fato de ter acordado do coma sozinha, significa que seu corpo já responde claramente que já está se recuperando. Informou que teria de permanecer a maior parte do tempo deitada, e em uma semana ela teria de voltar para retirar os pontos externos.

Sherlock escutava o médico falar atentamente, sem ousar interrompê-lo. Carmen estranhou o comportamento de Sherlock, mas estava fraca demais para questionar o detetive. Ela conseguiu se vestir sozinha, mas com dificuldades. Quando estava tudo pronto, deu duas batidas na porta e sinalizou Sherlock.

Os dois sairiam pelas portas dos fundos conforme os agentes da Scotland Yard foram informados.

E mesmo assim, não foi o suficiente para interromper a horda de jornalistas que esperavam Sherlock e Carmen. A menina estava abrigada pelo sobretudo do detetive, que caminhou rapidamente até a viatura da SY, praticamente carregando a ruiva.

***


Os dois chegaram pacificamente no 221b, e Sherlock insistia em ajudar Carmen em tudo.

– Não precisa me carregar, Sherlock Holmes, eu tenho pernas.

– Você não pode fazer força, Carmen.

– Mas subir um lance de escada não é fazer força!

– Larga de ser teimosa.

Carmen suspirou, derrotada. Envolveu suas mãos na nuca de Sherlock e foi erguida. O homem a carregou no colo até seu quarto, deitou-a na cama, retirou suas pantufas e fechou a cortina.

– Qualquer coisa estarei na sala.

– Sherlock, eu n--

– Só me chamar. Descanse.

Ele depositou um beijo na testa de Carmen, o que surpreendeu a menina. O detetive se retirou do quarto da menina e deixou uma ruiva com um enorme ponto de interrogação como expressão facial.

Será que...?

Não. Não é possível, ela refletiu.

***

Os dias iam se arrastando sobre uma cama, Carmen concluiu. Nos primeiros dias, Sherlock servia as refeições da menina em seu quarto. No terceiro dia, já estava praticamente zerada. Tinha a saúde de um cavalo.

Era seis horas quando Carmen agarrou um pacote retangular que estava embaixo da sua cama e saiu de seu quarto.

– Sherlock?

Ele estava vestido normalmente, camisa, calça e sapatos sociais. Ela estava de camisetão e um jeans. Descalça.

– Você não pode ficar descalça nesse frio, Carmen.

– Cale a boca por um momento e... me escute, Sherlock.

Ele se surpreendeu com a seriedade da ruiva.

– Isso é um agradecimento e um pedido de desculpa. Feliz aniversário, Sherlock Holmes.

Ela depositou um beijo na bochecha de Sherlock e lhe entregou o pacote.

Sherlock fitou o calendário e se deu conta do dia.

6 de janeiro de 2007.

Ele agarrou o pacote e desfez o laço com cuidado, rasgando a embalagem. Surpreendeu-se com o presente: um Stradivarius novo em folha.

– Como...?

– Só direi que deu trabalho.

– Carmen, eu--

– Não precisa agradecer.

Ela calou Sherlock com o dedo indicador. Ele abaixou as mãos e repousou a caixa na mesa de centro e fitou Carmen em seus olhos. A proximidade entre seus corpos diminuia até que Sherlock envolveu Carmen contra seu corpo, selando seus lábios suavemente contra os da menina. Ela imediatamente apartou seus próprios lábios, invadindo a boca de Sherlock com a sua língua. Carmen interrompeu o beijo por um instante, controlando a sede de Sherlock.

– Finalmente.

Ele deu um sorriso de canto de boca e voltou a beijar Carmen novamente. Ela foi acariciando as costas de Sherlock enquanto mordiscava o lábio inferior do homem.

Para um virgem, ele beijava muito bem.

Bem até demais.

Ele a encostou contra a parede e colou seu tórax no da menina, intensificando o contato corporal. Ela friccionava sluas unhas contra as costas de Sherlock, o que lhe arrancou um gemido ligeiramente alto. Carmen afundou seu rosto no pescoço do detetive, bebendo de seu perfume e depositando mordidas e beijos agressivos no local. A ruiva arrastou sua mão da nuca de Sherlock pela sua barriga até entre as suas pernas, arfando ao sentir o enorme volume nas calças de Sherlock.

O homem ficou sem graça.

– Meu Deus, Sherlock.

– O quê? Eu... eu fiz alguma coisa de errado?

– Muito pelo contrário.

Ela caminhou em direção ao seu quarto puxando Sherlock pelo cinto da calça, com o desejo acumulando em seu estômago. Ao adentrar o âmbito, voltou a beijá-lo enquanto desabotoava sua blusa. O detetive tentava abrir as calças de Carmen, confuso com o nervosismo.

– Calma - ela guiou as mãos de Sherlock, que finalmente desemperrou a braguilha da menina e deixou suas calças caírem. Carmen indicou a mão do homem até sua genitália, que encontrava-se úmida. Ao simples toque de Sherlock, Carmen sentiu um arrepio deslizar sua espinha. Ele retirou a calcinha da menina, que se jogou contra a cama, puxando o detetive junto.

Eles voltaram a se beijar passionalmente, enquanto Carmen retirava o cinto e abria a calça de Sherlock. Ao retirar sua boxer, a ereção de Sherlock explodiu para fora da cueca. A menina acariou o parceiro com delicadeza, fazendo o detetive praticamente chorar de ansiedade.

– Sherlock...

– ...sim?

– Você tem certeza disso?

Ela olhou no fundo dos olhos do homem que se encontrava sobre ela.

– Tenho. Mas eu não--

– Só... me deixe te guiar.

Ele reconheceu as palavras e trilhou com beijos o caminho do pescoço até as pernas da ruiva, respirando próximo da entrada da garota. Seu hálito quente enviava arrepios pela menina. Sherlock deu o melhor de si oralmente na menina, fazendo-a gemer alto somente com o menor movimento de sua língua.

A menina encontrava-se sem fôlego quando Sherlock ergueu sua cabeça. Ela brincava com os próprios seios, de olhos fechados. Sherlock retirou a blusa da menina e retornou à sua boca rapidamente.

Carmen indicou o rosto de Sherlock para seus seios, e o detetive engoliu um deles com voracidade, brincando com o outro mamilo. Ele deslizou sua mão pela cintura de Carmen e escutou um pequeno gemido de dor ao se aproximar do ferimento. Ele brincou com o clitóris da menina, fazendo-a praticamente gritar.

Ela levantou suas pernas e posicionou uma delas sobre o esterno do rapaz, fazendo seu tronco se levantar. Ela dobrou os joelhos e abriu-se completamente ao detetive, fitando-o dentro de seus olhos. Ele aproximou sua cintura da de Carmen e adentrou sua glande lentamente dentro da menina, arrancando-lhe um semi-grito. Ele movimentou seu quadril e fez com que seu pênis adentrasse por completo a menina.

Carmen segurou um gemido e posicionou sua mão sobre o rosto de Sherlock. Ele lentamente aumentou seu ritmo, contracenando com suas mãos e lábios em pontos estratégicos. Ela agarrou os cabelos encaracolados do detetive para lhe beijar, cruzando suas pernas na cintura do homem. Ele aumentava a força e a velocidade das estocadas enquanto Carmen o seguia com o volume de seus gemidos. O som das duas peles se chocando preenchia o quarto.

Carmen retirou uma camada de suor da testa, fitando Sherlock mordiscar os lábios enquanto martelava-se dentro da parceira. A menina acariciava o peito do homem, magro porém definido, usando das unhas para deixar marcas vermelhas. A cama rangia cada vez mais alto. Sherlock encontrou o clitóris da menina, e com movimentos rápidos de seu polegar, ajudou a garota a chegar ao seu clímax.

Empolgado, Sherlock dobrou seus joelhos e colocou Carmen por cima de si, usando da sua própria força para fazer a menina cavalgar sobre si. Forçou o quadril da menina contra o seu próprio, atingindo o orgasmo junto com a ruiva. Enterrou seu sêmen dentro de Carmen, que mordiscou a orelha do parceiro, envolvendo sua nuca com as mãos em um abraço terno, após retornar do ápice.

– Essa foi... a melhor. De todas.

Sherlock jogou o cabelo para o lado e fitou Carmen. Ele agarrou a parte traseira das coxas de Carmen e a deitou sobre a cama. Eles se beijaram novamente antes de iniciar mais uma vez o que iriam fazer pela noite adentro.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.