Dou por mim a ver a entrar Lily Chen

— LIGHTWOOD! — Lily gritou, atravessando a soleira.

— Ah sim, Lily Chen, acredito eu? — Perguntou o meu pai voltando-se para ela com a dignidade do Inquisidor e nenhum sinal de surpresa. — Lembro-me que você foi a representante interina dos vampiros ao Conselho por um tempo. Que bom em vê-la novamente. O que posso fazer por você?

Ele estava, obviamente, fazendo o seu melhor para mostrar toda a cortesia a uma importante líder vampira. Lily não se importava.

— Nada! — ela retrucou. — Quem é você mesmo?

As grossas sobrancelhas negras elevaram-se.

— O Inquisidor? — Relembrou. — Eu fui o líder do Instituto de Nova York por mais de uma década?

Lily revirou os olhos escuros.

— Oh, parabéns, você quer uma medalha? Eu preciso de Alexander Lightwood, obviamente — disse Lily, e passou por um Robert e uma Maryse espantados até o filho deles. — Alec! Você conhece o negociante elfo, Mordecai? Ele tem vendido frutas para mundanos no Central Park. De novo! Ele está lá outra vez! E então Elliott mordeu um mundano que havia comido uma fruta.

— Ele revelou sua natureza vampira enquanto intoxicado? — Perguntou de novo o meu pai afeadamente.

Lily lançou-lhe um olhar fulminante, como se perguntando por que ele ainda estava aqui, em seguida, e retornou sua atenção para mim.

— Elliott fez uma dança chamada Dança dos Vinte e Oito Véus na Times Square. Está no YouTube. Muitos comentadores o descreveram como a dança erótica mais chata já realizada na história do mundo. Eu nunca estive tão envergonhada na minha não-vida. Estou pensando em parar de ser líder do clã e tornar-me uma freira vampira.

Os meus pais estavam um pouco confusos e falavam entre eles em sussurros sobre o que poderia ser YouTube.

— Como a atual líder do Instituto de Nova York — Maryse falou, com uma tentativa de firmeza — se houver atividades ilegais acontecendo no Submundo, isso deve ser relatado a mim.

— Eu não falo com Nephilim sobre assuntos de seres do Submundo — respondeu Lily severamente.

Os meus pais a fitaram, e em seguida, balançaram a cabeça em sincronia para me encarar.

Lily acenou com a mão, desconsiderado.

— Exceto por Alec, ele é um caso especial. O resto de vocês Caçadores de Sombras apenas entraria, estabeleceria a sua preciosa Lei e cortaria a cabeça das pessoas. Nós, seres do Submundo, lidamos com os nossos assuntos por nós mesmos. Vocês Nephilim podem arrancar as cabeças dos demônios e eu os consultarei assim que o próximo grande mal ocorrer, em vez do próximo grande aborrecimento, que provavelmente ocorrerá na terça-feira, quando eu, Maia e Alec lidaremos com isso. Obrigada. Por favor, parem de me interromper. Alec, essas pessoas são mesmo confiáveis?

— Eles são meus pais — respondi. — Eu sei sobre as frutas das fadas. Elas tem aproveitado muito ultimamente. Eu já enviei uma mensagem para Maia. Ela tem Bat e alguns outros garotos rondando o parque. Os amigos de Bat estão seguindo Mordecai; ele pode reagir. E tu mantém Elliott longe do parque. Sabes como ele é com frutas de fadas, e sabes se ele mordeu o mundano de propósito.

— Poderia ter sido um acidente — Lily murmurou.

Eu dei Lily um olhar profundamente cético.

— Oh, este seria seu décimo sétimo acidente? Ele tem que parar com isso ou vai perder o controlo sob a influência e matar alguém. Ele não matou o homem, não é?

— Não — Lily respondeu com tristeza. — Eu parei Elliott a tempo. Eu sabia que assim terias que matá-lo, e então me daria o teu olhar dececionado — ela fez uma pausa. — Tens certeza de que os licantropos têm a situação em mãos?

— Sim — confirmei. — Você não precisava vir para Idris e derramar todos os assuntos dos seres do Submundo na frente de toda a minha família.

— Se eles são sua família, sabem que você pode lidar com algo pequeno como isso — Lily respondeu com desdém. Ela correu as duas mãos através do cabelo preto lustroso, alisando-o. — Isto é um alívio. Oh — acrescentou ela, como se tivesse acabado de notar. — Tu estás a segurar um bebé.

Lily tendia a ter o foco de um laser.

XXX

Após a guerra com Sebastian, os Caçadores de Sombras tiveram que lidar com a traição das fadas, com a crise de tantos Institutos que caíram e com a quantidade de Nephilim que foram perdidos ou transformados em Crepusculares durante a guerra, sua segunda guerra em um ano.

Eles não estavam em forma para manter um olhar atento nos seres do Submundo, mas os próprios seres do Submundo tiveram as suas perdas. Antigas estruturas que tiveram seu lugar na sociedade durante séculos, como o Praetor Lupus, foram destruídas na guerra. As fadas estavam esperando pela revolta. E os clãs de lobisomens e vampiros de Nova Iorque tinham líderes novos. Lily e Maia eram jovens, e conseguiram a liderança inesperadamente. Ambas haviam-se encontrado, devido à inexperiência e não à falta de tentativas, em apuros.

Maia ligará para Magnus e perguntou se poderia ir visitá-lo, pedir seu conselho em algumas coisas. Quando ela apareceu, arrastou Lily junto dela. As duas, em seguida, sentaram-se em torno da mesa de café de Magnus e gritaram uma com a outra por horas.

— Não podes simplesmente matar alguém, Lily! — Dizia Maia.

E Lily continuava respondendo:

— Explica porquê.

Eu estava irritado naquele dia, quase arrancaram o meu braço abaixo do cotovelo durante uma luta com um demônio dragão. Eu estava encostado no balcão da cozinha, escutando, cuidando do meu braço, e trocando mensagens de texto com Jace como “Entendo o q vc quer dizer qdo fala q coisas extintas n estao extintas e Pq vc eh desse jeito?.”

Até que perdi a paciência.

— Sabes, Lily — eu disse com uma voz fria, pousei o telefone na bancada — em vez de atormentares Magnus e Maia porque não ofereces sugestões? E assim fazes usar aproximadamente a mesma quantidade do tempo para te responder. Então está tomando o dobro do tempo. O que significa que está desperdiçando o tempo de todos. Esse não é um modo eficiente para o comportamento de uma líder.

Lily ficou tão espantada que quase pareceu ficar pálida por um momento, quase verdadeiramente jovem, antes de sussurrar:

— Ninguém lhe perguntou, Caçador de Sombras.

— Eu sou um Caçador de Sombras — respondi, ainda calmo. — A situação que tu está a ter com as sereias, o Instituto do Rio de Janeiro teve o mesmo problema alguns anos atrás. Eu sei tudo sobre isso. Queres que eu conte? Ou prefere acabar com meia dúzia de turistas num barco para Staten Island afogados e muitos Caçadores de Sombras fazendo perguntas embaraçosas, além de uma vozinha em sua cabeça dizendo: “Uau, eu queria ter escutado Alec Lightwood quando tive chance”?

Houve um silêncio. Maia comera um bolinho inteiro enquanto esperavam.

Lily manteve os braços cruzados e parecia emburrado.

— Não desperdice meu tempo, Lily — disse. — O que queres?

— Quero que te sentes e me ajudes, suponho — Lily resmungou.

E eu sentei-me.

XXX

Depois de este episódio eu não esperava que as reuniões acontecem mais algumas vezes e a nossa relação de convivência e de amizade, minha da Lily e da Maia, foi crescendo

Eu não costumava ficar inteiramente confortável com vampiros mas, eu sempre respondia quando contavam com ele, como aconteceu, os licantropos eu já convivia com Luke. Sempre que Lily vinha até mim com um problema, em primeiro lugar com altivez e um ar de relutância e mais tarde com devida confiança, eu não descansava até resolvê-lo.

Uns tempos mais tarde, numa quinta-feira à noite, Magnus comentou que se apercebera que as ocasionais reuniões de emergência tornaram-se encontros regulares.

Nesse dia, depois de abrir a porta e ter colocado os óculos, sim eu uso óculos. Maia, Lily e eu desenrolamos um mapa de Nova Iorque para identificar áreas problemáticas e ter debates acalorados em que Lily fazia muitas piadas ruins sobre licantropos, e ficou combinado que cada um deles chamaria o outro quando tivessem um problema que não sabiam como resolver.

Seres do Submundo e Caçadores de Sombras igualmente iam a Nova Iorque sabendo que havia um grupo com seres do Submundo e Caçadores de Sombras que podiam e cooperariam para resolver problemas. Eles viriam se consultar e descobrir se o grupo poderia ajudá-los, também.

Acho que foi ai que Magnus percebeu que esta era a sua vida agora, e ele não queria que fosse diferente pelo menos foi isso que ele me disse na ocasião.

O mês mais tarde contou que a Lily me comparou a Raphael, eu fiquei a olhar para ele, não que o Raphael não tivesse coisas boas, quem sou eu para dizer mal dele, já que não fosse por ele Magnus não estaria aqui hoje, mas ser comparado com Raphael não era costume ser coisa boa.

Mas, nas considerações de Lily era, já que para ela Raphael tinha sido um ótimo líder e ela amava-o.

“ — Eu nunca pensei que teria que liderar o clã. Imaginei que Raphael estaria sempre lá. Se eu não tivesse os encontros com Alec e Maia, não saberia o que fazer na metade do tempo. Uma licantropo e um Caçador de Sombras. Você acha que Raphael teria vergonha?

Magnus deslizou bebida de Lily na frente do bar para ela.

— Não acho — ele disse a ela.”

Me contou Magnus este pequeno desabafo.

Eu sabia que ela se apoiava em mim não sabia até que ponto até que Magnus me contou este episódio.

Agora Lily veio para o meu lado, tendo seguindo-me para Idris, e olhou para o bebé nos braços dele.

— Olá, bebé — Lily sussurrou, pairando sobre a criança. Ela estalou os dentes na direção do bebé.

Jace rolou levemente no chão e ficou de pé. Os meus pais e Isabelle colocaram as mãos em suas armas. Lily estalou os dentes de novo, totalmente inconsciente da família Lightwood claramente pronta para mobilizá-la e cortá-la em pedaços. Eu olhei para minha família por cima de Lily e balancei a minha cabeça em um gesto curto e firme. O bebé olhou para as presas cintilantes de Lily e riu. Lily clicou os dentes para ele novamente e ele riu mais uma vez.

— O quê? — Perguntou Lily, olhando-me e soando tímida de repente. — Eu sempre gostei de crianças quando eu era viva. As pessoas diziam que eu era boa com elas — ela riu, um pouco conscientemente. — Há algum tempo.

— Isso é ótimo — disse. — Tu estará disposta a tomar conta dele de vez em quando, então.

— Haha, eu a líder do clã de vampiros de Nova Iorque e sou muito importante — Lily respondeu. — Mas posso olhá-lo quando eu for para a tua casa.

Eu tinha esperança, que o bebé fica-se para sempre eu tentava decifrar a expressão de Magnus.

Eu e Lily a cabeça murmurava-mos juntos para a criança. Eu estava a adorar esta sensação. Lily, depois de um momento de brincadeiras com o bebê, começou a parecer um pouco inquieta.

— Ocorre-me que eu poderia estar intrometer — Lily falou.

— Ah, é mesmo? — Perguntou Isabelle, seus braços cruzados. — Você acha?

— Desculpe, Alec — pediu Lily, incisivamente sem pedir desculpas a qualquer outra pessoa. — Vejo-te em Nova Iorque. Volte rápido ou algum idiota vai destruir o lugar. Adeus, Magnus, outros Lightwood aleatórios. Até logo, bebê. Tchau, bebezinho.

Ela ficou na ponta dos pés de suas botas de salto alto, beijou-me na bochecha e rebolou para fora do quarto.

— Eu não gosto da atitude desta vampira — disse o meu pai no silêncio seguinte à saída de Lily.

— Lily é legal — respondi suavemente.

Ele não disse mais uma palavra contra Lily. Ele estava tomando cuidado comigo, mas ele era o único que tinha causado dor. Ele tinha sido imprudente comigo no passado. Seria um longo tempo de dor e cuidados até que as coisas estivessem bem entre eles.

Eu e o meu pai estávamos tentar. Foi por isso que tinha ficado para tomar café da manhã com meu pai esta manhã.