I Wanna be Yours

Apreensivo e ansioso, Steve andava de um lado para o outro, aguardando

pelo fim da espera que acabaria com a angústia que se apoderava dele desde que Natasha entrou no laboratório de Shuri para realizar o procedimento que, segundo a própria Princesa, devolveria a possibilidade de um dia Natasha engravidar que foi arrancada pela Sala Vermelha.

Steve sabia o quanto Natasha queria um filho e o quão animada ela estava para reverter sua ligadura de trompas involuntária a qual foi submetida para algum dia poder engravidar. Natasha havia passado a semana toda, desde o casamento de Wanda e Visão até o dia anterior ao procedimento, quando chegaram em Wakanda, planejando o que fariam no apartamento onde moravam para adaptá-lo a um bebê e até disse que, segundo sua intuição, o primeiro filho deles seria um menininho cópia de Steve porque ela sonhou com um.

Steve adorava ouví-la. Ele queria um filho tanto quanto Natasha queria. Ele sonhava em assistir seu filho crescer no ventre dela. Ele sonhava com o dia que sentiriam o primeiro chute, com o momento do parto e que pegaria seu bebê nos braços pela primeira vez e que o diria o quão desejado ele foi.

Mas mesmo assim, apesar do sonho que os dois tinham em comum, Steve não queria que Natasha se arriscasse. Este era um procedimento que envolvia riscos como qualquer um, mesmo que a tecnologia usada fosse de ponta.

—Vai abrir um buraco no chão desse jeito, Steve. Tem que se acalmar um pouco - sentado em uma cadeira de madeira entalhada com estofado vermelho, parte do conjunto de quatro cadeiras iguais e uma mesa redonda de madeira, Bucky acompanhava o movimento do melhor amigo com o olhar.

Bucky acompanhava os amigos em Wakanda como forma de agradecê-los por tudo o que Steve e Natasha fizeram por ele no passado e pelo que ainda faziam. Os dois eram pessoas muito especiais par Bucky, sem contar que Steve era seu melhor amigo desde que tinham 6 anos, isso a 100 anos, e ele adorava Natasha porque ela era uma boa pessoa, que teve um passado tão traumático quanto ele, e que fazia Steve feliz.

—Não posso me acalmar, Bucky. A Nat está lá dentro, sedada, e eu estou aqui sem saber como ela está, se está bem - Steve responde nervoso e pára de andar para olhar para o amigo. Sua expressão era de preocupação. Seus olhos azuis estavam marejados e sua testa franzida.

—Não estou desmerecendo sua preocupação, mas tenho certeza que a Natasha está bem - Bucky diz e se levanta. Ele anda em direção à Steve e com sua mão de vibranium, toca no ombro do melhor amigo, olhando nos olhos dele - A Natasha está em boas mãos. Daqui a pouco você estará com ela

—Eu sei, mas não consigo evitar ficar preocupado… - a voz de Steve sai embargada e seus olhos se enchem de lágrimas

—Eu sei que você a ama, meu amigo, mas vai ficar tudo bem, te garanto…

—Eu não posso perdê-la, Bucky. Não outra vez. Eu não vou aguentar ficar sem a Nat - Steve começa a entrar em desespero ao imaginar sua vida sem Natasha e uma lágrima quente rola pelo lado direito de seu rosro.

Natasha era tudo o que Steve mais amava. Ela sua melhor amiga, sua conselheira de todas as horas e todos momentos. Quem o fazia feliz desde o momento que acordava até a hora em que ia dormir. Natasha era o grande amor de sua vida.

—Para de ser negativo, Steve! Natasha está bem, homem, se acalme - Bucky fala baixo, olhando fixamente para Steve, e põe a outra mão no outro ombro do melhor amigo, ficando com as duas mãos postas nos ombros dele.

A porta automática do laboratório se abre e Shuri aparece. Steve e Bucky se afastam, ficando lado a lado, e ambos olham para a princesa.

—E ai? Deu certo? A Nat está bem? - Steve pergunta nervoso e com a voz embargada. De repente, ele já não sentia mais suas pernas e suas mãos formigavam.

O rosto da Princesa Shuri se ilumina com um sorriso de orelha a orelha e ela se aproxima de Steve e Bucky, adentrando a sala onde eles estavam aguardando.

—Mais do que certo! Foi um sucesso! Os médicos dessa tal Sala Vermelha não me parecem muito inteligentes, sabem? Eles não são páreos para moi - Shuri diz toda convencida e coloca as mãos no peito com um sorrisinho convencido

—Porque diz isso? - Steve franze o cenho, sem entender o que ela queria dizer

—A Natasha nunca teve uma ligadura de trompas como fizeram ela pensar. A Sala Vermelha a esterelizou quimicamente com a injeção de um hormônio forte chamado acetato de medroxiprogesterona, que a impedia de engravidar - Shuri explica

—Então quer dizer que a Nat nunca foi infértil? - Steve pergunta, tentando acompanhar o raciocínio de Shuri, e ao mesmo tempo, um sorriso brota em seu rosto

—Não exatamente. A Natasha era sim infértil, mas bastava um antídoto para reverter isso - Shuri responde e sorri ao ver como os olhos azuis de Steve brilhavam e como o sorriso dele crescia ao ouvir isso.

—E como a Nat está? Quando poderei vê-la? - Steve pergunta emocionado e esperançoso porque agora, de uma vez por todas, o fantasma chamado Sala Vermelha deixaria de rondá-los para sempre e Natasha poderia ter finalmente o que ela sempre quis: uma familia.

—Não se preocupe. A Natasha está muito bem. Nesse exato momento, ela continua sedada e o antídoto está sendo administrado aos poucos via venosa. A carbamazepina é uma droga muito forte e requer atenção ao ser administrada porque é um anticonvulcionante. Daqui umas duas horas o processo estará concluido e em três horas, no máximo, ela vai despertar.

—Ouviu? Ela está bem, cara. Agora sossega - Steve escuta Bucky e sente ele colocar a mão esquerda em seu ombro direito. Steve olha de relance para o melhor amigo e em seguida olha para Shuri e assente pra ela.

—Só peço por favor que a Natasha mantenha repouso, ao menos por hoje. Está sendo injetada uma droga muito pesada. Se ela for levantar, que seja apenas para ir ao banheiro, mas não deixe que vá por conta própria. São efeitos colaterais tontura, ânsia e dor de cabeça.

Steve assente às recomendações que lhe eram dadas, e sorria ao pensar nos protestos que concerteza Natasha faria ao receber ordens, o que ela odiava, mas com um jeitinho ele conseguiria contorná-la.

—Você pode ir vê-la, contanto que não mexa na Natasha e que não a agite.

Steve assente, olhando para Shuri, e escuta Bucky sussurrar ao seu lado um “boa sorte, amigo” e ainda sente ele lhe dar um empurrãozinho leve que o impulsiona para a frente.

Guiado por Shuri, Steve caminha a passos rápidos pelo suntuoso palácio real de Wakanda, passando por um corredor enorme onde quadros com retratos de várias gerações de monarcas panteras negras estavam expostos, incluindo o retrato dos reis T’Chaka, morto em 2015 no atentado em Lagos, capital da Nigéria, e do atual monarca e vingador, T’Challa.

Steve não pôde evitar de observar com atenção cada um dos rostos dos personagens pintados nos quadros e para as molduras entalhaçadas no que parecia ser ouro, mesmo que esta não fosse a primeira vez que estava ali.

Ao chegarem na porta de vibranium cinza do laboratório que Steve tanto conhecia, Shuri utiliza sua biometria para abrí-la. Steve segue a princesa até a maca high tech, que lembrava muito um aparelho de resonância magnética pelos scaners corporais nela embutidos.

Natasha repousava inconsciente nela e Shuri bem havia dito, estava sedada e em seu braço direito, um acesso de soro estava posto. O fio ligava a uma bolsa contendo um líquido transparente, que Steve assume ser o antídoto, pendurada em um suporte para soro ao lado da maca.

Havia ainda um lençól branco que a cobria até a altura dos ombros. Além disso, o braço direito dela estava para fora, estendido ao lado do corpo dela.

—Lembre-se de não agitá-la - ao lado de Steve, Shuri sussurra, e Steve olha para ela, assentindo - vou olhar nos scanners se tudo está correndo como o esperado e dar privacidade

—Obrigada por tudo o que você está fazendo pela Nat - Steve agradece, sussurrando, e Shuri responde com um sorriso antes de se retirar.

Ao se aproximar da amada, Steve instintivamente leva sua mão direita aos cabelos ruivos dela, que estavam espalhados pela maca, e os acaricia suavemente, passando seus dedos pelos fios macios e sedosos.

—Oi meu amor, não sei se você pode me escutar, mas eu cheguei - Steve sussurra e se debruça sobre Natasha, apoiando-se na ponta da maca, com cuidado para não mexer nela como Shuri havia lhe pedido - me dói te ver assim, mas sei que vai ficar tudo bem e e que pior já passou… Eu estou aqui e nós estamos juntos nessa…

Steve deposita um beijo na testa de Natasha e fica em silêncio após isso, passando o resto do tempo velando-a.

Mesmo agora depois de vê-la e saber que Natasha estava bem, Steve não conteve a emoção por vê-la naquele estado. Aquilo tudo era culpa única e exclusivamente da Sala Vermelha.

Se não fosse por esses degraçados, Natasha não teria tido que passar por todo sofrimento o qual esteve exposta a vida toda e nem estaria naquela maca, inconsciente, para extrair os últimos vestígios que restaram do estrago que a Sala Vermelha causou nela.

—Eu prometo que ninguém vai te fazer mais mal porque eu não vou permitir. Agora você está completamente livre de tudo o que aqueles monstros fizeram com você… à partir de hoje, tudo vai ser diferente. Você tem a mim e como você dizia quando estavámos fugindo do governo, somos nós contra o mundo, não é? - Steve sussurra e deposita um beijo na testa de Natasha

*****

Algumas horas mais tarde, ao cair da noite, o efeito da sedação já havia passado e Natasha estava desperta. Ela e Steve estavam instalados em um dos muitos quartos do palácio real de Wakanda voltados aos hóspedes e representantes de outros países que iam para Wakanda em visitas oficiais ao país e, embora não estivesse de acordo, repousava na cama e seguia a orientação de Shuri.

No braço direito de Natasha, um curativo adesivo estava posto no local onde o soro com o antídoto havia sido injetado e ela vestia um pijama bem confortável composto por uma blusa vinho de mangas curtas e uma calça cinza de algodão depois de haver tomado um banho.

—Sente alguma coisa? - sentado ao lado de Natasha, na beira da cama, e com os pés para fora dela, Steve pergunta. Ele segurava na mão direita de Natasha e a acariciava com o polegar.

—Estou bem, mas parece que um trem passou por cima de mim… - Natasha murmura, ainda um pouco sonolenta por causa da anestesia, e Steve sorri

—É por causa do sedativo

—Acho que sim…

—Sabe que eu te amo, não sabe?

Natasha assente e ao piscar, demora um pouco para abrir os olhos novamente, como se fosse um esforço para ela se manter acordada.

—Tem alguém prestes a dormir - Steve brinca, falando baixo, e passa seu indicador na ponte nasal de Natasha, ainda segurando na mão direita dela com a outra mão. Com os olhos caídos de sono, Natasha sorri para ele e joga a cabeça um pouco para o lado esquerdo - vamos dormir, então, vou só me trocar

—Você nem deve estar com sono…

—Na verdade, estou cansado sim. Passei a manhã inteira preocupado com você. E não há nada melhor nesse mundo do que ficar agarradinho com o amor da minha vida - Steve diz e se debruça sobre ela e deposita um beijo na testa de Natasha. Em seguida, ele solta a mão dela e arruma o cobertor e o sobe. Natasha olhava para ele e sorria, com um brilho nos olhos e uma carinha de apaixonada - eu vou só me trocar e escovar meus dentes, combinado?

—Uhum - ela assente, ainda sorrindo e sem conseguir parar de olhar para ele

Steve sorri e lhe rouba um selinho antes de se levantar. Natasha o segue com o olhar e Steve lhe dirige uma piscadela antes de sair em direção ao vestiário, onde estavam suas coisas e as de Natasha.

Em sua mala, aberta sobre um dos gabinetes, Steve pega seu pijama, uma camiseta cinza e um shots preto, e “encontra” uma pequena caixinha preta de veludo. Ele a abre, revelando o anel de ouro branco com brilhantes cravados nele e um diamante ao centro que outrora pertenceu à sua finada mãe, Sarah Rogers.

Steve o levara para Wakanda com a intenção de pedir a mão de Natasha. Assim que ela se recuperasse do procedimento pelo qual foi submetida, ele o faria. Nada como escrever um novo futuro fazendo as coisas certas.

Se ainda fossem os anos 1940, seu tempo, o mais correto, moralmente falando, seria ele e Natasha estarem casados. Steve sabia que sua mãe, onde quer que ela estivesse, estaria enfezada com ele por ter “tirado a honra” de Natasha, muito embora ela nem fosse mais virgem quando os dois ficaram juntos, mas ainda sim ele queria fazer as coisas certas à partir de agora.

Sozinha no quarto, Natasha suspira e desencosta para ajeitar o travesseiro que estava inclinado para apoiar suas costas e o deita. Em seguida, Natasha desliza para baixo e se deita. Ela puxa o cobertor até seus ombros e vira de lado, de frente para a janela que tinha vista para o esplêndido jardim real

Um sorriso fraco brota em seu rosto ao lembrar que agora ela estava livre para fazer suas próprias escolhas. Ela finalmente poderia ter o que sempre sonhou: uma família. E dessa ver, teria uma de verdade, que nunca seria desfeita.

Ao voltar para o quarto depois de fazer sua higiene noturna e de trocar de roupa, Steve sorri ao notar que Natasha aparentemente adormecera.

Steve apaga as luzes e de mansinho, se aproxima da cama e senta na beira dela. Ele então deita e se cobre antes de abraçar Natasha por trás, ficando de conchinha com ela.

Steve afunda o rosto no emaranhado de cabelos ruivos e não tarda em adormecer, sentindo o cheiro e o calor do corpo de Natasha.

*****

Alguns dias se passam desde então e Natasha tinha um brilho diferente nos olhos. Parecia mais feliz, mais leve, como se um peso tivesse sido tirado de suas costas e isso era muito visível à todos, principalmente à Steve, quem mais do que ninguém estava feliz por ela.

Ainda estando em Wakanda, Steve, Natasha e Bucky passavam dias de descanso no país africano e Shuri aproveitava para fazer exames em Natasha diariamente para monitorar os níveis hormonais da ruiva em processo de readaptação com a falta do hormônio que durante muitos anos correu por suas veias.

O dia estava quente e ensolarado. O céu era bem azul e quase não haviam nuvens. Ao terminarem de tomar café da manhã, Shuri e Natasha seguiram para o laboratório, como faziam todas as manhãs, para mais um exame de sangue para analisar as taxas de Natasha.

Steve, Bucky e T’Challa faziam uma caminhada pela área externa do palácio real, onde anos acontecera o primeiro enfrentamento contra o Titã Louco, Thanos, e também onde eles perderam.

Steve estava à espera do momento perfeito para pedir a mão de Natasha em casamento, o que ele mais queria fazer a tempos.

No entanto, o momento certo nunca parecia chegar para Steve, que duvidava se Natasha queria assumir esse compromisso com ele e se ela o amava tanto quanto ele a amava.

—E você, Steve, já decidiu qual será o dia que vai deixar de enrrolar a Agente Romanoff? - T’Challa brinca e olha cúmplice para Bucky, que estava entre os dois. Bucky ri e T’Challa ri também

—Não sei, algum dia aí eu acho - Steve responde baixo, com as mãos postas nos bolsos da calça e olhando para seus sapatos sociais pretos lustrados de couro enquanto andava. Ele vestia uma calça jeans escura e uma camisa xadrez de botões azul.

—Steve, pela milésima vez, se você continuar com essa insegurança, o momento ideal de pedir a Natasha em casamento nunca vai chegar - Bucky diz durante uma caminhada que ele, T’Challa e Steve faziam pelos jardins do palácio real desde o fim do café da manhã

—Você não entende, Bucky, eu quero fazer as coisas bem, fazer o momento ser inesquecível para ela, e outra que nem sei se é isso mesmo que ela quer - Steve diz e para de andar

—Tá brincando? Se ela não te amasse, acha que teria esperado por sete anos até você resolver tomar atitude para pedí-la em namoro. Ela te ama, seu idiota! Desse jeito você vai acabar perdendo a Natasha! É isso que você quer?- Bucky diz e pára de andar também

—Claro que não!

— Então entra de cabeça! Aposto que se você fizesse o pedido hoje, agora, a Natasha aceitaria sem pensar duas vezes

—Exatamente! Ela te ama e é visível para nós todos - parado ao lado de Steve, T’Challa diz e Steve olha para o monarca

—Vocês acham mesmo ? - Steve olha para Bucky ao perguntar e franze o cenho

—Claro que achamos! Está com o anel aí? - Bucky pergunta e olha para o bolso direito da calça de Steve, onde havia um pequeno volume

—Espera, você tem um anel aí com você? - T’Challa pergunta surpreso e olha para Steve, que assente

—Era da minha mãe - Steve responde e tira a caixinha preta de veludo do bolso de sua calça. Em seguida, ele a abre, revelando o anel de brilhantes encravados. T’Challa e Bucky sorriem para o anel.

—É uma jóia de família. Meu pai o comprou em 1916 e o deu para minha mãe ao pedí-la em casamento. Como eu fui o primeiro e único filho, o herdei. Eu pretendo dá-lo para a Nat e quem sabe criar uma tradição. Quanto tiver um filho, esse anel seria dele e assim por diante - Steve completa, olhando para a jóia

—Então se prepare porque a Natasha está vindo logo aí com a Okeye e com a Princesa Shuri! - Bucky diz ao ver Natasha, Okeye e Shuri andando entre as roseiras cultivadas pela Rainha Ramonda em meio à uma conversa animada e que parecia ser divertida visto que as três riam de algo. T’ Challa olha para as três e Steve, nervoso, fecha a caixinha preta rapidamente e a guarda em seu bolso com pressa.

Os raios de sol faziam os cabelos de Natasha, presos em um coque despojado e preso com uma presilha dourada, parecerem labaredas de fogo. Natasha levava posto no rosto seus óculos escuros e vestia um vestido curto, que batia no meio de suas coxas, na cor azul claro de mangas curtas, um tipo de peça que era inédito de se ver Natasha usando. Nos pés, ela calçava um par de tênis brancos.

— Natasha! - Bucky solta um grito bem alto e Natasha coloca a mão direita na testa para proteger o rosto do sol que bate de frente ao olhar para eles - seu namorado quer falar com você!

—Bucky! Fica quieto! - Steve protesta e Bucky ri. Ele tenta falar algo mas já era tarde, Natasha já estava vindo em direção à eles - com um amigo como você, quem precisa de inimigo…

—Vai me agradecer depois! E não se esqueça que sou seu melhor amigo desde que somos pirralhos e que por isso devo ser seu padrinho de casamento - Bucky brinca e dá dois tapinhas no ombro direito de Steve antes de se afastar

—Boa sorte, Capitão - T’Challa fala e se afasta também em seguida

Se vendo “sozinho”, Steve fica ainda mais nervoso quando vê Natasha se aproximar mais e mais.

—O que foi? - Natasha pergunta ao se aproximar e Steve engole em seco, nervoso

—N…ada… - ele gagueja e Natasha franze o cenho, estranhando o jeito dele

—Você está bem? - ela pergunta e levanta seus óculos, o colocando na cabeça

—S..sim… sei que você estava com a Princesa Shuri e com a Okeye, mas gostaria de andar um pouco?

—Ok…

Mesmo percebendo o nervosismo de Steve e achando a atitude dele muito estranha, Natasha não fala nada e apenas assente.

Eles andavam, em silêncio, e Natasha olhava para Steve, tentando decifrar o que ele queria tratar com ela. Ele ia terminar?

Natasha sente um nó se formar em sua garganta e seus olhos embaçam pelas lágrimas que se formavam. Por sorte ela usava óculos e assim Steve não perceberia. Ou pelo menos era isso que ela esperava.

O silêncio dela é percebido por Steve, que começa a ficar mais nervoso. Ele estava decidido a seguir o conselho de Bucky e pedir a mão de Natasha em casamento. Steve tinha medo de Natasha não aceitar se casar com ele mas o medo de perdê-la por deixá-la esperando tempo demais, era muito maior.

Será que se casar com ele era o que ela queria? Será que ela o amava o tanto quanto ele a amava? Perguntas rondavam sua cabeça mas ele não desistiria. Não dessa vez.

—Nat, eu quero falar uma coisa com você… - Steve começa a falar quando eles chegam no meio do jardim, junto das Tulipas brancas e pará de andar

—Steve, se você vai terminar, fala de uma vez, não enrrola - Natasha diz e pára ao lado dele, ficando de frente, e levanta seus óculos, o colocando na cabeça

—Porque acha que eu vou terminar, Natasha? É isso que você quer? Quem veio com o papo de terminar foi você

—Eu só perguntei porque você está estranho a alguns dias

—Desculpe se eu estou estranho, meu amor - olhando nos olhos dela, Steve começa a falar e se aproxima mais dela. Ele pega nas mãos de Natasha, as segurando por cima das suas, e as acaricia com os polegares. Natasha olha para as mãos deles juntas e sorri fraco - eu te amo muito, Nat, mais do que tudo, e saiba que o que eu mais quero é passar o resto da minha vida ao seu lado, te amando e respeitando

Natasha ergue a cabeça e olha para Steve, com seus olhos verdes já marejados. Ela ainda tinha medo que ele fosse terminar, mas ao mesmo tempo estava achando muito fofa a declaração.

—Eu quero fazer isso a muito tempo, mas tenho medo de você não querer o mesmo e está tudo bem se não. Eu até escrevi um rascunho do que dizer, mas o esqueci em Nova Iorque - Steve continua a falar. Sua voz saía trêmula pelo nervosismo e suas mãos suavam muito. Natasha começa a rir com o jeito dele, achando fofo - eu vou improvisar aqui antes que eu perca a coragem

—Steve… - Natasha ia falar algo mas é interrompida

—A muitos anos estamos caminhando juntos, seja como companheiros de trabalho, como amigos ou amantes. Precisei te perder uma vez para então perceber que não sei mais viver sem você. Eu sabia que te amava, mas quanto você não voltou com o Clint de Vormir, eu senti que nada na minha vida faria sentido à partir dali. Eu devia ter ido com você, te protegido… eu quem devia ter pulado…

—Não diz isso! - Natasha o interrompe e solta a mão direita dele para colocar sua mão direita na boca dele, o calando - eu não suportaria te perder, antes eu do que você! Eu tinha contas pendentes com meu passado, você por outro lado é incrível. Você tem o coração mais nobre que eu conheço, Steve. Você merece o mundo…

—Você é o meu mundo, Nat - Steve diz ao tirar a mão dela de sua boca e volta a segurá-la, olhando nos olhos dela - não me pergunte quando foi que du senti que meus sentimentos por você tinham mudado, mas o que posso dizer que o primeiro beijo que trocamos em uma escada rolante do shopping foi muito especial pra mim. Se lembra dele?

—Lembro - Natasha responde, com um sorriso de lado, recordando o dia em que ela conheceu o gosto dele. Foi essa a primeira vez que ela sentiu as borboletas no estômago que sempre quisera sentir - Não sei se já te disse alguma vez, mas acho que foi ali que me apaixonei por você

—Você deu em cima de mim depois… - ele brinca e ela ri

—E você é um idiota em não perceber, ou se faz, porque eu literalmente te perguntei o que você queria que eu fosse pra você, Steve! Ai vem você me dizer que me queria como uma amiga - Natasha brinca, fingindo estar brava com ele, e solta as mãos dele para deferir um tapa leve no braço direito dele. Steve começa a rir e leva a mão esquerda no local e o massageia.

—Desculpa meu amor. Eu sei que sou um idiota. Se você soubesse o quanto eu me arrependo de não ter dito antes que te amava. Não devia ter te enrrolado por tantos anos…

—Estamos juntos agora, não estamos? - Natasha diz isso e se aproxima. Ela fica na ponta dos pés e passa os braços ao redor do pescoço de Steve. Ele sorri e passa os braços ao redor da cintura dela - mesmo você sendo um idiota, você é o MEU idiota e eu te amo

Ainda sorrindo, Steve lhe rouba um selinho e a aperta de leve, a puxando mais para perto dele. Natasha sorri e acaricia a nuca dele com sua mão direita ao mesmo tempo que enche as bochechas dele com beijos. Steve aproveita e rouba vários selinhos dela em troca.

—Casa comigo? - ele pergunta entre os beijos

Ao ouví-lo, Natasha pára com seus beijos e olha nos olhos de Steve com os olhos arregalados, sem acreditar no que ele havia acabado de dizer.

—O que você disse? - com a voz trêmula, é tudo o que ela consegue responder

—Eu perguntei se a mulher mais linda desse mundo, a pessoa que eu mais amo nesse mundo, aceitaria se casar comigo - Steve repete, com um sorriso no rosto

—Para de brincadeira! - Natasha começa a rir, achando se tratar de uma brincadeira dele

—Não é brincadeira - Steve responde sério e se afasta para colocar a mão no bolso de sua calça. Natasha olha para baixo e leva as mãos à boca ao vê-lo tirar uma caixinha preta de dentro de seu bolso. Steve se ajoelha diante de Natasha e abre a caixinha preta, revelando o lindo anel de brilhantes que antes pertenceu à sua mãe.

Natasha não segura sua emoção e seus olhos começam a transbordar assim que percebe o que realmente estava acontecendo. Suas lágrimas rolavam, molhando seu rosto em segundos. Era isso mesmo? O homem mais incrível do mundo queria mesmo se casar com ela?

—Natasha Romanoff, meu amor, você aceitaria se casar com esse idiota apaixonado que eu sou, e que te ama muito?

—Acha que eu diria não ao homem mais incrivel do universo? - Natasha responde, emocionada, e se abaixa para ficar equiparada à altura de Steve agaixado. Ela coloca as mãos no rosto dele e une seus lábios aos lábios dele.

Sem desgrudar seus lábios dos lábios de Natasha, Steve esboça um sorriso e envolve os braços ao redor do corpo dela, fazendo Natasha se sentar em sua perna direita, que estava dobrada durante o pedido.

O beijo era lento mas trazia com ele volúpia. Suas línguas unidas se moviam juntas e insistiam em invadir a boca do outro em busca de espaço.

O beijo termina pela falta de ar, mas ao se afastarem, Natasha e Steve não o fazem tão rapidamente. Eles o fazem com selinhos e ao abrirem os olhos, eles sorriem ao olharem um para o outro.

—Me permitiria colocar o anel no dedo dela e tornar oficial? - Steve pergunta ofegante e oferece a caixinha preta que ele tinha na mão para Natasha, que olha para a jóia sorrindo e a toca com o polegar direito, delineando os brilhantes.

—Uhum - Natasha murmura e assente com a cabeça. Steve sorri e lhe rouba um selinho rápido antes de pegar o anel e deslizá-lo pelo dedo anelar da mão esquerda - ele é lindo! Deve ter custado uma grana! Você não precisava ter gasto comigo!

—Eu não o comprei. O anel já estava comigo a muito tempo, meu amor. Era da minha mãe. Meu pai deu para ela quanto a pediu em casamento em 1916 e como fui filho único, o herdei. Agora pertence à nora deles, no caso você, que agora vai ser a nova Senhora Rogers - Steve explica e, com os braços ao redor da cintura de Natasha, apoia o queixo no ombro direito dela

—Senhora Rogers? - Natasha pergunta sorrindo e então olha para ele

—Eu disse que algum dia te daria meu sobrenome, você quem não acreditou - Steve brinca e aperta de leve o nariz dela. Natasha ri e toca no queixo dele, acariciando-o com o polegar - te amo

—Também te amo

Steve sorri e une novamente seus lábios aos lábios dela, dessa vez selando o momento mais especial de suas vidas até o momento.

De longe, Bucky, T’Challa, Shuri e Okeye comemoravam felizes pelo noivado dos amigos.