Eram cinco e meia da manhã, horário da costa leste, e os primeiros raios de sol surgiam no horizonte, manchando o céu noturno com as cores laranja e amarelo quando o Quinjet decola do complexo dos Vingadores à caminho de Chisinau, capital da Moldávia, um pequeno país do leste europeu de onde Tony havia rastreado sinais de GPS transmitidos pelo transponder de Ultron, o que indicava que o andróide estaria aprontando mais uma de suas artimanhas, o que a equipe ainda não sabia o que era.

No mache do Quinjet estavam Tony, como Piloto, e Bruce, como Copiloto.

Os mais próximos eram Thor, Carol e Rhodes, que haviam se sentado nos assentos mais à frente da aeronave, enquanto mais afastados em um lado da aeronave estavam Wanda, Visão, Scott e Hope.

Do outro lado estavam Sam e Bucky e de frente para eles estavam Steve e Natasha.

Natasha mal abria a boca para falar. Ainda com um pouco de sono por ter sodo obrigada a acordar no meio da madrugada, ela apenas ouvia os três conversando sobre um jogo de futebol americano importante que seria transmitido pela televisão na próxima semana e que rapidamente foi substituído por um convite de Sam para irem com ele para a Louisiana assim que a missão fosse finalizada.

—Nat, o que você acha? - a voz de Steve perguntando-lhe algo soa em seus ouvidos e Natasha olha para ele

—O que eu acho sobre o quê? - ela pergunta confusa e franze o cenho

—Acorda Nat - Sam brinca, estalando os dedos na frente do rosto dela, e Bucky e Steve e riem baixo

—Mas eu estou acordada, só com um pouco de sono ainda - ela responde rindo também e olha para Sam

—Está mesmo com uma cara de sono - Steve brinca e acaricia suavemente a bochecha de Natasha com o polegar. Ela fecha os olhos e sorri ao sentir a carícia dele. O toque era singelo, mas para alguém que nunca teve o afeto de ninguém na vida isso fazia muita diferença.

Steve sorri e aperta levemente o nariz de Natasha, o que faz ela rir, ainda de olhos fechados. Em seguida, Steve passa o braço esquerdo ao redor de Natasha e desliza sua mão pelo braço dela.

Natasha abre os olhos e encosta sua cabeça no ombro dele. Era ali que ela se sentia protegida. Steve era seu lar e era nos braços dele que ela sentia que pertencia, principalmente quando ela adormecia nos braços dele todas as noites

Steve beija os cabelos ruivos, que estavam totalmente soltos, e encosta sua bochecha no topo da cabeça dela.

—Sabem, vocês dois formam um belo casal. Eu sempre soube que havia algo entre vocês - Sam quebra o silêncio e Natasha e Steve olham para o amigo

—E eu sempre soube que esse idiota gostava de você, Natasha. Era tão óbvio, menos para ele, mas esse é o estado normal dele. Sempre foi tapado - Bucky brinca com Steve, que a essa altura estava vermelho igual um tomate e escondia o rosto nos cabelos de Natasha. Ela, por sua vez, estava igualmente vermelha, mas ainda sim ria. Natasha então ergue a cabeça e sorri ao olhar para Steve e notar que ele estava envergonhado. Ele sorri de volta para ela e beija a testa dela, fazendo Natasha fechar os olhos novamente.

—É o amor… - Sam cantarola de brincadeira

—Ai não Sam. Ninguém aguenta uma cantoria às cinco horas da manhã - Natasha reclama, usando um tom brincalhão, e tampa seus ouvidos. Bucky, Sam e Steve riem tão alto que Rhodes, Thor, Carol, Wanda, Visão, Hope e Scott olham para eles

—Foi uma brincadeira gente - Sam explica e os demais retornam para suas respectivas conversas ou, no caso de Wanda e Visão, seu silêncio e aconchego nos braços um do outro.

—Tá, mas qual era o assunto mesmo? - Natasha pergunta e eles voltam a rir

—O Sam estava convidando nós dois e o Bucky para passarmos alguns dias na Louisiana quando a missão acabar - Steve explica enquanto Natasha olhava para ele

—Lá é simples, bem diferente do que vocês podem estar acostumados aqui mas tem muita coisa para fazer. A comunidade é muito unida e todos se conhecem. Nos juntamos aos fins de semana e fazemos churrasco, saímos para velejar no Rio Mississipi. Eu acho que nunca disse nada sobre, mas sou proprietário um pequeno velero em conjunto com a minha irmã. Era dos meus pais e nós o herdamos após a morte deles. A casa é simples, assim como a cidade, mas confortável e tem espaço de sobra - Sam explica à ela sobre o convite que acabara de fazer à Steve e a Bucky e Natasha olha para ele

—Parece ser um lugar divertido. Fora o clima que ouvi dizer ser muito bom na Louisiana. Seria ótimo sair um pouco do frio que faz em Nova Iorque - Natasha responde sorrindo, pensando mesmo na possibilidade de dar a si o luxo de tirar alguns dias de folga e relaxar um pouco

—O clima realmente é muito bom. Faz calor praticamente o ano todo na Lousiana - Sam responde

—Com essa propaganda fica díficil não pensar na proposta - Steve brinca e Sam ri

—E eu acho que podemos considerar a idéia - Natasha completa sorrindo

—Eu toparia - Bucky fala

—Acho que isso já é um sim para o seu convite, Sam - Steve brinca e Sam sorri

—Opa! Então acho que podemos programar essa viagem para quando vocês quiserem e puderem - Sam fala

—Se de fato os planos se concretizarem, a qualquer hora dá certo para mim - Natasha responde

—Digo o mesmo - Steve concorda

—Como eu estou sempre com tempo sobrando, por mim também. Minha terapeuta disse que seria bom para mim arejar novos ares mas não tem graça ser sozinho então se isso for sério mesmo, estou dentro - Bucky responde e Steve sorri para o velho amigo

—É isso aí, Bucky! Gostei de ouvir isso! Vamos que vai ser legal! - Steve o incentiva e estica o braço em direção ao amigo para dar leves tapinhas no ombro dele. Bucky sorri de volta para o amigo e Sam Natasha sorriam para os dois.

*******

Após algumas horas de voo a equipe finalmente chega em Chisinau, capital da Moldávia. Eram por volta do meio dia e por isso a cidade estava bem movimentada, o que faria com que os Vingadores tivessem que elaborar um plano de evacuação eficaz.

Para conseguirem percorrer um maior espaço em menos tempo e ajudar mais pessoas, eles se auto dividem em quatro equipes levando em conta as habilidades/poderes de cada um, elas sendo:

Steve, Natasha, Bucky e Sam; Scott e Hope; Tony, Bruce, Rhodes e Visão; Wanda, Thor e Carol.

A equipe do capitão, como os outros os chamavam, começam a orientar as pessoas que estavam aos arredores para que elas se dirigissem ao metrô, que de acordo com Natasha, por a Moldávia ser uma antiga república soviética, assim como Budapeste era, tinha o padrão russo de metrôs hiper profundos para proteger a população de possíveis ataques aéreos.

De início, as pessoas, principalmente as mais velhas, hesitam em obedecer a ordem devido a pobre compreensão do inglês, e para resolver o problema, Natasha começa a falar em russo que era um idioma que a população era familiarizada.

—это вопрос предосторожности и защиты. не надо паниковать, мы просто убедительно просим вас пройти в метро (É uma questão de precaução e proteção. Não precisam entrar em pânico, apenas pedimos encarecidamente que se dirijam ao metrô) - Natasha pede usando um tom de voz bem tranquilo justamente para que as pessoas ficassem tranquilas

—что происходит? (O que está havendo?) - uma idosa pergunta à Natasha. Ela aparentava ter uns 70 anos e segurava um cachorrinho vira-lata de pequeno porte e de pelagem preta nos braços e usava roupas muito típicas da época soviética, e ainda usava um lenço cinza na cabeça, um costume dessa região

—Я буду честен, потому что я не люблю бездельничать. eсть злой робот, который много лет назад пытался уничтожить человечество, и он ничего хорошего не замышляет, но у нас все под контролем (vou ser sincera porque não gosto de enrrolação. Há um robô do mal que anos atrás tentou acabar com a humanidade e que está aprontando, mas temos tudo sobre controle) - Natasha responde e a idosa arregala os olhos

—Natasha! - Bucky a repreende, olhando para ela incrédulo com a sinceridade dela naquele momento. Natasha dá de ombros e fica quieta. Em seguida, Bucky olha para a idosa e começa a falar - не о чем беспокоиться, мэм. у нас все под контролем, но мы просим вас, в качестве меры предосторожности и безопасности, пройти в метро (não há com que se preocupar, senhora. Nós temos tudo sob controle, mas pedimos que, por precaução e segurança, vocês se dirijam ao metrô)

Além de Natasha, Bucky era o único fluente em russo por ter passado tantos anos sendo o Soldado Invernal e ter sido “programado” por assim dizer para saber o idioma.

Sam e Steve não tinham muito o que fazer no momento. Nenhum dos dois falava ou entendia o russo. Ambos estavam parados a alguns passos para trás dos outros dois e apenas assistiam a cena.

Com a explicaçâo sobre o que estava havendo, as pessoas começaram a temer por suas vidas e a se dirigirem para o metrô.

—Melhor acompanharmos eles - Bucky propõe, voltando a falar inglês, e olha para Natasha e em seguida para Steve e para Sam

—Melhor mesmo - Steve responde em concordância e se aproxima, assim como Sam

Os quatro então escoltam o grupo de civis para garantir a segurança deles e decidem permanecer nos túneis do metrô com eles por alguns minutos caso precisassem defendê-los de algo ou até mesmo de Ultron.

Enquanto isso, em outro ponto da cidade, Wanda usava sua telepatia para controlar a mente das pessoas e fazê-las evacuarem os comércios e se dirigirem até os abrigos anti-bombas que ficavam espalhados por toda a capital.

Integrando a mesma equipe, Carol ajudava pessoas com problemas de locomoção e Thor acompanhava os demais até o abrigo para garantir a ingregridade dessas pessoas.

O quarteto formado por Tony, Bruce, Rhodes e Visão estava sobrevoando os arredores com suas armaduras e monitoravam um caminhão com um carregamento de armas biológicas que estava sendo transportado pelos sentinelas.

O plano de Ultron não era erguer uma cidade e usá-la como meteoro para destruir a humanidade como fez em Sokóvia. Agora Ultron planejava algo mais cruel: ele estaria utilizando de armas biológicas para acabar com a humanidade de um jeito lento e doloroso.

Nesse carregamento que eles tinham que proteger a todo custo, havia um vírus poderosamente letal, parecido com o da varíola, mas muito mais forte e letal capaz de se espalhar pelo mundo em questão de dias e de ceifar a vida de milhões caso fosse exposto ao ambiente.

Quando é lhes dada a oportunidade, Tony e Rhodes descem e abordam os sentinelas, que são jogados para fora do caminhão. Bruce e Visão descem e então os despedaçam e destróem seus componentes e fios, “matando-os”.

Como eram apenas quatro, logo eles terminam e tomam o controle do caminhão, o levando para um lugar seguro.

—ELE acabou de chegar, pessoal. Eu e a Hope vamos precisar de reforço - através do ponto eletrônica que permitia a comunicação entre cada membro da equipe, Scott anúncia a chegada de Ultron. Ele e Hope cuidavam do Quinjet e esperavam pela equipe de Tony para colocarem as armas na nave.

—Obrigada por nos avisar. Estamos indo para aí, Scott! - Steve responde e posiciona seu escudo em suas costas, já que, até então, ele estivera segurando-o no braço

—Estava demorando - Natasha pensa alto e começa a ativar seus bastões e seus braceletes de choque, que se acendem numa luz azul

—Esperem! Não acham que alguém deveria ficar cuidando da segurança dessas pessoas? - Sam questiona e Steve e Natasha olham ele

—Podem ir que nós ficamos com eles - Rhodes responde ao adentrar o metrô juntamente de Tony

—O que fazem aqui? E as seringas? - Steve pergunta, surpreso ao vê-los

—Despedaçamo os transportadores e agora Bruce e Visão estão mantendo-as em segurança até levarmos a carga para o Quinjet - Tony responde e eles assentem

—Rapazes, temos um robô do mal para derrotarmos - Natasha reforça

—Vamos! Eu vou adorar despedaçar um robô - Bucky responde brincando e ergue seu braço de metal, abrindo e fechando os dedos

—E eu vou adorar deferir alguns chutes e truques de artes marciais que eu sei - Natasha entra na brincadeia e todos riem.

Em seguida, o quarteto anda até a escada rolante e sobe nela rumo ao encontro com Ultron.

Andando pelas ruas agora desertas de Chisinau, Sam e Bucky iam na frente e Natasha e Steve um pouco atrás deles.

—Não faça isso! - Natasha fala toda desesperada ao perceber através de sua visão periféria que Steve ia pegar na mão dela enquanto eles andavam pelas ruas de Chisinau, que agora estavam desertas, e se dirigiam até o local onde Scott e Hope estavam

—Que foi? - Steve pergunta assustado com a reação e com o tom de voz dela

—Meus braceletes estão ligados. Se você tocar no meu braço ou pegar na minha mão, seja qual for, vai liberar uma descarga elétrica de moderada a alta e te deixar incapaz de se mover por alguns minutos. Não quero te machucar - Natasha responde e Steve recua um pouco, dando um passo para o lado, o que faz ela rir

—Tinha me esquecido desse detalhe. Pra mim virou algo tão natural pegar na sua mão enquanto caminhamos - ele responde e Natasha sorri para ele

—Digo o mesmo, mas infelizmente com esses braceletes ligados não vai rolar

—Já vi que não… - Steve brinca e ela ri

Quando o quarteto chega ao hospital universitário, Natasha pega seus bastões de choque que estavam em suas costas e corre em direção à Ultron, subindo nas costas dele e o atacando por trás, lhe direcionando uma descarga elétrica de alta tensão com seus bastões, o que o deixa paralizado por alguns segundos.

Aproveitando a deixa, Steve lança o escudo em direção à Ultron, mirando e acertando-o na cabeça, fazendo o andróide cambalear um pouco.

O escudo retorna para Steve, que o pega no ar e o lança novamente. Ele repete por várias vezes o movimento.

Bucky lutava corpo a corpo contra Ultron e, com seu braço de vibranium, parecia ser pário para o vilão em termos de força e resistência.

Sam tentava a todo custo procurar formas de desligar o andróide, seja rompendo algum fio, mas não tudo parecia estar internamente e por isso não seria tão fácil conseguir o feito.

Por vários minutos eles golpeiam Ultron, sem contar com as descargas elétricas que os bastões de Natasha descarregavam, mas Ultron não de deixava abater e revidava com golpes e socos fortes.

Natasha usava seus golpes de artes marciais, dando pontapés no peito de Ultron e golpes na cabeça e que até faziam o vilão cambalear, mas que não o detinham.

Diferentemente do que fora na época que provocou a queda da cidade de Sokóvia, Ultron estava enfraquecido, mas devido sua composição metálica, ainda sim era mais forte que os quatro juntos, fazendo com que a luta fosse desproporcional.

Os quatro já estavam visívelmente esgotados mas Ultron estava longe disso.

Até para um super soldado, um ex- soldado invernal, uma viúva negra e um militar da aeronaútica estava sendo dificil.

—Não dá mais, precisamos de reforço - Steve fala ofegante e visívelmente cansado depois de lutarem contra Ultron incessantemente por talvez uns vinte minutos e sem terem conseguido obter nenhum efeito positivo

—Vocês todos me subestimam - Ultron responde de modo irônico

—Cala a boca - Natasha responde e lhe direciona um pontapé no que seria o abdomen de Ultron. Talvez atingindo algum componente elétrico, um barulho de faísca é ouvido vindo de dentro do corpo metálico do vilão e faz as luzes dele piscarem.

Vendo que aquilo podia ser um sinal,

Natasha começa a deferir pontapés em Ultron, que se defendia com golpes, mas Natasha desviava de todos com sua sabedoria e agilidade.

—Acha mesmo que vai vencer? - com uma risada irônica, Natasha começa a provocá-lo

—Não apenas acho como tenho certeza. Vocês humanos são fracos e fácilmente derrotáveis - Ultron responde e avança nela, mas Natasha se desvencilha

—Se fosse você não cantaria vitória assim tão cedo… - Natasha continua provocando-o e então Bucky e Steve o atacam com força por trás. Sobrevoando rasante sobre ele, Sam começa a atirar em Ultron

—Vinhemos ajudá-los - fala Hope ao chegar acompanhada de Scott. Eles voltam ao seu tamanho normal e tiram seus capacetes

—O Quinjet… - Natasha ia falar mas é interompida

—Não se preocupe, ele está salvo - Hope fala sorrindo e levanta um chaveiro que continha o quinjet em tamanho miniatura

—O que está acontecendo? - pergunta Scott

—Lutando contra um maluco de metal - Bucky se sproxima deles, brincando, e Natasha, Scott e Hope riem

—Mas parece que o grandão está apanhando - Natasha comenta ao ver Steve e Sam lutando contra Ultron, que mais apanhava que batia. Bucky olha para onde eles e sorri também.

—Deixem comigo! Vou dar à ele o que ele merece - Scott fala e aumenta seu tamanho, chegando a surpreendentes seis metros, ficando maior que Ultron.

Scott e Ultron começam a lutar um contra o outro e Steve aproveita para cortar uma das mãos robóticas de Ultron usando seu escudo, assim danificando os sistemas internos do robô e o fazendo colapsar no chão, já bem fraco.

Bucky se aproxima deles e usa seu braço de vibranium para perfurar o peito de Ultron, criando um buraco no local e retorce o metal que havia por dentro, assim como Wanda fez anos antes dentro daquele ônibus em Sokóvia.

Curiosos, Sam, Hope e Natasha, que até então estavam mais afastados e assistiam a luta, se aproximam para ver o real estado que ele estava.

Inerte no chão, os sistemas de Ultron iam falhando progressivamente como acontece com uma pessoa que tem uma falência múltipla de órgãos.

—Ele morreu? Se é que um robô pode morrer - pergunta Sam, procurando qualquer sinal de “vida” no corpo de Ultron

—Não sei, mas acho que ele não volta a atacar - Bucky responde e se afasta do corpo inerte de Ultron em seguida

Natasha se afasta e olha para Steve em seguida. Ele estava alguns passos de distância dela, se recompondo, e tinha um corte pequeno no supercílio que sangrava. Ela põe seus bastões de choque nas costas e desliga seus braceletes antes de se aproximar de Steve.

—Você se machucou… - ela fala e, com cuidado para não machucá-lo, toca no corte dele com a ponta do dedo

—Isso não é nada - ele responde e coloca seu escudo nas costas antes de passar os braços ao redor da cintura dela

—Temos que limpar isso e fazer um curativo para que não infeccione - ela fala toda preocupada enquanto observava o corte. Em seguida, seus olhos verdes encontram com os azuis dele

—Nat, é tão superficial e insignificante. Não é para tanto, meu amor. Eu estou bem, exageradazinha. E a propósito, a senhorita também está com um machucado bem aqui e nós vamos tratar dele - ele responde brincando e toca com cuidado no pequeno corte que ela tinha no lábio inferior - dói?

—Eu nem tinha percebido até você falar

Steve sorri e deposita um beijo na testa de Natasha antes de passar os braços ao redor do corpo dela, a abraçando forte e, coloca uma mão na parte de trás da cabeça dela, massageando o couro cabeludo dela.

Natasha passa os braços ao redor da cintura de Steve e encosta a cabeça no peito dele com os olhos fechados, sentindo paz naquele abraço.

—Acho que vamos poder voltar para casa em breve - Steve sussurra ao pé do ouvido dela e beija os cabelos dela

—É tudo o que eu mais quero. Estou com saudades de cada centímetro do apartamento…

—Nosso apartamento - Steve a interrompe, corrigindo-a

—Ok, nosso apartamento. Eu acho que me apeguei à essa noção de ter um lugar para chamar de lar. O que nós estamos vivendo é o mais próximo que eu já tive de uma vida normal desde a missão de Ohio e você é o mais próximo que eu tenho de família, mesmo que sejamos nós dois

—Mas nós dois somos uma família e o nosso apartamento é o nosso lar. Se quando essa família crescer o espaço ficar pequeno, nós podemos encontrar outro lugar para ser nosso lar. Não foi você mesma que uma vez me disse que ficarmos juntos era mais importante do que como faríamos isso? - Steve responde e Natasha abre os olhos e ergue a cabeça para olhar para ele sorrindo

—É, eu disse…

—E eu vou mudar um pouco. Ficarmos juntos é mais importante do que onde e como faremos isso.

Ainda sorrindo, Natasha coloca as mãos no rosto de Steve e fica na ponta dos pés e toma a iniciativa para beijá-lo.

Steve esboça um sorriso contra os lábios dela e assim os dois permanecem até serem arrancados de sua bolha de amor.

A alguns metros deles, Hope e Scott também estavam imersos em seu próprio mundo, se beijando, quando são chamados

—Oh casais! - Sam chama os dois casais e todos os quatro se afastam assustados e olham para Sam - me desculpem por atrapalhar vocês, mas eu e o Bucky estamos indo ajudar os outros a carregar o Quinjet

—É só isso mesmo. Podem ficar se beijando aí, estamos saindo. Só não se esqueçam que ainda temos a missão de transportar essas seringas para um lugar seguro - Bucky fala brincando e Natasha e Steve ficam ainda mais envergonhados do que já estavam. Já Scott e Hope apenas assentem com zero vergonha.

—Nós vamos com vocês - Steve responde todo sem graça e coça a nuca nervoso

—Nós também - Hope também responde

—De noite a gente continua - Scott pensa alto e Hope dá uma cotovelada na barriga dele, fazendo ele colocar a mão no local. Os outros contém o riso e fingem que não haviam escutado.

—Que seja - Sam murmurra e começa a andar. Bucky ri e começa a andar também, seguido por Hope e Scott

—Vamos? - Steve pergunta à Natasha e ela assente. Ele então pega na mão dela, entrelaçando seus dedos com os dela e assim seguem os outros quatro, passando ao lado da carcaça de Ultron, que parecia mesmo estar “morto”

Ao chegarem no local onde o Quinjet estava estacionado, eles se deparam com uma cena um tanto inusitada: Wanda e Visão estavam se beijando, até aí tudo bem, mas nos braços dela estava um pequeno cachorrinho, um filhote que parecia ser da raça Jack Russel Terrier de pêlos longos mini ou uma mistura dela.

—O que está acontecendo? - Natasha pergunta e Wanda e Visão se afastam e olham na direção de onde o grupo liderado por Steve vinha

—Quem é o peludo? - curioso, Sam pergunta ao ver o pequeno cãozinho nos braços de Wanda

—A Wanda achou um cachorro de rua e ela e o Visão o adotaram - Thor conta

—Uau, vocês são rápidos - Natasha brinca com eles e Wanda e Visão riem

—Gente, e o Ultron? - pergunta Tony

—Está bem danificado mas não tenho idéia se "morreu". Visão, quer dar a última cartada igual da última vez? - Pergunta Steve sabendo que Visão era quase que o sucessor do robô

—Pode ser. Onde ele está?

—Nas proximidades do Hospital Universitário - Steve responde e Visão assente antes de ir, mas logo segura no braço dele

—Vizh...

—Vai ficar tudo bem - ele coloca as mãos no rosto dela - logo eu volto pra você, prometo - ele dá um selinho nela antes de vestir novamente sua armadura e se afasta do pessoal, indo ao encontro de Ultron

Notando que Wanda estava muito nervosa com a ideia de Visão estar indo ao encontro de Ultron, que fora o assassino de Pietro, Natasha solta a mão de Steve e anda até a amiga, a abraçando.

Wanda aceita o apoio e a abraça de volta ao mesmo tempo que segurava o pequeno cachorrinho nos braços. O animalzinho olha para Natasha e começa a farejá-la curioso. Natasha olha para o cachorrinho e acaricia a cabecinha dele.

—Olá pulguentinho. Você até que é bonitinho - ela brinca e o animalzinho lambe a mão dela. Tomada pela surpresa, Natasha fica sem reação, mas o deixa fazer isso.

Ela nunca havia tido um cachorrinho de estimação, muito menos tido muito contato com um, exceto pelo Border Collie que uma vizinha de Colombus, Ohio, tinha e com quem ela e Yelena podiam brincar quando moravam lá durante a missão.

Apesar de não saber como reagir às lambidas carinhosas do cachorrinho, Natasha estava achando fofo.

—Ele gostou de você, Nat - sorrindo, Wanda comenta e Natasha olha para ela sorrindo também

—Ele é bonitinho - Natasha responde e olha para o animalzinho, que olhava para ela - sabe que estou falando de você, né pulguentinho?

Surpreendentemente, o cãozinho late em resposta e faz Wanda e Natasha rirem.

A alguns passos de distância delas, Steve assistia Natasha brincar com o cachorrinho e sorria. Ele sabia bem que, mesmo que ela tentasse negar, estava adorando a presença daquele serzinho peludo.

O sorriso dela era sem igual. Natasha parecia estar feliz igual uma criança quando vê um animalzinho.

Ele podia passar horas e horas assistindo-a brincar com o cachorro mas então se lembra de que a missão ainda não havia terminado e que os Vingadores ainda tinham muita coisa que fazer.

—Gente, eu acho melhor começarmos a carregar esse arsenal de seringas para o Quinjet, levarmos tudo para um lugar seguro e decidirmos o que vamos fazer em relação ao Hayward - Steve propõe

—Concordo com você, Capitão, e digo mais. Precisaremos de um laboratório para inativar o virus, mas acredito que o laboratório da base dos Vingadores é suficiente - avisa Bruce e Steve assente

—Melhor começarmos o quanto antes. Tem muitas caixas e minha pergunta é, vão caber todas dentro do Quinjet? - Rhodes pergunta, apontando para as pilhas de caixas de papelão, onde estavam as doses e seringas

—Tenho fé que sim - Tony responde com as mãos na cintura e um olhar preocupado sobre as caixas - se não teremos que passar a noite de vigilia e pedir que Fury traga outro Quinjet

—Não acho que será necessário, mas definitivamente é um bom plano B - Steve responde

—Podemos diminuí-las - Scott propõe e tira de dentro de seu traje um dos discos de diminuição de escala

—Melhor não Scott. Não sabemos se encolhendo essas caixas, as doses que estão ai dentro serão rompidas. Elas são de vidro pelo que notamos quando tivemos acesso à elas - Bruce responde e Scott assente, guardando novamente o disco

Terminada a conversa, os rapazes começam a carregar o arsenal para o Quinjet, que agora estava do tamanho normal novamente.

Enquanto isso, as mulheres estavam a alguns metros deles. Natasha, Carol e Hope davam seu apoio à Wanda e estavam super apaixonadas pela fofura do cachorrinho, um macho que ainda não tinha nome mas que era extremamente dócil e gostava muito de distribuir “lambeijos” e parecia feliz pelo acolhimento e pela família que ele havia ganhado.

Wanda estava uma pilha de nervos. Ela rezava para que Visão voltasse o quanto antes são e salvo pois não aguentaria perdê-lo mais uma vez, mas por outro lado, aproveitava o momento com as amigas e estava empolgada com a nova adição da pequena família dela e de Visão.

Enquanto isso, Visão chega ao local onde lhe disseram que Ultron estaria e o encontra caído no chão, sem forças para se reerguer.

Ele se aproxima de seu antecessor e se agaixa diante dele.

—Hora hora... veio ver minha derrota, outra vez - Ultron fala num tom irônico

—Você teve o que mereceu - Visão responde num tom bastante ríspido, bem diferente da usual calmaria e bondade dele

—Você e aquela garota, Wanda, me traíram anos atrás, depois de tudo que eu fiz por vocês! Eu trouxe você à vida e dei à ela a confiança que ela precisava

—Você matou o irmão dela! Você acabou com a vida dela uma vez! - Visão começa a perder a paciência

—Patético - Ultron fala irônicamente e solta uma risada malígna - vocês se merecem. Dois traidores juntos, mas confesso que formam um belo casal.

—Cala a boca! E não fale mais assim da Wanda! Nunca mais! - com raiva, Visão enfia as mãos de sua armadura dentro do buraco no peito dele e arranca o dispositivo que o mantinha "vivo", o esmagando e fazendo Ultron apagar definitivamente por fim.

Ao finalizarem o carregamento das doses e seringas com o virús, que couberam em sua totalidade dentro do Quinjet, a equipe começa a embarcar no jato mas Wanda decide esperar por Visão e Natasha fica com ela.

Conforme os minutos se passavam e Visão não aparecia, o nervosismo de Wanda crescia e ela estava quase deixando o filhote com Natasha para ir até Visão, mas antes que ela de fato o fizesse, Visão surge no final da rua. Wanda corre até ele, que apenas abre os braços para recebê-la. Os dois se abraçam forte e Wanda o beija com pressa.

De longe, Natasha os assistia com um sorriso no rosto. Ela então decide dar privacidade ao casal e anda até o jato, entrando nele em seguida.

—Ela chegou - Bucky anúncia ao vê-la chegando

Steve, que estava sentado de costas para a entrada do jato, se vira para olhar para ela.

Ele, Bucky e Sam conversavam sobre a tal viagem para a Lousiana e estava tudo certo, faltando somente a opnião de Natasha para que comprassem as passagens quando chegassem em casa.

—Ei, meu amor. Onde está a Wanda? - Natasha escuta Steve perguntar e olha para ele

—Lá fora com o Visão. Eu que não ia ficar de vela para aqueles dois, ainda mais que eles adotaram um cachorro e estão sendo uma família feliz - ela responde e Steve, Bucky e Bucky riem com o jeito dela

—Vem, senta aqui - Steve a chama e estende um braço em direção à ela. Natasha se aproxima e senta ao lado dele e de frente para Bucky e para Sam.

—Sobre o que vocês estavam conversando? - ela pergunta curiosa e olha para os três

—Eu disse que ela era esperta - Sam brinca e Bucky ri

—Estavámos combinando as coisas da viagem. O que você acha de semana que vem? - Steve responde e passa o braço direito ao redor da cintura dela

—Por mim tudo bem - ela responde e encosta a cabeça no encosto para cabeça de seu assento

—Então pronto, Louisiana lá vamos nós - Sam brinca e os outros três riem

Wanda e Visão embarcam no jato e se acomodam com seu novo cãozinho logo atrás deles. Ela coloca o pequeno sobre suas pernas e ele se deita quietinho. Visão senta ao lado deles e passa o braço ao redor de Wanda.

—Wanda, Visão… - Sam os chama e o casal olha para ele - mais cedo nós quatro estavámos conversando sobre passarmos alguns dias na Lousiana, onde vive minha irmã e meus sobrinhos para espairecer um pouco, e gostaria que soubessem que estão convidadíssimos para virem conosco. Claro que se estiverem muito ocupados com os preparativos do casamento eu entederei, haverão oportunidades…

—Adoraríamos, mas e ele? - Wanda pergunta e aponta para o cãozinho em suas pernas

—Mas é claro que podem levá-lo! O convite se estende à ele também. Os meninos vão adorar o amiguinho para brincar e aposto que esse pequeno vai adorar ter bastante espaço para correr e gastar as energias - Sam responde sorrindo

—E quando vocês iriam? - Visão pergunta

—Semana que vem talvez. Ainda não compramos as passagens mas faremos assim que chegarmos em casa - Sam responde

—Nesse caso acho que aceitaremos o convite - Visão responde, sorrindo também

Após algumas horas, finalmente a equipe chega à base dos Vingadores em Nova Iorque.

Todos desembarcam e os rapazes começam a descarregar o Quinjet. Quando todas as caixas são retiradas do jato, Tony e Bruce as encaminham para o laboratório, onde, com a ajuda de Hope, outra mente brilhante, iriam começar a inativar o vírus.

Tony resolve não arriscar e apaga de vez todo e qualquer resquício de Ultron dos computadores, acabando com qualquer possibilidade de retorno para o Vilão, pois agora não existiam mais os dados dele e nem a matriz.

A família feliz de Wanda, Visão e o cachorro deles, como Natasha havia os apelidado, se retiram e vão para seu quarto após os petiscos caninos e alguns itens de primeira necessidade como vasilhas, ração e tapetes higiênicos que eles haviam pedido por delivery chegar.

Cansados, Steve e Natasha também se retiram para o deles em seguida.

—Finalmente paz - Natasha fala ao adentrar o quarto

—Estou exausto… - Steve comenta adentrando atrás dela e fecha a porta em seguida. Ele então deixa o escudo no canto ao lado da porta e começa a abaixar o zíper traseiro de seu traje para tirá-lo

—Também, mas antes de cair na cama eu preciso de um banho e estar bem cheirosinha - Natasha fala e começa a tirar todos os seus acessórios como braceletes, bastões e suas armas e os guarda em sua mochila

Steve sorri malicioso e se aproxima, passando os braços ao redor dela, a abraçando por trás.

—Aceita companhia? - ele sussurra ao pé do ouvido dela sedutoramente. Natasha morde o lábio inferior e com um sorriso safado se vira de frente para ele, deslizando para cima suas mãos pelos braços musculosos dele.

—Adoraria, capitão - ela responde igualmemente com uma voz sedutora, passando os braços ao redor do pescoço de Steve, que sorri e a beija

O beijo logo se torna intenso devido a saudade que sentiram um pelo outro. Mesmo juntos fisicamente, eles não se beijaram e mal haviam se tocado ao longo do dia e essa era a saudade deles.

Sem apartar seus lábios dos lábios macios e carnudos de Natasha, as mãos de Steve viajam pelo corpo escultural dela até chegar ao zíper e começa a abaixá-lo para abrir o traje dela.

Para não ficar em desvantagem, ela termina de abaixar o zíper do traje dele e começa a puxá-lo para tirá-lo. Logo Steve estava apenas de cueca box diante dela.

Em alguns poucos segundos, o traje de Natasha também estava no chão e ela não usava nada, a não ser uma lingerie preta.

Ainda se beijando, os dois caminham até o banheiro, onde rapidamente se desnudam por completo e, tomados pelo desejo, acabam por fazer amor pela primeira vez em dias, matando assim um pouco da saudade que sentiram pelo corpo do outro durante o banho.

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Algum tempo depois, eles já estavam deitados na cama e aconchegados nos braços um do outro por debaixo das cobertas.

Estavam totalmente nús pois assim quiseram passar a noite e Natasha tinha a cabeça encostada no peitoral de Steve.

Os braços fortes e musculosos dele a embalavam de forma protetora e ele ainda distribuía beijos pelo rosto dela, o que arrancava risadas dela.

—O que te cortou podia ter pego no seu olho… - Natasha sussurra e com a ponta dos dedos. toca com cuidado no corte que Steve tinha no supercilio, bem próximo ao olho. A preocupação que ela sentia estava bem evidente pelo tom de voz embargado dela. Steve odiava vê-la assim, aquilo o destruía.

—Amor, eu já te falei que isso não é nada demais. Não fique pensando nisso - ele pede e deposita um beijo na testa dela. Natasha fecha os olhos e sorri.

—Desculpa. É que eu sempre fui só e, exceto pela Yelena e até mesmo a Melina e o Alexei, nunca tive alguém importante com quem me preocupar. Agora eu tenho você e tenho medo de te perder…

Steve coloca uma mão no rosto dela ao mesmo tempo que continua com o outro braço a envolvendo.

—Você nunca vai me perder, meu amor. Nunca, ok? - ele promete, olhando nos olhos dela. Natasha assente e ele lhe dá um selinho - você sabe que eu te amo muito, não sabe?

—Você diz isso direto - ela responde sorrindo

—E eu vou continuar repetindo isso por todo o sempre, goste a senhorita ou não - ele brinca e a ataca com beijos no pescoço em seguida. Sentindo cócegas, Natasha começa a rir e encolhe os ombros - você é muito linda - ele sussurra ao pé do ouvido dela

—Você que é lindo e eu também te amo muito - ela responde sorrindo e, sorrindo também, Steve ergue a cabeça para olhar nos olhos verdes dela, que ele tanto amava. Natasha lhe dá uma piscadela, fazendo ele rir, e em seguida ele a beija