Uma semana depois…

A primeira semana do novo ano havia passado muito rápido, quase voando.

Nesse meio tempo, Natasha e Steve ajudaram Bucky com sua mudança para o Brooklyn, havendo inclusive um dia que os três começaram a pintar as paredes às nove horas da manhã e somente terminaram às oito da noite.

Mesmo tendo sido cansativo, foi algo que rendeu altas risadas, seja por se sujarem por completo de tinta ou pela bagunça que faziam.

Quando estavam à sós, Natasha e Steve aproveitavam o frio e a neve que caía em Nova Iorque para ficarem em casa e fazerem coisas que antes eles não faziam quando estavam na ativa como Vingadores.

Cozinhar juntos receitas retiradas da internet; assar biscoitos caseiros e depois confeitá-los; aninhar no sofá e trocar beijos enquanto assistem um filme; de noite fazerem amor e pela manhã Natasha ser surpreendida por Steve com um café da manhã na cama havia se tornado a nova rotina deles e era o que eles mais gostavam de fazer.

Era uma manhã de sábado, típica de inverno, um dia normal, igual aos demais. Ao acordar, Steve se depara com a vista mais linda do mundo, em sua opnião.

Natasha dormia profundamente com a cabeça encostada em seu peito nú e tinha os braços passados ao redor de seu abdomên. Seus cabelos ruivos com pontas ainda loiras caíam para o lado e contrastavam com os lençóis brancos.

Ela parecia um anjo, o mais lindo de todos, mas se Steve lhe dissesse isso, ela o mataria. Ele ri baixo com o pensamento e deposita um beijo na testa dela.

Sabendo que não dormiria mais, Steve decide deixar Natasha dormir mais um pouco e ir preparar o café da manhã, já prevendo que a namorada acordaria com fome, como sempre.

Ele então, com cuidado para não acordá-la, a tira de cima de seu peito e a deita ao seu lado, encostando a cabeça dela em seu travesseiro.

Em seguida, Steve se senta na cama e ajeita o cobertor, subindo o mesmo até a altura dos ombros de Natasha. Ao terminar, ele se debruça sobre ela, pondo as duas mãos uma de cada lado do corpo dela para se apoiar, e deposita um beijo na testa e outro nos lábios dela.

Ele então se levanta e pega do chão sua cueca box, a vestindo em seguida e sai do quarto, rumo à cozinha para preparar o café da manhã deles.

*****

Enquanto Steve fazia os waffles que Natasha gostava de comer de manhã, sobre o balcão da cozinha havia uma bandeja com algumas coisas prontas. Para beber, ele havia feito capuccino e haviam duas xícaras da bebida. Havia também um prato com torradas e duas molheiras, uma com manteiga de amendoim e outra com geléia de morango para comer com as torradas e com os waffles.

Assim que os waffles ficam prontos, Steve desliga a máquina de waffles e a tira da tomada. Em seguida, com um utensílio de cozinha, ele desgruda os waffles do fundo e os coloca um prato.

Ele coloca o prato na bandeja e anda até o interruptor para apagar as luzes da cozinha. Ele pega a bandeja pelas laterais da mesma e vai com cuidado para não derrubar para o quarto.

Ao adentrá-lo, Steve sorri ao ver que Natasha ainda dormia, virada de costas para a porta, e põe a bandeja encima do criado mudo. Steve sobe na cama em seguida e engatinha até Natasha, se debruçando sobre ela.

—Bom dia, meu amor - ele sussurra ao pé do ouvido do ouvido dela e em seguida deposita um beijo no pescoço dela

—Hmm… - Natasha resmunga, ainda de olhos fechados

—Hoje tem café da manhã na cama - Steve sussurra novamente

Ainda de olhos fechados, Natasha segura o lençól contra seu peito e se vira, ficando de barriga para cima, antes de finalmente abrir seus olhos e encontrar os olhos azuis de Steve sobre ela.

—Que sono - Steve brinca e Natasha apenas sorri de lado, ainda sonolenta

—Nós fomos dormir tarde, não sei como você consegue ter disposição para acordar cedo…

—É costume, eu acho, é quase automático

Natasha sorri de lado novamente e de espreguiça, esticando seus braços para trás, encostando na cabeceira da cama, e depois volta a segurar o lençól.

—Está com fome?

—Muita…

—Que novidade - Steve brinca rindo, fazendo Natasha rir também. Ele sai de cima dela e se senta ao lado - eu trouxe nosso café da manhã aqui na cama

Natasha olha para o lado, em direção à bandeja, e em seguida olha de novo para Steve, agora sorrindo.

—Que namorado mais eficiente - ela brinca

—Nossa, assim você faz parecer que a minha única função é ser seu mordomo ao invés de namorado - Steve brinca, fingindo estar ofendido

—É brincadeira! - Natasha tenta consertar e senta, segurando o lençól contra seu peito com uma mão e com a outra segura no antebraço de Steve - eu estou com você porque eu te amo e não apenas porque você me trata bem e cuida de mim

—Bom saber porque eu também te amo muito - Steve fala, colocando os braços ao redor da cintura dela, e a beija

Natasha sorri contra os lábios de Steve e passa os braços ao redor do pescoço dele. Ele sorri também e se deita por cima dela.

O beijo era apaixonado e ao mesmo tempo feroz. As mãos de Steve deslizavam pelas laterais de Natasha e as mãos dela acariciavam a nuca e o rosto dele.

Infelizmente, eles são forçados a se separar devido à falta de ar minutos depois.

—Melhor tomarmos o café se não o capuccino vai esfriar e os waffles vão ficar borrachudos - Steve fala, saindo de cima de Natasha, e se senta

—Fala de novo… - ela pede rindo

—O que? - Steve pergunta, pegando a bandeja, e a coloca encima da cama.

—Ouvir você falando “borrachudo” foi engraçado, fala de novo - Natasha pede novamente

—Borrachudo… - Steve repete rindo e ela ri também - vem tomar o café…

Natasha senta novamente e amarra o lençól envolta de seu peito, de modo que ele não caísse enquanto ela estivesse comendo. Em seguida Natasha corta um pedaço de waffle com as mãos e o coloca na boca.

—Quais são seus planos para hoje? - Steve pergunta, pegando sua xícara na mão direita, e pega uma torrada com a esquerda

—Já assistimos todos os filmes legais da Netflix, assim como já testamos todas as receitas fáceis da internet. Sinceramente, eu não sei mais o que fazer. Eu nunca pensei que diria isso, mas sinto falta de um pouco de ação na minha vida - Natasha responde, cortando outro pedaço de waffles com as mãos e em seguida passa um pouco de manteiga de amendoim nele antes de colocá-lo na boca

—Podíamos fazer algo novo…

—Tipo o que? - Natasha pergunta, olhando para ele enquanto mastigava

—Não sei, faz bastante tempo que nós dois não saímos para jantar à sós. Nós moramos em Nova Iorque, uma cidade com tanto lugar bom para irmos que chega a ser um disperdício

—Também acho…

—Eu pensei em talvez, não sei, se você quiser, de saírmos hoje à noite para jantar - Steve responde e beberica um pouco de seu capuccino em seguida

—Tipo um encontro? - ela pergunta, olhando para ele

—É, como um encontro. O que me diz?

—Eu adoraria - Natasha sorri para Steve e ele sorri para ela - Para onde você quer ir? - ela pergunta, pegando sua xícara, e em seguida beberica um pouco de seu capuccino

—Gosta de comida italiana?

—Gosto. Você sabe que eu como de tudo, menos essas comidas muito exóticas tipo rã ou insetos… sinto arrepio só de pensar - Natasha fala, olhando para seus braços. Ela tinha muito nojo de comer esse tipo de animais e realmente se arrepiada ao imaginá-los

—Quem diria, uma viúva negra com medo de um sapinho inofencivo e de insetos - Steve brinca e aperta o nariz dela, de leve

—Para! Não tem graça - Natasha fala, fingindo estar emburrada, e vira o rosto para que ele soltasse seu nariz

—Desculpa. Não foi minha intenção te chatear - Steve acredita que ela estava chateada e solta sua xícara, a colocando na bandeja, e coloca as mãos no rosto dela - Nat, eu não fiz por mal, não queria te chatear

—Eu não estou chateada - ela fala, agora olhando para ele - se acreditou, significa que sou uma ótima atriz

Steve ri e deposita um selinho nos lábios dela.

—O que acontece é que eu tenho nojo de inseto em geral, sei lá, não sei por onde eles andam, se picam, quais são as doenças que podem transmitir… - Natasha completa

—Pensando por esse lado, é realmente nojento. Mas agora voltando ao assunto anterior, se você quiser, nós podemos ir em algum restaurante de massas. Eu andei vendo que algumas semanas atrás abriu um restaurante de massas novo aqui no Brooklyn, perto daqui, podemos ir andando - Steve fala, se afastando dela, e volta a pegar sua xícara e também pega uma torrada

—Pode ser

—Então pronto. Hoje à noite estaremos de folga da cozinha

Natasha ri e Steve ri junto.

*****

Assim que eles terminam de comer, Steve leva a bandeja de volta para a cozinha e coloca tudo encima da bancada de granito. Em seguida ele pega uma pastilha da lava-louças e coloca no compartimento próprio da mesma para então colocar a louça suja dentro e ligá-la para iniciar o ciclo de lavagem.

Em seguida ele começa a limpar o reservatório da cafeteira e quando estava terminando, escuta a voz de Natasha vinda atrás dele:

—Isso que eu chamo de bumbum americano…

Ao escutar a voz dela, Steve ri e olha para ela, por cima de seu ombro.

Natasha havia tomado um banho assim que eles terminaram de tomar café da manhã e estava vestindo uma blusa básica de mangas compridas na cor cinza e uma calça jeans.

—Ficou animada depois de comer, é? - brinca e volta a olhar para a cafeteira, que estava em sua frente. Ele então passa um papel toalha úmido para tirar os resíduos de café que estavam grudados

—Comida sempre me anima - Natasha se defende e se aproxima, ficando na ponta dos pés atrás dele para saber o que ele fazia - está fazendo o que?

—Na verdade já terminei. Estava limpando o reservatório da cafeteira - ele responde, pegando o papel toalha, e o joga na lixeira de inox da cozinha

—Hmm… e agora você vai tomar um banho e se vestir, né? - ela brinca com os braços cruzados e rindo

Steve olha para baixo e percebe que ele ainda estava apenas de cueca.

—Bem pensado. Você se importaria se eu fosse tomar um banho?

Natasha ri.

—Vai lá, deixa que termino de arrumar a cozinha

—Ok, já volto - Steve rouba um selinho dela e vai para o quarto

Natasha fica com um sorriso bobo no rosto e coloca a mão direita em sua boca, tocando em seus lábios com os dedos polegar e o do meio.

Ela estava muito, mas muito ferrada por ter se apaixonado.

Natasha suspira e vira de frente para a bancada de granito da cozinha. Ela abre a porta da lava-louças, que já havia terminado o ciclo de lavagem, e começa a tirar a louça de dentro e a colocá-la em seus devidos lugares nos armários.

*****

Assim que a cozinha fica totalmente em ordem novamente, Natasha anda até o interruptor e apaga as luzes do ambiente. Em seguida ela anda até a sala e se joga no sofá, se deitando nele de barriga para cima.

Ela começa a procurar pelo controle remoto, mas logo se lembra que ele estava em cima da mesa de centro.

Com preguiça de ter que se levantar novamente, Natasha tenta alcançar o controle ainda deitada, ficando na beira do sofá e esticando o braço em direção ao móvel. Quando finalmente alcança e pega o aparelho, ela aponta o controle para a televisão e a liga.

Natasha vasculha os canais, que só passavam notícias sobre o tempo e sobre como aquele inverno estava sendo rigoroso.

Cansada da ladainha, Natasha troca de canal e para em um que passavam realities e fica assistindo um sobre mães barraqueiras e filhas bailarinas que ela já havia assistido algumas vezes e que adorava os barracos das mães.

—Cheguei - Steve fala ao adentrar na sala

Ao ouvir a voz do namorado, Natasha olha para ele e sorri.

Steve vestia uma blusa azul marinha de mangas compridas e uma calça jeans.

—Está assistindo o que? - pergunta, se aproximando. Natasha encolhe as pernas e Steve se senta. Ele pega as pernas dela e as coloca em seu colo

—É um reality sobre uma instrutora de dança maluca que fica gritando, fazendo as crianças chorarem e as mães fazerem barraco

—Você gosta de ver cada coisa - Steve brinca. Natasha ri e olha para a TV

—Não me olha assim, eu não tão má à ponto de gostar de ver as crianças chorando, o que eu gosto mesmo é de ver as mães armando barraco com a instrutora. Assiste pra ver se não é engraçado! E outra, eu faria a mesma coisa se fosse mãe e alguém gritasse com o meu filho ou filha - fala com os olhos fixados no programa

Steve estava olhando para a TV, tentando entender o enredo do reality, quando escuta Natasha dizer sobre o que ela faria se fosse mãe. Ele então olha para ela.

Percebendo o olhar de Steve sobre ela, Natasha olha para ele e tenta decifrar o que ele estava pensando com apenas o olhar.

—Que foi?

—Nada - Steve disfarça, não querendo entrar no assunto, afinal ele havia prometido à ela que não falaria mais sobre filhos e sobre as alternativas as quais eles poderiam recorrer para tê-los

—Eu sei que você está me escondendo algo, te conheço, Rogers - Natasha se senta e encolhe as pernas, ficando de perna de indio, virada de frente para Steve

—Te prometi no natal que não falaria mais sobre isso… - ele se limita a dizer somente isso

—Sobre filhos?

—Realmente é divertido ver mulheres adultas sendo mais infantis que as filhas - Steve tenta disfarçar, olhando para a TV, fazendo Natasha se irritar. Ela pega o controle e a desliga.

—Me escuta! - ela fala, colocando a mão no queixo de Steve, e o faz olhar para ela. Em seguida solta - Não é que eu não queira falar com a Princesa Shuri sobre a existência de uma cura para o meu problema. Eu vou conversar com ela, só não estou pronta para receber uma negativa. Se não der certo e eu realmente não puder engravidar, é claro que vou ficar triste, mas andei amadurecendo meu pensamento sobre a adoção e a barriga de aluguel e estou disposta à recorrer à essas alternativas se for preciso, só que por mais que eu queira ser mãe, independente de como, não quero ser agora. Não me sinto preparada ainda. Estou vivendo meu melhor momento, conquistando minhas coisas, meu espaço no mundo, pela primeira vez estou sendo eu mesma, a Natasha, e não a Viúva Negra, me entende? - ela pergunta e Steve assente. Ele sentia o mesmo que ela. Ele queria ser o Steve e não o Capitão América

—Eu gostaria de me planejar antes, eu sou nova, você também é, mas só na aparência falando porque em termos de biologia você teria idade para ser o bisavô da criança - Natasha continua, mas no meio, Steve não aguenta e começa a rir - é sério, Steve!

—Desculpe. É que foi engraçado ouvir você falando isso - ele fala, tentando conter a risada e Natasha ri também - Mas sim, eu concordo totalmente com tudo que você disse e saiba que no momento que você se sentir pronta, é só falar. Eu vou esperar o tempo que for, saiba disso

—Obrigada por me entender - ela agradece sorrindo

—Não tem que me agradecer. Essa é uma decisão a qual nós dois temos que decidir juntos e para ser sincero, tamh não me sinto preparado para ter um filho agora. Meu maior sonho era formar uma família, ter uma casa confortável, um bom emprego. O emprego eu tinha, mas faltava o resto. Tudo foi interrompido quando eu caí no gelo e quando fui descongelado, pensei que jamais teria uma família. Por isso, eu me dediquei 100% a servir o país como um bom soldado. Mas eu me apaixonei por você e o meu sonho reascendeu. Quando você disse que era estéril, não vou negar que fiquei triste, mas o meu amor por você é maior do que tudo. Eu prefiro não ter filhos do que ficar sem você e se não for para termos uma família juntos, eu não quero ter com mais ninguém, Nat - Steve fala, colocando as mãos no rosto dela e acaricia suas bochechas com os polegares

Emocionada e com os olhos marejados por causa das palavras dele, Natasha sorri.

—Mas assim como você, se for para termos filhos, não importa como faremos isso, eu também gostaria de esperar, ainda quero fazer muitas coisas antes

—Tipo o quê?

— Eu quero me casar com você, mas só se você quiser isso também. Eu quero viajar com você, aproveitar um pouco dessa nossa vida, só nós, aproveitar um pouco a paz - Steve fala e Natasha sorri

—Não, eu adoraria me casar com você algum dia - ela confessa, morrendo de vergonha

—Sério? - ele pergunta surpreso, sem esperar por aquilo, e ela assente

—Sério. Acho que nunca te contei isso, mas um pouco antes de te encontrar na Dinamarca, quando estive com a Yelena, minha irmã, nós estavámos em um bar bebendo uma cerveja e nós conversamos sobre família, sobre a vida em si e ela falou que quando alguém pergunta sobre a família dela, ela diz que tem uma irmã nos Estados Unidos que é professora de biologia e que é casada com um renovador de casas, com quem tem um filho pequeno

—No caso você

—Sim. Antes dessa nossa conversa, eu nunca havia sentido falta de algo que nunca tive

—Um marido e um filho?

—Uma família de verdade. Eu nunca tive uma

—E quem disse que você não pode ter uma viver essa vida que você disse? A única diferença é que você não teria um marido que trabalha renovando casas porque eu não levo o menor jeito para o ofício, embora ache interessante

Natasha ri. Steve sorri e deposita um selinho nos lábios dela.

—E eu não seria professora de biologia

—Tinha me esquecido desse detalhe. Desculpe, mas não te imagino sendo umap professora

Natasha ri.

—Nem eu. Tenho zero vocação para o magistério

Steve ri, assim como Natasha.

—Se você não fosse uma Vingadora, o que você acha que seria?

—Para falar a verdade nunca pensei sobre. Desde criança fui treinada para ser uma assassina então nunca houve a possibilidade de eu ter uma carreira profissional. Eu de verdade gosto do meu trabalho, gosto de ser uma espiã então acho que seria uma agente do FBI ou da S.H.I.E.L.D do mesmo jeito. E quando à você? O que faria se não fosse um vingador?

—Desde pequeno, eu sempre quis seguir na carreira militar. Nunca quis outra coisa então acho que ainda sim seria um capitão ou um coronel…

—Legal… Você falou que quer viajar. Para onde iria? - ela pergunta curiosa

—Ah não sei… tem muitos países que quero conhecer, como a Rússia, por exemplo. Eu nunca estive lá e adoraria conhecer o país onde a pessoa que eu mais amo no mundo nasceu, mas só se você quisesse ir e se sentisse confortável de estar lá

Enquanto prestava atenção, Natasha sorria por ouvir Steve dizer que ela era a pessoa que ele mais amava no mundo.

—Você precisaria de uma tradutora particular de russo. O alfabeto cirilico pode ser um pouco díficil para quem não o entende - Natasha brinca e dá uma piscadela, fazendo Steve rir - Mas falando sério, adoraria te levar para conhecer a Rússia, meu país que eu tanto amo e quem sabe te apresentar minha familia adotiva, mas só se você quiser. Eu sei que soa meio assustador

—Está brincando, Nat? Eu adoraria conhecer as pessoas que fizeram o incrivel trabalho de criar a mulher mais incrivel que eu conheço

Natasha sorri envergonhada. Será que Steve não se cansaria de deixá-la sem graça?

—O Alexei, meu pai adotivo, e a Yelena, minha irmã, são meio loucos, mas são legais. A Melina, minha mãe adotiva, também. Ela é um amor de pessoa. Eles te conhecem pela mídia e pela fama que você tem, mas como Capitão América e não como Steve. O Alexei é seu fã, à propósito. Eu acho que vocês se dariam bem

—Vejá só, conquistei o sogrão - Steve brinca e Natasha ri - onde eles vivem mesmo?

—São Petesburgo. Segunda maior cidade da Rússia depois de Moscou. Fica na parte européia, relativamente perto da fronteira com a Finlândia

—O que tem de legal para fazer lá?

—Tem museus, os antigos palácios dos Czares, parques, bons restaurantes… eu recomendaria ir no verão porque o inverno é muito rigoroso na Rússia. As temperaturas podem chegar aos 35º negativos e acho que você prefere passar calor do que arriscar congelar outra vez - Natasha brinca e Steve ri

—Concordo. Eu não posso me arriscar, não agora que tenho você - Steve responde rindo e Natasha sorri

—Me parece que acabamos de criar um roteiro para uma possível futura viagem - Natasha brinca e Steve ri

—Parece que sim - ele concorda, rindo

—Seria bem legal

—Seria… mas sabe o que seria melhor ainda?

—O que?

—Beijar você

—O que está esperando, Capitão? - Natasha fala com um sorriso sapeca e morde o lábio inferior

Steve sorri e tira as mãos do rosto de Natasha, deslizando-as pelas laterais do corpo dela, até chegar na cintura dela, e a coloca sentada em seu colo, com uma perna de cada lado da cintura dele.

Natasha sorri também e passa os braços ao redor do pescoço de Steve, acariciando a nuca dele.

—Te amo - Steve sussurra. Ele estava com o braço esquerdo ao redor da cintura de Natasha e a mão direita estava pousada sobre a bunda dela.

—Também te amo - Natasha responde, também sussurrando e dá um selinho nele - e o bom de eu ser estéril é que a gente pode aproveitar o quanto quisermos que não corremos o risco de termos uma surpresinha antes do tempo

Steve ri e a beija.

******

A noite já havia caído. O frio e a neve eram intensos em Nova Iorque, mas não impediam as pessoas de saírem de casa.

Por ser uma noite de sábado, as ruas estavam cheias de pessoas indo e vindo. Haviam centenas de opções de lazer disponíveis para o público como peças de teatro, cinemas, lojas e restaurantes.

Vestindo roupas de inverno, Natasha e Steve caminhavam abraçados pelas ruas do Brooklyn rumo ao restaurante onde jantariam naquela noite.

Ele tinha o braço ao redor da cintura dela, que também tinha o braço ao redor da dele.

—Está com frio? - Steve pergunta, a abraçando para aquecê-la

—Eu estou bem. Sou russa esqueceu? Sou acostumada com o frio

Steve ri e beija a testa dela.

—Já estamos chegando. O restaurante fica no próximo quarteirão

Natasha assente e eles continuam andando.

Ao chegarem no restaurante, Steve tira o braço da cintura de Natasha e puxa a maçaneta da porta de vidro.

—Primeiro as damas - ele fala, fazendo menção para ela entrar primeiro

Natasha ri e, sabendo que Steve não cederia, ela entra primeiro e ele entra logo atrás dela, fechando a porta em seguida.

O restaurante, recém inaugurado, estava cheio, mas ainda sim haviam mesas vazias.

Eles andam até uma mesa localizada mais ao fundo e se sentam de frente um para o outro.

—A graça daqui, pelo que ouvi dizer, é que os pedidos são feitos por ipads e quando eles ficam prontos, aparece o número no balcão e nós buscamos - Steve comenta, mexendo no aparelho que ficava preso na mesa

—Olha só você. Quem te viu quem te vê, Rogers - Natasha brinca enquanto tirava seu casaco sobretudo preto

—Porque diz isso?

—Quando te conheci você nem sabia o que era um celular e agora sabe o que é um ipad - ela responde, pendurando o casaco no encosto de sua cadeira

Steve ri.

—Depois desses anos todos vivendo nesse século, eu aprendi sobre essas tecnologias. Queria que eu fosse o quê? Um ignorante? - ele brinca e ela ri

—Eu acho legal ver o quanto você evoluiu

—Você me ajudou em uma grande parte dela

Natasha sorri e ele sorri de volta para ela.

—Vamos pedir?

—Até que fim. Estou morrendo de fome

Steve ri e vira o gancho que prendia o ipad na mesa de frente para Natasha, para que ela pudesse ver as opções e escolhesse o que iria querer.

Deslizando pelas dezenas de opções de molhos e de massas, finalmente eles realizam seus pedidos. Natasha pede um fetuccini com molho quatro queijos e pedaços de bacon enquanto que Steve pede um penne ao molho bolonhesa e queijo ralado. Para beber, pedem uma jarra de suco de laranja pois não estavam afim de consumir álcool naquela noite.

Ao terminarem, Steve seleciona o método de pagamento e clica em finalizar o pedido.

—Agora é só aguardarmos um pouco - ele fala e Natasha assente - eu já te disse hoje o quanto você é linda?

—Você sempre diz mas eu adoro ouvir - ela responde sorrindo

—Você é muito linda, Nat - ele fala e o sorriso dela cresce - porque você sentou aí? Vem sentar aqui - ele fala, puxando a cadeira ao lado dele para trás

Natasha sorri e se levanta. Ela pega seu casaco que estava no encosto da cadeira em que havia sentado e a encosta na mesa. Natasha dá a volta e senta na cadeira ao lado de Steve, colocando seu casaco pendurado no encosto desta em seguida.

—Pronto, estou aqui já que o senhor quer ficar grudado - ela brinca, se acomodando na cadeira, e cruza as pernas

Steve sorri e coloca o braço ao redor no encosto da cadeira, ao redor de Natasha.

—Eu só quero ter a minha namorada perto de mim, nada demais - Steve se defende e ela olha para ele rindo - te amo

—Também te amo, senhor grudento

Steve ri e deposita um selinho nos lábios dela.

Alguns minutos depois o número do pedido deles aparece no balcão e Steve levanta para pagá-lo enquanto Natasha fica na mesa.

Instantes depois ele volta segurando uma bandeja nas mãos e a coloca em cima da mesa antes de se sentar ao lado dela.

Steve pega o prato de Natasha e o coloca em frente à ela. Em seguida ele lhe dá os talheres dela e pega seu prato e talheres, os colocando em sua frente. Eles então começam a comer.

—Gostou da comida? Está aprovada? - ele pergunta ao ver Natasha dando a primeira garfada

—Muito! Podemos vir mais vezes? - ela responde ao terminar de mastigar

Steve ri.

—Claro que podemos

Natasha sorri. Steve sorri de volta e deposita um beijo na testa dela antes de voltarem a comer.

******

Duas horas mais tarde, Natasha e Steve estavam em casa novamente.

Após um banho para se aquecerem, eles vestem seus pijamas e vão para a sala.

Steve vestia uma camisa branca lisa de mangas compridas, uma calça de algodão azul e nos pés calçava um par de meias brancas. Já Natasha vestia uma calça cinza de algodão e uma blusa lisa de manga curta na cor vinho.

—Vou fazer chocolate quente. Vai querer também? - Natasha pergunta, passando reto, em direção à cozinha, e ascende as luzes do ambiente antes de entrar nele

—Vou sim, por favor - Steve responde, se sentando no sofá. Ele pega o controle remoto, que estava sobre a mesa de centro, e aponta para a TV, a ligando em seguida - quer assistir um filme, Nat?

—Pode ser, escolhe um legal… - ela responde, pegando o chocolate em pó e o creme de leite no armário

—Ok…

Steve coloca no netflix, cuja conta pertencia à Natasha, já que ele não tinha o costume de assinar nada, e procura por um filme do catálogo.

Mais alguns minutos se passam e Natasha se aproxima, com duas xícaras fumegantes de chocolate quente nas mãos, oferecendo uma à Steve, que a pega com cuidado.

—O que vamos assistir? - ela pergunta, se sentando ao lado dele, e coloca sua xícara sobre a mesa de centro enquanto sua bebida não esfriava um pouco

—Já assistiu “O livro de Henry”?

—Já ouvi falar uma coisa ou outra, mas nunca assisti - ela responde, colocando os pés encima do sofá

—Quer assistir?

—É sobre o quê, exatamente?

—Uma mãe solteira que tem dois filhos pequenos e uma amiga do mais velho, que também é vizinha deles sofre abusos do padrasto. Eles montam um plano para salvá-la. Se achar muito pesado, podemos procurar outro… - ele assegura, com medo que o filme pudesse ser um gatilho para possíveis traumas que Natasha pudesse ter

—Não, que isso, dá o play

—Ok… vou só apagar as luzes da sala - Steve fala, se levantando. Ele deixa sua xícara de chocolate sobre a mesa de centro, e anda até o interruptor. Ele apaga a luz e se senta novamente no sofá, abraçando Natasha em seguida.

Natasha encosta a cabeça no peito de Steve e passa os braços ao redor da cintura dele.

Steve sorri e dá o play. Enquanto o filme se iniciava, ele passa os braços ao redor do corpo escultural de Natasha e deposita um beijo no topo da cabeça dela, fazendo-a sorrir, se sentindo amada e protegida nos braços dele.

*****

Quando o filme termina, pouco mais de uma hora depois, Steve olha para baixo e sorri ao notar que Natasha havia adormecido em seus braços.

Steve deposita um beijo na testa de Natasha e, com cuidado para não acordá-la, passa um braço por trás dos joelhos dela e o outro braço ao redor das costas dela antes de se levantar com ela nos braços.

Ele anda, carregando-a em estilo noiva, até o quarto deles e por sorte a porta estava aberta. Sem acender a luz e guiando-se pela lembrança da disposição dos móveis, Steve entra no quarto com Natasha nos braços e dá a volta a cama. Ele a deita do lado direito, lado que ela era acostumada a dormir, e a cobre com o cobertor até a altura dos ombros.

Steve deposita um beijo na testa dela e se afasta. Ele sai do quarto e vai para a sala, onde pega as xícaras de chocolate quente, agora vazias, que estavam a mesa de centro, e as leva para a pia da cozinha para lavá-las de manhã.

Em seguida, Steve anda até a sala e pega o controle remoto, desligando a televisão. Ele então vai para o quarto e com cuidado para não acordar Natasha, se deita na cama, ao lado dela.

Ele puxa o cobertor para se cobrir e passa os braços ao redor de Natasha. Instintivamente em seu sono, ela se mexe, virando de frente para Steve e encosta a cabeça no peito dele e passa os braços ao redor da cintura dele, do mesmo jeito que eles haviam estado no sofá.

Steve sorri e beija o topo da cabeça dela.

—Boa noite, meu amor - ele sussurra baixo e fecha os olhos, com um sorriso bobo no rosto por estar ao lado da mulher que ele tanto amava