Anteriormente em Uma nova chance...

Tsuna estava no telhado quando seu irmão aparece e começa a bater nele. Hibari que estava tentando tirar um cochilo vê a cena e resolvi agir.

Hibari ajuda Tsuna e o manda para a enfermaria. Hiroshi consegue escapar.

“Hibari-san com certeza é uma boa pessoa”. E com essa frase Tsuna saiu, antes que alguma tonfa viesse voando em direção a sua cabeça, indo em direção à enfermaria.

‘Sawada Tsunayoshi – pensou ele – que herbívoro estranho. ’

Fechando a porta atrás de si, Hibari seguiu seu caminho, sentindo um leve formigamento em seu peito.

Agora....

Tsuna demorou um pouco para chegar à enfermaria. Ele estava mancando e favorecendo um lado de seu corpo mais que o outro. Suas feridas anteriores voltaram a incomodar. Sinceramente nem ele sabia como estava aguentando.

Ele bateu na porta, no entanto não houve resposta. Então, pedindo licença para ninguém em particular, ele abriu e viu que a enfermaria estava vazia. A enfermeira Nora provavelmente ainda estava almoçando. Por falar em almoço ele ainda não havia comido nada. Não que Tsuna não estivesse acostumado com isso, mas ele estava com muito dor para sentir fome agora. Deixando esses pensamentos de lado, Tsuna resolveu se concentrar em tratar seus ferimentos. Ele foi até os armários onde haviam os desinfetantes, algodão e todos os outros materiais que ele iria precisar. Ele já conhecia a enfermaria como a palma de sua mão. Pegando tudo se dirigiu até uma das camas, onde se sentou e depositou os produtos ao seu lado.

Ele começou retirando sua camisa, com um pouco de dificuldade, pois suas costelas doíam. Ele viu que o hematoma roxo em seu estomago do dia anterior ainda estava lá, junto com alguns cortes e arranhões novos e outro hematoma na região de suas costelas esquerdas. Tsuna limpou os cortes e passou um creme cicatrizante e também uma pomada para contusões nos hematomas, em seguida pegou um rolo de faixa e começou a enfaixar firmemente seu torso. Depois ele tratou um esfolado em seu cotovelo e joelho, ele pegou um pouco de algodão e umedeceu com desinfetante aplicando em cima dos machucados. Tsuna sibilou um pouco quando o desinfetante entrou em contato com suas feridas. Inferno, ele nunca iria se acostumar com como aquilo ardia. Novamente passando creme cicatrizante, ele enfaixou o cotovelo e o joelho.

Ele colocou sua camisa de volta e se olhou no espelho. Sua bochecha esquerda estava um pouco inchada por causa do soco e ele também precisava trocar o curativo da bochecha direita, que ele fez rapidamente. Agora ele precisava de gelo. Havia um frigobar ao lado do armário, ele foi até lá e pegou uma bolsa de gelo aplicando em seguida. A sensação do frio em contado com sua pele era maravilhosa. Ele segurou contra sua bochecha por alguns minutos até o inchaço diminuir, restando apenas uma vermelhidão no local.

Guardando tudo o que ele tinha utilizado em seu devido lugar, ele estava prestes a sair quando a enfermeira chegou. O sinal que anuncia o término do almoço já havia tocado e ele nem percebeu, muito concentrado na tarefa de se remendar.

“Sawada-san, você aqui de novo?” – perguntou a enfermeira Nora quando viu Tsuna.

Aparentemente Tsuna era um visitante frequente na enfermaria, tanto que até a enfermeira já o conhecia.

“S-sim. –respondeu ele.- A senhora vê, eu acabei me machucando de novo...”- falou o moreno com um sorriso de desculpas.

Tsuna estava meio sem jeito e um pouco desconfortável. A enfermeira tinha em torno de trinta anos, cabelos pretos e lisos amarrados em um rabo de cavalo alto. Usava uma blusa branca com babados e uma saia preta a cima dos joelhos. Por cima de suas roupas havia o jaleco branco, para que todos reconhecessem sua profissão. Ela era uma mulher de presença e autoridade.

“Você quer que eu dê uma olhada?”

“N- não há necessidade. – disse ele balançando as mãos. – E-eu já terminei e já estava de saída.”

“Entendo... mas o que aconteceu? Sua bochecha está vermelha a outra tem um curativo.”

Tsuna ficou nervoso com a pergunta. Os outros machucados estavam encobertos por suas roupas, no entanto seu rosto não tinha como encobrir. Ele começou a olhar em volta enquanto pensava em uma desculpa.

“E-eu arranhei m-meu rosto em c-casa... e t-tropecei e b-bati minha b-bochecha n-na c-carteira...”-seu coração queria saltar de seu peito. Ele não gostava de mentir, ainda mais para uma pessoa que sempre foi boa para ele, mas Tsuna não podia deixar Nora saber o que se passava com ele e os abusos, então ele estava nervoso que ela não iria acreditar na mentira que ele acabou de falar.

Nora olhou para ele por alguns segundos, como se estivesse tentando ler seus pensamentos. Até que ela suspirou.

“Você parece ter acordado com o pé esquerdo hoje Sawada. Você aplicou uma compressa gelada em cima da bochecha?”

“S-sim.”

“Bom. Então antes de sair eu vou lhe dar um passe para você poder voltar para sua sala.”

Tsuna agradeceu e foi pegar o passe. Ele se despediu da enfermeira e foi para sua classe.

O professor já estava lá, era aula de história japonesa com Nezu-sensei. Tsuna gemeu em desgosto. Aquele homem parecia lhe odiar do fundo de sua alma. Ele não perdia uma chance de humilhar o moreno na frente de toda a classe. Tsuna nunca entendeu o ‘por que’ de seu professor lhe odiar tanto, ele nunca fez nada de mal para ele, apenas nunca conseguiu entender a matéria e Nezu também fala mais de sua própria vida do que sobre a história do Japão.

“Atrasado de novo Dame-Tsuna?” –falou Nezu debochando do moreno petit.

Tsuna ficou sem jeito quando seus colegas começaram a rir dele. Ele foi até a mesa do professor e entregou o passe que a enfermeira havia lhe dado.

Nezu olhou com desgosto quando pegou o papel e falou:

“Parece que desta vez você conseguiu escapar da detenção Dame-Tsuna. Vá para seu lugar rápido, você atrapalhou a minha explicação.”

Tsuna acenou com a cabeça e estava indo para seu lugar, quando um menino, Mochida Kensuke, um dos valentões de Tsuna e capitão do clube de kendo, colocou o pé na frente, fazendo o moreno tropeçar.

Tsuna caiu de joelhos e usou suas mãos como apoio para não cair de cara no chão. A dor em seu joelho já machucado aumentou significativamente e suas costelas voltaram a doer, ao ponto de seus olhos se encherem de lágrimas. A classe começou a rir, fazendo Tsuna ainda mais constrangido. Ele ficou olhando para o chão se segurando para não chorar até que uma voz o fez olhar para cima.

“Você está bem? Pode se levantar?”

Era Yamamoto Takeshi, o capitão do clube de beisebol. Ele estava com uma mão estendida para Tsuna e um sorriso de desculpas em seu rosto.

Tsuna acenou com a cabeça e se levantou com a ajuda de Yamamoto. Vários alunos não gostaram dessa cena. Yamamoto era um ídolo e Dame-Tsuna era um ninguém que vez o craque do beisebol ter que lhe ajudar. Isso era imperdoável.

“O-obrigado Y-Yamamoto-san.” - agradeceu o moreno.

“Hahaha! Não precisa agradecer!”

“Ei vocês! – cortou Nezu-sensei – Voltem já para seus lugares!”

Os dois rapazes foram rapidamente se sentar. Yamamoto se sentava na fila ao lado da de Tsuna só que uma carteira mais a trás. Tsuna se sentava na fila da janela.

Depois disso Tsuna ficou olhando pela janela o resto da aula. Vendo o céu, totalmente distraído, perdendo os olhares de um certo craque do beisebol e um prateado de olhos verdes em sua direção.

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Depois de ter saído do telhado Hibari começou sua caçada.

Ele percorreu rapidamente todo o campus escolar, até que finalmente encontrou o Herbívoro irritante escondido atrás do ginásio.

Hibari sorriu.

Um sorriso sanguinário que prometia muita dor. Quando Hiroshi viu isso toda a cor de seu rosto desapareceu e ele começou a suar frio.

Sacando suas tonfas e falando seu infame bordão ‘Eu vou te morder até a morte herbívoro’, o presidente do comitê disciplinar avançou e começou a carnificina.

Gritos de dor e agonia foram ouvidos por toda a escola.

Quinze minutos mais tarde, quando Hibari achou que era o suficiente, ele limpou suas tonfas em rápido movimento sacudindo fora todas as gotas de sangue. Virando as costas ele seguiu seu caminho sem poupar um olhar para a forma de vida caída no chão, encolhida, cheia de cortes e contusões chorando e gemendo.

Hibari foi para a sala do comitê disciplinar. Sentou em sua poltrona e começou a cuidar da burocracia que estava sobre sua mesa.

Uma hora se passou e ele resolveu chamar Kusakabe.

“Kyo-san, o senhor chamou?”

“Hm. - grunhiu Hibari, o que significava um sim em seu vocabulário. – Você vai descobrir tudo o que conseguir sobre Sawada Tsunayoshi.”

Kusakabe ficou um pouco surpreso, não pela ordem, ele já estava acostumado a ser ordenado por seu chefe. No entanto, seele lembra bem Sawada Tsunayoshi era o irmão de Sawada Hiroshi que era um dos ídolos da escola por sua bela aparência. O garoto era quieto e mal falava então como ele conseguiu chamar a atenção do presidente do comitê disciplinar?

“Claro Kyo-san, mas se me permite perguntar, por que Sawada Tsunayoshi?”

Hibari olhou para ele e estreitou os olhos. Kusakabe vacilou um pouco e ia se desculpar quando a cotovia respondeu.

“Ele é um herbívoro coelho estranhamente interessante.”

Kusakabe arregalou os olhos. Isso não era bem a resposta que ele esperava. No entanto para Hibari Kyoya falar isso, era um feito incrível. Agora ele mesmo estava curioso para conhecer melhor Sawada Tsunyoshi.

“Agora vá e faça seu trabalho.”

Acenando com a cabeça, Kusakabe saiu rapidamente.

Hibari se levantou e foi até a mesa de centro onde havia uma garrafa térmica com chá. Ele pegou uma xícara que estava posta sobre a mesa e se serviu. Sentando no sofá de couro preto de três lugares, ele saboreou seu chá, relaxando aos poucos com o aroma que este exalava.

Um cochilo cairia bem agora.’- pensou ele

Terminando o chá ele depositou a xícara sobre a mesa. Deitando-se, Hibari usou o braço do sofá como um travesseiro, cruzando suas pernas e braços. Ele olhou algum tempo para o teto branco, em seguida fechou os olhos e seu último pensamento antes de cair no mundo dos sonhos foi um bonito herbívoro coelho sorrindo.

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O resto do dia foi normal para Tsuna. Ele recebeu um teste de Biologia onde ele havia falhado novamente e toda a classe riu dele quando o professor de inglês fez uma pergunta simples e ele acabou respondendo errado. O mesmo de sempre.

Quando o sinal de final das aulas tocou, Tsuna rapidamente arrumou suas coisas e saiu o mais rápido possível, mesmo mancando. Ele havia percebido os olhares que alguns fãs de Yamamoto estavam enviando para ele, então ele tinha que fugir. Hoje seu pai jantaria em casa e ele tem que fazer a comida e se o moreno não se apressasse não daria tempo e então haveriam consequências. E também tinha Hiroshi...

Tsuna congelou. Ele havia se esquecido, Hibari provavelmente deve ter batido em Hiroshi até seu irmão ter caído na inconsciência. Isso significa que seu irmão ficaria mais irritado que o normal, porém ele estaria muito machucado para bater em Tsuna hoje. Pelo menos era o que o moreno petit esperava. Então Hiroshi iria acumular todo o seu ódio e descontar em Tsuna quando estivesse melhor. Isso já havia acontecido antes, e não foi nada bom para Tsuna. Ele teria que evitar Hiroshi o máximo que pudesse. Agora ele tem que se apressar ou o jantar não vai ficar pronto à tempo.

Tsuna passou pelos portões da escola e foi rumo à sua casa, se é que ele pode chamar de ‘sua’, afinal ele não é considerado parte da família faz muito tempo.

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Dizer que Hiroshi estava furioso era um eufemismo.

Ele havia apanhado novamente de Hibari e tudo era culpa de seu irmão inútil. Mas Dame- Tsuna iria pagar.

“Só espere Dame-Tsuna. Você vai se arrepender de ter nascido.”

O loiro lutava para ficar de pé. Hibari havia lhe administrado uma surra e tanto. Em seguida ele começou a andar mancando até a enfermaria, onde pretendia ficar até as aulas terminarem já que ele não queria ir para sua classe todo quebrado. Seus colegas lhe fariam muitas perguntas e dizer que Hibari lhe bateu por causa de seu dame-irmão era muito humilhante.

Ele chegou na enfermaria e foi atendido por Nora que já estava acostumada a cuidar dos alunos que Hibari Kyoya mordia até a morte. Ela permitiu que Hiroshi ficasse descansando até as aulas acabarem.

Durante esse tempo o ódio de Hiroshi por Tsuna só aumentou, e ele começou a montar um plano em sua mente para fazer seu irmão sofrer muito. Ele ia adorar ver isso.

Hiroshi sorriu. Um sorriso diabólico e quando o sinal final tocou ele esperou a escola esvaziar um pouco e saiu da enfermaria rumo a sua casa. Ansioso para por seu plano em prática.

No próximo capítulo de Uma nova chance...

"Finalmente Gio! estou tentando ligar para a porcaria do seu numero a mais de três horas!"

Era hora de por o plano em prática.

Hiroshi sorriu maliciosamente.

"Mas que porra é essa você pirralho inútil!"

"Você vai aprender uma lição para nunca mais esquecer..."