Pelo que Amy me contou, foi realmente sinistro o que tiveram que enfrentar aqui em Londres. Sim, aqui em Londres. Amy não quer mais me deixar voltar para os Estados Unidos. Confesso que, no começo foi bem difícil me acostumar a viver aqui. Uma cidade cheia de poluição, onde a maioria das pessoas é formal demais pode ser muito monótona de vez em quando. A tonalidade cinzenta da atmosfera costumava me deixar enjoado. Acho que já estou aprendendo a formalidade daqui, dá pra perceber?

Mas agora eu já conheço diversos lugares legais, e pessoas legais também. Mas Amy tá adorando muito mais ficar aqui. Acho que ela vai casar com o Kabra logo, logo. Okay que é bastante estranho na nossa sociedade se casar aos dezessete, mas o que não é estranho na nossa família? Acho que ser Cahill já é ser estranho. Afinal, tem uma coisa que eu aprendi durante esse tempo quando estava participando da caça ás pistas: o que deixa uma pessoa mais madura, mais preparada para enfrentar os desafios de uma vida como a nossa, não é a idade, mas sim as experiências que essa pessoa viveu ao longo da sua vida.

E tem outra coisa que eu achei que nunca diria na minha vida: Até que é legal ter o Kabra como cunhado. Eu o perdoei daquelas coisas horríveis que ele fez com a gente anos atrás. Agora nada disso que passou importa, apenas o que será daqui pra frente.

E antes que eu esqueça, vou falar logo o que aconteceu em Boston. Conseguiram prender a assassina do senhor Thonpson. Ela não tinha mesmo pra onde fugir. Depois que conseguimos provar o assassinato, a polícia americana não saiu da cola dela. (Poxa, to falando igual o Jonah agora).

E quanto aos Roseinbloon, eles voltaram a morar com o pai deles. Quase todos os dias eu mando mensagens pro Átticus contando as coisas legais que tem aqui. Ele é um bom amigo, não quero perder o contato com ele. Quanto ao Jake, ele foi o que saiu menos satisfeito com a nossa decisão de morar em Londres. Todo mundo já sabia que ele era apaixonado por Amy, e agora ele vai ter que aturar o namoro dela com o Kabra. Por isso que eu não quero me apaixonar tão cedo. Se bem que, no caso de jake, acho que ele devia pensar que a vida é bola pra frente... Mas enfim, acho melhor eu parar de falar fofocas.

E os Starling estão bem novamente. Ned se recuperou do ataque, ele só precisa descansar um pouco mais. Já voltou pra casa e com Sinead cuidando dele feito babá, logo, logo ele estará pronto pra mais uma aventura. Sim, acho difícil que os problemas estejam acabando por aqui, mas por enquanto vamos aproveitar esse período de paz! Espero escrever mais em breve!

Ass: Dan Cahill

* * *


A verdade foi que eu realmente decidi morar aqui na mansão Kabra, e não me arrependo por essa decisão. Daqui, posso através da internet continuar a liderar os Cahill do mundo inteiro. Se bem que por enquanto, nenhum outro problema apareceu, e eu espero que não apareça tão cedo. Só foi difícil convencer Dan a ficar aqui. Ele não queria abandonar a vida que ele tinha em Boston. Mas se bem que, de uns dias pra cá, comecei a perceber que ele tá gostando daqui. Londres é uma cidade bastante interessante, e eu tenho certeza que Dan já percebeu isso.

Ian também está muito feliz comigo aqui. (Ele até já me disse que quer se casar comigo, mas eu ainda não disse nada disso pro meu irmão. Não sei como ele vai reagir quanto a isso). A verdade é que Ian estava muito solitário antes de Bickcerduff me chamar pra vir á Londres. Ah, e falando em Bickerduf, tenho que dizer que ele ainda está no hospital e tenta se recuperar do tiro. Ele ainda está em coma. Acontece que, devido ao local que a bala atingiu e levando em consideração a idade avançada dele, é bem difícil que ele saia dessa. Os médicos já não nos dão tantas esperanças, mas mesmo assim estamos todos torcendo.

De qualquer forma, tudo está correndo da melhor forma possível por aqui. Ontem, enquanto Ian e eu estávamos no jardim, um carteiro passou e chamou a nossa atenção. Ian recebeu uma carta do tribunal da justiça inglesa, que trazia a sentença jurídica de Vikram.


Ficamos sabendo então que caiu verdadeiramente a máscara de Vikram Kabra, um dos mais famosos empresários de Londres. Além das tentativas de assassinatos e das mortes que ocorreram em Londres e Nos EUA, Vikram também foi condenado por tortura e corrupção. Todos os documentos de ações falsificadas e outras falcatruas realizadas por ele foram ao conhecimento dos juízes. Vikram perdeu qualquer direito que tinha sobre a empresa, e Ian, que já tem completado os dezoito anos, assumiu todo o controle de dirigente da empresa que agora é sua.

Essa é uma responsabilidade enorme pra um adolescente de dezoito anos, mas eu tenho certeza que Ian vai dar conta de tudo.

Hoje cedo, uma nova carta chegou pra Ian. Ficamos surpresos ao receber um atestado médico do presídio alegando que Vikram Kabra sofria de transtornos psiquiátricos. Quem diria? O poderoso Vikram Kabra, um dos maiores empresários da Europa, um louco! Olhei pra Ian e tentei ler sua expressão ao ver aquilo. Imaginei que ficasse indignado, mas seus lábios tremeram um pouco, como se ele se esforçasse para abrir um pequeno sorriso. E então ele disse:

– Pobre infeliz - Deu uma longa pausa até falar novamente e o que ele falou me deixou ainda mais surpresa do que a notícia de que Vikram Kabra estava louco:

– Sabe, Amy, eu perdoei o meu pai por aquelas coisas... você sabe, o que aconteceu naquele dia. – E eu sabia exatamente do que ele estava falando: do buraco, dos insultos, da água subindo cada vez mais, deixando-o quase morto – De que mais eu adiantaria guardar ódio dentro de mim? Uma pessoa louca precisa de tratamento. E eu espero que ele realmente receba esse tipo de tratamento na cadeia.

Ian estava certo. A insanidade deve ser entendida como uma doença, e assim como toda doença, ela precisa ser tratada. Vikram recebeu a pena da prisão perpétua, e agora passaria o resto dos seus dias em um lugar horrível. Nada mais justo que pelo menos ele seja tratado para que um dia reconheça realmente e se arrependa de tudo o que fez.

Então é isso, acho que vou encerrar toda essa narração por aqui mesmo. Eu desejaria escrever muito mais, mas tenho que sair com Ian. Pelo menos eu já falei o mais importante, que é que tudo terminou bem pra todos!

Opa, acho que para todos não, eu já ia esquecendo. Jake me ligou algumas vezes. Acho que ele não está feliz comigo aqui. Eu não sabia que ele fosse se abalar tanto, afinal, eu nunca deixei tão claro que realmente assumiria um compromisso sério com ele. Tentei explicar pra ele da melhor maneira possível o porquê de tudo ter acontecido dessa forma, mas ele não compreende. Até disse pra ele que a felicidade pode está mais próxima do que ele imagina. (Eu já sei que a Sinead gosta dele há muito tempo), então por que não tentar? Pra que se manter preso a pessoa que você sabe que não vai ser mais possível?

Bom, agora sim, acho que já falei demais... Nossa já passa das sete, Ian deve estar me esperando há um tempão! Beijos e até a próxima vez!

Ass: Amy Cahill

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.