Uma mutante com tourette

Uma mutante com tourette.



Morgie era uma menina normal, porém era diferente dos outros mutante. Ela era nova no instituto mas isso não fazia dela menos inexperiente dos outros. Ela tinha um beleza comum e um belo sorriso,que sempre animava seus poucos amigos.

– Bom dia, senhorita Munroe.- Ela sorriu entrando na sala de aula.

– Bom dia Morgana.-A mulher retribuiu o sorriso.

As horas pareciam séculos para Morgie. Ela estava com o lápis entre os dentes. Ela tremia a perna de ansiedade e fechava os olhos com força até que começou a fazer sons como gritar rapidamente e estalar a língua fazendo o som parecido de um esquilo.

– Morgie, você está bem?- Vampira era como uma irmã para Morgie desde que havia chegado ali e naquele momento ela se mostrava preocupada com a menina.

A menina não respondeu, apenas deu um olhar para a moça e ficou quieta. Morgie estava tentando ficar quieta e se segurar o quando to podia mas começou a mexer a cabeça e a soltar palavrões como "Porra" e "Caralho" com movimentos repetitivos e intensos como mexer a cabeça e pular.

Os alunos começaram a dar risada a menina. Ela tentou ignorá-los mas aquilo era impossível,Seus movimentos começaram a ficar mais intensos como cuspir e falar palavrões, até que ela não aguentou mais e saiu correndo da sala, sem olhar para atrás.

A garota estava sentada em um banco perto do jardim. Ela parecia estar chateada com algo.De repente, começou a pender a cabeça para atrás e gritar.

– Morgana?- Tempestade chamou a menina.

Ela se levantou e foi em sua direção.

– Sabe que não pode sair assim.- Tempestade olhou para a garota que olhou para o chão.

– Desculpa mas eu fico com vergonha quando eles dão risada.- Morgie suspirou.

Ambas entraram e logo Vampira veio de encontro com elas.

– Estávamos preocupados com você, está tudo bem?- Perguntou Vampira .

– Eu sei que é duro, mas não se preocupe, vai se dar bem aqui.- Disse tempestade com a mão em seu ombro.

– É, talvez.- Ela disse triste dando os ombros.

Tempestade a trouxe para mais perto.

– Então, qual foi a parte que você mais gostou daqui?- Perguntou tentando distraí-la.

– Provavelmente o estábulo, eu amo cavalos.- Ela sorriu.

Ele sorriu e ambos foram em direção aos quartos.

Durante a noite,Morgie estava deitada em sua cama, mas não conseguia dormir, então desceu as escadas e foi na cozinha.

– Olá...- Ela disse entrando no comodo e encontrando uma garota.

– Oi...- Ela sorriu.- Você é nova não é?- Perguntou a menina.

– Sim, cheguei hoje.- Ela respondeu.

Morgie fechou os olhos e puxou a beira da boca.

– Você está bem?- A menina perguntou.

– Tô, minha "Companhia" está agitada.- Ela respondeu dando os ombros.

– "Companhia"?- Indagou a garota sem entender.

– Sindrome de Tourette.- Ela respondeu.- Meu nome é Morgana , mas pode me chamar de Mogie - Se apresentou.

– Eu sou Kitty.- A menina respondeu.- O que essa sindrome faz em você? Desculpa a pergunta.- Kitty parecia curiosa.

– A Sindrome de Gilles de La Tourette ou apenas Tourette, é um transtorno neuroquimico que causa falas e movimentos involuntários...- Ela explicou.

– Nossa, você fala como se fosse a Jean.- Kitty comparou.

– Quando você convive com isso há 2 anos você se acostima com as linguagens técnicas.- Deu os ombros.

– E como você se sente com isso?Doí?- Perguntou.

– Eu sinto como se fosse um espirro forte que fica preso no peito, mas doi quando eu puxo o pescoço ou faço os outros movimentos.- Ela explicou.

Após algum tempo de conversa ambas foram dormir e na manhã seguinte Mogie tinha aula com Scott e ela estava apreensiva com isso pois sentia que ele não havia ido com sua cara.

Ela estava tremendo as pernas enquanto Scott explicava a lição.

– pode parar com isso por favor?- Perguntou Scott pacientemente.

Mogie parou e continuou sua lição, mas não demorou muito para que começasse a fazer sons com a garganta e latidos.

–Morgana ...- Chamou Scott já perdendo a paciencia.

Ela parou por cerca de dois minutos e depois continuou, fazendo a sala rir.

– Morgana!- Ele bateu na mesa.

–Des...- Ela sacudiu a cabeça.- Desculpa, eu não posso controlar.- Completou.

Scott a olhou de rabo de olho e voltou para a lição. Ela começou a latir e a chutar,fazendo a sala rir.

Após as aulas terminarem,já em seu quarto, Jean entrou no quarto onde a menina dividia com vampira e outras meninas e encontrou Morgie sentada em sua cama.

– Como você está?- Ela perguntou tentando conversar com a menina.

– Eu não estou tão bem o quanto gostaria.- A menina a olhou e em seguida olhou para o chão.

– O que você gostaria nesse momento?- Jean abaixou-se até ficar olho a olho com a garota.
– Quero que eles me olhem como se eu fosse normal ou pelo menos uma mutante e não uma doença.- Ela respondeu com um suspiro tristonho com um leve tom de suplica.

Jean sorriu levemente e colocou a mão direita no ombro da garota.

– Não se preocupe, tenho certeza que isso logo irá acontecer.- Deu outro sorriso e saiu do quarto.

A garota sorriu para ela e a observou saindo do quarto, ela não tinha certeza se aquilo seria verdade.

Após um tempo, Morgie saiu do quarto e foi para uma sala onde havia alguns instrumentos.

Ela se sentou em um sintetizador que estava um pouco distante e de frente para porta. Ela se sentou e começou a tocar.Morgie começou a tocar a música Fireflies( Owl City)e quando se deu por si estava cantando enquanto tocava, o que atraiu a atenção de alguém inesperado: Logan, que estava passando por ali e a viu.

Ele se encostou e começou a ouvi-la. Ele a conhecia por sair correndo da sala por conta de seus movimentos. Ela terminou de tocar e quando o notou ficou paralisada de vergonha.

– você não deveria estar dormindo?- Perguntou em um tom sério.

– você também, mas ambos estamos aqui.- Ela deu os ombros. Ele sorriu rapidamente.

– você não é aquela garota? Aquela que foge das aulas e que tem movimentos involuntários?- Ele a reconheceu fazendo-a corar.

– Me chamo Morgana e a minha companhia se chama Tourette.- Ela respondeu.

– Você não tem ela quando faz essas coisas,não é?- Ele reparou.

– Sim, eu acho que sou normal quando fico calma- Ela deu um risinho.

Ambos conversaram até tarde quando ele mantou ela para cama, prometendo não contar para ninguém sobre ambos estarem ali naquele hora da noite.

No dia seguinte os alunos foram chamados para uma reunião no auditório pois haveria uma apresentação do coral do Instituto. Mas Morgie parecia não estar muito animada para ir. Enquanto estava parada no corredor na frente do auditório, Xavier a notou.

– Olá Professor McCoy.- Ela sorriu pensativa.

– Olá Morgana, irá para a apresentação eu suponho.- Ele a olhou.

– Eu não sei, todo mundo vai me olhar e rir.- Ela disse incerta das reações.

– Por favor,eu garanto que você vai se surpreender.- Ele colocou a mão em seu ombro.

– Tudo bem,eu vou.- Respondeu Morgie.

Ela tomou coragem e foi para o auditório e logo que chegaram Morgie começou a ter tiques e todos ficaram olhando-a. Ela tentou sair mas Bobby a pegou pelo braço e a puxou para perto e a sentou entre ele e Vampira.

O Coral começou a apresentação e os tiques da garota começaram. Ela tentava se segurar mas era difícil.

– Acorda, acorda...- Ela gritava e se debatia.

Ela se segurou até o coral acabar e quando acabou e McCoy pegou o microfone.

– Vocês ouviram algum som estranho durante o coral?- Ele perguntou.

– Sim!- Todos responderam em coro.

– Esses sons vieram da aluna Morgan Prescott.- Todos a olharam, fazendo a ficar paralisada.- Pode vir até aqui,Morgana?- Chamou.

A garota exitou por um momento até que foi empurrada por Vampira e Bobby e foi em direção ao palco.

– Gosta de fazer sons e incomodar as pessoas, Morgana?- Ele perguntou colocando microfone na frente ela para que ela pudesse falar.
– Não, senhor.- Ela responde.

– Então o porque você faz?- Perguntou novamente.

– Porque eu tenho a síndrome de tourette.- Ela sacudiu a cabeça e fez fez um som estranho com a cabeça

– E o que é isso?- Ele continuou a perguntar.

– É um negócio no meu cérebro que me faz fazer esses movimentos.- Ela disse continuando a ter seus tiques.

– Mas pode controlá-los se pudesse,não é?- Ele perguntou olhando para ela.

– Não senhor, é uma doença.- Ela o olhou para o chão.

– Porque não se cura disso?- Ele disse olhando para o publico e novamente para ela.

– Não existe cura.- Ela parecia estar mais a vontade. Ela olhou para as pessoas e depois para ele- Eu gosto de fazer esses barulhos tanto quanto vocês gostam de ouvi-los, mas eles ficam piores quando fico estressada ou quando vocês não aceitam que eu não posso controlá-los. Mas quando eu me sinto aceita eles até melhoram.- Ela completou olhando para as pessoas,que pareciam estar começando a entender.

– E o que a gente pode fazer,e digo isso para todos da escola,no que podemos te ajudar, Morgana?-Perguntou pela ultima vez.
Ela ficou em silêncio por alguns segundos antes de responder.

– Eu só quero ser ceita como todo mundo.- Ela respondeu.

Todos ficaram por alguns segundos até ele soltar um “Foi muito bem ” e um “vá se sentar” para a garota, que deu-lhe um sorriso e seguiu seu lugar e foi quando todos ficaram de pé e começou a aplaudi-la.
Ela sorriu para a reação de todos e enquanto passava pelas cadeiras gritavam seu nome e sorriu para ela, o que a fazia se sentir aceita por todos. Poucas palavras, um pouco de educação e foi como abrir uma porta para um mundo novinho em folha. Ela finalmente era alguém normal.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.