O seu coração avança em uma batida mais rápida e os seus pés continuam deslizando sobre chão frio incapazes de parar. É uma sensação estranha. Você se arrisca em mais e mais movimentos, como quando se está no topo de arranha-céu, mas nada a impede de ir até o limite do concreto e você se senta na beirada. Você sabe que um mínimo movimento pode permitir a sua queda e, no entanto, você continua lá, olhando profundamente nos olhos verdes do risco que está correndo.

Não há nenhuma explicação para isso. É apenas a maneira como você se sente.

Uma mão sobe suavemente pelas suas costas e se firma sobre os seus ombros, enquanto outra segura a sua esquerda. Você balança o seu corpo com a melodia calma, acompanhando o outro, bem próximo do seu. É desajeitado, mas é alguma coisa para alguém que quase nunca dançou assim.

Ela sorri com a pouca distância entre os seus rostos e, então, você só quer sentir a queda. A respiração dela bate na sua pele, você sente os dedos finos que estavam entre os seus, subindo pelo seu braço até chegarem no seu pescoço e tem a impressão de que o perfume dela já é quase seu.

É, então, que não há mais música, não há nenhum outro som além da tempestade do seu coração. Os olhos verdes permanecem conectados nos seus e vão se fechando devagar à medida que estão cada vez mais perto. Um nariz raspa na sua bochecha e você se deixa cair. Você se sente livre no ar quando os lábios macios se movem junto com os seus. É a sua queda e você não quer que acabe nunca.

É quando você pensa que não se trata mais de uma queda, mas, sim, de flutuar por um momento. Flutuar quando a sua língua desliza com a dela e as suas mãos se enroscam nos fios escuros.

Ela se afasta repentinamente, porém. Você assiste à sua expressão culpada quando ela atende o celular que você nem ouviu tocando.

"É James." Ela diz para você.

E como em toda queda, você atinge o chão.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.