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Pan afastou o medo e adentrou no quarto, o local estava escuro, caminhou vagarosamente para não tropeçar em nada, mais a frente pode reconhecer a janela fechada pela grossa cortina verde escura, aproximou-se e abriu a cortina, fazendo a luz entrar no dormitório. Logo após fazer isso, ouviu alguns gemidos, provavelmente reclamando da luz que invadiu o recinto. Hesitou um pouco em se virar para olhar para dentro do quarto, mas não adiantava correr agora, estava ali e iria enfrentar o que estivesse lá. Aos poucos foi se virando e o que encontrou na cama a fez tremer, Trunks estava nu com duas mulheres na mesma situação, uma ruiva e outra loira, que estavam por cima dele e podia-se notar 5 camisinhas usadas jogadas no chão ao redor da cama, isso deixou a filha de Gohan ainda mais vermelha.

Incomodado com a luz que de repente invadiu o lugar, o homem de madeixas roxas, resolveu abrir devagar os olhos, pois podia sentir mais uma presença no quarto além dele e das mulheres, achou aquele Ki meio familiar, mas não era de ninguém da família dele, preferiu ver por si só quem era a pessoa que o incomodava. Ao se acostumar com a luz que feriu seus olhos no primeiro momento, pode ver a silhueta se aproximando dele. Imediatamente reconheceu que a pessoa ali presente, era Pan, isso o deixou extremamente envergonhado, rapidamente puxou o lençol se cobrindo, nesse ato rápido, derrubou as duas moças que estavam com ele no chão, fazendo com que elas acordassem desorientadas.

– Pan, o que está fazendo aqui? Como entrou aqui? – Questionou apavorado pelo flagra que a amiga lhe deu.

– A Bra me mandou aqui para lhe buscar para a reunião e entrei aqui porque ela me deu a chave – Respondeu encabulada.

– Eu vou esganar a Bra.. – Resmungou mal-humorado o meio sayadin.

A morena olhou fixamente para seu chefe por alguns segundos e cruzou os braços, quando de repente sua atenção foi desviada para a mulher loira que começava a se levantar e a praguejar.

– Droga! Precisava nos derrubar da cama desse modo? – Loreny silvou passando a mão na cabeça, ao mesmo tempo em que rodeava a cama para ajudar a ruiva a se levantar.

– Obrigada, amiga, estou tão dolorida, que acho que vai doer até para andar – Heriane caminhou meio sonsa sendo aparada pela amiga.

– Pelo menos poderia nos pedir desculpa, ao invés de ficar nos fuzilando com o olhar como se fôssemos nós que fizemos algo imperdoável – Provocou a loira.

– Saiam! Antes que eu coloque vocês duas para fora daqui a força – Estreitou os olhos o presidente da corporação cápsula, ao mesmo tempo em que pegava a carteira dentro da gaveta da cômoda que ficava ao lado direito da cama, retirando dela trezentos euros, para em seguida jogar em cima das moças.

– Nós não somos prostitutas, para você nos pagar.. – Irritou-se a loira.

– Não é dinheiro que todas vocês procuram? Quando dormem com caras como eu? Peguem e se mandem! – Rosnou enfurecido.

– Fique com o seu dinheiro senhor Briefs, pois nós não precisamos dele, a noite foi boa não posso negar. Isso já basta pra mim – A ruiva jogou o dinheiro na cama, e saiu a passos lentos do quarto.

– Sabe! Eu nunca imaginei que o boato que corresse pela noite fosse verdade, agora vejo pelos meus próprios olhos que você não presta – A garota de cabelos dourados gritou e saiu do quarto nua, a procura de suas roupas que estavam jogadas no corredor.

Pan presenciou toda aquela discussão muito chocada, não acreditando que Trunks pudesse ser tão frio e canalha. Então tudo fazia sentido agora, o que contavam nas boates e barzinhos era verdade, o homem na sua frente não era o mesmo que conheceu. Aquilo que ele fez com aquelas garotas foi tão horrível, que não tinha palavras para descrever. Virou-se de costas para ele e aproximou-se da janela, tava com vontade de sair correndo dali e esquecer principalmente a discussão degradante que observou na integra.

Ao perceber sua amiga de costas para ele, Trunks levantou-se da cama e colocou um calção que estava no chão e aproximou-se de Pan. Não sabia o que sentia, mas estava preocupado com tudo o que a morena presenciou ali, com certeza agora ela pensaria que ele era um cafajeste. Sua irmã iria pagar caro por ter feito ele passar essa vergonha na frente de sua melhor amiga. Porém admitia que também era culpado, por não conseguir se controlar e sempre agir friamente com as mulheres que levava para cama.

– Pan olhe para mim! – Tocou no ombro de sua assessora.

– Trunks, por favor... – Murmurou se virando para ele e o encarando.

– Promete que vai esquecer o que presenciou aqui? – Suplicou notando o olhar decepcionado dela.

– Vou tentar, mas não sei se vou conseguir – A jovem confessou olhando para o chão.

– Pan, por favor, não me abandone.. – Sussurrou o homem de cabelos roxos, abraçando a morena, que arregalou os olhos em surpresa pela atitude dele.

– Eu nunca vou te abandonar, eu prometo – Falou se soltando dele – Agora vá tomar banho e se lembre que temos uma reunião – Gesticulou se afastando do amigo, pois não gostou da sensação estranha que sentiu, quando foi abraçada.

– Está bem, em quinze minutos estarei lá embaixo – Declarou indo até o banheiro.

– Até depois – Pan replicou saindo do quarto e descendo as escadarias em rumo à sala de televisão, onde encontrou as duas moças terminando de se arrumar, elas a encararam por um breve momento.

– Ele é seu amigo? – Perguntou a loira, prendendo o cabelo.

– Sim! Por quê? – A filha de Gohan indagou.

– Porque eu não consigo acreditar que ele tenha você apenas como amiga, eu acho que algo deve impedir ele de usar você como faz com todas as outras mulheres – Comentou intrigada a moça de madeixas douradas.

– Nossas famílias são amigas.. – Respondeu se segurando para não perder a paciência.

– Então está explicado, mas no mínimo é curioso – Sussurrou a ruiva pegando a bolsa em cima do sofá.

– Já estão arrumadas? Se sim, dêem o fora, odeio responder interrogatório inútil – Silvou ríspida a neta de Goku.

– Ah! Como você é grossa garota, a gente já vai – Loreny retrucou ofendida e saiu do duplex a passos rápidos sendo seguida pela amiga, que bateu a porta com toda a força.

Pan bufou indignada com tamanha indiscrição daquelas mulheres vulgares, antes estava com pena delas, agora enraivecida concordava com o tratamento que Trunks deu pra elas. Tudo começava a ficar muito confuso, talvez a noite em casa conseguisse pensar melhor em toda a situação. Olhou para o relógio em cima da mesinha da sala constatando que já tinham se passado quinze minutos. Então pegou o celular na bolsa e ligou para a filha de Bulma.

– Bra, vamos demorar um pouquinho – Avisou séria a morena.

– Tudo bem, Pan, eu consegui remarcar a reunião para meio-dia.. – Comunicou a moça de cabelos azulados ao sentar no sofá de sua sala.

– Que bom, senão eu iria pensar que tudo o que sofri foi em vão – Confessou fechando os olhos.

– O que aconteceu? Conta logo! – Inquiriu curiosa a vice-presidente da corporação cápsula.

– Depois, agora preciso desligar – Anunciou desligando o celular e o colocando na bolsa.

Durante o banho Trunks praguejou várias vezes, se xingando por ter agido de forma impulsiva na frente de sua amiga. O que ela deveria estar pensando agora dele? Que provavelmente todos os boatos envolvendo ele, eram verdade e infelizmente de fato a grande maioria eram, suspirou derrotado, como deixou sua vida virar de cabeça para baixo? Maron realmente destruiu sua confiança nas mulheres, mesmo as que podiam ser sinceras. Ainda sentia-se machucado por dentro, talvez jamais voltasse a ser o mesmo. Desde que começou essa vida desregrada nunca mais viu seu filho, apenas sabia que ele estava bem, porque sua mãe de vez enquanto ligava para aquela golpista para saber como estava o menino.

Enxugou-se rapidamente, escovou os dentes e foi até o quarto, onde colocou seu terno cinza escuro e uma camisa bordo, calçou o sapato preto, se olhou no espelho, penteou os cabelos, pegou sua carteira e saiu do quarto, descendo ligeiramente as escadas, localizando a filha de Gohan na sala de televisão, o esperando.

– Então, vamos Pan? – Pediu o homem meio hesitante, temendo que ela não fosse com ele no mesmo carro.

– Vamos, mas só se eu for dirigindo – Respondeu a morena sorridente seguindo ele até o elevador.

– No seu carro ou no meu? – Concordou meio contrariado, pois não queria desagradar ainda mais a garota, ao mesmo tempo em que apertava o botão do elevador, que por coincidência ou não abriu as portas, fazendo o par adentrar.

– Você me deixaria dirigir a sua ferrari? – Perguntou empolgada bem próxima dele.

– Por que não? Se acontecer alguma coisa, compro outra.. – Falou o homem de cabelos roxos convencido.

– Mas tem um problema, deixei meu carro lá fora, esqueci de colocar na cápsula – Resmungou chorosa.

– Tudo bem, depois do trabalho você vem comigo e pega seu carro. O porteiro fica cuidando, não se preocupe – Assegurou o herdeiro da corporação cápsula, quando de repente a porta do elevador se abriu mostrando a entrada da garagem, que ficava no térreo, realmente aquele elevador era rápido pensou a morena admirada.

– Nossa Trunks! Quantos carros aqui são seus? – Notou quatro vagas com o nome de seu chefe, mas como a garagem era grande podia ter mais, concluiu rapidamente.

– Apenas cinco automóveis, o outro está bem lá no fundo – Apontou o dedo para uma área que ficava na penumbra.

– Impressionante! Eu só tenho dois, o mais caro foi meu avô Satan que deu – Comentou se aproximando da ferrari vermelha.

Trunks sacudiu a cabeça, demonstrando que estava prestando atenção em tudo o que ela dizia, para então abrir o carro e dar a chave para Pan dirigir, os olhos dela até brilharam quando ele fez isso, fato que não passou despercebido pelo o homem, que sorriu. Adentraram no veículo e foram em rumo a saída do prédio, para em seguida invadirem a rua.

Enquanto isso, na empresa da corporação cápsula, Bra falava séria com sua mãe ao telefone, seu rosto se contraiu várias vezes ao responder as perguntas da matriarca.

– Sim mãe, eu espero que a Pan ajude o Trunks.. – Confessou a moça de cabelos azuis olhando para a tela do computador.

– Eu não sei Bra! Eu acho esse seu plano muito arriscado... eles são somente amigos – Argumentou a mulher mais velha sentada no sofá da sala de televisão.

– Mamãe, um amor pode nascer de uma amizade – Replicou se levantando e olhando para fora da janela.

– Por favor, não force as coisas, só isso que lhe peço, detestaria ver os dois sofrendo.. – Suplicou irrequieta.

– Confie em mim! Eu sei o que estou fazendo e se caso não der certo algo, acho que consigo contornar a situação – Redargüiu esperançosa.

– Eu acho que você está arriscando muito, mas não custa tentar – Bulma admitiu receosa.

– Então até depois mãe e não comente nada com o papai – Despediu-se ao ver o carro do irmão se aproximando do prédio.

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Continua

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