Os remédios me derrubaram por umas boas 5 horas. Tempo suficiente pra que a noite chegasse e minha cabeça se desligasse um pouco. Quando me olhei no espelho vi que minhas olheiras estavam horríveis, e senti minha garganta arder.

Passei uma água no rosto e saí em direção ao elevador do prédio que, para minha sorte, estava vazio. Quando passei pela portaria pude sentir os olhares e os comentários do tipo: "O que ele fez o dia todo no apartamento?", mas os ignorei e saí. Como já era tarde da noite, não tinha quase ninguém nas ruas, exceto pelos suspeitos e assassinos.

Andando em direção a uma rua sem saída, pude ouvir gritos. Gritos de uma garota agoniada. Corri em direção ao assassino, eu sabia que não deveria fazer isso! Ia contra todas as regras de Carlisle! Mas não resisti, e suguei todo o seu sangue. Como estava escuro, a garota não viu o que aconteceu, mas estava assustada:

__Quem é você? O que fez com ele? - as palavras mal saíram da boca dela.

__Calma. Ta tudo bem agora. Onde é a sua casa?

__Do outro lado da cidade... - visualizando seus pensamentos, pude ver onde era sua casa. Então hipnotizei-a e a levei pra casa.

Quando estava voltando, pude escutar um tiroteio entre policia e bandidos. Corri em direção ao local e pra ajudar a polícia, mais uma vez me rendi ao meu instinto, e suguei o sangue dos bandidos. Um por um. E assim, continuei salvando a vida de bons e acabando com os maus, a noite toda.

Olhei no relógio e o sol sairia dentro de instantes. Corri em direção ao predio e assim que coloquei o pé no elevador, os primeiros raios de sol saíram. Entrei no apartamento e resolvi ligar a TV, mas nada me interessou. Foi quando ouvi os pensamentos do entregador de jornal. Ele bateu na porta:

__Bom dia! Seu jornal, senhor!

_Obrigado! - disse, entregando-lhe uma gorgeta pela fresta da porta, porque ele não poderia ver meus olhos vermelho-sangue. Ele assentiu e saiu. Quando desdobro o jornal, logo na primeira página, a manchete: "Assassino ou Herói? Há alguém salvando vidas na cidade e matando assassinos e bandidos perigosos."

Li a notícia toda, mas não achei que houvesse perigo à mim, e tomei meus comprimidos.

E assim, se passaram 10 anos nessa rotina, de dia no tédio, à noite caçar assassinos. Durante todo esse tempo me senti um monstro, tirando tantas vidas, mesmo que fossem pessoas más.

Mas em nenhum momento, deixei de pensar na razão da minha existência: Bella Swan.

Será que ela tinha se casado? Será que já era mãe? Será que era feliz? Como estará sua vida sem mim? Será que algum dia já parou pra pensar em mim?

Chega de sofrimento, de pontos de interrogação. Acho que tá na hora de ver como ela está. Ver como ela seguiu sua vida. Se é feliz. Peguei minhas coisas e saí. Entreguei a chave na portaria, e saí madrugada afora, rumo à Forks!