Uma Vida Sem Ti

Amor... Qual o sentido de tudo isso?


POV BELLA

10 anos antes...

Eu já estava em casa, depois de ter me perdido na floresta e cochilado um pouco no chão. Sam me trouxe pra casa.

Eu não sei mais quem eu sou! Acabou minha vida, minha fase de felicidade! Edward me deixou! Ainda tentei segui-lo mas foi em vão. Eu sei que já era de se esperar, porque afinal, quem se apaixonaria por alguém como eu? Mas, poxa, ele parecia feliz. Pelo menos parecia. Eu devia ter desconfiado, ele andava muito estranho esses dias pra trás.

Eu preciso aceitar. Mas não consigo. Não sei nem por onde começar. Comecei a chorar novamente, desenfreadamente e acabei pegando no sono.

Acordei de manhã com o barulho da chuva no telhado. Enquanto recuperava minha consciência, tudo o que aconteceu ontem me veio à cabeça novamente, e eu queria chorar de novo. Mas não conseguia, porque já estava entorpecida, o torpor já havia me tomado. Eu estava sem reação, não queria levantar da cama, nem mesmo ir à escola.

Levantei, tomei um banho frio e desci pra tomar café. Fiquei surpresa ao ver Charlie ainda em casa.

__Em casa ainda, pai? Não vai trabalhar?

__Vou sim, mas eu estava esperando você acordar. Estou preocupado com você.

__Preocupado comigo? Por que? – tentei parecer forte.

__Sam me contou o estado em que encontrou você ontem na floresta.– ele me olhou com cara de dó – Bella, como você está?

__Estou bem. – menti.

__Eu sei que você se envolveu demais com esse garoto, mas a vida tem que continuar. Não quero que você entre em depressão ou algo do tipo, entendeu? Quero você bem.

__Entendido, pai. Eu vou ficar bem. – um dia, pensei comigo mesma.

Ele me olhou desconfiado, mas como já estava atrasado pro trabalho, me deu um beijo na testa e saiu.

Eu peguei uma tigela de cereais integrais com leite e tentei comer, mas nada descia. O buraco que se formou em meu peito com a partida de Edward parecia ter se dilatado. Quando me lembrei do rosto de Edward, o buraco ardeu, e eu caí de joelhos na cozinha. Deitei-me no chão e me enrosquei como uma bola, pra tentar acalmar a chama de dor dentro de mim. Eu não tinha condições de ir à escola, então fiquei ali.

Sem conseguir comer e fazer nada, fiquei deitada durante o dia todo, sofrendo meu triunfo no chão da cozinha. Até peguei no sono, mas tive pesadelos e acordava assustada. Eu deveria ter levantado e deitado na cama, mas eu estava dopada e não conseguia e nem tinha vontade de fazer nada. Depois de alguns minutos chorando de novo, escutei o barulho da patrulha de Charlie chegando do trabalho.

Me levantei rapidamente e me recompus, peguei uma revista e sentei na sala, fingindo estar lendo. Poucos segundos depois, ele entrou:

__Bella? Não foi à escola?

__Não, pai. Eu... não estava me sentindo muito bem. Minha cabeça estava doendo.

Ele chegou perto de mim.

__Aqui – disse ele colocando a mão sobre minha cabeça – ou aqui? – colocando a mão em meu coração.

Eu pigarreei e ele percebeu que eu não queria falar sobre aquilo. Então mudei de assunto:

__Vou fazer o jantar. O que quer comer?

__Não precisa, Bells. Eu vou pedir uma pizza pra nós dois.

__Mas pai...

__Mas nada. Não precisa fazer o jantar.

Assenti e ele foi pedir a pizza. Depois de alguns minutos a pizza chegou. Sentamos na sala, e como eu não havia comido nada o dia todo, consegui fazer a pizza descer até meu estômago.

Depois que comi dois pedaços, fui pro meu quarto tentar dormir. Mas não consegui. Então resolvi me distrair com algo, e tive a ideia de colocar tudo que estou sentindo em um papel, em forma de carta, pra que o que aconteceu comigo nos últimos meses e o que irá acontecer nos próximos, nunca me fugir da memória. Não quero esquecer Edward. Relatei todo o meu dia, e quando acabei eu estava com sono. Enrosquei-me nas colchas e consegui enfim, cair na inconsciência.