Eu estava feliz e animada?! Sim, e muito! Me sinto como… quase igual quando descobri sobre esse negócio de sereia e os poderes. Tudo bem, foi uma comparação ruim considerando tudo que já passei com essa história de sereia.

Deixa-me pensar em algo que eu goste. Eu sentada na areia da praia, sozinha curtindo o silêncio vendo o sol se pôr. Se bem que… se o Embry estivesse comigo eu não reclamaria.

Ou então, quando as meninas e eu apostávamos quem chegaria primeiro, a nado, em Mako.

Tá! Ainda continua sendo comparações meio… ruins.

Mas a verdade, é que… bem, talvez… só, talvez, eu esteja apaixonada por Embry.

Não que ele precise saber disso, afinal acabei de descobrir!

Como descobri?!

Bom… talvez seja a maneira que fico recordando o dia que tive hoje, que foi realmente muito bom, e todo o tempo que Embry passou comigo, desde que cheguei. Ou talvez, seja como eu me sinto bem e protegida em sua presença. A maneira de que como, apenas a lembrança de nossos beijos me deixa ofegante e com o coração acelerado. E como sinto falta da sua presença, seu perfume e claro… seus lábios macio e quentes sobre os meus.

Bem… foi assim que descobri, e como todo pessoa que acaba de descobrir que está apaixonada, eu precisava contar para minhas amigas e para o Will afinal foi ele que me abriu os olhos em relação ao Embry e dar-me a oportunidade de se deixar ser amada.

Mas adivinha? Ninguém atendeu o celular.

Liguei para Leah, afinal ela também é minha amiga e não obtive resposta.

Liguei para Kim, ela me atendeu, mas… estava em Port Angeles com a mãe. Nem comentei sobre o pedido estranho de Jared, para lhe chamar para fazer algum programa de garota.

Emily estava com Sue em algum tipo de reunião do conselho, em que faziam parte.

A minha lista de amigos estava quase no fim e eu ainda não havia falado com ninguém. O que me restava era apenas a Swan, não éramos bem amigas, mas acabamos simpatizando uma com a outra. Bella havia me dado seu número alegando que se um dia acontecesse algo estranho, fora do comum que eu precisasse desabafar ou só conversar era para ligar para ela, ou a procura-la em sua casa. O que achei muito esquisito mais não questionei.

Acabei ligando para Swan. E adivinha?! Também não atendeu.

O que deu em todo mundo que resolveu não atender a droga do celular?!

Sempre tem alguém querendo conversar sobre algo, sobre meu passado, ou qualquer outra coisa e eu nunca quero falar. Mas quando resolvo que quero falar com alguém… todo mundo simplesmente some.

E isso me leva onde estou agora… no meio da floresta procurando um lobo com quem converso às vezes.

E bom… ele parece também querer me ignorar porque não o encontro.

Já o chamei…

Já o procurei… e nada!

O procurei tanto que afastei bastante da clareia, onde o encontro. Olhei em volta e não nada, nem sinal do bola de pelos.

Meu celular apita me chamando a atenção e quando olho, era um lembrete.

Droga!

Esqueci completamente que era lua cheia, preciso voltar.

Quando levanto o olhar me assusto com a figura a minha frente.

Havia um homem de pele pálida, cabelos loiros e um sorriso maldoso. Mas não era isso que me assustava, tirando o fato de não ter ninguém ali e depois aparecer de repente, o que me deixou apavorada foi seus olhos.

O homem tinha olhos numa coloração vermelho sangue, o que era impossível, certo?! Ninguém tinha olhos daquela coloração. Ele fecha os olhos inspirando o ar forte, como se estivesse sentindo algum cheiro que eu não havia sentido.

Começo afastar devagar andando de costas, ainda o encarando. Começo a me xingar mentalmente pela ideia idiota de procura pelo lobo. Será que esse era o serial killer responsável pelas mortes e desaparecimentos na região?! Uma coisa eu tinha certeza, eu não queria descobrir.

O homem abre os olhos me encarando com um olhar intenso que me causou um frio na espinha como um alerta.

Quero correr, juro que eu quero.

Mas… parece que minhas pernas travaram.

— Ah... Riley não vai gostar… era apenas para fazer uma visita ao bichinho de estimação do Cullen’s. — ele fala devagar, e com uma velocidade incrível ele coloca fim na distância que custei a colocar. — Mas eu não consigo resistir! Você é tão… apetitosa. — ele aproxima o rosto do meu pescoço e mais uma vez fechando os olhos ele inspira o ar e com uma cara de satisfação ele afasta me olhando novamente.

Apetitosa?!

Armo para lhe dar uma joelhada, mas antes que possa encostar ele simplesmente segura minha perna e um sorriso divertido brota em seus lábios.

— Se eu fosse você, não faria isso! Não te ajudaria em nada… — ele solta minha perna e encosta seus dedos muito gelados no meu rosto. — Você só pioraria sua situação me irritando.

Medo! Estou com muito medo, mas assim que começo ligar as coisas, fico mais apavorada do que nunca.

“Pele fria”

“Velocidade”

“Olhos vermelhos”

Então era isso… Ele é um “Vampiro”, um “Frio”?

Mais em que merda fui me meter?!

Mexo as mãos rapidamente tentando o congelar, pelo menos assim eu poderia correr para longe dali.

Escuto um barulho como se tivesse trincando algo, o homem mexe o pescoço para os dois lados como se tivesse o alongando antes de voltar seu olhar para mim com uma expressão indecifrável.

— Então você não é só uma mera humana… — um sorriso divertido surgiu ali. — Lamento informar que o que quer que tenha tentado fazer não adiantou. Sugiro que fique quieta e não tente nenhuma gracinha.

E com um movimento rápido ele agarrou meu braço esquerdo, sinto seus dedos frios firmando meu pescoço, e logo sinto suas presas enfiando na minha pele.

Um grito escapou da minha garganta.

Eu me debatia tentando me soltar, mas ele era forte.

Uma dor terrível me consumia. Sentia uma batalha dentro de mim, como se algo quisesse combater aquilo que estava entrando no meu corpo.

O tempo se fechou mais, e uma ventania desenfreada começou. Eu tinha consciência que era eu de alguma forma fazendo aquilo.

Eu precisava o tirar de mim, precisava me livrar desse “vampiro” e eu não tinha os dentes afiados e fortes dos lobos das lendas. Sei ter algo que o matava e precisava lembrar antes que ele me matasse.

A dor só estava aumentando, ardia. Era como se me queimasse de dentro para fora. Queimar!

Isso o fogo!

Eu gritava ainda mais alto. Doí e queima muito.

Mas eu preciso me concentrar.

Com gesto com a mão, começo a ferver o sangue que ele ingeriu, até porque não sei se tem outro líquido naquele corpo duro feito mármore, para todos os efeitos ele está morto. Certo?!

O homem me solta se afastando, me olhando com um olhar confuso e cheio de dor.

Aproveito que ele está longe e faço um círculo de fogo a sua volta, ele arregala os olhos vermelhos surpreso e agora apavorado.

Vou juntando as mãos fazendo o círculo ir se fechando próximo a ele.

Escuto vários passos pesados se aproximando.

— Não devia subestimar uma garota sozinha na floresta. — fecho as mãos de vez fazendo o fogo, o alcançar.

Ele se debatia e gritava até o fogo se apagar e restar apenas cinzas.

Vou até uma árvore que estava próxima e encosto as costas nela, tentando controlar a respiração. Ainda estava com medo, e se tivesse outro por aí?!

Olho do meu lado direito, onde havia escutado passos e encontro sete lobos enormes, pareciam surpresos.

— Ah! Agora vocês aparecem?! Não podiam ter chegado uns dez minutos antes?! — digo num tom magoado.

Pelas lendas eles eram protetores, mas não havia conseguido chegar a tempo de me proteger.

Vejo uns vultos passarem e quando olho do outro lado, havia cinco pessoas.

Pessoas não, definitivamente eles não eram humanos!

Provavelmente eram vampiros também, mas diferente do outro, esses tinham os olhos amarelos, como na lenda de Ephraim Black.

Eram quatro homens e uma mulher loira.

O homem loiro que parecia ser o mais velho, deu um passo na minha direção com um semblante preocupado.

— Para, não se aproxima! — digo apavorada. — Ou então, eu faço churrasquinho de você igual ao seu amigo. — ameaço e ele para me observando.

— Ele não era meu amigo. E eu não quero te fazer mal. — a conta outra! — Sou Carlisle Cullen e essa é minha família. Você está ferida! Deixe-me ajuda-la ou então o veneno irá te transformar.

Levo a mão no pescoço sentindo a ferida e depois olho o sangue.

Droga! Era isso que estava me queimando… o veneno?

— Sim, e se não retirarmos você se tornará uma vampira. — outro rapaz de cabelos cobre e um topete que me lembrou a uma catatua, responde como se tivesse escutado meu questionamento, fazendo uma cara de descontamento.

À mulher e um homem forte cheio de músculos, assim que vê o sangue em meu pescoço e na minha mão, simplesmente vão embora e vejo apenas vultos sumirem dentre as árvores.

Um grunhido de dor me chama a atenção.

Era bola de pelos e se aproximava devagar. Com um olhar cheio de dor.

Espera… eu conheço esse olhar…

Não pode ser… pode?!

— Embry?! — o lobo para estático. Ele não fazia nada só me olha com um olhar cheio de culpa e dor.

Volto o olhar sobre os lobos e paro em um que me chama atenção.

Era cinza quase branco, tinha uma beleza e uma elegância apesar de uma postura rígida. Quando encontrei seus olhos, apesar da surpresa e alívio notei um carinho e cumplicidade.

— Leah?! Lee é você? — a loba acena a cabeça afirmando e volto o olhar para o outro lobo cinzento, bola de pelos, ou como acabo de descobrir. Embry!

POV Narradora

Drica encarava o lobo que ainda estava sem reação diante da descoberta da garota. As lembranças de todos os momentos e todas as conversas que teve com o lobo veio a sua mente, fazendo a se irritar cada vez mais.

Um fogo intenso se espalhou atrás de Drica assustando a todos.

— Garota, se acalma! Precisamos cuidar do seu ferimento. — Carlisle fala e a garota só o ignora.

Drica não desviou o olhar nem uma vez se quer do lobo-Embry a sua frente.

Drica estava com raiva e magoada. Se sentia enganada e traída.

— Como pôde? Você me espionou… para me conquistar? A troco de quê? — a medida que a raiva de Drica ia aumentando as chamas ia se intensificando e ficando cada vez mais alta. — Alguma aposta idiota com seus amigos? Aposto como foi com o idiota do Paul!

Um lobo cinza-escuro rugiu nervoso e Drica soube que se tratava de Paul. Mas de quem ela esperava alguma reação, não veio nenhuma.

O que a irritou ainda mais. Com a raiva e um calor percorrendo todo seu corpo Drica sente uma irritação e formigamento no pescoço no local da mordida, mas ela apenas ignora.

O dono de sua atenção e sua raiva ainda era o lobo-Embry.

— Carlisle, olha! — Edward fala apontando o pescoço da garota que se curava fechando a ferida totalmente, fazendo os três vampiros ficarem bastante surpresos.

— Como isso é possível?! — questiona o outro loiro.

Os lobos ainda não haviam percebido, pois, como a ferida era do lado esquerdo e eles estavam do lado direto da garota.

— Eu não sei! — Carlisle observava curioso a garota que parecia em chamas por dentro, devido ao tom rosado da pele e o suor que tinha pelo corpo todo. — Jasper? — ele o chama fazendo o loiro tirar a atenção garota e voltando para seu pai. — Acalma a garota, senão ela ainda acabará queimando todos!

— Eu já tentei, Carlisle, mas… não acontece nada! — ele responde fazendo o mais velho ficar preocupado. — É como se ela anulasse meus poderes, de alguma forma. E o mais estranho… eu não sinto vontade de matá-la! Pelo contrário o cheiro dela me acalma. — Carlisle olha-o questionadoramente — Eu não sei explicar, Carlisle, só me acalma.

Carlisle apenas assente voltando a atenção a garota que estava alheia a conversa deles, mas não os lobos, que ouviam o que disseram e ficaram ainda mais curiosos em relação a Drica.

Como assim ela bloqueava os poderes do vampiro?! Pensavam.

— Olha para mim já deu. Eu não quero fazer parte disso… eu não sei se foi uma aposta ou qualquer outra coisa que o fez brincar assim comigo. Você me disse que só tinha uma maneira de afastá-lo, e seria se eu pedisse então… Pelo seu bem Embry… não se aproxima de mim, ou eu não me responsabilizo do que pode te acontecer. — Drica avisa cheia de mágoa e raiva, por ser usada como um brinquedo.

O que ele pretendia? Enganá-la para sempre? Ficar aparecendo de lobo, para descobrir as coisas que ela só contava porque pensava ser apenas um animal?! Ela sai correndo se questionando.

O lobo-Embry parece despertar do choque com as palavras dela ecoando em sua mente “Pelo seu bem Embry… não se aproxima de mim, ou eu não me responsabilizo do que pode te acontecer.”

Ele solta um uivo de dor ao pensar no seu imprinting, seu amor, longe. E sem conseguir se controlar ele começa a correr na direção que Drica foi, seguindo seu cheiro.

— É melhor irmos os outros devem estar preocupados. — Carlisle fala chamando a atenção dos filhos, virando para o lobo preto ele apenas faz um aceno e os três vampiros somem entre as árvores.

“Jacob, você precisa voltar! Precisamos conversar com o conselho.” Sam fala ao lobo que havia ficado com Bella de modo a protegê-la, através da mente conectadas.

Sam e os outros lobos vão em direção ao salão que faziam as reuniões do conselho, enquanto Leah vai atrás de Drica e Embry, alegando precisar conversar com a amiga. Sam permitiu, pois, depois de muito tempo era bom ver que Leah fizera uma amiga e parecia menos triste.

[…]

Na casa de três andares com enormes janelas de vidro, do outro lado de Forks, Bella Swan andava de um lado paro o outro na varanda, bastante preocupada com seu namorado, sendo observada por Alice, Esme e o lobo-Jacob.

Rosalie e Emmett haviam chegado a pouco e contou sobre a garota que estava ferida e que matara o vampiro ateando fogo nele, deixando Alice bastante confusa. Ela não vira garota nenhuma na sua visão.

Carlisle, Edward e Jasper chegam e Jacob vai embora se encontrar com o pessoal do conselho, não antes de olhar, Bella uma última vez.

— Onde ele… — Bella começa sendo interrompida pelo namorado.

— Sam o chamou. Parece que eles vão reunir o conselho devido à garota. — Edward fala se aproximando da namorada.

— Quem é a garota? Emmett disse apenas que era uma garota loira e que tem poderes de controlar o fogo. — questionou preocupada, por que se a garota quisesse ela poderia mata-los facilmente ateando fogo em todos eles. E com esse simples pensamento a Swan estremeceu diante da possibilidade de alguém ferir ou matar seu amor. Ela não conseguiria viver num mundo onde Edward não existisse.

— Pelo que vi, na mente de um dos lobos ela é imprinting de um deles. Acredito que deve ser como uma companheira para nós. Seu nome é Drica. — Edward começa e todos escutam curiosos para saber da garota, até Rosalie e Emmett que estavam lá dentro saíram para prestar atenção na explicação do irmão.

— É exatamente como uma companheira! É algo como amor à primeira vista… muito forte. — Bella interrompe o namorado que a olha interrogativamente. — Jake me contou sobre o imprinting quando eu a conheci, mas para mim ela era uma garota normal, não sabia ter um dom como vocês. O que ela é?

— Ela também se transformou? — questionou Rosalie com pena da garota, ela não desejava essa vida para ninguém.

— Não, Rosalie! Eu não sei como, mas… ela combateu o veneno e se curou sozinha! — Carlisle fala admirado e a loira suspira aliviada.

— Eu não sei o que ela é… — Edward voltou a falar assim que os olhares voltaram para ele, ansiosos por respostas. — Ela estava furiosa com Embry, se não me engano, quando ela ligou os pontos das lendas… ela só ficou pensando nas conversas que teve com o garoto quando ele ia se encontrar com ela na forma de lobo. Ele também não estava diferente, se culpava por ela estar ferida e por ser idiota de não ter contado antes a verdade a ela. Ele pretendia contar-lhe assim que terminasse com o vampiro, mas ele a encontrou primeiro e vocês já sabem.

— Então, só sabemos que ela tem, o poder de manipulação do fogo e de alguma forma é imune ao veneno? — Esme questiona o filho.

— Não! Eu vi em suas lembranças quando o lobo a pegou usando seus poderes. Ao que parece ela pode manipular a água como quiser e a transformar em gelo. — Edward conta deixando todos apreensivos. — Fora que de alguma forma, ela é imune aos poderes de Jasper.

— E de Alice. — Carlisle completa calmamente olhando todos. — Já que você não a viu em sua visão.

— Não, e isso é tão… frustrante! — Alice solta diante a observação do pai.

— Jasper pode me dizer o que aconteceu quando encontrou Drica? — Carlisle questiona o filho, que fica com um olhar distante se lembrando do acontecido.

— Quando chegamos, eu senti um cheiro familiar, era capim-cidreira e limão. O cheiro de um chá que eu amava tomar quando era humano e assim que você notou que ela estava ferida, Rosalie e Emmett saíram por não conseguir se segurar. — Jasper começa a dizer e volta o olhar ao pai. — Mas… ao invés de querer ataca-la para beber seu sangue, eu não senti sede. Descobri que o cheiro de capim-cidreira e limão vinha dela e agia como se fosse um calmante. Eu me senti calmo como a muitas décadas, não sentia. Eu não sei bem o que aconteceu, mas… parei de sentir as emoções de todos a minha volta, só sentia uma calma que vinha dela o que é bastante estranho dado que ela estava com bastante raiva. Então como ela poderia me passar calma?!

O vampiro loiro cor de mel finaliza deixando, ele e todos bastante confusos e apreensivos em relação à nova sobrenatural que havia na cidade. Afinal, ela era inume ao veneno e as habilidades de Alice e Jasper, fora que tinha poderes que os matariam com facilidade já que a mesma acabara de matar o outro vampiro.

[…]

Em La Push, Embry já na sua forma humana, corria atrás de Drica vestido apenas com sua bermuda jeans, que sempre amarrara em sua perna antes da transformação. Já era noite e ele estava cada vez mais preocupado com ela, pela mordida.

Ele se reprendia mentalmente por não ter escutado Sam e não a procurar mais na forma de lobo, mas era mais forte do que ele.

Ele sempre queria ficar perto do seu imprinting. Sam já teve que usar várias vezes, sua voz de alfa para o obrigar a ir embora de seu quintal onde deitava um pouco longe para ela não o ver, caso acordasse, mas perto o suficiente para ele se embriagar no cheiro de maresia e pimenta rosa que ela tinha.

— Drica! Drica, espera! — Embry a chama conseguindo a alcançar chegando na casa de Emily. Ele pega no braço de Drica a fazendo o olhar. — Drica! Por favor, me deixe explicar… Não foi bem assim.

— Explicar o quê? Que esse tempo todo eu era algum tipo de jogo bizarro para você… — Drica praticamente cuspia as palavras carregadas de dor e raiva! Ela não estava acreditando que aquele garoto doce e gentil conseguisse fazer isso. Se aproximar usando sua forma lupina para fazer a garota se abrir e depois usar as coisas que sabia dela para a conquistar. A troco de que, que ela ainda não havia entendido. Será que fizera alguma aposta para ver quem ficava com a garota nova? — Me deixa em paz!

Drica puxa seu braço com força para se livrar de Embry e ao virar para entrar na casa ela vê o reflexo da lua na janela.

Se virando lentamente para onde a lua estava Drica continua a contemplar a lua, com um olhar distante.

— Drica sei que com raiva e com razão, mas depois explico direito. Agora preciso te levar ao Carlisle, para ele cuidar de você e tirar o veneno… — Embry para de falar assim que nota que no pescoço dela não havia nada. Nem ferida, sangue, ou sinal de presas. Era como se não tivesse acontecido nada. — Mas… como?!

Embry olha Drica atentamente, ela estava parada, estática, olhando a lua como se tivesse hipnotizada.

— Drica? Drica, você está bem? — Embry questiona tocando o braço de Drica a fazendo o encarar, ainda com o olhar distante, vago.

Com um gesto das mãos Drica faz uma rajada de vento o jogar a uns quatro metros à frente. Sem dizer nada ela faz outro gesto com a mão o congelando.

— Drica! Embry?! — Leah chega correndo e se depara com a cena. Embry jogado no chão congelado e Drica em pé próxima à casa com um olhar distante. — Drica, o que você fez?! — questiona a amiga, que vira o olhar para ela, que engole seco ao perceber o olhar vazio e distante que ela tinha.

Drica apenas se vira e sai sem dizer nada. Atravessa a casa e sai andando em direção a praia. Leah sai correndo atrás da amiga, ela queria saber o que acontecera com ela para agir assim.

— Drica! Drica pelos espíritos fala comigo! — a morena alcança a amiga segurando o braço dela fazendo a Drica se virar para ela.

Leah estava preocupada, a amiga estava agindo como um fantoche. Parecia que não tinha vontade própria, e que tinha algo que a chamava e ela tentava atender cegamente.

Pensando não se surpreender com mais nada, e errando na mesmo hora, Leah se assusta com o que vê.

Uma bolha de água, aparece do nada sugando a amiga e indo flutuando em direção ao mar.

Leah sai correndo atrás da amiga não sabia o que era aquilo, mas sentia que devia a proteger daquela bolha esquisita e flutuante de água.

Ela consegue a alcançar próximo ao penhasco. Drica gritava e de alguma forma ela parecia ter voltado a si.

Leah consegue segurar a mão dela e tentava puxar a amiga, ela se surpreende ao ver Drica com uma cauda, o que faz com que ela quase solte a amiga.

— Lee, não me solta. Por favor, não me solta! — ela gritava apavorada sendo puxada pelo tentáculo de água.

— Não vou! — Ela puxava a amiga com força, mas o tentáculo também puxava tentando a levar.

Elas passaram a noite assim, tentando não deixar que o tentáculo levasse Drica.

Leah estava esgotada, sentia suas forças se esvaindo quando a lua finalmente some do céu o tentáculo se desfaz e Leah puxa a amiga com cauda para cima a soltando e deitando ao lado dela, deixado escapar de seus lábios suspiros cansados.

— Sereia?! — questiona divertida a amiga.

— E você uma loba! — às duas se sentam e Drica começa a secar-se fazendo sua cauda desaparecer.

— Não está com raiva, por não ter te contado? — Leah questiona com medo, afinal ela era a única amiga que tinha e querendo ou não tinha medo de perde-la.

— Claro que não! Eu também não te contei que sou uma sereia. — Drica fala fazendo Leah relaxar o corpo.

— Então, o que era… aquilo? — Leah pergunta encarando onde o tentáculo desaparecera.

— Um tentáculo! Ele estava atrás de mim e das meninas em Gold Coast, mas assim que vim para cá elas disseram que ele não havia aparecido mais e que acreditavam que ele estava atrás era mim. E de fato, ele está atrás de mim, mas eu não sei o que quer. Ele aparece toda lua cheia, e some assim que a lua vai embora.

— Bizarro! Então… seus amigos são todos… iguais a você? — ela questiona curiosa.

— Só as meninas, os garotos são normais na medida do possível. Eles sabem sobre nós. Igor também sabia por isso ele me molhou aquele dia, queria me expor para vocês. — Drica explica.

— Então é só se molharem que vocês se transformam? — Leah parecia cada vez mais curiosa em relação à amiga.

— As meninas são assim! No começo eu também era, mas há alguns meses antes de eu chegar aqui fiquei exposta a uma super lua em uma caverna que entrava a luz da lua, e a partir daquele dia algo mudou em mim. Meus poderes se intensificaram e agora eu só me transformo com a água do mar.

Drica contou como se transformou em sereia, e em tudo que passou com seus amigos depois disso. Leah também se abriu e contou sobre tudo desde que se transformara em loba.

Às duas estavam felizes de ter uma amiga que não precisasse esconder parte de quem eram.

Leah se despede de Drica, pois, ela havia dito querer ficar sozinha para pensar em tudo.

Leah foi embora tranquila e feliz. Após tantas descobertas ela havia se esquecido do seu irmão de matilha que Drica congelara.

E Drica, bom… ela não se lembrava do que havia feito.