Hermione,

Estou morrendo de saudades suas. Irei passar uma temporada em Londres, talvez até em Hogwarts, que tal?

Mas claro que se eu não puder ficar em Hogwarts, queria te encontrar em Hogsmeade.

Você viria me encontrar?

Vítor Krum

- Essa carta é de quem? – perguntou um ruivo bem irritado.

- Krum. – Hermione respondeu em voz baixa, mas ainda sim eles ouviram.

- O que ele queria? – perguntou Harry parecendo tão irritado quanto Rony.

- Me avisar que passará uma temporada em Londres. – falou com cautela, um pouco distante deles Gina ouvia tudo muito atenta. – E para...

- Para...? – Rony olhou para a carta e não agüentou, pegou-a da mão de Hermione e leu. – Ele quer o quê? – gritou jogando a carta longe.

- Ron, se acalma. – pediu a castanha.

- Me acalmar? Esse búlgaro idiota quer ver a minha namorada e você pede para eu me acalmar? – o ruivo levantou e sobre os olhares curiosos saiu do Salão Principal, Harry pegou o papel e leu, ficou irritado, mas não agiu como Rony.

- Só espero que você o avise que têm namorados agora. – avisou, levantou-se e saiu deixando Hermione sozinha.

**********

- Parece que seu plano deu certo, não ruiva? – Malfoy sussurrou no ouvido de Gina.

- Que sustou, imbecil. – retrucou parando no meio do corredor e empurrando o loiro para longe. – E de que plano você está falando?

- Não foi você que enviou a carta para a Granger? – perguntou arqueando uma sobrancelha.

- Claro que não, foi o Krum pelo que pareceu. – falou Gina se afastando. – Parece que aquele búlgaro será útil para alguma coisa.

- Nossa, você quer mesmo separá-los, não? – olhou-a cruzando os braços. – Sabe, isso chega a ser obsessivo.

- Se é obsessivo ou não problema é meu. Agora já conseguiu o que te pedi?

- O que você acha? Não me chamo Malfoy à toa. – entregou a Gina um vidrinho com um líquido negro, que o escondeu na mochila. – Cuidado com isso, hein.

- Argh, cala boca, sei o que estou fazendo.

**********

Durante toda a tarde, Rony se recusou a falar com Hermione, ainda estava nervoso por causa da carta, por mais que soubesse que a culpa não fosse dela, não queria descontar sua raiva por aquele maldito búlgaro em sua namorada; Harry também estava irritado, mas conseguia ser mais controlado do que Ron. Hermione mandou uma carta para Krum, avisando que não poderia ir a seu encontro, depois disso foi para biblioteca onde encontrou Luna.

- Oi. – sentou-se desanimada, pegou o Livro de Poções e começou a estudar.

- Você está bem? O que houve hoje de manhã? – perguntou Luna carinhosamente.

- Ah, é que recebi uma carta do Vítor e, Rony e Harry ficaram com ciúmes. – a castanha remexeu na cadeira desconfortável. – Mas devido ao conteúdo, talvez até que com razão.

- Sabe, acho que você não devia se abater por causa disso, afinal se um namorado sente ciúmes... – a loira sorriu. – Imagine dois? Mas, você já disse a ele que está namorando?

- Sim, mas... – Hermione respirou fundo. – Ás vezes acho que isso tudo é errado.

- Errado? – Luna franziu as sobrancelhas. – O que é errado?

- Eu, Rony e Harry... juntos. – Luna sorriu e segurou a mão da castanha, como se estivesse dando apoio.

- Hermione, isso não é errado. É amor.

Quando a castanha passou pelo buraco do retrato já estava tarde, o Salão Comunal estava estranhamente vazio e mal iluminado; ficou na dúvida se deveria esperar Harry e Ron ou não, estava indo em direção as escadas que davam para o dormitório quando...

- Onde você estava, Hermione? – a voz rouca de Harry a fez pular, virou-se abruptamente e o viu sentado em uma poltrona perto da lareira.

- Me assustou, Harry. – Rony estava sentado na poltrona ao lado com os braços cruzados. – Estava na biblioteca com a Luna, achei que vocês iriam para lá. – voltou e sentou-se no sofá. – Enviei uma carta para o Krum. – viu Ron semicerrar os olhos, mas resolveu ignorar. – Avisando que sou comprometida agora.

- Acho bom. – falou o ruivo de mau humor. – Espero que o idiota entenda e desista de você ou ele vai ver só. – a carinha de emburrado que ele estava fez Hermione sorrir.

- Se ele não entender, nós obrigamos. – disse Harry e ambos sorriram cúmplices.

- Não sabia que vocês eram tão ciumentos. – comentou Hermione.

- Nós somos. – retrucou Rony.

- E sempre seremos. – completou Harry.

*****

Final de semana havia chegado e por incrível que pareça, o Trio não iria para Hogsmeade ou ficaria na escola; com a permissão da Professora McGonagall, eles iriam para a Missão Suicida, como havia batizado Rony.

Eles iriam ver os pais de Hermione.

A castanha estava sentada no sofá esperando os namorados, que na verdade já deveriam estar ali.

- Eu não acho que isso seja uma boa idéia. – comentou Rony enquanto tentava – realmente tentava – arrumar o cabelo. – Por isso, como medida de segurança, irei levar minha varinha.

- Ron, iremos ver os pais da Mione, não iremos para uma guerra. – disse Harry rindo da atitude do amigo.

- Quem disse? Vai que o pai dela tenta nos matar. E acho melhor você fazer o mesmo. – avisou o ruivo colocando a varinha no bolso interno do casaco, Harry olhou o relógio e levantou-se rapidamente da cama.

- Sabe o que eu acho? – perguntou colocando apressadamente o casaco. – Que estamos atrasados.

Hermione estava começando a ficar irritada com o atrasado dos dois, se fosse um só até deixaria passar, mas os dois? Já estava em pé andando de um lado para outro, quando viu Harry e Rony descerem de seus dormitórios.

- Estão atrasados. – acusou logo com a cara mais emburrada do mundo. – Harry, você penteou o cabelo?

- Penteei. – o moreno havia penteado, mas o problema era que não adiantava absolutamente nada.

- Não parece. – resmungou, olhou para Rony. – Por que está levando sua varinha?

- Medida de segurança.

- Medida de... Argh esquece. Vamos logo. – saiu do Salão Comunal batendo o pé, Rony virou-se para Harry.

- Se ela está assim por que nos atrasamos, imagine o pai dela ao descobrir que somos namorados dela.