4 Semanas Depois...

Annabeth.

O que uma pessoa espera de um enterro? Cemitérios, defuntos, zumbis, ou vida após a morte? Annabeth realmente não sabia, principalmente quando nem se quer o corpo de seu pai fora encontrado pelos companheiros do exercito. Houve padres, companheiros de equipe e família de preto indo até o microfone para falar coisas bonitas sobre Frederick, inclusive, até Matt foi, falou de aventuras que tinha com o pai, como Frederick era o maior exemplo dele, e como o faria falta. De um todo, enterros não são tão ruins em minha opinião, eu basicamente vi pessoas da família que não via há muito tempo. E dessas pessoas só faltava mamãe e Frederick.

Frederick morreu com todas as honras militares possíveis da Royal Air force. Eu e Matt jogamos algumas flores, e fomos os primeiros a jogar terra num caixão sem graça e marrom, onde meu pai ficaria tooooda a eternidade. E eu ainda não tinha me acostumado com essa ideia, e talvez nunca vou. Ele foi enterrado num cemitério militar, onde vários outros morreram em ação, não sabia se sentia orgulho, por ele ter morrido pela pátria ou se sentia pena, porque um dia ele seria esquecido dentre todas aquelas cruzes brancas.

Piper estava ao meu lado com um vestido preto impecável e Luke não veio, ele ultimamente não esta “falando” comigo. Sinto muita falta dele, realmente. Eu quero mudar essa minha vida, descobrir coisas novas, fazer novos amigos, mas isso não significa que quero perde-lo, diferente disso, se pudesse o manteria comigo por toda a eternidade. Eu não sei meus sentimentos por ele, mas ficar longe daquele loiro esquelético me faz querer cortar os pulsos.

As pessoas aos poucos iam tomando o rumo de casa já naquele fim de enterro, e eu, Tia Afrodite, Piper e Matt ainda estávamos lá.

Matt voltaria para a faculdade daqui a dois dias, e eu viajaria amanha. Basicamente toda a casa esta envolta em plástico bolha, só o necessário estava de fora. Nossa casa ficaria fechada por um booooom tempo, até pelo menos eu atingir a maioridade e for morar lá.

O céu escurecia, e tia Afrodite já estava nos chamando para ir embora. E eu dei meu ultimo adeus ao mais novo tumulo de alguém que eu amava e fui embora daquele triste cemitério.

III

Eu estava sozinha em casa, quase de noite, Matt tinha ido comprar algumas tigelas de comida congelada no mercado, e eu estava me embriagando em uma caixa de chocolate suíço achado pela a casa durante a minha arrumação para as ultimas coisas da viagem de amanha. A maioria das minhas roupas estavam ficando para trás, só levava na mala as roupas que eu mais usava e, algumas coisas pessoais ( ursinhos de pelúcia de infância) e as velhas fotos de família.

Era deprimente ter que aprender a me virar sozinha em outro país, mas era mais deprimente ainda não ter pai e mãe (nem Luke).

Pensar em Luke me dava dor de cabeça, eu estava com raiva daquele projeto de garoto, egoísta e sem sentimentos. De todas as pessoas conhecidas ele foi o único que não me disse um único adeus ( E isso inclui Frida, porque até ela me deu um longo e carinhoso adeus, que só ela sabe dar...ok, isso foi irônico, mas ela realmente disse um adeus à lá Frida).

Eu estava decepcionada, eu queria que ele ao menos tivesse se importado para vir dizer um único “Tchau Annabeth” ou “Nos vemos algum dia, Annabeth” Mas ele não disse nada... Raiva desses garotos idiotas.

Eu continuei arrumando as minhas coisas, continuei fazendo tudo isso enquanto ouvia música em volume baixo, baixo o suficiente para poder ouvir alguns “Plocs” vindo da janela do meu quarto.

Eu estava pronta para ir na janela e gritar com a infeliz criança que estava a fazer isso, essa geração nova, nem para respeitar os mais velhos...quando eu já estava pronta para dar o maior esporo de minha vida na maldita criança, vi que quem fazia o maldito barulho não era tão criança, era o Castellan. Mas mesmo assim, houve um pequeno e zangado esporo.

- Qual é seu problema? Quer quebrar a minha janela seu neandertal? – Perguntava Annabeth gritando a todos os pulmões.

- Posso entrar? – Ele perguntou parando de tacar as pedras.

- Não – Disse no mais claro e auto volume – Vai a merda Castellan.

E por fim ela fechou a janela. Vejamos o tão cômico da situação, qual seria o problema de Luke Castellan? Faz as maiores burradas do mundo e ainda pede para entrar? É como deixar o lobo mal entrar na churrascaria. Porém o jovem loiro estava determinado a falar com Annabeth, nem que houvesse o maior exercito espartano para impedi-lo.

Murmuros na porta podiam ser ouvidos do ultimo andar da casa, será que Luke estava em seu estado normal? Que merda, já não basta ter que dormir cedo ela ainda terá que cuidar de um bebum?

- Luke Castellan Vá para a sua casa agora ou vou ...- Chamar a policia, Annabeth completaria, se Luke não tivesse a atrapalhado a abraçando e próximo aos seus ouvidos dizendo.

- Eu te amo.

III

Era tudo que ela queria ouvir, não era? Porque alguma coisa dentro de Annabeth se acendeu, ela queria tomar Luke para si mesma, nesse exato momento, mas o garoto o fez primeiro, a beijando profundamente nos lábios.

- É tão bom ouvir isso – Annabeth dizia aos beijos. Beijar Luke era quase um sonho, ele era perfeito, e a sincronia dos dois era linda, poderia dizer que eles foram feitos um para o outro, almas gêmeas. Luke era de Annabeth e Annabeth era de Luke .

Beija-lo, Beija-lo, Beija-lo. Só isso que passava na mente de Annabeth. Ela encostou a porta da sala, e voltou ao seu amasso com Luke.

Beijos, Beijos, Beijos. Ela mal sabia como foi parar lá, mas ela sabia que Luke estava embaixo dela enquanto se pegavam no sofá.

Annabeth merecia talvez algo mais romântico que uns pegas no sofá, mas a realidade era que ambos estavam desesperados, ela amanha iria embora para terras Americanas, e sabia-se lá quando é que eles voltariam a se ver. E se pode dizer que Luke é um tanto quanto...espertinho, porque oras, Annabeth sentia muito bem onde estava a mão do garoto e em qual parte do corpo ele estava passando a mão. Ok, Ok, detalhes demais. Toda a parte do cérebro pensante de Annabeth a mandava parar com esse ato, afinal, uma coisa já dura poderia ser sentida no colo de Luke. E isso já estava ficando quente...quente demais.

- Está abafado não é? – Annabeth disse interrompendo os beijos e saindo de cima de Luke – Digo, o clima, vem estando calorento não é? – Ela falava com um riso amarelo e envergonhado no rosto. Sabe-se lá o que poderia acontecer se ela ficasse mais tempo ali? Em mais alguns minutos ela poderia afirmar que nenhum dos dois estariam respondendo por eles mesmos.

- Ah é sim...- Ele disse corando para um tom vermelho escarlate – Preciso ir ao banheiro. Disse Luke deixando Annabeth sozinha com o rosto enterrado no sofá de vergonha, e com um sorriso divertido no canto dos lábios.

Mil coisas passavam na minha cabeça, Luke e Annabeth, Annabeth e Luke. Era tão feliz pensar nisso, era tão triste lembrar que amanha tudo poderia acabar. A verdade era que nossa “relação” era tão tênue e desprotegida quanto a um passarinho aprendendo a voar.

Eu estava sentada no sofá, enquanto um filme qualquer comédia romântica passava na TV, eu realmente não lembrava como esse canal foi sintonizado já que eu estava assistindo outra coisa. A possibilidade de ter sido sintonizado durante o ocorrido no sofá me fez rir e querer assistir o filme. Alguns minutos depois, Luke estava de volta.

Notei que ele estava afastado, na outra ponta do sofá, e que prestava tanta atenção no filme quanto uma pedra de frente ao mar...em um minuto estávamos nos pegando no sofá, e agora ele estava tão afastado como se fosse no apartheid, um apartheid de Annabeth Chase. Luke seu burro, nesse momento você deveria estar aqui do meu lado, comendo pipocas...isso era necessário, pelo menos para mim.

E em uma cena qualquer daquele filme, que mal fingia assistir, passei o mais rápido possível para o lado de Luke, algo bem anfibesco ( anfíbio) e repousei minha cabeça em seu colo.

Ele não disse nada, nem eu. E era fato que agora ele também não prestava atenção no filme, na verdade, se duvidar ele nunca deve ter prestado atenção naquele filme, a mente de Luke parecia estar em todos os lugares menos aqui comigo e o filme. Até que ele se pronunciou:

- Você não disse que me ama...- Luke falou enquanto afagava meus cabelos, de certo modo que lembrava a minha mãe – Você disse “É tão bom ouvir isso”, mas não retribuiu minhas palavras.

Luke tinha razão, enquanto o pobre garoto confessava seus sentimentos, eu ataquei-lhe os lábios em beijos apresados e fogosos. Meu deus Annabeth, que vergonha.

- Você sente o mesmo por mim? – Ele perguntava ansioso, e um leve tropeço em palavras pode ter sido ouvido.

- Sim – Minha resposta foi incerta, porque eu realmente não sabia o que sentia em relação a Luke, apesar dele ter lábios perfeitamente beijáveis, e ultimamente ser mais companheiro que o normal...Isso fazia-me querer ama-lo para sempre, mas realmente eu não sabia definir se eu o amava.

- Então isso é bom – Ele disse um pouco incerto – Não não, isso é ruim- Eu levantei minha cabeça do colo de Luke e o encarei, ruim? Porque esse “sentimento” seria ruim? Ele deve ter captado o meu olhar, porque logo em seguida respondeu.

- Estamos fudidos – Sim, ele acabou de xingar, porém logo depois o fato foi repreendido por mim, claro – Fudidos mesmo, eu te amo, você me ama, isso seria tudo perfeito, se você não fosse ir para uma merda de lugar caipira chamado Estados Unidos – Ele falava de um jeito tão desesperado que eu não repreendi o segundo palavrão.

- Tudo vai ficar bem, podemos nos ver nas férias e hoje me dia há internet, podemos nos falar todo dia – Eu disse tanto um sorriso falso, porque apesar disso me preocupar – e muito- eu não queria transparecer tanto medo a Luke sobre essa complicada situação na nossa relação.

- Você sabe que isso não daria certo – Ele disse olhando para os sapatos – Annabeth, você é bonita, é inteligente. Você é o tipo garota fetiche que todo homem gostaria de ter...

- Garota fetiche, Luke Castellan? – Eu disse rindo e lhe tacando almofadas, ele riu, e por um minuto fizemos uma mini-guerra de almofadas. No fim, a guerra acabou com o país Chase, sendo bombardeado por algumas cocegas e almofadas. E Luke voltou com a antiga conversa.

- Será difícil imaginar a minha Annabeth saindo com várias pessoas desconhecidas, enquanto eu continuo aqui, tentando adivinhar o que você estará fazendo lá, sem contar que há fuso horários e mais milhões de coisas para atrapalhar nossa vida – Ele dizia enquanto se levantava em direção a cozinha. E eu obviamente o segui.

- Luke, não sei se você sabe, mas eu viverei o mesmo problema que você, como diabos irei saber se a cada manha não sairá uma cheerleader da sua cama? – Eu dizia enquanto o abraçava por trás quando ele colocava agua num copo para levar a boca.

- Prefiro as garotas do teatro, elas são mais sexys – Ele disse enquanto se virava para mim com um riso lindo nos lábios enquanto levava seu copo até a boca.

- Depois dessa, Mr. Castellan, você merece ficar de castigo – Eu disse olhando para ele sob a pequena desvantagem dos meus centímetros a menos que ele, retirando um pouco da minha autoridade – Sobre o castigo de uma eternidade sem meus beijos...

- Meus deus – Ele disse ponto o copo na bancada e impondo mais drama que o necessário na seguinte frase – Acho que prefiro morrer, já que não posso receber mais teus beijos oh linda donzela – E logo em seguida pois seus braços em minha cintura.

- Mas aqui tão próximo a você, digo, é difícil não resistir aos teus encantos oh Lady Annabeth Chase, então, temo denigrir à essas regras ignóbeis, porque nesse exato momento, a minha vontade é de te beijar, minha linda.

E foi isso que Luke Castellan fez, ele literalmente quebrou as regras, e me beijou por um tempo indefinido de uma maneira desconhecida como tal por mim. Talvez, agora seria um ótimo momento para dizer que eu o amava, mas eu não queria estragar o calor do momento, eu não queria, mas não foi isso que meu amado irmão (ex-suicida) Matt fez ao chegar com sua comida congelada, e ao nos atrapalhar na cozinha.