–Annabeth, você se importaria se eu chamar Thalia para ir com a gente? – Piper perguntou enquanto bagunçava seu closet na tentativa de achar algo que a agradasse. O simples encontro sonoro da primeira silaba do nome Thalia ao meu ouvido me franzir o cenho, não, você não entendeu errado. Eu simplesmente não quero ir ao central park – Programa que eu pretendia fazer com a minha melhor amiga, só eu e ela- com Thalia. Não é que a garota punk não seja legal, porque disso eu não posso opinar porque foram raras as vezes que eu a vi, mas não estava em minha lista ter que transformar um passeio de Bffs em um passeio com Thalia, a menina desconhecida e ainda ter que dividir a atenção de Piper com ela.

Piper pegou do fundo das prateleiras um bonito par de sapatos e olhou para mim como se quisesse a minha opinião

– Vá com esse, vai ficar legal e...- Não, ela não me deixou terminar e soltou um gritinho de felicidade quando teve uma especie de insight

– Ah! Já sei- E se virou novamente para o seu closet enquanto eu me jogava na cama dela de frustação. Piper não podia simplesmente pegar uma sapatilha e depois não poderíamos simplesmente ir para o maldito Central Park só eu e ela?

– E então, vamos chamar a Thalia? - Ela perguntou lá de dentro novamente

“Conheça pessoas novas” Meu subconsciente dizia, “Vai se foder, subconsciente” Meu eu interior gritava. E minha boca dizia gentilmente:

– Claro, Por que não? – Isso foi o suficiente para eu pegar o travesseiro mais próximo para meu grito abafado por raiva de mim mesma, eu sou muito idiota.

*

Crianças passeando com as suas babás, homens adultos e bonitos correndo pelo central park, donos levando seus cachorros para passear, carrocinhas de pipoca e sorvete. Parecia um episódio de Gossip Girl ou até mesmo um quadro chique e descontraído do período impressionismo, a vida de um nova-iorquino nem era tão ruim assim.

Gostaria de dizer que eu estava me divertindo mais do que nunca, que estava sendo o dia mais divertido da minha vida, mas assim eu seria a pessoa mais mentirosa do mundo.

Piper e Thalia estavam sentadas ao meu lado em uma sombra conversando sobre todo o assunto guardado do período em que estiveram separadas e eu como uma boa deslocada estava fingindo não prestar a mínima atenção com um livro de arquitetura clássica no meu colo quando na verdade estava prestando atenção e tentando entender tudo que elas falavam e dando minhas opiniões mentalmente sobre alguns assuntos.

Eram duas horas da tarde aqui, e seis horas para Luke. Mandei uma mensagem:

“Sinto a sua falta” – Alguns minutos depois a notificação de visualizado apareceu e depois de esperar por mais alguns minutos a resposta que não veio senti raiva. Eu estou sozinha de todos os modos e agora, até você Luke?

Enquanto ele não me respondia, foi olhando outros contatos e cheguei até um que eu já não conversava a muito tempo. O que de certa forma foi triste, pois nós sempre nos falávamos então mandei uma mensagem ao bom e velho cabeça de algas:

“ Hey! Sinto sua falta” – Okay, a criatividade foi nula, mas o que eu ia digitar? HueHueHue, cade você lindão?

Por um instante Piper se levantou e perguntou se queríamos sorvete e nós deixou, Thalia e eu, pela primeira vez sozinhas. Thalia olhou para mim como se pela primeira vez que notasse a minha presença e sim, ela começou a falar comigo!

– E então Annabeth, Piper fala muito de você – Ela sorriu amigavelmente para Piper que agora estava lá longe e continuou a falar – É legal isso que você está fazendo, tentar reconstruir a sua vida de certo modo e sair de um lugar que te traz mais lembranças.

– É...Deixar de lado toda essa parte trágica que atinge a minha família, se é que eu posso chamar o que sobrou de família e tentar fazer novos planos, amigos e não sei...recomeçar – Eu disse finalmente me sentindo ouvida, Thalia parecia entender do que eu estava falando, ela era uma boa ouvinte e talvez, só talvez eu estive sendo dura demais com a garota.

– A vida continua –Ela disse olhando para um trio de crianças brincando com algum tipo de bola de futebol americano infantil. Se Thalia tivesse falado isso a algum tempo atrás, quando eu ainda estava me acostumando com essa ideia de órfã eu provavelmente já a detestaria pela insensibilidade mas sendo nesse momento, o momento certo, o lugar certo eu concordo com ela afirmativamente com a cabeça e mudo de assunto, afinal o luto infinito da minha vida tinha chegado a um ... fim.

Olhei para Thalia mais atentamente e viu uma coisa que só eu mesma, na minha idiotice de ciúmes não reparei. Ela estava usando uma blusa do Green Day. Eu simplesmente amava o green day e tudo que envolvesse Billie Joe Armstrong. Thalia havia acabado de ganhar uma fã.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.