Dean acordou sobressaltado, sentido a dor de uma pancada na barriga.

– Desgraçado, você me traiu!!! – gritava Sam.

O louro abriu os olhos, ainda atordoado e olhou assustado o namorado, que parecia furioso.

– Do quê você está falando, Sam?

– Quem é Pamela, Dean? Hein? Vai negar que me traiu com a vagabunda?

Dean olhou ao seu redor. Ainda estavam debaixo da ponte. Provavelmente havia cochilado. Não enxergou Clark, nem Garth. Apenas Sam estava a sua frente, e totalmente furioso.

– Onde estão Clark e Garth?

– Foram caçar ratos para comer!

– Como é? – Espantou-se o louro...

– Mas não mude de assunto, seu traidor! – Sam reclamou mais uma vez, acertando um segundo pontapé no namorado.

– Ai! Você está me machucando! Para com isso! – Chiou o louro. – E quem te falou isso, que eu te traí?

Sam hesitou... Ele não tinha certeza. As lembranças estavam nebulosas. Havia sido um sonho?

– Acho que foi o Castiel... – respondeu por fim.

Quem era Castiel? Dean não fazia ideia... Talvez algum amigo de Pamela?

– Ele está mentindo! – Disse o louro. Precisava livrar sua cara...

– Castiel não mente. – o moreno respondeu secamente.

Teriam continuado discutindo não fosse o grito de Clark. Dean e Sam correram em direção ao amigo, e encontraram a ele e Garth todos mordidos pelos roedores.

– O que vocês estão fazendo? Enlouqueceram? – Perguntou Dean apavorado com a cena. Que ideia idiota era aquela de comer ratos? Ele preferia morrer de fome!

Clark e Garth sangravam demais. Aquelas ratazanas eram exageradamente dentuças... Os dois namorados ficaram em volta deles sem saber o que fazer. Antes que pudessem tomar alguma atitude, Garth deu seu último suspiro.

Dean e Sam se entreolharam e começaram a chorar. Garth estava morto, mortinho da silva... Tinham que agir depressa antes que fosse tarde demais também para Clark.

– Clark... Nós vamos te levar para um hospital – chorava Sam, desesperado.

– Não, Sam... deixa de ser dramático. Eu estou bem! – respondeu o garoto.

– Dramático? O Garth morreu e você acha que estou sendo dramático?

Clark então olhou para o lado e viu o corpo sem vida do amigo magrelo. Dean, ao seu lado, cavava uma cova com as próprias mãos. Pelo jeito pretendia dar um enterro digno ao colega.

– Como ele pode ter morrido e eu estar me sentindo tão bem? – Clark parecia confuso. Depois abriu um enorme sorriso.

– Já sei! Eu virei Rei dos Ratos! – comemorou.

Dean e Sam viram arregalados quando os dentes e orelhas de Clark cresceram desordenadamente e o amigo ganhou um enorme rabão. Milhares de ratazanas se aproximaram para reverenciá-lo.

Enquanto os ratos se curvavam perante a Clark, o garoto-ratazana dançava e rebolava, de maneira muito gay.

– Que azar, nosso rei é a maior bichona! – reclamou um camundonguinho, que foi logo repreendido por um ratão maior. Rei é rei, e deve ser respeitado.

– Acho melhor a gente ir embora – sugeriu Dean.

Sam concordou. Deram-se as mãos e foram para bem longe dali.

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– Dean, não esqueci aquela história da traição...

– Mas quem é Castiel? – perguntou Dean curioso.

– Ele é um fantasma, e vai puxar seu pé se não me contar a verdade...

– Não tenho medo de fantasmas... Sou amigo do rei dos ratos... – Ponderou o louro.

– E do seu pai? Você tem medo?

Dean estremeceu.

– Meu pai?

Sam sorriu de lado. Tinha carregado o namorado para o local de trabalho de Roger. Era a sua vingança.

– Sr. Campbell! – Chamou o menino.

Um homem de meia idade apareceu. Dean reconheceu seu pai, mais velho, e uns 50 kg mais gordo. Ficou apavorado. Iria ele engordar daquele jeito quando ficasse mais velho também? Seria genético?

– Quem está me chamando? – perguntou Roger.

Quando Sr. Campbell finalmente olhou para os meninos, e viu seu filho crescido, pôs-se a gritar descontroladamente.

– F.... F..... Fantasma!!! F.... F..... Fantasma!!!

– Ei, gorducho, eu não sou um fantasma! – Reclamou o menino. – Fantasmas não existem!

Nisso, Castiel e Garth aparecerem, todos transparentes.

– Como assim fantasmas não existem? – Protestaram eles.

– F.... F..... Fantasma!!! F.... F..... Fantasma!!! – choramingava Roger. Estava tão assustado que era até patético.

Dean olhou irritado para Roger, Garth, Castiel, e finalmente Sam.

– Já se vingou, neném? Podemos ir embora agora? Estou cansado dessa palhaçada... – disse o louro, mal humorado.

– Você quer ir pra onde? Voltar pra escola?

– Sei lá... Não sei mais o que fazer, você destruiu tudo... Só por causa da Pamela? Fala sério, Sammy... Acho que não tem mais jeito. Vou me suicidar...

– Hey, não exagera, Dean... Era só uma brincadeira...

Dean olhou desconfiado para o namorado.

– Uma brincadeira?

– Primeiro de Abril!!! – Gritou ele.

Dean, Castiel, D.J e Roger riram. Em seguida, Clark chegou, seguido pelos ratos. Dean reconheceu Ben, que estava entre eles. Se abraçaram.

– Que bagunça é essa aqui! – Esbravejou a autora. – Primeiro de Abril? Jura? Crianças, vocês vão ficar de castigo!

Os personagens, sem graça, voltaram correndo para o final do capítulo anterior.