Uma Mente Sem Lembrança
Capítulo 03
POV Amylle
Algumas nuvens começava a se formar no enorme céu, como eu gostava disso, de poder ver o céu, as estrelas, de poder sentir o cheiro da grama cortada recente, da brisa brincando com meus cabelos, dos pequenos raios de sol que atravessava as arvores, tudo isso me deixa calma, é como se fosse um remédio para tirar tudo àquilo que me faz mal, se bem que não tem nada que me faça mal, tudo é simplismente bem.
Uma sombra se formou a minha frente, tirando toda a atenção.
–Oi- um garoto loiro estava parado a minha frente.
–Oi- sorri.
–Eu sou Bill você deve ser Amylle certo?
–Amy... Ah já deve ter conhecido o Bill ele é um dos nossos novos voluntários- assenti com a cabeça. - O almoço está servido vai ficar para o almoço?- direcionou a ele
–Eu adoraria.
Esse tal de Bill é diferente de tudo que eu vi nas revistas e televisões, apesar de ser muito alto, mostrava- se ser muito magro, anda mais com aquelas roupas meia colada no corpo, não posso dizer que não achei- o atraente, estaria mentindo. Seu rosto tão perfeito, seu sorriso lindo, diria que é de arrancar qualquer coração de um, seus olhos poderia dizer muitas coisas, além de esconder e disfarçar tristeza e angustia algumas vezes alegria e amor. Algo nele me chamou a atenção, mas o que?
–Amy?
–Hã?... Desculpa eu estava perdida em meus pensamentos.
–Percebi- riu- Esses são Tom (à esquerda), Gustav (no meio) e Georg (à direita) os outros "voluntários".
–Oi- os três disseram em uníssono.
Os quatro sentaram junto comigo e com a Julie, eles eram engraçados, o Gustav se aparentava ser fofo e carinhoso, apesar de se mostrar mais interessado na comida do que na conversa, o Georg, é o mais pateta de todos, tirava lagrimas de tanta piada, o Tom não me agradou muito, ele olha como se fosse comer com os olhos e o Bill ele não disse uma palavra se quer.
–Adorei conhece- lós- Julie disse se levantando da mesa
–Eu também vou indo.
–Amy... - Bill segurou minha mão- Será que poderia me mostrar a clinica antes de se retirar?
–Claro- sorri
Ele se levantou da mesa e se juntou a mim, mostrei cada canto da clinica e ele parecia estar interessado, cheguei a uma sala que eu gostava em particular, era uma sala de musica no centro havia um grande piano preto que era o meu favorito.
–Aqui é o lugar que eu mais gosto- me virei a ele e sorri- Você toca?- perguntei
–Não, apenas canto- sorriu- e você?
–Algumas notas e não posso dizer que eu canto minha voz não é tão bonita
–Me mostra então?
–Quem sabe outro dia, é melhor terminar de te mostrar o resto.
POV Bill
Assim que eu vi Amylle senti algo em mim, algo que não poderia dizer e sei que não era amor, é claro que não, eu saberia se fosse.
Depois do almoço eu não sei no que deu em mim pra segura- lá foi num impulso e quando me dei conta já tinha feito, eu disse a primeira coisa que veio a mente, parecia mais um idiota.
Amylle me mostrou tudo inclusive o lugar que ela mais gostava.
Voltei ao quarto guardei as minhas malas, sentei na cama e começou tudo de novo, as lembranças invadiam minha mente.
Flashback
–Não sei se voltarei- ela sorriu triste- Talvez no outono seja a minha ultima vinda para cá.
–Por que diz isso?
–Por que somos diferentes um do outro, alias você é um cantor e eu não sou nada.
–É claro que é- segurei sua mão- Você é a minha amiga, minha melhor amiga e além do mais você é especial para mim.
–Serio?- Seus olhos brilhavam de felicidade.
–Claro- coloquei a mão no bolso e tirei uma caixinha- Quero que se lembre de mim, sempre- coloquei a pequena corrente em seu pescoço.
–O que significa?
–Infinito- sorri- A nossa amizade é assim.
Flashback off
Coloquei a mão no pescoço, gostaria de saber onde ela mora, se está bem, se ao menos soubesse algo eu já iria me contentar, ok não iria não, se eu a visse iria me contentar.
Fiquei o resto da tarde no quarto, sentia meu corpo pesar, minhas costas arderem como se estivessem enfiando uma faca, resolvi dormir, talvez seja o cansaço da semana e daquela louca da Elle. Lentamente fui fechando meus olhos. Ouvia alguém me chamar, sua voz ia aumentando cada vez mais e mais.
–Você me abandonou.
–Não, eu não te abandonei, nunca faria isso,
–Me deixou naquele lugar, isso é sua culpa, essa cicatriz é sua culpa.
–Não, eu não sabia. Desculpe-me eu não...
–É como os outros...
–Não sou... Não sou.
Acordei com a respiração ofegante, meu corpo estava todo molhado de suor.
–O que aconteceu?-Tom entrou no quarto sem que eu percebesse.
–Nada só um pesadelo.
–Pesadelo que até eu senti, estranho não Bill?
–Não começa Tom, é apenas o cansaço, ok. Volte ao seu quarto.
Levantei da cama e fui tomar um banho, deixei a água cair sobre meus ombros, talvez seja melhor tirar umas férias depois, é, é isso, preciso de férias de sossego.
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