POV Amylle

Algumas nuvens começava a se formar no enorme céu, como eu gostava disso, de poder ver o céu, as estrelas, de poder sentir o cheiro da grama cortada recente, da brisa brincando com meus cabelos, dos pequenos raios de sol que atravessava as arvores, tudo isso me deixa calma, é como se fosse um remédio para tirar tudo àquilo que me faz mal, se bem que não tem nada que me faça mal, tudo é simplismente bem.

Uma sombra se formou a minha frente, tirando toda a atenção.

–Oi- um garoto loiro estava parado a minha frente.

–Oi- sorri.

–Eu sou Bill você deve ser Amylle certo?

–Amy... Ah já deve ter conhecido o Bill ele é um dos nossos novos voluntários- assenti com a cabeça. - O almoço está servido vai ficar para o almoço?- direcionou a ele

–Eu adoraria.

Esse tal de Bill é diferente de tudo que eu vi nas revistas e televisões, apesar de ser muito alto, mostrava- se ser muito magro, anda mais com aquelas roupas meia colada no corpo, não posso dizer que não achei- o atraente, estaria mentindo. Seu rosto tão perfeito, seu sorriso lindo, diria que é de arrancar qualquer coração de um, seus olhos poderia dizer muitas coisas, além de esconder e disfarçar tristeza e angustia algumas vezes alegria e amor. Algo nele me chamou a atenção, mas o que?

–Amy?

–Hã?... Desculpa eu estava perdida em meus pensamentos.

–Percebi- riu- Esses são Tom (à esquerda), Gustav (no meio) e Georg (à direita) os outros "voluntários".

–Oi- os três disseram em uníssono.

Os quatro sentaram junto comigo e com a Julie, eles eram engraçados, o Gustav se aparentava ser fofo e carinhoso, apesar de se mostrar mais interessado na comida do que na conversa, o Georg, é o mais pateta de todos, tirava lagrimas de tanta piada, o Tom não me agradou muito, ele olha como se fosse comer com os olhos e o Bill ele não disse uma palavra se quer.

–Adorei conhece- lós- Julie disse se levantando da mesa

–Eu também vou indo.

–Amy... - Bill segurou minha mão- Será que poderia me mostrar a clinica antes de se retirar?

–Claro- sorri

Ele se levantou da mesa e se juntou a mim, mostrei cada canto da clinica e ele parecia estar interessado, cheguei a uma sala que eu gostava em particular, era uma sala de musica no centro havia um grande piano preto que era o meu favorito.

–Aqui é o lugar que eu mais gosto- me virei a ele e sorri- Você toca?- perguntei

–Não, apenas canto- sorriu- e você?

–Algumas notas e não posso dizer que eu canto minha voz não é tão bonita

–Me mostra então?

–Quem sabe outro dia, é melhor terminar de te mostrar o resto.

POV Bill

Assim que eu vi Amylle senti algo em mim, algo que não poderia dizer e sei que não era amor, é claro que não, eu saberia se fosse.

Depois do almoço eu não sei no que deu em mim pra segura- lá foi num impulso e quando me dei conta já tinha feito, eu disse a primeira coisa que veio a mente, parecia mais um idiota.

Amylle me mostrou tudo inclusive o lugar que ela mais gostava.

Voltei ao quarto guardei as minhas malas, sentei na cama e começou tudo de novo, as lembranças invadiam minha mente.

Flashback

–Não sei se voltarei- ela sorriu triste- Talvez no outono seja a minha ultima vinda para cá.

–Por que diz isso?

–Por que somos diferentes um do outro, alias você é um cantor e eu não sou nada.

–É claro que é- segurei sua mão- Você é a minha amiga, minha melhor amiga e além do mais você é especial para mim.

–Serio?- Seus olhos brilhavam de felicidade.

–Claro- coloquei a mão no bolso e tirei uma caixinha- Quero que se lembre de mim, sempre- coloquei a pequena corrente em seu pescoço.

–O que significa?

–Infinito- sorri- A nossa amizade é assim.

Flashback off

Coloquei a mão no pescoço, gostaria de saber onde ela mora, se está bem, se ao menos soubesse algo eu já iria me contentar, ok não iria não, se eu a visse iria me contentar.

Fiquei o resto da tarde no quarto, sentia meu corpo pesar, minhas costas arderem como se estivessem enfiando uma faca, resolvi dormir, talvez seja o cansaço da semana e daquela louca da Elle. Lentamente fui fechando meus olhos. Ouvia alguém me chamar, sua voz ia aumentando cada vez mais e mais.

–Você me abandonou.

–Não, eu não te abandonei, nunca faria isso,

–Me deixou naquele lugar, isso é sua culpa, essa cicatriz é sua culpa.

–Não, eu não sabia. Desculpe-me eu não...

–É como os outros...

–Não sou... Não sou.

Acordei com a respiração ofegante, meu corpo estava todo molhado de suor.

–O que aconteceu?-Tom entrou no quarto sem que eu percebesse.

–Nada só um pesadelo.

–Pesadelo que até eu senti, estranho não Bill?

–Não começa Tom, é apenas o cansaço, ok. Volte ao seu quarto.

Levantei da cama e fui tomar um banho, deixei a água cair sobre meus ombros, talvez seja melhor tirar umas férias depois, é, é isso, preciso de férias de sossego.