Ainda era cedo, podia ver os pequenos raios de sol passar pela montanha, como eu gostava disso, desses momentos que eu poderia dizer só meu, enquanto todos estavam em seus quartos eu ficava aqui fora vendo o nascer do sol, menos no inverno, eu gostava de sair para apreciar tudo, me deixa tão calma.

-Está lindo não?!- Julie disse ao sentar ao meu lado

-Sim- concordei com a cabeça

Julie é a minha melhor amiga, desde que eu cheguei aqui ela cuida de mim, eu sinto nela uma pessoa tão boa e cheia de vida, sempre com um sorriso no rosto, alegre, e é bem raro quando não esboça um sorriso, e quando ela faz isso é a maioria brincadeira.

Oh eu nem me apresentei, eu sou Amylle Bischoff Schmidt, tenho dezessete anos, não sou alta e posso dizer que não me considero bonita, nem nada disso, moro em uma clínica, não que eu seja louca, por que eu não sou, devo ser a mais normal daqui.

[Flashback]

As folhas caiam sobre as ruas de Los Angeles, como eu achava engraçado todas aquelas folhinhas, eu e meus pais vamos passar alguns dias com a tia Lola ela é super engraçada, mamãe acha que se ela gostar da casa na Alemanha a gente vá morar lá, mas essa ideia não me agrada muito, se bem que tem uma banda que eu gosto e eles moram lá, posso ver o Bill que há tanto tempo que não o vejo que sinto tanta saudades dele, ele também tem um cachorro muito bonito, mas a gente não pode ter cachorro no apartamento deixaram bem claro que não poderia ter animais o que eu acho injusto.

Estava perto do aeroporto, meu coração começava a acelerar nunca viajei de avião, e isso me deixa com muito medo e se der algo errado e o avião cair, santo pai, acho que eu tenho um taquicardíaco, ok eu sei que sou exagerada. No carro meu pai sempre deixava o radio ligado começou a tocar uma musica que eu gostava quando estava nos três junto e então começamos a cantar era engraçado papai sempre errava a musica, mamãe era a única afinada ali, e depois foi tudo tão rápido, minha mãe gritou do nada, meu pai freou com tudo e logo após um estrondo e tudo começou a rodar, não, não era a minha cabeça era o carro, meu corpo era jogado de um lado para o outro, minha cabeça batia varias vezes na janela, e foi quando o carro parou sentia muito frio, meu corpo tremia, comecei a ouvir vozes do lado de fora, queria chamar meus pais, queria saber se eles estavam bem que nada daquilo estava acontecendo que era apenas um sonho e que tudo ficaria bem, meus olhos foram se fechando e fechando.

Senti alguém me tirar daquele carro vozes invadiam minha cabeça

-Saiam de perto, ela preciso respirar.

-O meu deus, eles precisam de um medico urgente.

-Alguém liga para á policia

O que esta acontecendo por que todos estão daquele jeito? Quero acordar abrir os olhos e ver meus pais, injetaram um liquido em mim e então já não ouvia mais nada. Acordei em um hospital passos de pessoas no corredor, conversas, alguns choros.

-Vejo que acordou.

-Na onde estou?- coloquei a mão em minha cabeça e senti uma dor

-No hospital, você não se lembra do que aconteceu?- neguei com a cabeça, ela anotou alguma coisa na prancheta e saiu, logo depois um medico entrou no quarto.

-Olá Srtª Schmidt, vou fazer alguns teste e umas perguntas tudo bem?

-Ok

-Quais são os nomes dos seus pais você se lembra?- neguei com a cabeça- Quantos anos você tem?- neguei novamente- se lembra do que aconteceu no dia em que você sofreu um acidente?- todas as perguntas era sempre a mesma resposta- agora você poderia olhar para um ponto fixo, vou jogar um pouco de luz nos seus olhos está bem...

Fiquei no hospital alguns dias e depois me encaminharam para um lugar todo branco, pessoas só usavam branco e aquilo me assustava.

-Olá, eu sou Julie, vou cuidar de você Amylle.

-Obrigada, mas na onde estou?

-Em uma clinica para pessoas especiais- ela sorriu e eu vi que nela eu podia acreditar- aqui tratamos de vários tipos de pessoas e você é a única diferente daqui, quero dizer do seu caso.

-E o que eu tenho?- a gente já caminhava nos corredores brancos

-Bom o seu caso é simples, no dia que sofreu o acidente você deve ter batido a cabeça com muita frequência e isso causou uma perda de memória, só não sabemos se isso pode ser passageiro ou não, simples não?

-Acho que sim

-Errado, nem todo mundo consegue se lembrar há casos que a pessoa precisa de algo muito forte para conseguir.

-Algo forte?

-Sim, uma pessoa que a inspire, que a faça feliz ou que seja muito, mais muito especial para ela, bom aqui é o seu quarto, se precisar de algo é só me chamar.

[Flashback off]