São 5:30 da manhã acabo de acordar, geralmente essa é a minha rotina, acordo, escovo meus dentes ,acaricio meu gato neku, tomo meu café e visto minha roupa de guerra que alguns no colégio costumam chamar de uniforme.

Após sair da minha própria casa, pego o ônibus e infelizmente sou obrigada a olhar para a sociedade, sai da vida dos meus pais bem cedo pois eu tinha medo de continuar machucando eles por motivos que você ficara sabendo, talvez, então se nem mesmo os que me criaram gostavam de olhar para meu rosto e meu corpo um tanto feio eu não acho que deveria sair para um lugar onde todos fazem qualquer coisa para ter mais fama.

Após um longo percurso tenso onde tenho que olhar para a face de pessoas cansadas de uma vida de correria chego no “inferno” e a primeira coisa que vejo são dois grupos separados parados na porta da escola, um cheio de garotas magras com roupas curtas e sorrisos falsos no rosto e outro de garotos bombados que se acham o Maximo sendo que no futuro isso acaba e o que fica são os resultados dos estudos que cá entre nós são um bocado ruim, e por fim para acabar com o meu dia escuto um dos caras sussurrando para o outro , parece que a baleia desencalhou, apenas ignoro e sigo afinal já não é mais novidade que os bobalhões do resto da turma vão rir e minutos depois esquecer.

Sigo para a minha sala que é um tanto ruim pois por um incrível azar consegui cair com todos digamos “falsos que fazem de tudo para ter atenção” que são os mesmos da porta que eu odeio tanto ter que passar todos os dias, sento no meu canto que é a primeira carteira da primeira fileira da esquerda, do lado da janela, pois mesmo sem nenhum amigo para cumprimentar la fora gosto de observar o movimento da natureza e o quanto ela é bonita.

Sinto que não só a natureza mais também um garoto, sim um garoto, mechem com meus sentimentos, o pior é que ele é um dos caras da turma dos populares e como nunca teria chances com ele apenas ignoro esse sentimento de merda que nunca deveria ter sido inventado e continuo a seguir no tédio minha vidinha.

Após o fim de todas as aulas sai com todos os meus livros, da escola, e de leitura com um dos meus preferidos “L change the world” nos braços parecia mesmo que tudo iria desmoronar do meu colo e com uma prévia do que iria acontecer minutos depois, segui com paginas e palavras até na minha cabeça, não enxergando nada.

Como eu avia previsto “plaft” desmoronei no chão com todos os meus livros e meu óculos que foi parar longe, escutei varias risadas e piadinhas como “deixa ela sair rolando” e toda atrapalhada com a visão embaçada minha vontade era de nunca mais levantar e ficar ali jogada até sumir, morrer, apodrecer porem algo aconteceu eu vi um vulto e ele estava pegando meus livros do chão e vindo em minha direção,isso nunca havia acontecido antes, ele colocou meus óculos e finalmente pude ver que era o garoto que eu gostava, sim Murilo era seu nome e após ver o que ele havia feito e o que ele escutava de seus amigos por sua ação me levantei peguei meus livros da mão dele e corri o mais rápido que pude pensando que poderia sim existir uma luz no fim do túnel.