Ao amanhecer Elizabeth foi a primeira a despertar.

Ainda um pouco desorientada ela olhou ao seu redor e viu seu marido dormindo pesadamente ao seu lado. Lembranças dos acontecimentos da noite anterior invadiram sua mente, principalmente a conversa que tivera com o senhor Darcy.

Não passou despercebido para ela que seu marido não havia ao menos trocado de roupa antes de dormir. Provavelmente tinha pegado no sono enquanto velava o sono dela. Ela sorriu ao constatar isso.

Seria mentira se Elizabeth dissesse que a noite anterior não havia mexido com ela. As palavras de sua mãe ainda ecoavam em sua mente e ela receava que se lembraria delas ainda por um bom tempo.

No entanto, apesar daquela dificuldade que ela estava passando, Elizabeth sentia-se uma mulher de sorte por ter um marido compreensivo ao seu lado.

Sua vida não era perfeita e logicamente ela e o senhor Darcy tinham seus problemas, porém ela podia dizer com tranquilidade e franqueza que, apesar de tudo, sua vida conjugal era exatamente o que ela esperava. O senhor Darcy a fazia feliz, a respeitava e amava. Isso era muito mais do que a maioria das mulheres poderiam dizer sobre seus maridos.

Com muito cuidado para não acordá-lo, Elizabeth levantou-se pé ante pé para fazer sua higiene matinal, mas antes de sair do quarto deu beijo carinhoso no rosto dele e ajeitou o lençol cobrindo-o melhor.

Levaram poucos minutos para que ela tomasse banho e se trocasse.

Pemberley ainda estava silenciosa o que era raridade quando a família dela a visitava, mas como ainda era cedo ouviam-se apenas os passos dos criados que já cumpriam seus afazeres e iam de um cômodo para o outro, fazendo o mínimo de barulho possível.

O desjejum ainda não estava servido então Elizabeth resolveu ir para a biblioteca, quem sabe poderia distrair seus pensamentos com algum livro.

Ao chegar lá quase se assustou quando viu alguém sentado na poltrona, porém logo sorriu ao ver que se tratava do seu querido pai.

— Bom dia. — Falou ela indo ao encontro do senhor Bennet que lia um livro distraidamente. — Não esperava encontrar ninguém acordado tão cedo. — Disse ela e o senhor Bennet tirou a atenção do livro para olhar para filha.

— A manhã é a melhor hora para ler. — Respondeu ele sorrindo e olhando-a com os olhos por cima dos óculos. — E parece que tivemos a mesma ideia. — Disse ele e Elizabeth assentiu. Ficaram alguns segundos em silêncio até que o senhor Bennet voltou a falar.

— Você e o senhor Darcy têm um belo acervo aqui. — Falou ele observando ao seu redor e Elizabeth fez o mesmo.

— Sim. O Fitz investe bastante tempo e dinheiro nesse lugar. — Comentou ela.

— Dinheiro gasto com conhecimento é sempre um bom investimento. — Comentou ele e Elizabeth assentiu. — Tendo uma biblioteca assim em sua casa, você nem deve sentir falta da biblioteca empoeirada do seu velho pai.

Elizabeth olhou para ele e o seu pai sustentava um sorriso zombeteiro no rosto olhando-a por cima dos óculos. Foi inevitável não rir.

— Mas é claro que eu sinto. — Falou a senhora Darcy chegando mais próximo dele. — A poeira da sua biblioteca proporciona a ela um charme especial. Nunca irei encontrar outra igual. — Disse e foi a vez do senhor Bennet rir.

— Mamãe ainda está dormindo? — Perguntou ela alguns segundos depois.

— Sim. Deve ser um exercício demasiado exaustivo para ela falar tantos disparates em um período tão curto de tempo. — Ironizou ele. — Agora se faz necessário um pouco de repouso, para ela e para nós.

Elizabeth não pode deixar de rir novamente. Seu pai continuava espirituoso como sempre.

— Não seja tão duro com ela, papai. — Falou Elizabeth, pois sabia que o senhor Bennet falou aquilo pensando na conversa que surgiu durante o jantar. — Eu sei que ela não disse nada por mal. E além de tudo, ela não disse nada que não seja verdade. Admito que fiquei melindrada no momento, mas agora estou bem. — Disse ela fazendo um gesto displicente com as mãos e dando de ombros, tentando convencer tanto ao pai como a si mesma do que acabara de dizer.

O senhor Bennet soltou um riso anasalado e balançou a cabeça em negação por algumas vezes, mostrando que as palavras da filha não o convenceram.

— Lizzy… — Falou ele e estendeu a mão para que ela chegasse mais perto. Elizabeth segurou a mão dele e escorou-se na mesa, ficando de frente para o pai. — Você agora é a senhora Darcy. Uma mulher importante, senhora de uma bela casa e dona de sua própria vida, mas não importa quanto tempo passe, você sempre será minha garotinha. — Falou ele e Elizabeth sorriu emocionada. — Eu a conheço. Ou por acaso não era nos meus braços que você chorava quando machucava os joelhos, ou buscava proteção quando sua mãe estava brava? — Ela ainda sorria, mas algumas lágrimas de emoção vieram aos seus olhos.

— Eu sinto saudades de quando os meus maiores problemas eram os joelhos machucados… — Falou ela com a voz levemente embargada e secou as lágrimas que ameaçavam cair.

— Os seus problemas são outros… mas os meus braços ainda são os mesmos. — Disse ele. — Ou você é crescida demais para receber um acalento do seu velho pai?

Elizabeth negou com a cabeça, sorriu e acabou por abraçar o seu pai. O senhor Bennet beijou a testa da filha e então eles ficaram em silêncio por um bom tempo.

Não um silêncio desconfortável ou estranho, pois era como se as palavras se fizessem desnecessárias naquele momento. Depois de algum tempo o senhor Bennet novamente tomou a palavra.

— E o que o senhor Darcy pensa sobre o assunto? — Perguntou ele.

— Ele tem sido muito compreensivo e bondoso. Me disse que não se importa com o fato de não termos filhos, mas eu sei que não é verdade. — Falou ela soltando um suspiro antes de continuar. — Que homem respeitável não quer ter um herdeiro? — Ela perguntou retoricamente. — Eu vejo como os olhos dele brilham quando ele vê o senhor Bingley brincando com os filhos dele. O senhor Darcy me diz que eu não deveria tomar toda a responsabilidade para mim e que não se importa, mas sei que diz isso apenas para não me machucar…

— Você deveria dar mais crédito às palavras do seu marido. — Falou o senhor Bennet e em seu íntimo admirava seu genro ainda mais. — Ele a ama e esse tipo de cobrança que você está exercendo sobre si mesma não é saudável. Cobrar tanto de si mesma é tão exaustivo e sufocante quanto um livro sem nenhuma virgula.

Elizabeth entendeu a metáfora e ponderou sobre as palavras do pai. No fundo ela sabia que ele tinha razão.

Nem ela, nem o senhor Darcy poderiam fazer nada sobre aquele assunto. Aquela cobrança que ela exercia sobre si mesma para ter filhos não servia para nada, apenas para deixá-la magoada.

Talvez cobrar de si mesma fosse algo inerente a ela, no entanto depois da conversa com seu pai ela sentia-se um pouco mais leve e assim ela fez o seu melhor para aproveitar bem a semana que sua família estava visitando.

O restante dos dias em que os Bennets permaneceram em Pemberley foram alegres. Fizeram vários passeios pelo condado e pela região dos lagos, foram duas vezes ao teatro e jantaram algumas noites na residência dos Bingley.

Os dias passaram rápido e quando Elizabeth se deu conta já estava na hora de partirem.

Quando eles foram embora Elizabeth sentia-se revigorada pois por, pelo menos, alguns dias ela deixou de lado suas angústias.

No entanto, sua paz não durou por muito tempo, pois uma semana depois que seus pais foram embora, Elizabeth recebeu uma correspondência de sua irmã caçula.

A criada entregou-lhe o envelope e Elizabeth segurou-o em suas mãos por algum tempo antes de ter coragem de abrir.

Já fazia alguns meses que Lydia não lhe escrevia. Da última vez em que se corresponderam, a mais nova havia lhe pedido cem libras, dizendo que era para alguns reparos em sua casa.

Embora Elizabeth duvidasse que o dinheiro fosse realmente gasto com reformas ainda assim ela sempre acabava ajudado. Ela economizava de seus gastos pessoais para isso, pois no fundo sentia pena da irmã mais nova e das crianças.

Depois de alguns segundos Elizabeth finalmente abriu o envelope, passou os olhos pela carta e notou que ela era um pouco mais longa do que as outras. Isso não deveria ser um bom sinal, pensou ela e respirou fundo antes de começar a ler.

Minha querida Lizzy…

Creio que já passaram seis meses desde a nossa última conversa, não é mesmo? O tempo passou rápido e tanta coisa aconteceu.

Talvez você já saiba, pois já escrevi para a nossa mãe contando-lhe a novidade. Eu estou grávida.

Eu e meu amado George estamos muito felizes com isso. Nossos pequenos são o nosso orgulho, porém não vou negar que as coisas estão um pouco complicadas.

George precisará se ausentar por seis meses, pois foi chamado pelo regimento para ir a Devon. Eu disse a ele que esse momento era muito inapropriado, pois no meu estado preciso muito do auxílio dele, porém não adiantou.

Ele partirá daqui há alguns dias.

Eu ficarei sozinha com as quatro crianças. Mamãe disse que não poderá vir me ajudar antes do final do ano, por causa da gravidez da Mary. Kitty está viajando com o marido. Jane tem as próprias crianças, então a minha única alternativa é recorrer a você.

Preciso que fiquem com o nosso pequeno Jhonatan durante esses meses em que George ficará fora.

Sei que não esperava por um pedido desses, eu mesma não queria chegar a esse ponto, já que mesmo depois de tantos anos, ainda persiste a animosidade entre seu marido e o meu.

Suponho que o senhor Darcy nem deve saber das ajudas financeiras que você me dá ocasionalmente, porém confio na generosidade dele, bem como na sua também. O pequeno Jhonny é uma criança adorável, é o segundo mais velho e acabou de completar quatro anos. Tenho certeza que ele não lhes dará nenhum trabalho.

Se sua resposta for positiva, por favor diga-me o mais breve possível.

Atenciosamente

Sua Lydia Wickham.

Ao terminar de ler a missiva Elizabeth não sabia o que pensar sobre aquele pedido. Ela ainda corria os olhos pela carta e sua mente era um misto de pensamentos.

Em primeiro momento ela pensou que deveria negar o pedido de sua irmã e em sua mente ela tinha uma lista de vários motivos fazer isso.

Entre eles o que mais se destacava era, como a própria Lydia citava na carta, a desavença que havia entre George Wickham e seu marido.

O senhor Darcy era sem dúvidas um homem generoso. Elizabeth jamais esqueceria do que ele fez por sua irmã quando ela fugiu com George. O senhor Darcy mediou o casamento dos dois, pagou a George o dote de Lydia e ainda conseguiu para ele um posto no regimento em New Castle. Mas o fato de ele ter dado essa ajuda, não significava que ele tinha perdoado George pelos erros do passado. Pelo contrário.

O senhor Darcy jamais permitiu que George visitasse Pemberley. Ele evitava ter qualquer contato com o casal Wickham. Isso era motivo o suficiente para que Elizabeth pensasse que seu marido jamais concordaria com a ideia de cuidar de Jhonatan Wickham por seis meses.

Porém outra parte dela, sentia vontade de dizer sim para o pedido de Lydia.

Ela não negava que se preocupou com o que sua irmã relatou por carta. Lydia parecia realmente desesperada por ajuda. E desta vez era um pedido que não envolvia apenas o casal Wickham, mas a vida de uma criança que em nada tinha que ver com as atitudes irresponsáveis dos seus pais.

O que Lydia faria com a criança se ela recusasse?

Embora Elizabeth não tivesse seus próprios filhos, ela acreditava que poderia cuidar muito bem do seu sobrinho e talvez fosse mesmo a opção mais certa para isso. Por alguns momentos ela imaginou como seria bom ter uma criança em Pemberley. Essa ideia enterneceu seu coração e ela sorriu com a cena que se fez em sua mente.

Eram pensamentos realmente conflitantes os que passavam pela cabeça de Elizabeth e ela sabia que aquela decisão não poderia ser tomada de maneira leviana. Ela precisava falar com o senhor Darcy o mais rápido o possível para tomarem uma decisão.

(...)

A tarde passou e Elizabeth não viu seu marido nesse período.

Ele estava bem atarefado, pois negociava a compra e venda de algumas terras e isso tomava bastante do tempo dele.

Ao chegar em casa, já se aproximava da hora do jantar, e apesar de cansado, o senhor de Pemberley estava com um excelente humor.

O jantar foi servido e ele e a esposa conversavam sobre algumas amenidades durante a refeição. Ele estava animado contando a ela sobre seus negócios, enquanto ela estava distraída estudando a melhor maneira de abordar o assunto sobre a carta de Lydia, até que seu devaneio foi interrompido por uma pergunta.

— O que você acha? — Perguntou o senhor Darcy e olhava atentamente para ela esperando uma resposta.

— Me parece uma boa ideia… — Ela respondeu incerta. Sobre o que ele estava falando?

— Excelente. — O senhor Darcy respondeu satisfeito. — Então ainda essa semana providenciarei que as passagens sejam compradas.

— Passagens? — Questionou ela franzindo as sobrancelhas.

— Sim. As passagens para a Espanha. — Respondeu ele e devido a expressão que ela fez ele notou que Elizabeth não estava prestando atenção em nada do que ele disse. — Nosso aniversário de casamento está se aproximando, pensei em fazermos uma viagem. Passarmos algum tempo juntos. Mas creio que você não ouviu uma só palavra do que eu disse, não é mesmo? — Ele perguntou divertido e Elizabeth abaixou a cabeça e riu constrangida.

— Por favor me perdoe por isso. — Ela disse sentindo-se mal por não ter prestado atenção no assunto dele. — Creio que estou distraída demais hoje.

— Eu notei. — Falou o senhor Darcy. — Há algum problema?

Elizabeth não pôde deixar de ficar penalizada com seu marido. Estava tão animado fazendo planos, enquanto ela estava prestes a largar um problema sobre os ombros dele.

— Recebi uma carta de Lydia esta tarde. — Ela respondeu depois de alguns segundos e o senhor Darcy não escondeu a expressão de surpresa.

Não pelo fato de Elizabeth se corresponder com Lydia, afinal elas eram irmãs, mas sim com o fato de Elizabeth relatar isso a ele, já que ele nunca se interessou em tomar conhecimento sobre a vida de sua cunhada.

— Está tudo bem com ela? — Perguntou ele, mais para encorajá-la a continuar do que por realmente estar interessado no assunto.

Elizabeth pigarreou e então resolveu que falaria logo o assunto de uma vez. Não adiantava em nada ficar protelando.

— O marido dela vai viajar. Ficará seis meses fora devido a uma convocação do regimento. — Começou ela. — Como minha mãe já nos contou, Lydia está grávida e tem também as outras crianças. Ela relatou como as coisas estão complicadas e pediu para que um dos meninos fiquem na nossa casa enquanto o senhor Wickham estiver fora. — Ela falou em um só fôlego e o senhor Darcy mal conseguia acreditar no que ouvia.

Cuidar do filho de George Wickham por seis meses?

— O que? — Perguntou o senhor Darcy em um misto de incredulidade e espanto. — Mas nós somos a última opção dela? — Perguntou ele. — Tenho certeza que sua mãe receberia a criança com bom grado e alegria. Afinal ela mesma expressou mais de uma vez sua vontade de ajudar Lydia.

— Eu acredito que sim, mas meus pais já não tem mais idade e disposição de cuidar de uma criança de quatro anos. — Argumentou Elizabeth.

— Então... ao que parece você já está decidida sobre o assunto e está apenas querendo comunicar-me. É isso? — O senhor Darcy falou e já não havia mais nenhum resquício de bom humor na sua voz.

— Não! — Respondeu Elizabeth imediatamente. — Não tomei nenhuma decisão. É algo que nós dois precisamos ponderar juntos para decidir… — Falou ela. — Mas admito que me preocupo com a situação de minha irmã e do menino. Se ela recorreu a nós para isso, deve estar mesmo desesperada.

O senhor respirou fundo. Seria hipócrita de sua parte dizer que aquele assunto não havia lhe incomodado.

Ele sabia que Elizabeth às vezes economizava de seus gastos pessoais para enviar dinheiro para Lydia. Ele fazia vistas grossas sobre isso e fingia não saber, pois no fim das contas ele sabia que desde que se uniu a Elizabeth, ele de certa forma estava unindo seu destino ao de Wickham de um modo permanente.

No entanto, uma coisa era Elizabeth enviar duzentas ou trezentas libras ocasionalmente para sua irmã, e outra bem diferente era os dois se responsabilizarem pelo filho de George e Lydia.

— Eu estou indecisa, pois sei que é uma responsabilidade grande tomar conta de uma criança e também sei que quer o mínimo de contato possível com George Wickham, afinal não podemos esquecer de como ele agiu no passado…

— O problema não é o passado Elizabeth, e muito menos a criança. — Interrompeu ele.

— Então qual é?

— O problema é que não confio em George Wickham. — Respondeu ele. — Temo que ele esteja apenas usando o próprio filho como artifício para se aproximar de nós. Ou mesmo para coisas piores…

Elizabeth franziu as sobrancelhas, meditando nas palavras dele.

— Eu compreendo seu ponto de vista e não espero que tomemos uma decisão hoje. — Disse ela. — Mas creio que precisamos pensar no assunto com calma.

Se fosse apenas por ele, o senhor Darcy responderia a carta naquele mesmo instante, dando-lhe uma negativa, porém ele percebeu que Elizabeth estava mais inclinada a aceitar do que a recusar, então para não ferir os sentimentos dela ele acabou por concordar em pensar na ideia.

— Tudo bem. — Respondeu ele depois de um tempo. — Eu pensarei no assunto com cuidado.

Elizabeth lhe sorriu agradecida e os dois terminaram de jantar em silêncio.

Quando eles se recolheram em seus aposentos disseram poucas palavras um ao outro e o senhor Darcy teve uma noite insone depois daquela conversa.

Ele estava preocupado com Elizabeth. Sabia que ultimamente ela estava sobrecarregada e por isso ele teve a ideia da viagem, pois achou que seria uma boa alternativa para descansar e colocar os pensamentos em ordem. No entanto Elizabeth nem fez caso disso, pois agora estava preocupada com o sobrinho e com Lydia.

O senhor Darcy temia que ela quisesse se responsabilizar pelo menino como uma espécie de compensação por não terem seus próprios filhos. Isso seria ruim, pois assim Elizabeth se apegaria ao menino, apenas para ter de devolvê-lo depois. Seria ainda mais sofrimento para ela.

Por outro lado, uma criança poderia alegrar o ambiente e fazê-la esquecer dos problemas por alguns dias. Eram muitas hipóteses a serem analisadas e ela deixou claro qual era a posição dela, mas deixou nas mãos dele aquela decisão.

Pelo visto aquela seria uma longa noite.